Todos já haviam deixado o quarto de Quinn com um pouco de medo do que poderia estar acontecendo, então reuniram-se com seus amigos novamente e todos sentaram na sala de espera parecendo realmente abatidos com as notícias atuais.
- Ela realmente não se lembra de nenhum de nós? – Perguntou Mercedes que estava encostada em Sam com uma expressão triste.
- É para eu estar lá em alguns minutos e nós vamos começar a perguntar várias coisas, tentar ver até onde ela lembra... Na parte principal ela vai até ser Lucy e demorou para absorver que ela não era mais aquela garota. – Comentou Rachel que era uma das poucas pessoas de pé, então coçou a nuca ainda nervosa. – Ela não se lembra de nenhum de nós, lembra-se de Beth, mas não sabe quem é o pai e principalmente ela não se lembra de nada parecido com cheerios, yale e onde ela está agora.
- Isso é realmente possível? – Perguntou agora Adrianne com os braços cruzados, levemente isolada do restante das pessoas.
- Quando aconteceu a batida e o carro foi jogado para a lateral, o cérebro continuou o movimento e foi praticamente pressionado em uma só lateral do crânio. – Rachel realmente não se intimidava, ela nem percebia que era ela quem respondia tudo. – E quando o movimento parou, a conexão entre a parte esquerda e direita foi momentaneamente esquecida com a união ao fato que ele ficou privado de ar por algum tempo devido a uma parada cardíaca que ela teve... A junção dos fatores podia ter causado coisas piores, mas as sequelas estão sendo vistas.
- Fale a nossa língua Rachel. – Comentou Kurt mordendo o lábio.
- Ela podia estar com deficiências gerais, poderia estar morta, paraplégica e outras mil coisas. – Reclamou e parou de andar olhando para todos os amigos que estavam sentados. – Mas ela só está com uma perna quebrada, está falando, está pensando e só perdeu a memória. É recuperável. Ela está viva! E ainda pode mover seu corpo, é isso que me importa.
Rachel realmente gostava de saídas dramáticas, então ela virou e saiu andando com o rumo sendo exatamente o quarto da garota que estava acidentada e não lembrava da porcaria que era sua cara, nem o que havia feito para ela, nem mesmo todos as brigas que tinham tido, os problemas, o passado... Por que mesmo aquilo era ruim?
A morena abriu a porta e entrou silenciosamente, Quinn assistia televisão e estava sem aparelhos para respiração e só tomava soro, sem mais sangue diretamente na veia, o que era incrivelmente melhor para a visão. Rachel caminhou até o sofá, agora só precisava esperar a médica.
- Ahn, desculpe... – Quinn começou a falar, mas não conseguia se lembrar do nome da garota no momento.
- Rachel, mas pode me chamar de alguma outra forma, caso queira... – Deu de ombros, para quem já havia sido chamada de ManHands, Hobbit, Gnomo, Anã e assim ia indo, qualquer outra coisa ela podia aguentar.
- Rachel! Então, eu posso perguntar... Nós somos amigas? A doutora disse que é minha namorada, mas... – A sobrancelha da loira subiu e a morena notou que até mesmo ela estava duvidando daquela mentira. – Eu só não consigo me ver sendo... Lésbica. Espero que não fique ofendida com isso, apesar de tudo.
- Não Quinn, nós somos amigas, sim. Ao menos é o que pode ser chamado depois de tudo que já passamos... Sua parte lésbica foi só uma noite com Santana. – A garota se obrigou a virar os olhos nas órbitas, ainda não entendera muito bem o que tinha acontecido naquela noite. As pontas dos dedos tocaram a tatuagem – Sabe? A latina que esteve comigo ainda hoje? Não sei bem como vocês puderam ir pra cama em... – Rachel fez aspas com os dedos. – "Uma coisa de duas vezes".
Lucy, que era como ela mesma se referia a ela, tentou realmente arquear a sobrancelha novamente, mas aquilo estava doendo muito. Já tinha obtido um espelho e estava maravilhada... Com o cabelo louro claro, o nariz totalmente arrumado e nenhuma marca estranha em sua face, assim como sem aparelho. Ela estava magra e aquilo era fascinante.
- Mas eu namoro, não namoro? Alguém mencionou... Com o pai de Beth. – A cabeça parecia estar mais confusa que o normal, então Rachel se aproximou da cama e começou a mexer com as pontas dos dedos nos lençóis.
