Disclaimer: Os personagens não me pertencem e eu não vou ganhar dinheiro com isso. Essa fic está planejada a cerca de três anos, então não contém spoiller do último livro de HP. A música que dá nome a fic e que perpassa todos os capítulos é Stuck in a Moment do U2. A tradução da musica eu peguei num site desses de letras de música não sei ao certo qual.
CAP I
I'm not afraid of anything in this world
(Eu não tenho medo de nada neste mundo)
There's nothing you can theow at me that I haven't
(Não há nada que você possa jogar em mim)
Already heard
(que eu já não tenha ouvido)
I'm just trying to find a decent melody
(Estou apenas tentando encontrar uma melodia decente)
A song that I can sing in my own company(Uma canção que eu possa cantar em minha própria companhia)
As luzes brancas penetravam aos poucos nos olhos dela. Dores lancinantes que antes eram de tempos em tempos, agora eram constantes. Sua consciência oscilava entre o real e os breves momentos de desmaios. Os lábios estavam brancos e o rosto vermelho pelo esforço de conter a dor.
A maca estava sendo levada com extrema rapidez, algo lhe dizia que algo estava errado. Abriu os olhos e viu o rosto dele a sua frente, os cabelos loiros caindo pela sua face, ela sorriu fracamente, ele retribuiu como se dissesse que tudo ia ficar bem.
Chegou na sala de parto, e foi colocada em uma cama onde sua pernas foram alçadas em apoiadores. Ela sabia que aquilo não era um procedimento comum, queria perguntar algo, mas não saiam palavras, apenas gritos e gemidos de dor. Seu marido não foi permitido assistir o parto. Gina estava com medo. Muito medo.
Ouviu os barulhos dos aparelhos. Estava em uma maternidade trouxa, não havia dado tempo de chegar ao Sant Mungus. Era um parto prematuro, ainda faltava um mês para a data certa. Estava fazendo um passeio com Draco, e sentira dores intensas.
Os médicos pareciam nervosos, Gina não sabia o que pensar. Então sentiu uma dor mais forte que todas as outras. As luzes se apagaram, ainda ouvia os aparelhos baixinho ao longe. Desmaiou.
OoOoOoOo
Acordou lentamente. Deparou-se com uma parede muito branca a sua frente. Demorou alguns segundos para entender que estava em um hospital. Sentou-se na cama, era um quarto arejado, seria quase agradável se não fosse o cheiro de hospital.
Passou a mão pela barriga e sentiu-a menor. Só então se lembrou do difícil parto. Deveria ter desmaiado porque não se lembrava de ter visto o bebê. Achava ser um menino, não tinha certeza já que no mundo bruxo não havia o costume de saber o sexo da criança antes do nascimento.
Uma enfermeira entrou no quarto trazendo uma injeção. Quando viu a ruiva acordada, sorriu complacente e foi até ela.
-Como esta se sentindo, senhora Malfoy?
-Bem, muito obrigada. Onde está meu marido?
-Ah, ele já chega, foi avisar as famílias. Mas só saiu daqui quando teve certeza que a senhora estava bem. Engraçado ele não querer usar o telefone.
-E o meu bebê? – Gina perguntou ignorando o comentário da enfermeira.
-Hmm... senhora Malfoy, eu tenho que lhe dar esse calmante, o médico acha melhor que a senhora descanse mais um pouco. – desconversou a enfermeira, pegando a seringa.
-Ei, nada disso! – disse Gina olhando para a agulha – Antes quero ver meu bebê, onde ele está?
-Vou chamar o Doutor Thomas.
A enfermeira saiu do quarto, e Gina a observou muito desconfiada. Já tinha ouvido diversas histórias sobre troca e roubo de bebês em maternidades, ainda mais em maternidades trouxas.
-Que dificuldade, só quero ver meu filho – ela disse assim que o médico entrou no quarto.
-Fique calma senhora Malfoy. Seu marido esperava lhe dar essa notícia, mas ... – o médico se sentou na beira da cama de Gina – Seu parto foi um dos mais difíceis que eu já fiz. Seu marido disse que sua gravidez foi tranqüila e isso nos intriga bastante. Tentamos diversas técnicas para não botar em risco nem a sua saúde nem a da criança, e...
-Fale logo! – ela perguntou exasperada – O que aconteceu com meu bebê?
