Crepúsculo não me pertence.
Olá! Essa fic faz parte do POSOward, onde autoras do fandom de Crepúsculo se uniram para criar uma One-shot narrada pelo Edward, afinal, agora é a vez dele!
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TUDO AQUILO QUE NUNCA CONTEI
CAPÍTULO ÚNICO
Quando Alice me contou que Isabella estava voltando para Seattle eu não acreditei. Após quase sete anos, ela volta para o lugar onde a Ásia sai. E ainda por cima, lançando um livro aparentemente escrito para mim.
A sessão de autógrafos seria para daqui a dois dias e a minha irmã já tinha informações sobre tudo e enchido o meu saco para surpreender Isabella aparecendo surpresa no local onde ocorreu o lançamento do livro. Eu neguei veemente, mas a idéia de me encontrar com Bella novamente não é para martelar na minha cabeça.
Minha história com a Bella começou quando nos tornamos anos e ela se tornou minha vizinha a mudar para casa do seu pai Charlie após o segundo casamento de sua mãe, Renée.
Phil, o segundo marido, era um jogador profissional de beisebol e por isso vivia viajando pelo mundo. Renée como uma boa aventureira, ia atrás em quase todas as viagens. Bella passou a sentir que estava atrapalhando ou novo casal quando Phil teve que ficar três meses em outra cidade por causa de uma competição e sua mãe não foi junto por causa da filha. E foi por isso que Isabella resolveu morar com seu pai.
Eu, minha irmã e meus pais moram em Forks antes de mudar para Seattle por conta do trabalho do meu pai. Foi na cidade com pouco mais de três mil habitantes que conhecemos Charlie, um dos policiais da única delegacia que existe atualmente. Por estar com casamento marcado com sua namorada Sue e com sua única filha voltando a morar com ele, Charlie resolve também mudar para Seattle em busca de um emprego que pague melhor e meu pai, por já conhecer ele, conseguiu uma vaga na delegacia da cidade.
Alice tornou-se a melhor amiga de Bella, assim como uma menina de olhos castanhos, que mais pareciam duas gotas de chocolate colocadas nos pés em Seattle. Não demorou muito para que eu me encantasse com ela também. Isabella era inteligente e perspicaz. Suas respostas às vezes são excluídas da pergunta direta, mas quem sabia que sabia que apenas não gostava de deixar dúvidas sobre qualquer assunto.
E sem surpresa também foi ela quem tomou a iniciativa e disse que estava afim de mim.
Foi quando os dezesseis anos e os nossos hormônios estavam ouvindo uma loucura que em uma brincadeira de verdade e consequência beijada a Bella pela primeira vez. Eu já estava meio apaixonado por ela, mas o medo de acabar não sendo correspondido foi maior e guardei esse sentimento para mim. Alice sabia e intrometida, como sempre ela era, mexeu seus pauzinhos e conseguiu fazer gente se beijar. Bella ficou sem graça e me evitou por quase uma semana. Cinco dias depois ela bateu na minha porta, me chamou para conversar e se gravou para mim. Ela literalmente, direta como era, me intimidou e falou "Eu gosto de você, gostei do seu beijo e queria que continuasse. Quer ou não?" . Cara, se eu já não tiver apaixonado os critérios mencionados nesse exato momento.
Namoramos por dois anos e alguns meses. Nosso relacionamento começou a tornar difícil que Bella tivesse o sonho de mudar de Seattle, formar literatura e voltar para cá quando precisasse de visitar seu pai. Eu não tinha os mesmos planos que ela. Ela foi para a Universidade de Chicago e nunca mais voltou. Eu fiquei em Seattle, me tornei um fotógrafo e trabalha há quase três anos em uma revista online renomada, um Seattle Mag , cobrando a maioria dos eventos da cidade e para ela.
O início do nosso namoro à distância foi legal. A saudade deixa tudo à flor da pele e quando alguém se encontra era sempre no desespero de matar tudo ou que estava nos matando. Mas com o tempo escasso, como provas e os números de trabalhos como coisas foram perdidas. Como conectar-se a perdas de tempo para semanais. Como as conversas por skype, acontecem se tivermos disposição ou suficiente para ficar acordado. O afastamento foi gradual, sem dor ou mágica. Ainda tinha bastante carinho por ela. Ela foi meu primeiro tudo e continuará ocupando um espaço enorme no meu coração. No entanto, não estava preparado para essa volta à repentina e sem preparação.