- Sei que sua cabeça deve estar uma bagunça agora, mas nós podemos ajudar com isso, de acordo com a doutora Block, Quinn. – A morena suspirou e continuou dobrando o lençol de várias formas diferentes, sem olhar para a garota. – Assim também vamos te contar tudo o que precisa saber, vamos te contar sobre o colégio, faculdade, tudo o que soubermos de ti, tudo bem?
- Rachel? – Chamou-a e tomou sua mão com um sorriso leve, não conseguia entender o medo que parecia estar escondido por detrás dos olhos castanhos. – Vai ser ótimo se puder me ajudar...
As meninas sorriram e iriam continuar o assunto, Lucy estava afoita para saber melhor sobre sua vida que era tão diferente do inferno que vivia, onde ela era loira, popular, tinha uma filha, namorado e amigos. Qual era mesmo a sensação de ter amigos que realmente iam atrás de você vindos de tão longe, só porque ela tinha sofrido um acidente? Isso Lucy não conheceria, mas Quinn sim. E isso era incrível.
- Hey, Q. e Hobbit, estamos entrando. – Santana anunciou de mãos dadas com Brittany, que estava parecendo cansada.
Rachel facilmente podia lembrar da época onde todos tratavam a loira mais alta como inferior, mas ela era incrível era inteligente e iria fazer coisas grandes. Só o fato dela estar ali e dando suporte a todos, como estava, provava isso e deixava todos os amigos com uma sensação de orgulho muito grande. Facilmente provado no sorriso bobo de Santana.
- Santana e Brittany, certo? – O olhar correu diretamente para Rachel que comprovou com um sorriso. – Eu só... Não deveriam ser proibidas visitas? Não me então mal, mas...
- É horário de visita, Q. – Sorriu Brittany que pulou até a amiga e entrelaçou seus dedos sem medo, e pela primeira vez a outra loira não se afastou no mesmo momento com o toque. – Todos estão autorizados a entrar, mas somente dois por vez, e a Rachel que é sua namorada... Mas ela não é, ok? O Puck sim é!
Tudo bem, ela ainda estava falando como se aquilo fosse um segredo, o olhar novamente correu para Rachel que sorriu apaziguando, a morena estava começando a notar que ela seria a ancora de Quinn por algum tempo, mas não estava se importando muito.
- Rach, quando vai voltar para New York? – Perguntou Santana de forma tranquila enquanto se recostava a uma parede, o olhar de Lucy correu por todas as feições na sala como se pedisse explicações sobre o que ocorria ali. – Afinal, você tem uma peça para apresentar, não?
- Obrigada por lembrar, Satã. – Comentou e puxou o telefone, discou rapidamente tomando algumas respirações mais longas. – Olá, sim sou eu... – O sorriso se abriu e a voz tornou-se mais leve, uma artimanha de Rachel. – Eu sei, eu sei... Uma pessoa muito importante para mim sofreu um acidente e no momento eu sou o mais... Sim, exatamente! – O tom de voz soou diferente novamente e Brittany riu. – Oh, obrigada! Não imagina como isso é importante... Sim, estarei lá! Tenha uma bela semana... – O dedo rapidamente acionou a tela do celular que brilhava e ela sorriu. – Preciso estar lá para a apresentação de segunda, mas terei os próximos quatro dias livres.
- Eles realmente te amam, baixinha. – Santana riu e negou com a cabeça em seguida, ela sabia melhor do que ninguém como todos ali amavam Rachel Berry. E ela era muito boa como Fanny Brice de toda forma.
- Ahn... Eu acho que... – Lucy estava um pouco perdida no meio das amigas de Quinn e aquilo a fez franzir o cenho, não entendendo muito bem com quem Rachel estava conversando.
Rapidamente Brittany explicou que Rachel fazia parte de um musical famoso, Santana complementou levemente explicando sobre o que falava e como elas já haviam visto o filme, mas Rachel só precisou complementar lembrando-a que a – atualmente – loira havia mandado flores para ela no dia de abertura quando Kurt e Blaine apareceram e expulsaram as outras duas garotas.
O tempo de visita passou correndo, os meninos falaram sobre moda, falaram sobre os vestidinhos que ela usava com cardigã e cada um dos trajes que já tinham usado no Glee Club, ajudando-a a entender mais sobre isso. Mercedes explicou como elas se tornaram verdadeiramente amigas e um sentimento de agradecimento realmente passou por Lucy, ao passo que ela se sentiu mal por ter usado o garoto Sam.
Ainda tinham muitas histórias e cada um só mostrava como tinha conhecido Quinn quando uma garota entrou e Lucy correu os olhos para Rachel que lhe dava sempre novas informações sobre todos que entravam, mas naquele momento só pode ver o olhar estranho e os lábios apertados. A morena baixinha não gostava da outra.