-Infelizmente, ele não resistiu. Tentamos de tudo, mas tivemos que escolher entre a senhora e a criança.
-O quê? – Gina não acreditava no que estava ouvindo.
-A senhora é jovem, sei que é uma perda significante, mas poderá ter outros filhos.
-Perda significante? Outros filhos? Não quero outro filho! Quero esse que estava aqui – ela disse apontando para a barriga – quero o meu bebê! – e Gina desabou em lágrimas, estava muito nervosa. A enfermeira se aproximou e deu-lhe uma injeção, em pouco tempo Gina dormiu.
OoOoOoOo
Ela podia sentir um peso em sua mão. Abriu os olhos e viu a cabeça de Draco abaixada apoiada na mão que segurava a dela. Perto da janela do quarto, em pé, como se tivesse pousando para uma revista, estava Narcissa Malfoy. A loira mexeu um pouco a cabeça em sua direção e a viu acordada.
-Oh Gina você está um desastre. Mas tudo vai ficar melhor.
Draco levantou o rosto e olhou para Gina. Parecia estar contente por ela ter acordado. Passou a mão pelos cabelos vermelhos da esposa, e a beijou na testa.
-Você esta bem querida?
-Onde está minha mãe? – Gina não havia captado a pergunta de Draco, ainda estava um pouco dopada.
-Foi na lanchonete com seu pai. Daqui a pouco estará aqui. E você, como está meu amor? – ele perguntou preocupado.
-Como queria que eu estivesse? Meu filho morreu. – ela disse séria, olhando de Draco para Narcissa que se virou para a janela novamente.
-Fique calma Gina. Escute, – ele se sentou ao lado da esposa – foi melhor assim. – os olhos de Gina se arregalaram - era você ou ele. Nós podemos ter outros filhos.
-Não, não podemos. – ela continuou num tom sério, Draco a olhou assustado – Todos agem como um filho pudesse substituir outro. Você nunca quis meu filho Draco, eu sei, e você sabe. Não me diga que foi melhor assim, foi melhor para você.
-Não diga asneiras Gina. Nós já tínhamos concordado em ter o bebê.
-Porque eu te pressionei. Foi você quem me escolheu no lugar da criança não foi?
-Claro que foi, eu não ia deixar você morrer.
- Você não me ama, só ama a si mesmo, e eu devia ter percebido isso antes.
-Mas o que você está dizendo? – Draco estava incrédulo.
-Estou dizendo que eu quero você fora daqui agora! Sai do meu quarto! Sai da minha vida!
-Mas...
-Vamos Draco, ela está nervosa – disse Narcissa, tirando o filho do quarto.
Gina caiu em prantos novamente, deitou a cabeça no travesseiro sentindo as lágrimas quentes rolarem por sua face. Fechou os olhos e era como se o passado voltasse a tona naquele momento.
OoOFlashbackOoO
O céu estava bastante claro, quase sem nuvens, a grama da mansão estava verdinha, e Gina observava isso enquanto entrava pelo portão. Algumas raras flores embelezavam as muitas árvores dispostas por toda a entrada da residência Malfoy. Àquele dia pertencia a beleza única da primavera.
Gina bateu à porta e esperou que o mordomo a abrisse. Entrou pensando que aquele era um dia perfeito, nada poderia estragá-lo, por isso decidiu contar a novidade à Draco.
Sentou na poltrona perto da lareira devidamente apagada e esperou pelo namorado que havia sido chamado pelo mordomo. Alguns minutos depois sentiu duas mãos tapando sua visão. -Draco não seja bobo, isso não combina com você – ela disse sorrindo.
-É, eu sei que não. – ele passou ao lado da poltrona, deu um beijo rápido na ruiva e se pôs de cócoras em sua frente. -E sua mãe onde está? – Gina perguntou querendo não parecer ansiosa, desviando o máximo a conversa do motivo principal de sua visita.
-Fazendo compras, como sempre. Mas eu sei que não foi para perguntar da minha mãe que você veio aqui. – ele levantou puxando as mãos dela fazendo-a ficar de pé, se sentou na mesma poltrona e a sentou em seu colo.