O barulho da notificação indica outra mensagem de Alice me tire dos devaneios. Ela estava bem empenhada em me fazer ir atrás de Bella. Dessa vez, ela me mandou uma imagem com todas as informações do evento associado a "VAI PORRA" . Minha irmã também perdeu o contato com Isabella, mas como duas pessoas seguiram no instagram e se gostaram . O perfil da minha ex-namorada era privado, mas algumas vezes quando Alice fez questão de me mostrar algumas fotos e, principalmente, esfregar como elas estavam acompanhadas na minha cara.
Terminei de editar como fotos que foram tiradas por Alice no fim de semana e aproveite que ela estava online para enviá-las. Não satisfeito apenas em suas fotos, solucione-me também.
— Alice, eu estou trabalhando. O que você quer?
— Edward, se você quer tanto me ignorar tem que parar de ler as mensagens cinco segundos depois que eu mando.
— Se ligou para insistir mais uma vez sobre aquele assunto, eu vou desligar.
— Mano, qual é? O que custa ir lá e resolver as coisas? Eu tenho certeza de que ela também sente saudade de você, não só por vocês terem sido namorados, mas antes de tudo acontecer nós éramos amigos.
— Alice, eu não falo com a Bella há anos, não sei nem que tipo de assunto eu posso ter com ela.
— Que tal vocês conversarem sobre o livro que foi escrito para você? Pelo que eu li no instagram ela escreveu coisas bastante… intensas.
— E como você tem tanta certeza de esse livro é para mim? Ela passou quase sete anos longe, eu não fui seu único namorado.
— Então vá tirar a prova de uma vez por todas e converse com ela.
— Foi só para isso que me ligou, Alice? Preciso terminar de editar umas fotos…
— Não, queria saber também sobre o que você tá planejando para o seu aniversário. Faltam quatro dias e nada foi decidido.
— O Emmett está tentando me convencer a fechar uma sala naquele karaokê que a gente foi no aniversário da Rosalie, mas não tenho certeza ainda. Tá bem em cima, talvez nem tenha sala disponível para sábado.
— Eu acho uma ótima ideia, lá tem um espaço muito bom e é bem privativo. Se quiser eu tento reservar para você.
— Por mim tudo bem. Só não marca muito tarde.
— Tá bom, maninho. Pode deixar comigo. Tchau!
— Tchau, Alice.
Desisti de fazer qualquer coisa relacionada a trabalho depois que Alice desligou o telefone e resolvi pesquisar sobre o livro que Isabella havia escrito. Não demorei muito para encontrá-lo encabeçando várias listas como o mais vendido do momento. A capa não dizia muita coisa, simples porém de muito bom gosto. Já a sinopse dizia tudo.
"Em seu livro de estreia, Isabella Swan explora o amor mais puro em uma coletânea de poemas, pensamentos e desabafos inéditos. Tudo aquilo que nunca disse retrata todos os pensamentos de um relacionamento que deu certo até determinado momento, mas que algumas coisas não foram ditas. Afinal, se tudo tivesse sido dito, o que estaríamos fazendo aqui?"
Sete anos me separavam de Isabella e mesmo assim ela continuava intensa, direta. A curiosidade foi mais forte que eu e acabei comprando o ebook de seu livro intitulado como "Tudo aquilo que nunca disse". Essa noite foi a primeira vez depois de anos que Bella voltou a me tirar o sono e só consegui dormir ao terminar a leitura, às cinco horas da manhã.
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Na manhã do dia dezoito eu acordei com duas notificações um tanto quanto surpreendentes.
bellaswan e livrotudoaquilo começaram a seguir você.
O instagram da Bella continuava privado e, por mais que a curiosidade fosse grande, eu não segui de volta. Já o perfil do livro era aberto e continha várias quotes relacionados ao livro.
Por mais que eu ainda tentasse me convencer de que o livro não tivesse sido escrito para mim, meu subconsciente me traía a cada texto e poema que eu lia. Tudo eu relacionava a momentos que passamos juntos e no final da leitura eu já estava quase embarcando na loucura de Alice de ir na droga da sessão de autógrafos.
Olhei a hora em meu celular e decidi me levantar para começar o dia. Comecei arrumando as roupas que eu havia pego na lavanderia no armário e depois fui adiantar o almoço. Estava no meio da receita quando escutei a campainha tocar. Estranhei, pois não estava esperando ninguém e as únicas pessoas que tinham acesso liberado ao meu apartamento eram a minha família.
Sequei as mãos no pano de prato e fui abrir a porta, encontrando Alice que estava praticamente quicando na porta com sorriso de orelha a orelha.
