Legenda:
_ ação do personagem;
() eu me metendo na história.. ^_^#
Capitulo Quatro
O que você está fazendo aqui?
Tomoyo havia sido recebida pelos braços do seu irmão como o combinado e eles partiram até a bilheteria, a fim de comprar os ingressos para um filme novo. Tomoyo olhava para trás com grande freqüência, mas não se sentia observada. Não mais. Parecia que ele havia desistido de segui-los e a brincadeira começou a ficar sem graça. Um aperto enorme no peito fez Tomoyo deixar o grande sorriso, falso, de lado e se entregar a tristeza novamente. Por que essa maldita vingança estava deixando tudo mais confuso?
_ Tomoyo? Algum problema? _ Era Touya, que havia parado ao seu lado. Ela havia estacado, sem perceber, e lágrimas confusas estavam correndo soltas.
_ Ela percebeu que não deveria ter feito isso..._ respondeu Shaoran colocando a mão sobre o ombro da amiga. _ Como assim? _ Touya olhava, confuso, para o "cunhado"
_ Foi uma brincadeira que não afetou só ao Hiiragizawa, mas principalmente à Tomoyo...
Alheia a todas as palavras, Tomoyo tinha vontade de correr atras de Eriol, dizer que tudo não havia passado de um mal entendido e que ela estava arrependida e explicar tudo que ela havia feito e o porque... Mas isso ela não sabia. Não tinha idéia de como falar com ele e nem de como achá-lo. Mas simplesmente correu.
Enquanto ainda discutiam o que deveria ser feito para tirar Tomoyo de seu torpor mental, a menina saiu dos braços do irmão e desembestou pelo meio da população do shopping, arrastando algumas sacolas de transeuntes e algumas pessoas que se viravam xingando a menina. Sakura bem que tentou correr atrás da irmã, mas foi impedida pelo namorado.
_ Agora é melhor ela ficar sozinha...
Não se sabe como, mas naquela noite choveu tanto quanto as nuvens puderam despejar água. Sakura diria que era porque sua irmã estava chorando, em algum lugar, perdida e sem rumo. Tomoyo não havia voltado para casa.
Num parque distante de sua casa, Tomoyo estava em cima de uma árvore. Apesar do medo de altura, ela não havia hesitado em subir os três metros para ficar longe os olhos das pessoas que transitavam. Desde que parara ela havia começado a analisar o que sentia, a respeito de tudo e todos... Havia chegado a conclusão de que amava sua família e que deveria aceitar tudo, inclusive o amor de sua mãe e seu "pai" e que Sakura era e sempre seria a sua amiga e irmã, acima de tudo, sua irmã. Shaoran, seu melhor amigo, sempre entendia tudo e sempre a ajudaria em tudo. Pensou em sair dali e ir pra casa dele.. Precisava conversar.. mas agora faltava analisar o ultimo dos conflitos: Eriol Hiiragizawa.
O que, afinal, havia feito ela se sentir tão estranha ao perceber que ele havia ido embora e que tudo que estava funcionando tão bem naquele plano louco o fizera se sentir mal? Não era o que ela queria que acontecesse? Talvez ela só tivesse feito aquilo para afirmar que ele realmente gostava dela. Mas e ela? O que estava sentindo?
Uma sirene de polícia. Era algo que ele não esperava ouvir aquela hora da manhã. Não havia conseguido pregar o olho nem se quer sentir sono. Uma imagem não saía de sua cabeça: seu anjo abraçado a outro, e de forma tão carinhosa... As luzes da viatura policial ainda piscavam pela fresta da cortina e espalhavam pela parede os tons de azul e vermelho. Lembrar ainda lhe trazia dor ao peito e o travesseiro ainda estava molhado das lágrimas de mais cedo. As luzes haviam cessado, o único barulho que se ouvia eram os passos se seu gato pelo soalho, ele havia vindo lhe fazer companhia.
A família não havia dormido, estavam todos na sala olhando para a televisão ligada, porém sem som. Sonomi estava inconsolável e era abraçada por Yuki que havia se negado a ir para casa antes que Tomoyo fosse encontrada. Sakura havia sucumbido ao sono depois das duas da manhã e descansava sua cabeça no colo de Touya.