-Ei, eu tenho que ter um motivo para visitar meu namorado? – ela fingiu-se indignada. -Não, mas eu te conheço bem o suficiente para saber que você está querendo me dizer algo. Vejo por essa sua cara de quem quer parecer que não tem nada a dizer. Você disfarça tão mal. -Você é um pouco confuso Draco, mas tudo bem você venceu! Eu me rendo! – ela jogou os braços para cima em sinal de rendição. -Então me conte – ele afundou a cabeça no pescoço dela, e começou a dar beijinhos delicados. -Ah Draco assim você me faz perder o raciocínio – ele riu ainda roçando os lábios no pescoço dela – pare! -Não, assim, desse jeito, eu presto mais a atenção, comece a falar.
-Tudo bem então. – ela respirou fundo e começou – Sabe, a gente já namora a dois anos, e sei que a gente nunca planeja nada para o futuro, apenas deixamos as coisas acontecerem e tal...
-Eu planejo uma coisa para o futuro – ele disse ainda com a cabeça afundada no pescoço da ruiva, mas agora cheirando os cabelos úmidos. -Planeja? O que? -Não sei ao certo, mas eu planejo ficar com você sempre e sempre. – ela sorriu confiante. -Então, isso eu também planejo, e como eu já disse sempre deixamos as coisas acontecerem por si só, pois é, aconteceu.
-Aconteceu o que Gina? – não dando tanta a atenção a pergunta que ele mesmo fez. -Estou grávida.– Draco enrijeceu, mas Gina não reparou – Fiquei sabendo a uma semana, estava esperando o melhor momento para te contar, e...
-Como assim grávida? – ele perguntou sério olhando para ela.
-Grávida ué! Grávidissima, aliás! Seis semanas. -Não é possível – ele disse se levantando e deixando Gina cair na poltrona – isso não estava nos planos.
-Pensei que um dia íamos ter filhos – ela disse apreensiva. -Um dia. Um dia. Não hoje. – ele disse olhando pela janela.
-Ah Draco! – ela se levantou e foi até ele – Não seja bobo, não será hoje, será daqui a quase oito meses – ela riu e o abraçou por trás.
-Quanto tempo você disse? – ele saiu rápido do abraço dela – Seis semanas? Ainda dá para evitar isso não dá?
-Do que voc.. – ela arregalou os olhos – você não está dizendo o que eu penso que você está dizendo não é Draco Malfoy?
-Oh Gina não seja sentimental, você ainda nem sente isso. Não podemos destruir nossas vidas assim, somos muito novos. Você mesmo está cheia de planos para faculdade de história bruxa que quer fazer, vai jogar isso tudo no lixo? -Você acabou de chamar nosso filho de "isso"! – Draco virou de costas e bufou – Eu posso trancar a faculdade por um tempo. E escute aqui Draco, eu não vou fazer um aborto, sobre hipótese alguma.
-Gina – ele virou-se para ela – eu não posso ter um filho, não agora. -Então não tenha, mas eu vou ter.
Ela se virou, pegou a bolsa que estava em cima da poltrona e foi embora, largando um Draco extremamente atordoado para trás.
OoO Fim do Flashbak OoO
Gina enxugou as lágrimas, precisava se recuperar, tinha tomado uma decisão, precisava ver o corpo do seu bebê, o mais rápido possível.
Continua...
N/A: Bom, resolvi colocar minha veia dramática para fora e escrever essa fic. As primeiras linhas já estavam prontas a séculos, desde que tive um sonho com essa história triste. D/G's actions só vai rolar em flash back's porque como deu para perceber, a Gina tá odiando o Draco por ter permitido que o filho deles morressem ao invés dela e talz...
Bem, eu naum sei se vcs vaum gostar dessa fic, mas ela eh curtinha, entaum quem puder faça um esforço!
Bjoks
Tataya Black.
N/B: Oh my good... acho que nunca uma fic me dividiu tanto, quero dizer, como o Draco podia deixar a Gina morrer em troca de um filho que não desejava? E ao mesmo tempo dá tanta pena da Gina! Era o filhinho dela, puxa! Então, obviamente, Nathynha meu amor, você conseguiu dividir o coração de uma Black! Isso sem falar na classe com a qual essa fic é escrita, eu nunca vi isso, deus do céu, extremamente real e perfeita!
Além disso, próximo cap é perfeito, e acho que se eu chorasse como choram as pessoas normais eu choraria com ele, então se preparem para emoções!
Beijos, Ly Anne Black.