— Bom dia, maninho! Estava passando aqui por perto e resolvi subir para te fazer uma surpresa. — ela falou passando por mim e seguindo para cozinha. — E cheguei na hora certa, pelo que eu estou vendo.
— E foi só para isso mesmo que você veio até aqui ou tem outro motivo? — perguntei retomando meu lugar na cozinha para terminar de fazer meu macarrão com queijo.
— Ué, qual seria o outro motivo? Que eu saiba não tem nada rolando hoje. Ou tem?
Ignorei o comentário dela e distribuí o macarrão em dois pratos. Alice sentou na minha frente e começou a comer em silêncio e toda hora que nossos olhares se encontravam, ela dava um sorrisinho malicioso.
— Vai me contar o que está acontecendo e o motivo de você ter vindo aqui logo hoje agora ou vou ter que esperar mais?
— Ai Edward, eu vim aqui para gente ir no lançamento do livro juntos. Já até avisei à Bella que ia aparecer por lá.
— Alice, você falou que eu ia também?
— Claro que não falei, tenho assuntos melhores para falar com ela. — ela terminou de comer e empurrou o prato para frente. — Mas então, você vai hoje?
— Ainda não sei. É bem provável que eu vá só para fazer uma matéria bacana para revista.
— Entendi. Só por esse motivo?
— Alice, não força a barra.
— Não estou forçando nada, mas vai logo se arrumar porque você tem que estar bem lindo pra se encontrar com ela.
Tirei os pratos de cima da mesa e levei para a lavadora de louças, aproveitando também para guardar o que sobrou do macarrão na geladeira. Tomei um banho rápido e me arrumei conforme a ocasião pedia. Eu não tinha mentido para Alice, eu realmente iria aproveitar que estava indo no lançamento do livro e fazer umas fotos para publicar no site da revista.
Dentro do carro, o caminho até a livraria foi feito em silêncio. A expressão no rosto de Alice era um misto de animação com ansiedade. Já a minha era puramente tensa. Ao chegar no local, já podia ver uma fila com cem pessoas no mínimo. É, acho que muita gente vai saber quem eu sou, pensei.
Isabella não estava em lugar nenhum quando entramos na livraria. Alice aproveitou para ir procurá-la enquanto eu fui fazer algumas fotos do evento depois de ter pedido autorização. Já que eu estava ali mesmo, iria tirar proveito da situação e fazer uma matéria sobre o lançamento do livro. Publicidade de graça, Bella não ia reclamar.
E foi quando eu estava fotografando algumas pessoas da fila que eu a vi. Ela estava linda, como sempre. Seus cabelos longos e castanhos estavam bem mais curtos e loiros. Diferente daquela menina de dezoito, agora era uma mulher de vinte e cinco, mas o sorriso que ela dava para seu público continuava sendo o que eu conhecia.
— Ela continua linda, não acha? — Alice apareceu ao meu lado de repente.
— Sim, continua.
— Eu disse que você veio. Ela ficou bastante animada. Quer te ver depois...
— Oi, você é o Edward? — uma mulher magra e alta apareceu repentinamente ao nosso lado.
— Sim, por quê?
— Prazer, eu sou a Leah, agente da Bella. — ela disse estendendo a mão para mim. — Conheci Alice lá dentro ainda pouco e ela disse que você é o culpado disso tudo aqui.
— Eu não sei nem o que falar.
— Só vim te agradecer por ter inspirado a Bella. Espero que tenha lido o livro e gostado, ela quis deixar tudo sutil e com referências a vocês dois. Desde a capa até os poemas.
— Eu li ontem e gostei bastante. Não tinha noção de nada do que ela escreveu. Fiquei muito surpreso.
— Bom, a Bella me pediu para te procurar e avisar que depois dos autógrafos ela vai na cafeteria ali da esquina. Vai ser só uma pausa de vinte minutos antes dela ter que voltar para o bate-papo com os leitores. Então, é isso, caso você queira se encontrar com ela, já sabe.
— Ele quer sim, pode avisar a ela que o Edward vai. — Alice se intrometeu, como sempre, mas dessa vez eu não briguei. Eu queria mesmo ir.
Enquanto Bella dava autógrafos, eu tirava fotos. Assim foi por quase duas horas, quando o último livro foi assinado e um seleto grupo de trinta pessoas foi escolhido para o tal bate-papo. Vi Leah e um homem conversando com Isabella em outro canto e depois os três saindo pelos fundos da livraria.