_ Blin Blon...
Fujitaka abriu a porta desesperado. Se deparou com uma figura pálida, molhada até a alma e desgrenhada. Atras de Tomoyo estavam um policial, de cara feia por ter que estar até aquela hora procurando por uma adolescente que havia fugido de casa. Fujitaka agradeceu a autoridade e fechou a porta, abraçando Tomoyo. _ Eu tou bem papai... não se preocupe...
A frase automática foi seguida de um espirro e de um grito de Sonomi que tomava a filha de um pasmo homem que fora chamado de pai.
_ Você pegou um gripe maninha... _ Touya cobria a irmã com uma toalha e a encaminhava para longe dos braços de Sonomi, onde ela poderia respirar e quem sabe falar alguma coisa.
_ Touya...
_ Que?
_ Como você se sente quando briga com a Yuki?
_ Mal...
_ Mal? Como? Você tem vontade de fugir, desaparecer do mundo?
_ Tenho...
_ Quer correr até ela e dizer que aquilo foi tudo um mal entendido e que ela não precisa ficar chateada porque a única pessoa que errou foi você?
_ Sim...
_ E quando você olha pra ela? O que sente?
_ Me sinto bem...
_ Bem como? Você olha pra ela e não consegue deixar de sorrir? Seu coração acelera e quando ela fala com você a voz dela ecoa na sua cabeça como se fosse a mais bela das melodias?
_ É...
_ E quando você olha nos olhos dela você pede pra que aquele momento nunca acabe?
_ É...
_ Ah... Touya...
_ Que?
_ O que você sente por ela?
_ Amor...
Amor... Será que era aquilo que ela sentia? Será que não estava confundindo as coisas? Será que ele realmente a havia seguido? Ou ainda, será que ele também sentia o mesmo que ela? A água caia pela sua costa e ela, de olhos fechados, pensava em cada momento que ele havia olhado para ela, em cada olhar seu que havia cruzado com o dele. Suspirou e, resignada, falou alto, talvez para afirmar o que seu coração insistia em gritar
_ É... acho que é amor...
O dia seguinte, sábado, foi corrido na casa dos Daidouji Kinomotto. A empregada de férias, o serviço atrasado e um jantar por ser feito. Fujitaka e Tomoyo tomaram a cozinha, enquanto Kero, o gatinho da família, tomava leite a um canto da dependência enquanto farinha e arroz se moldavam rapidamente das mãos ágeis de pai e filha. Fujitaka havia adquirido um sorriso bobo desde que ouvira Tomoyo lhe chamando de pai, e o sorriso se intensificou naquela manhã durante a divisão de tarefas: "Eu e papai ficamos com a comida!". Tomoyo havia acordado aquela manhã com um novo ânimo. Decidida a conversar com Eriol na segunda feira e a esclarecer tudo, a menina havia até colocado uma das muitas roupas que sua mãe comprava e ela nunca havia usado: uma saia roxa e uma blusa lilás. Sakura e Shaoran(isso mesmo, ele foi servir de faxineiro na casa) ficaram com a limpeza da casa e Sonomi ficou com a decoração.
Patos terminados, bolo no forno e torta da geladeira, Tomoyo e Fujitaka foram os primeiros a subirem ao segundo andar para se trocarem. Logo depois foi a vez de Sakura e Shaorane, por ultimo, depois de terminar de colocar na mesa as porcelanas azuis, Sonomi mirou a sala de jantar, depois a de estar e concluiu que já estava na hora de subir... Seus convidados chegariam em meia hora.
Já havia decidido que roupa usar uma semana antes, e não mudaria. Era uma roupa simples, mas de cor negra. Penteou os cabelos em cascata e deixou que eles escorressem pela sua costa. Nada de muita maquilagem, apenas um leve gloss e uma sombra clara. Olhou para o banheiro anexo, onde Sakura estava tomando um banho. Havia se vestido no quarto da irmã para apressa- la, mas tinha a impressão de que não ia adiantar, como sempre. Fez menção de bater na porta, mas balançou a cabeça ao ouvir uma música ritmada vinda de dentro, Skater Boy(irônico não? ~_^). Abriu a porta do quarto e sorriu ao ver Shaoran esperando na porta do quarto, do outro lado da parede, de braços cruzados, de blazer e camisa social.