- Como é bom te ver acordada, superstar. – Comentou a recém chegada e rapidamente deu um beijo em sua testa, ela se encolheu na cama e sentiu todo seu corpo pesar pelo movimento. – Seus amiguinhos de colegial ai? Que saco, cada um deles.
- Quem é você? – Não pode evitar e nem segurar a si mesma quando ouviu aquelas palavras, cada um dos que entrara ali tinha feito com que ela se sentisse um pouco melhor, mas essa garota não. E isso não era interessante.
- Adrianne, ah por favor, nós moramos juntas, temos aulas juntas, até numa época pegamos aqueles gêmeos! – Respondeu como se aquilo fosse uma afronta e Lucy só conseguia pensar como Quinn tinha esses relacionamentos.
- Você realmente não pegou nada do que eu te disse não é? Ela perdeu a memória, garota. – Replicou Rachel e com um breve olhar, notava-se que a moreninha estava incrivelmente irritada.
- Olha só, superstar, era mais legal quando a única pessoa do seu passado que aparecia eram Puck e aquela loirinha, Brittany. – Revirou os olhos e nem sequer notou que Rachel estava parada agora na sua frente com uma aparência nada amigável, então a morena mais alta deu um sorriso falso. – Perdeu alguma coisa?
- Eu não, mas você sim. – A diva deu um sorriso digno de Broadway e começou a dar alguns passos para frente, o que foi automaticamente pressionando Adrianne a dar alguns passos para trás. – Agora, você já deu seu show e pode ir embora.
Os olhares estavam tensos e nenhuma das morenas se movia, nem um pouco dispostas a deixar nenhum espaço para que a outra chegasse mais perto e tomasse alguma dianteira. Lucy mantinha o olhar fixo em ambas as mulheres e rapidamente notou que não era algo bom que sairia dali.
Foi a mesma coisa que a doutora Block pensou quando entrou no lugar e viu as faíscas, então colocou suas mãos nos ombros de Adrianne e a puxou um passo somente para trás. Rachel olhou pra elas e abrandou um pouco, afastando-se até que esbarrou na cama e sentiu o toque da loira em sua mão.
- Horário de visitas acabou, sinto muito, mas somente a acompanhante pode permanecer... Então você deveria ir. – Comentou a médica e logo a garota foi cercada por uma enfermeira que a levou a sair do lugar, então a médica voltou-se para Rachel e Quinn. – Seus exames estão com bons resultados e passará a noite em exame, Quinn, mas se tudo depender de como vai poderemos tirar todos os aparelhos, em dois dias poderá estar fora daqui.
- Isso é uma boa novidade, eu acho... Eu só... – A loira começou e então mordeu o lábio inferior, Rachel apertou sua mão.
- O que tiver de dúvidas é um bom momento para tirá-las, Quinn, não sinta-se preocupada sobre. – A doutora tentou tranquilizá-la e parou de anotar as informações na ficha da garota.
- Minha memória, ela tem alguma chance de realmente voltar?
No que ela fez essa pergunta a mão de Rachel a apertou ainda mais forte, era a pergunta que ecoava desde que Quinn tinha acordado e todos seus amigos não podiam deixar de pensar nisso o tempo todo, realmente preocupados. Os olhos esverdeados voaram de rosto em rosto, tentando estudar o que pudesse ali, tentando se adaptar.
- Eu não vou mentir para você, minha querida. – O apertou afrouxou e aquilo fora ainda mais preocupante. – Você tem chances de voltar a lembrar de boa parte das coisas, um detalhe esquecido ou outro, mas precisará estimular seu cérebro a isso. Exercícios para ele, visitar lugares importantes e até mesmo reviver algumas situações, se bem planejado, podem surtir um efeito e reviver algumas lembranças mais escondidas. – Jennifer continuou e abriu um sorriso em seguida, tranquila. – Outras coisas vão vir com o tempo, sua mente simplesmente vai lembrá-la de uma coisa um dia, do nada. Vai ser confuso no começo, mas seus amigos e sua bela namorada poderão te ajudar nisso.
Rachel se inclinou e beijou a testa de Quinn, era notável que a pressão entorno do quarto havia diminuído bastante, então a morena se afastou para deixar que doutora Jennifer pudesse ter seu trabalho feito. A mulher começou a analisar primeiro o estado aparente da pele da loira, marcando os cortes e roxos, as mãos analisaram apertando algumas partes e notando as reações, principalmente de dor. Foi visto batimentos, o pulmão foi julgado também, e por fim tomaram foco a cabeça da loira. Quando os exames gerais foram completos a mulher se despediu dando um sorriso e avisando que estaria de volta no outro dia e deixando algumas recomendações.