Alice já havia ido embora com a desculpa que ia se encontrar com Jasper para resolver assuntos do seu casamento e pediu para eu mandar um beijo para Bella. Guardei meu equipamento no carro que estava estacionado em frente à livraria e fui andando em direção a cafeteria.
Meu primeiro pensamento ao pisar na cafeteria foi sobre o que falar com a Bella. Nós nunca tivemos um momento constrangedor, mas depois de um namoro mal terminado e sete anos separados, eu não sabia o que esperar desse encontro.
Bella estava sentada em uma mesa mais ao fundo e falava ao celular. Assim que me aproximei, Leah se levantou deu um apertão em meu ombro e foi se sentar em outra mesa junto com o homem que eu vi na livraria mais cedo.
— Oi. — Bella murmurou ao desligar o celular. — Senta.
— Oi… — respondi ao sentar à sua frente.
— Fiquei surpresa por você ter aparecido hoje.
— Eu também. Até Alice aparecer hoje de manhã no meu apartamento, eu estava decidido em não vir, mas você conhece a peça e sabe como ela pode ser persuasiva quando quer.
— Eu senti falta dela. De vocês dois, na verdade.
— Hm… Sinceramente? Eu não sei muito o que falar. — confessei surpreso com o rumo da conversa.
— Desculpa. Não queria te pressionar de forma alguma. — Bella comentou com um olhar sem graça. — Mas me fala sobre você. Quero saber tudo o que você fez nesses anos em que não estive presente.
— Bom… Eu fiquei por aqui esses anos todos. Me formei em jornalismo e trabalho na revista de Seattle fazendo cobertura de eventos aqui na cidade. Também sou fotógrafo. — eu disse. — E você? Pelo jeito sua vida é bem mais emocionante que a minha.
— Que nada! — ela disse mordendo os lábios. — Eu fui para Chicago estudar literatura. Foi lá que eu conheci a Leah e o Nahuel, marido dela. O pai dele morreu no último ano da faculdade, ele era dono de uma pequena editora e acabou ficando para o Nahuel tomar conta. Foi aí que entrei. Ele acabou lendo alguns poemas meus e teve a ideia de querer publicar. E estamos aqui hoje.
— E tudo o que está no livro é sobre mim? — quis saber, a curiosidade já estava quase me matando.
Bella suspirou.
— Sim. O livro todo é sobre você. Como o nome mesmo já diz, os poemas é sobre tudo o que eu não disse para você no tempo em que estávamos juntos. A capa são os seus olhos. Azuis. Eu amava observar a cor dos seus olhos, lembra?
— Para de me encarar. Está me deixando nervoso. — eu disse para ela.
Estávamos na praia, curtindo o pôr do sol. Só que Bella não estava prestando atenção nas cores que o sol deixava no céu. Ela estava olhando para mim.
— Não canso de dizer que amo seus olhos. Eles ficam mais escuros à noite. Quando você acorda eles parecem cristalinos. Mas agora, o amarelo do sol refletindo nos seus olhos azuis, está deixando-os quase verdes.
Sorri com sua constatação.
— Eu amo seus olhos. E amo você. — ela sussurrou em meu ouvido.
Sim, eu me lembrava. Mesmo sendo tão jovens, nós éramos maduros. O que aconteceu com a gente?
— O que nós fizemos de errado? Eu sempre penso se a gente poderia ter feito algo para mudar o que aconteceu, mas não consigo chegar a lugar nenhum. — ela perguntou se inclinando sobre a mesa.
— Eu… acho que ninguém teve culpa de nada. Foi um afastamento natural. Estávamos atolados com a faculdade, cheios de trabalhos para entregar. Aconteceu.
— Eu senti muito a sua falta, Edward. Todo dia eu pensava em mandar para você o que escrevia, mas não queria ser injusta e meio que te prender a mim estando tão longe.
O silêncio constrangedor que pairou no ar foi cortado com a chegada de Leah em nossa mesa. Bella olhou para ela e assentiu, mesmo a morena não dizendo nada.
— Desculpa, mas a gente precisa ir mesmo. Nahuel foi na frente para adiantar a organização das pessoas.
— Claro, não se atrase por minha culpa. Eu também preciso ir embora. Tenho um trabalho para entregar ainda hoje. — concordei ficando de pé, tirando uma nota de dez dólares da carteira e colocando em cima da mesa.
— Edward!
— Sim?
— Alice me convidou para o seu aniversário. Eu disse a ela que iria, mas se você não se sentir confortável, eu invento uma desculpa para ela.
— Pode ir, sem problemas. Mas é melhor confirmar diretamente com ela, porque ela é quem vai reservar o local.