_ Ela vai demorar..._ e desceu as escadas no momento em que a campainha tocou e sua mãe correu a atender.
Estava distante fazia tempo, meus pais estavam conversando e eu sequer conseguia entender o que falavam. Foi arrastado para mais um dos compromissos de seu pai. Não sabia do que se tratava, mas de uma coisa ele sabia, se Nakuro pôde ficar em casa, por quê ele não? O carro parou naquele momento, e ele mal havia se dado conta da viagem. Talvez aquele jantar não corresse tão mal, talvez por ele não estar atento a mais nada além do seu pensamento. Desceu do carro, fechou a porta e seu pai liberou o motorista até as onze da noite. Seu pais, juntos, caminharam pelo gracioso portão de ferro, alto, que estava fechado apenas por uma tranca leve, sem cadeados. Eriol observou a casa. Não era pequena, nem um mansão. No escuro não se podia dizer se era branca ou amarela, mas se podia afirmar ter um lindo jardim. Este era dividido por trilhas, em canteiros, cinco grandes canteiros. O maior e mais afastado era, também, o mais bonito. Coberto por uma laje de vidro, era o mais iluminado e bem cuidado. Estava florindo, folhas novas e flores vistosas e coloridas. Eriol foi até lá, enquanto seus pais anunciavam a chegada da família. Hipnotizado, Eriol observava os sentimentos transferidos àquelas flores e todo o cuidado e delicadeza que as mãos que cuidavam daquele pedaço de terra deveriam ter. Se abaixou para tocar uma rosa branca que estava desabrochando no momento que ouviu a voz de seu pai.
"Harry, Kaho! Ah, quantas saudades..." Tomoyo observava sua mãe abraçar aqueles desconhecidos. Não era normal Sonomi convidar estranhos para sua casa, então deviam ser velhos conhecidos, só não sabia de onde...
_ Querida, venha cá conhecer Harry e Kaho... _ sua mãe pediu que ela se aproximasse_ Essa é Tomoyo, minha filha do primeiro casamento.
_ Não sabia que você tinha filhos deste...
_ Bom, não são verdadeiramente meus, mas os considero como sendo...
_ Por falar em filhos... como vão os seus?
_ Dando trabalho! Muito trabalho... Nakuro quer se casar, mas não creio que seja a hora, ela só tem vinte!
_ E o menino?
_ Esse só vive com a cabeça nas nuvens, nem parece aquele jovem esperto de antes... Não sei o que seu nele... Mas espere, veja por você mesma... _ Harry se virou e inclinou o corpo em direção ao jardim e falou em voz alta, não chegando a gritar _ Filho, venha, não seja mal educado...
Eriol andou até pai como um marionete, não tinha vontade de estar ali, nem de entrar na casa. Quando chegou perto do pai, e olhou para a anfitriã, levou um choque imenso. Tomoyo estava ali, bem na sua frente, com um vestido longo, preto, estilo chinês de bordas prateadas, brincos de ametista e pouca maquilagem, realçando sua beleza.
_ Eriol, estas são Sonomi, a anfitriã e Tomoyo, sua filha...
_O que diabos você está fazendo aqui?_ ela murmurou alto o bastante para que ele escutasse. Educadamente ele cumprimentou a senhora Sonomi e com um aceno de cabeça à Tomoyo.
- - Comentários: Gente! Nem sei como ficou.. mas sabe, eu fiz esse capítulo muito rápido.. saiu em um dia... milagre... Mas o que num saiu foi o especial Sakura e Shaoran prometido ne? Mas não se incomodem! Vai ter um capitulo INTEIRINHO só com eles! Prometo que o próximo vai ser assim, antes de entrar a continuação da história... Não é um capitulo importante pra história, mas vai contar como foi a vida deles na infância, sem magia, até eles começarem a namorar... Ai... vai ser bem romântico, prometo...
Bjão,
Tomoyo Hiiragizawa