- Rachel?
- Sim, Quinn? Aconteceu algo, precisa de algo? – Perguntou a morena virando-se e rapidamente parando de arrumar o pequeno sofá cama que estava começando a realmente parecer um pouco mais aconchegante.
- Onde eles vão dormir? Eu digo... Aqueles que estiveram aqui hoje? – A loira passou a língua por seus lábios e precisou de uma respiração funda, os remédios estavam deixando-a um pouco fora de si, mas ainda preocupada.
- Não se preocupe, ou quem sabe se preocupe, Santana e Brittany ficaram em seu apartamento aqui. Mercedes, Sam, Kurt e Blaine precisaram voltar porque tem coisas para fazer logo cedo amanhã. – A morena sorriu quando notou que era somente essa a preocupação da outra e jogou o travesseiro e a coberta sem muita paciência. Sentou-se e começou a se desfazer dos sapatos.
- Rachel?
- Sim, Quinn?
- Eu não estou atrapalhando sua vida, estou? Impedindo-a de fazer algo, ou... Eu não sei se poderia viver com a culpa de estar te atrapalhando como um todo, sabe? – A loira perguntou e rapidamente olhou para a morena que tinha um sorriso torto.
Se a garota soubesse quantas vezes fora o motivo de lágrimas a morena, quantas vezes haviam brigado pelos corredores do MHS e principalmente quantas vezes a morena já se preocupou com ela e largou tudo para saber como aquela loira estava. Maldita cadeira de rodas, acidentes, filhos, problemas, tudo.
- Não precisa se preocupar comigo, se preocupe somente contigo e em ficar melhor.
Dito isso a garota caiu na cama e olhou o teto, ela se sentia jogada no meio de uma maré brava e tudo estava bagunçado. Enquanto Lucy estava em um vazio completo, tentando saber como assumir que agora era Quinn Fabray.
#
Somente com Santana e Brittany foi fácil para que todos pudessem ficar no quarto, Rachel estava um tanto mal-humorada, isso foi mudado depois que ela pôde tomar um café e também um banho, assim que ela voltou desse momento um sorriso brilhante estava em seus lábios. O dia foi realmente tedioso, todas as mulheres – principalmente Lucy – estavam de pernas para cima e falando sobre bobagens, mas muitas dessas bobagens não envolviam Quinn, elas queriam manter o assunto neutro até que precisasse ser realmente conversado sobre.
- Espera um minuto, então vocês realmente cantavam pelo meio da escola e ruas... Sem motivo algum? – Perguntou Lucy franzindo o cenho para o que elas estavam contando, os remédios estavam deixando-a um pouco mais lenta do que estava acostumada.
- Exatamente, loirinha. E você já participou de muitas delas, se quer saber! – Reclamou Santana de braços cruzados e aquilo fez Brittany gargalhar afirmando com a cabeça.
- Não deveriam somente cantar em competições ou na sala do coral?
- Seria o comum, Quinn, mas era realmente divertido cantar andando por ai... Eu lembro de cantar "Love Song" com você e Santana quando estávamos em New York e você não teve problemas em cantar por nada no meio de NYADA. – Deu de ombros e Brittany bateu palmas.
- Ou quando cantamos "We got the beat", mas você só assistiu, porque você estava rebelde. – Comentou e sorriu em seguida quando Lucy ofereceu-lhe um sorriso, já tinha se acostumado com o pensamento sem filtro de Brittany e estava achando amigável.
As histórias continuaram, mas agora eram na maior parte do tempo com a latina brigando com Rachel sobre ela ser uma diva e cada uma das saídas que ela já tinha dado no glee club que só a faziam "querer chutar a merda fora dela" ou algo com palavras bem pesadas. Brittany estava rindo e parou do lado da loira para começar a trançar e brincar com seu cabelo, visivelmente distraída.
Lucy estava realmente contente pelo fato que Quinn tinha encontrado pessoas assim, mas o que ela esquecera somente a deixava interessada. Interrompendo seus pensamentos duas enfermeiras entraram com novas roupas de cama e novas roupas para a loira, assim como dois pratos com comida.
- Sinto muito interromper a conversa, mas aqui está a comida para a paciente e acompanhante, mas antes terá que tomar banho e trocaremos as roupas de cama. – Comentou a mais velha entre elas com um sorriso, deixando a roupa de cama separada e as comidas deixadas em um lugar apropriado.