Bella sorriu. Colocando a bolsa em seu ombro esquerdo, ela acenou e foi embora, me deixando com os sentimentos confusos borbulhando dentro do meu peito.
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O dia passou rapidamente, assim como o dia seguinte. Com duas matérias para entregar e mais de trinta fotos para editar, acabei ficando sem tempo para pensar em qualquer coisa que não fosse trabalho. Por mais que a imagem de Bella viesse na minha mente vez ou outra, principalmente na hora de dormir.
A manhã do dia vinte amanheceu com um sol tímido. Acabei acordando bem cedo e aproveitei a disposição para correr pelo meu bairro. Um pouco mais de uma hora de corrida, decidi que já estava suficiente e voltei correndo pelo mesmo caminho.
Cheguei em casa passava um pouco depois de nove da manhã e assim que pus os pés dentro do meu apartamento meu celular tocou no meu bolso.
— Oi mãe!
— Oi, parabéns meu amor. Tudo bem? Estou te atrapalhando? — minha mãe me parabenizou assim que atendi.
— A senhora nunca me atrapalha. Saí para correr e acabei de chegar em casa.
— Alice está aqui do meu lado atormentando minha mente querendo falar com você.
— Esse é o dom dela, atormentar o juízo dos outros.
— Mas enfim, depois eu passo o telefone para ela. Seu pai não conseguiu trocar o plantão dele hoje então não vamos na sua festa, mas que tal você vir almoçar conosco amanhã? — ela perguntou.
— Poxa mãe, claro que vou. Queria vocês lá.
— Não tenho mais idade pra karaokê, vocês jovens se divirtam hoje e amanhã você vem almoçar com seus velhos.
— Está bem. Amanhã sem falta eu estarei aí. O que essa pentelha quer comigo? — perguntei ao escutar ela resmungar ao fundo.
— Parabéns, irmãozinho! Oh, vou passar o endereço do karaokê pro seu whatsapp. Consegui reservar uma sala por duas horas. Chamei apenas os mais próximos, no máximo dez pessoas.
— Valeu Alice. É só isso?
— Tem outra coisa… Como a Bella voltou tem poucos dias, ela ainda está sem carro e eu ofereci que você desse uma carona pra ela mais tarde, tá? Beijo. Amo você!
E desligou.
Logo em seguida, ela me mandou uma mensagem com o endereço do karaokê, o endereço do novo apartamento de Bella e o horário que seria para eu passar lá. Não era muito longe do meu e seria caminho para mim.
Não podia negar que a volta de Bella tinha mexido bastante comigo. Nós éramos amigos antes de tudo, namoramos por dois anos e nos afastamos por conta de distância. Não brigávamos e nosso relacionamento era de bastante companheirismo. Confesso que eu não soube lidar muito bem quando ela foi morar em outra cidade. Afinal, ela sempre foi a mais decidida da nossa relação e eu era sempre o que acatava suas vontades sem muitas dificuldades.
Inteligente, extrovertida e independente, Bella sempre chamava atenção por onde passava, mesmo odiando ser o centro das atenções. E com certeza não iria ser diferente na faculdade. Ela iria fazer novos amigos, conhecer pessoas novas e talvez se interessar por uma pessoa bem melhor do que eu. Talvez tenha sido por isso que eu a deixei ir com tanta facilidade.
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O dia passou arrastado. Quando estava terminando de me arrumar, recebi uma mensagem de um número desconhecido em meu celular.
NÚMERO DESCONHECIDO
Oi Edward, é a Bella. Eu sei que sua irmã pediu para você vir me buscar, mas se você ver muito problema com isso, eu pego um Uber. Não quero te deixar desconfortável com algo.
EDWARD
Oi Bella. Não tem nenhum problema. Aliás, já estou quase saindo de casa. Em quinze minutos chego aí.
BELLA
Tá bom! Até daqui a pouco. Beijo.
Respirei fundo e resolvi sair logo antes que meus pensamentos confusos tomasse conta de mim. Peguei a carteira, celular, chaves de casa e carro, e saí de casa, trancando tudo.
Assim que cheguei na rua onde Bella morava, percebi que a mesma já aguardava em frente ao seu prédio. Precisei parar apenas por alguns segundos para ela entrar e logo já estávamos a caminho do local indicado por Alice.
— Oi. — falei.
— Olá. — ela sorriu ao entrar no carro.
— Você está bem bonita. — disse, analisando seu vestido preto.
— Obrigada. Você também não está nada mal. Aliás, parabéns. Tenho um presente para você, mais tarde eu dou.
