Garoto novo
Conheci um garoto. Ok. Isso não tem nada demais. Ele estuda comigo faz duas semanas, entrou agora, e seu nome é James, James Potter. Ele tem um belo físico. Cabelos pretos, bagunçados –nos quais eu tive vontade de passar a mão desde o primeiro momento que o vi, uma mania que percebi ser dele –olhos castanhos-esverdeados –que me deixaram um tanto hipnotizadas –e um jeitinho brincalhão.
Ele é novato, como já havia mencionado, mas não parece. É um cara extremamente simpático e virou, logo de cara, a nova sensação de Hogwarts –onde estudo. No segundo (você não leu errado, é SEGUNDO mesmo) dia de aula, ele virou melhor amigo dos irmãos inseparáveis –não são irmãos de sangue, mas se consideram como tal –Sirius Black e Remus Lupin.
Eu posso ou não ter uma mera quedinha por ele...aff! Eu tenho um tombo por ele mesmo –essa expressão é usada por Tonks –Nimphadora Tonks, uma das minhas melhores amigas, e recentemente, namorada de Remus Lupin.
Vou te explicar uma coisa, caro leitor, eu APAIXONADA não é lá uma coisa muito agradável...semana passada, por exemplo, eu o segui até a casa dele, sem ele ver (obviamente) apenas para saber onde ele morava.
Contei sobre essa paixonite para Marlene Mckinon, outra melhor amiga minha. Não que eu não confie em Dora –apelido dado por Remus para Tonks –mas é que, ao contrário dela, Lene não estuda comigo. Dora guardaria o segredo, tenho certeza, mas ela é um tanto desastrada, e pode deixar na cara que eu gosto do Potter. Uma vez, contei a ela que gostava de Amus Diggory, da minha turma de biologia, e toda vez que ela o via, e eu estava junto, ela me cutucava, só que o que era pra ser um cutuco, se transformava em uma rasteira. Sim, queridos, toda vez que o víamos, ela me empurrava e eu caía aos seus pés –LITERALMENTE. Não é lá uma coisa agradável, e logo toda a escola falava do meu tombo –no sentido literal da palavra e também no outro sentido, no qual vocês sabem muito bem –por Amus.
Enfim, quando contei a Marlene, ela só faltava ter um desmaio de alegria. Mas isso não é uma coisa muito boa não, amiguinhos. Lene afirmou que iria conhecê-lo o mais rápido possível. Na sexta-feira à tarde, fomos as duas malucas, até a casa de James. O bom, foi que ele não estava, por isso, disse a Lene que deveríamos voltar. Só que ela é muito teimosa, e estava determinada a conhece-lo ainda naquele dia. Ela se escondeu atrás de um arbusto, que ficava no jardim da casa dele, de onde dava para ver a casa dele sem que ninguém a visse. Chamei-a umas 10 vezes, e todos os meus chamados foram ignorados. Que lindo!
-Marlene –choraminguei pela décima primeira vez –volte aqui, mulher. E se ele chegar, o que eu faço?
-Tarde demais –alguém sussurrou em meu ouvido, me assustando completamente e me deixando sem ação. James Potter. Ops!
-Potter? O que faz aqui?
-Eu moro aqui, ruivinha. E não me chame de Potter, é muito formal. Só James está ótimo, mas se você quiser ser criativa e me chamar de Jay, Jimmy, Jim, meu amor, príncipe dos meus sonhos, não farei a menor objeção –ele me lançou uma piscadela e fiquei ofegante –Mas o que a senhorita está fazendo aqui, na minha humilde residência, hein? A saudade foi tão grande que não aguentou esperar segunda-feira, é lírio?
-Quanta audácia! Eu nem sabia que você morava aqui, tá? E que apelidos são esses...ruivinha, lírio?
-Você é ruiva, então ruivinha. Você se chama Lily, que vem de Lírio, que é minha flor favorita e bem, desde que te conheci, toda vez que vejo um lírio me lembro de você –ele corou fortemente e em seguida limpou a garganta –você se importa de eu te chamar assim? É que desde que me entendo por gente, tenho que dar apelidos pras pessoas. Eu sei que Tonks te chama de Lil ou Lils, mas eu queria ser mais original.
-Não, não tem problema, pode me chamar assim.
-Que bom...ah! Eu sei que você sabia que eu morava aqui, ruiva, eu te vi me seguindo um dia desses, sabe?
-Eu não estava te seguindo –cruzei os braços, nervosa por ele ter me descoberto –eu só estava dando uma volta pela cidade e te vi entrando aqui, não era perseguição.