- Eu acho que eu e Brit-Brit vamos almoçar e deixar você tomar seu banho e comer sossegada, loirinha. – Comentou Santana dando um sorriso e um beijo dado na testa de Rachel provou que ela realmente já iria. Sim, amigável, Santana.
Rapidamente elas prometeram que voltariam mais tarde e despediram-se, Rachel manteve-se comendo quando as enfermeiras levaram Quinn para o banho, uma manteve-se ajudando-a e outra trocou os lençóis rapidamente. Assim que ela voltou e ergueu sua perna pode comer, o que deixou-a mais calma.
Até que Santana e Brittany voltassem Rachel zapeou os canais na televisão, Quinn havia apagado assim que os remédios foram aplicados em seu soro e ainda não havia acordado. Ela estava mergulhada em ócio até que seu celular começou a vibrar em seu colo, desesperadamente.
- Alô? – Chamou e aguardou dois segundos até a voz de seus dois pais se misturaram, então ela sorriu, seu sorriso extremamente grande, como era tão praxe. – Oi, pai! Papai! – Silenciou-os e ouviu sobre algumas novidades que eles tinham, sobre seus trabalhos e a cidade. Lima não era mais a mesma para ela depois que New Directions tinha acabado. – Isso é perfeito, papai! Fico realmente feliz pela expansão... Ahn, eu estou em um hospital de Yale.
- YALE?! – O grito realmente passou do telefone e tomaram o ambiente.
- Sim, Quinn sofreu um acidente de carro... – Uma risadinha tomou seus lábios. – Eu acho que ela está tornando-o um péssimo hábito, pai. Ela está bem, tem uma perna quebrada, roxos por todo o corpo e bateu a cabeça forte... Sim, sim, ela acabou perdendo boa parte de suas memórias. – Comentou e precisou responder mais um inquérito dos pais, que ficaram tão afeiçoados a loira depois de seu quase-casamento com Finn, ela era grata a isso.
A conversa durou um bom tempo enquanto ela contava cada detalhe do que tinha passado e estava passando no momento desde que tinha acordado na manhã anterior, os pais ouviram e como sempre questionaram muito, mas também fizeram com que ela risse muito. Lucy realmente estava prestando atenção em cada um dos detalhes, como ela falava, ria ou movia as mãos quanto mais continuava a conversa. Ela não queria, mas acabou chamando atenção quando a médica encarregada entrou no ambiente já cumprimentando-a.
A morena rapidamente desligou o telefone e observou os exames gerais. Doutora Jennifer estava tomando todo cuidado e tinha rapidamente ganho a afeição do "casal" e assim era sempre bem recebida. Os avanços cerebrais estavam sendo controlados e não tinham dado alterações preocupantes, assim ela estava despreocupada. O único momento de preocupação era aquele em que a memória da loira era avistada, o fato que ela ainda não se lembrava de nada novo, era levemente preocupante.
- Você está ótima, senhorita Fabray. – Comentou dando-lhe um sorriso enquanto ouvia sua respiração. – Sua liberação poderá sair amanhã pela manhã, visto que seus resultados saem ainda hoje.
- Isso é uma ótima notícia, não é, Quinn? – Disse Rachel tomando seu lugar ao lado da cabeceira da cama para pegar a mão da loira entre as suas, um gesto que se tornara relativamente comum nos últimos dois dias.
- Eu já deixei tudo pronto, porque eu não estarei aqui para liberá-la. – Continuava a mulher mais velha. – Então terá uma lista de deveres e também alguns lembretes simples do que deverá ser feito... Lista de alimentos, treinamentos para seu cérebro...
- Doutora Block, o que poderemos fazer, em longo prazo, para ajuda-la com a memória? – Perguntou a morena, Lucy podia sentir os dedos dela apertando um pouco mais sua mão.
- Mantenha-a sobre sua visão, não é aconselhável que ela volte a faculdade e isso já foi conversado, pessoalmente, com o reitor. – Lucy ergueu uma sobrancelha enquanto ajeitava-se na cama. – Tentem mantê-la perto de amigos, em lugares conhecidos, mostrar coisas que já aconteceram, formar essas memórias ou simplesmente trazê-las de volta de alguma forma, é o melhor que fará.
Dito isso houveram despedidas e pedidos de melhores, a doutora tinha outros pacientes para ver e as meninas estavam contentes com as notícias. Elas teriam somente que planejar como tudo seria feito e isso realmente seria feito, elas iriam garantir isso.