— Não precisava comprar comprar nada.
— Eu não comprei. Eu fiz. — ela disse, sorrindo brevemente para mim.
Ficamos minutos em silêncio, até Isabella esticar o braço para ligar o rádio e, em seguida, começar a tocar "Paradise", do Coldplay. Uma onda de nostalgia passa por mim, trazendo muitas lembranças. Naquela época, essa música foi a trilha sonora de muitos beijos, muitas viagens e muitas danças.
Uma memória em especial volta à minha mente. Lembro que Bella costumava ficar muito constrangida com a possibilidade de dançar em público e para ela não sentir tanta vergonha, eu começava a fazer passos estranhos para deixá-la mais à vontade e assim o foco ser todo em mim e não nela.
— Dança comigo. — pedi pela décima vez nos últimos dez minutos.
— Edward, você sabe que eu não danço.
Estávamos no casamento de seu pai e ela passou as últimas horas sentada na mesa apenas observando os convidados se divertindo na pista de dança. Nem com seu pai ela quis dançar. Tudo para não ser o centro das atenções.
— Ah, vamos lá, para de frescura. Uma dança e eu não te perturbo mais. — eu disse, puxando levemente a sua mão.
Bella deu uma última garfada em seu bolo e se levantou, me acompanhando até a pista de dança e começando a dar passos tímidos e corando da cabeça aos pés. Uma música mais animada começou a tocar e eu aproveitei para começar a fazer meus passos idiotas de robô para fazê-la se soltar.
E funcionou. A risada que ela soltou aqueceu meu peito e a partir daquele momento eu prometi a mim mesmo que a faria rir em todo momento só para vê-la feliz.
Ela vira os olhos em minha direção como se lembrasse das mesmas coisas que eu. Nossos olhares são tão intensos que, quando eles se conectam, o rosto de Bella cora violentamente.
O resto do caminho foi feito em silêncio. Eu já conhecia o local. Rosalie, esposa do meu amigo do trabalho, Emmett, havia comemorado seu aniversário no ano passado e desde então Alice vivia comentando como tinha gostado de lá e que queria voltar.
— E aí, cara! Parabéns! — Emmett disse assim que cheguei.
Como minha irmã havia prometido, ela tinha convidado poucas pessoas. Além de Bella e Emmett, também estavam Rosalie, Jasper, Jacob, Seth e Jane. Esses três últimos também do meu trabalho.
— Alice, fica perto da Bella para ela ir se enturmando. — disse para Alice quando ela veio falar comigo, vendo que ela estava meio deslocada já que não conhecia ninguém.
— Claro, vou apresentar ela ao pessoal.
— Vou pegar uma bebida, quer alguma coisa? — perguntei à Bella.
— Um suco, qualquer um que eles tiverem. — ela pediu e seguiu Alice.
Fui ao bar e pedi dois sucos, já que estava dirigindo e não iria beber nada alcoólico.
Ao voltar para sala que Alice tinha reservado, vi que Emmett e Jasper estavam cantando alguma música da Britney Spears. Sentei na mesa ao lado de Bella e entreguei seu suco.
— Vai cantar o que? — perguntei, mesmo sabendo que seria bastante difícil fazê-la cantar.
— Ah, não sei! Eu canto só se você cantar comigo. Topa?
— Até o fim da noite eu penso na sua proposta. — digo rindo.
A noite passou rapidamente. Todos se divertiram, principalmente Alice, que tomou conta do microfone e quase não dava chance para ninguém.
Eu aceitei a proposta de Bella e cantei uma música qualquer de High School Musical que foi escolhida por Emmett e Alice. Cantamos parabéns logo em seguida contra a minha vontade e encerramos a noite.
Bella estava em silêncio por um bom momento desde que entramos no carro, e minha vontade era de quebrá-lo.
— Tudo bem? Você ficou calada desde que saímos de lá. Fiz alguma coisa?
— É que...
Ela não conclui o pensamento, deixando a frase no ar. Mesmo estando escuro, percebi que o rosto dela está vermelho e a forma como se remexia no banco do passageiro demonstrava nervosismo.
Coloco uma mão sobre sua mão esquerda pousada na coxa e a encorajo a continuar.
— Certo. Quando te vi naquela livraria, pensei em tudo o que a gente já viveu e por um segundo eu imaginei o que teria sido de nós se a distância não tivesse acontecido. Mas, depois que começamos a conversar, as coisas ficaram tão estranhas, como se nós estivéssemos sem graça perto um do outro...