-Volta pela cidade, depois da escola. Escolha interessante, Lírio.
-Lils? Amiga, onde você... –ela parou ao me ver com Pott...digo, James –Ah! Então você já estava ocupada, hein, Red –corei fortemente –e você, deve ser James Potter, O Novato Gato. Prazer, sou Marlene Mckinon, amiga da Lily.
-Sim, sou James Potter e sou novato, já não sei do "Gato" que você falou –ele me olhou acusadoramente e fiquei ainda mais vermelha, se é que é possível –É um prazer conhece-la senhorita Mckinon –ele pegou na mão de Lene e a beijou charmoso.
-Então, Lil, já que já o vimos, vamos pra casa? –ela perguntou me deixando sem graça.
-Er...mas Lene, eu ainda não o peguei –os dois me olharam, ela de olhos arregalados e ele com um sorriso malicioso, me corrigi rapidamente –não peguei o caderno, que foi o motivo de termos vindo incomodá-lo.
-Você não me incomoda, Lírio –Lene abriu a boca espantada.
-Então...você pode me emprestar o caderno de física? Eu não consegui pegar o último conteúdo e pensei que...-ele me interrompeu.
-Pode deixar, eu te empresto –ele entrou dentro da casa.
-Lily Evans, amiga querida, dessa vez você se deu bem, hein. Ele é muito gato, você tem total razão, e ainda por cima, é galante. Ai ai! Por que você fica sempre com os melhores? Você e a Nimphadora, aquela chata. Remus Lupin é gato pra caramba e ainda por cima é romântico. Já vi que vou ser uma daquelas tias solteiras que vive com um bando de gatos para amenizar a solidão –suspirou dramaticamente.
-Não exagere, Mckinon. E não se esqueça que Sirius Black está super na sua. Lembra que ele te levou pra jantar semana retrasada? Black nunca leva uma garota pra sair. Ele pode ser bem galinha, mas ele gosta de você, sis –como somos vizinhas e nossas mães melhores amigas, sendo a mãe dela minha madrinha e vice-versa, crescemos juntas. Desde bem cedo viramos grandes amigas, e eu a considero como uma irmã, por isso o apelido.
-Nisso sou obrigado a concordar com a ruivinha, Marley –James estava encostado na porta e nos olhava com um sorriso divertido. Quanto será que ele ouviu? Como se lesse meus pensamentos, completou: -fique tranquila, Lily, não ouvi quase nada, a não ser, tudo –deu um sorriso de lado que me deixou com as pernas bambas –aqui o caderno.
-Obrigada –agradeci o pegando (pegando o CADERNO, que mente poluída a de vocês, eu hein)
-Marley? Tipo, Marley e eu? –minha amiga perguntou brava. Não é pra menos, afinal, eu não gostaria de ser comparada a um cachorro.
-Aí é com Almofadinhas –ele respondeu despreocupado –foi ele que te deu esse apelido –Almofadinhas é o Sirius, e não me pergunte o motivo do apelido, não faço ideia.
-Eu mato Sirius Black –Marlene resmungou quase inaudível.
-Ruivinha –ele me chamou quando estávamos indo embora –você me devolve isso amanhã. –ele apontou para o caderno e o olhei questionando-o com o olhar –te vejo no shopping pra vermos um filme às 6:00. –ele piscou e eu fiquei estática.
-Vem, Lil –minha amiga me puxou me guiando até em casa.
Chegando lá, o choque já havia passado, e a alegria veio com tudo. Gritamos, pulamos, nos abraçamos, enfim, comemoramos. Afinal, ele é James Potter, o cara, e o mais importante, o cara que ficou interessado em mim, tanto quanto eu fiquei interessada nele. Quem sabe, no futuro, isso pode dar alguma coisa, mas não quero pensar nisso agora, tenho que escolher a roupa de amanhã, e os sapatos, e a maquiagem, e o cabelo, e a cor do esmalte...oh Deus! Será que vai dar tempo? Bem, não importa. Se não der, tenho certeza que não terá problema, porque eu vi em seus olhos, que o mais importante pra ele, não é a aparência, e sim, a beleza interior. Pode parecer um tanto clichê, mas eu sei que é verdade, e fico honrada ao saber que vou poder conhecer melhor esse jeitinho James Potter. Claro que ele terá alguns defeitos, mas, eu aprendo a conviver com eles e até a gostar deles, porque no final, eu sei que valerá a pena.