Apesar de estar com os olhos fixos na estrada e Bella conversar comigo, a cabeça dela parecia estar muito distante. O carro voltou a ficar em silêncio, mas ela foi mais impaciente e quebrou ele me fazendo uma pergunta.
— Se pudesse voltar no tempo… Você teria feito alguma coisa diferente em relação a nós dois?
Eu olho para Isabella. As sobrancelhas dela franzem e ela morde o lábio inferior, como sempre fazia quando ficava nervosa. Velhos hábitos nunca mudam, pensei. Meu coração bate mais rápido a cada segundo que eu demoro para responder.
Entreabro os lábios como se fosse dizer alguma coisa, mas acabo não emitindo nenhum som.
— Quer saber, deixa pra lá. Vamos fingir que eu não perguntei nada.
— Eu queria poder mudar o passado, mas ele é o que é. Tudo o que posso fazer agora é me redimir com você por qualquer erro que eu posso ter cometido e tentar acertar as coisas daqui pra frente.
Há uma longa pausa e, por um momento, eu pensei que ela não tivesse gostado da resposta. Preocupado com a falta de reação de Bella, desvio o olhar da estrada e encontro a mulher ao meu lado com um sorriso discreto no rosto.
Logo, estou entrando na rua do prédio da Bella e estaciono o carro em frente.
— Bom, chegamos!
Bella solta o cinto de segurança e se inclina para o meu lado, dando-me um beijo bem próximo à boca. Sua ação me pega de surpresa, mas rapidamente a hesitação dá lugar ao desejo e ela se joga em meu colo, beijando-me, desta vez na boca.
Eu passo um braço ao redor de sua cintura enquanto, com minha outra mão, agarro sua nuca, puxando-a para mim e, automaticamente, ela se derrete em cima do meu corpo. Nossas línguas se chocam e exploram a boca um do outro de maneira faminta, saudosa. Porque era assim que nós nos sentíamos. Com saudade um do outro.
A intensidade do beijo faz minha cabeça zunir enquanto Bella desliza uma mão sobre o volume escondido sob a minha calça. Com um movimento ágil, seguro seu pulso.
— Bella, Bella… - murmurei colocando um distância entre nós dois. — O que você está fazendo?
— Eu… pensei que você quisesse isso…
— Eu quero. E muito! Mas eu não quero que nossa primeira vez depois de sete anos seja aqui, dentro de um carro apertado.
— Então sobe comigo. — pediu em um sussurro, destruindo minhas barreiras que estavam quase nulas.
Sem falar nada, abri a porta e saí do carro com ela ainda em meu colo. Coloquei Bella de pé depois de trancar a porta e fomos em direção a entrada do seu prédio.
Passamos pela portaria em direção ao elevador e após passar um minuto dentro dele envoltos de uma tensão muito forte, chegamos ao décimo primeiro andar.
— Quer beber alguma coisa? — Bella perguntou, enquanto retirava sua jaqueta e colocava sua bolsa na mesa ao lado da porta de entrada.
— Água está ótimo para mim. — pedi.
— Ok, vou pegar sua água e já volto. Fique à vontade. — desapareceu no que eu achei ser a cozinha e me deixou sozinho na sala.
Aproveitei para olhar ao redor. Por ter voltado a poucos dias, sua casa ainda não tinha muitas decorações. Ainda dava pra ver algumas caixas no canto. Mas na estante da sala havia bastantes fotos, inclusive minha e da Alice com ela.
Suspirei, lembrando do dia que foi tirada aquela foto. Era do dia do nosso primeiro beijo. Escuto passos voltando e logo Bella está de volta, entregando uma garrafa de água.
— Vou aproveitar que você subiu e te entregar o seu presente.
— Não precisava fazer nada para mim.
Bella pega uma caixa preta da estante e tira de dentro o que parecia um álbum de fotos.
— Eu mandei encadernar todos os poemas e textos que eu escrevi sobre você. — ela senta no sofá e me chama para sentar ao seu lado. — Aqui tem guardanapos, notas fiscais e até pedaço de papel higiênico. Eu pegava o que tivesse ao meu alcance para escrever.
— Isso é incrível, Bella. Nem sei o que falar.
— Edward… Eu não vou ser hipócrita e falar que você não mexe comigo. Sei que foram sete anos separados. Você seguiu sua vida, eu segui a minha, mas eu estou de volta. Eu sinto falta do meu pai e da Sue, de você e da sua família. Só preciso que você seja sincero comigo e responda a minha pergunta.
— Que pergunta? — pergunto.
— Eu não quero mais ficar longe de você e queria tentar de novo. Quero você, Edward. E quero saber se você está disposto a me querer também.
Dou um último gole em minha água e coloco o álbum e a garrafinha na mesa de centro. Me aproximo mais um pouco de Bella, o bastante para que nossos joelhos se encostassem.
— Você não sabe, mas tem me enlouquecido desde que eu soube que iria voltar para Seattle. Tem sido difícil, não vou mentir para você. Ficar longe de você tem sido extremamente difícil. E eu não sei se vou conseguir me manter distante. E respondendo sua pergunta: sim, eu também quero você.
Eu não perco tempo em puxar seu corpo de encontro ao meu, beijando sua boca arduamente. Os lábios dela se encaixam perfeitamente nos meus e acabam me desarmando completamente.
Prendo minha mão por trás de sua cabeça, segurando e puxando-o levemente. Com sua cabeça inclinada para trás, desço meus beijos por seu queixo. Levantei-a pela cintura, encorajando-a a sentar em meu colo. Inclinei seu corpo um pouco mais para trás, descendo minha boca até seu pescoço e alternando entre beijos e mordidas leves, sugando cada pedaço de sua pele que eu conseguia alcançar.
— Roupa demais. — Bella murmurou entre os beijos.
Levantei com Bella, incentivando-a a prender suas pernas ao redor do meu quadril.
— Me mostra onde é o seu quarto. — disse e ela apontou para uma porta a direita.
Andei pelo corredor e entrei em seu quarto, colocando-a sentada sobre a cama. Aproveitei para tirar minha camisa, calça e sapatos, ficando apenas com minha cueca preta.
— Tudo bem? — perguntei subindo em cima de seu corpo.
— Muito bem. — ela sorriu, levantando o quadril quando comecei a tirar sua calça.
Minhas mãos tiraram sua blusa e aproveitei para acariciar seus seios, ainda escondidos sob o sutiã rendado. Eu deslizava minha boca por sua pele quente, fazendo-a gemer a cada ponto sensível que eu encontrava. Afastei a renda e abocanhei seu seio direito enquanto massageava o mamilo esquerdo. Seus quadris ondulavam contra os meus, fazendo o meu pau pulsar a cada estímulo seu.
— Edw… — ela gemeu.
Desci minha mão direita por sua barriga, adentrar a calcinha e, finalmente, dando um pouco de alívio para ela. Pincelei meu dedo indicador em seu clitóris e logo penetrei-a com um dedo, seguido logo de outro, aproveitando sua lubrificação.
— Edward... Por favor. — implorou ao sentir minha boca chupar seu mamilo e meus dedos alcançarem um ponto específico dentro dela. — Eu preciso de você.
— Vou pegar uma camisinha. — sussurrei.
Me afastei rapidamente dela, ficando de joelhos na cama para pegar uma camisinha na minha carteira. Bella aproveitou minha distração para abaixar minha cueca e me masturbar lentamente. Tomou minha ereção em sua mão e começou a me acariciar de baixo para cima. Arfei quando ela aumentou os movimentos em meu pau e tratei de tirar sua mão de mim.
— Bella. — disse me afastando para colocar a camisinha. — Por mais que eu ame suas mãos em mim, preciso entrar em você.
Posicionei-me em sua entrada e a penetrei lentamente, fazendo Bella gemer em meu ouvido. Segurei firmemente em seus quadris quando Bella agarrou minha nuca e puxou meus cabelos. Aumentei a velocidade quando senti ela se apertar em volta de mim, se desmanchando em seguida. Minha respiração acelerou e meu orgasmo varreu meu corpo logo depois dela.
Eu puxo Bella para perto de mim depois de deitar ao seu lado, aninhando minha cabeça em seu pescoço e inspirando seu aroma.
— Eu estava louco para te beijar desde que te vi. — sussurrei em seu ouvido. — Você não sabe o quanto senti sua falta durante esses anos. No começo eu estava receoso, não sabia o que esperar do nosso reencontro, mas era só minha insegurança mais uma vez me atrapalhando.
— Bom que agora nós vamos ter todo o tempo do mundo para matar as saudades, não é?
Não há tempo de resposta. Seus lábios são amarrados aos meus e poucos são os que causam mais urgência. Eu já sabia como minha noite terminaria e estava ansioso por saber o que estava reservado para o nosso futuro.
Nem acredito que consegui finalizar esse one haha
Queria agradecer a Chloe Less que salvou minha pele dessa vez e corrigiu meus erros aos 45' do segundo tempo. Obrigada Chloe!
Beijos e até a próxima! ;)