A/N: Obrigada a todos pelos reviews do capítulo anterior. Espero que gostem desse também.


A Cada Outra Meia-Noite

Capítulo 2: A Prática

Lily já estava na sala de aula, esperando, quando ele chegou. Ela estava parada na janela, olhando para fora, e cantando uma adorável canção, baixinho para ela mesma, mas pára quando ela vê que ele chegou. Ele gostaria que ela não tivesse parado.

"Desculpa."

"Pelo o quê?"

"Oh, ah, nada." Ela diz, retirando a varinha dela com muito mais confiança do que o tom de voz dela. Ela avança na direção dele, com a varinha a postos, e em posição de defesa, pronta.

James balança a cabeça, e retira a sua própria varinha, que de alguma forma escorrega pelos seus dedos. Lily se abaixa e a pega para ele. Ele olha para ele, e percebe o arranhão no queixo dele.

"Nossa, Professor, o que você fez consigo mesmo?" Ela diz, embora ela tenha uma boa noção do que tenha acontecido. As canecas que o Hagrid pegou eram ridiculamente enormes, como o próprio dono delas. "Fique parado, eu vou consertar isso." Ele, então, estica as mãos, para que ela também possa curá-las.

Usando feitiços não verbais, mais uma vez, ela ajeita o arranhão do queixo dele, e alivia um pouco a embriaguez dele… agora ele vai estar somente um pouco zonzo, ela pensa.

"Melhor?" Ela pergunta.

"Muito, obrigado…" Ele pára. Ele não está mais se sentindo bêbado, bem, pelo menos não tão bêbado. Ela não disse o feitiço, então ele não sabe qual que ela utilizou. Será que ela…

"Então, como funciona essa aula? Você me ataca e eu tento me defender, sem falar os feitiços?"

"Sim, essa é a idéia geral. Nós vamos começar com feitiços simples, como Expeliarmus. As azarações vão progredir, quando você também for progredindo."

"Ok."

"Você tem alguma pergunta?"

"Sim, você vai me atacar sem falar os feitiços também? Ou você vai me dar um aviso?"

"Nós vamos começar comigo dizendo os feitiços em voz alta. Então, nós veremos como continuamos."

"Ok, eu estou pronta. Me atinja com o seu ataque mais fácil."

"De alguma forma, dessa forma não tem o mesmo impacto."

"Sim, eu sei. Eu pensei em dizer "Me atinja com o seu melhor ataque", mas eu não quero que você me leve a sério, e acabe me levando para a ala hospitalar."

"Eu entendo."

"Ok, eu estou realmente pronta dessa vez." Ela diz, e realmente aparenta estar pronta.

Como ele havia dito, ele começou com os feitiços fáceis, os quais ela bloqueou facilmente. Eles moveram para um nível intermediário de azarações e feitiços. Ela também os bloqueou facilmente. Ela se encolhe visivelmente quando ele disse que eles estariam movendo para feitiços avançados e perigosos.

"Pronta?" Ele pergunta.

Ela não responde. Ele pergunta novamente, e ela dá um pequeno gemido de sim.

"Nós não precisamos ir tão longe hoje, se você não quiser." Ele diz, se sentindo um pouco culpado de ter assustado a pobre garota, mas então ele se lembra que ele tem que se acostumar com isso. Se a Lily Evans estava um pouco intimidada, então o resto da classe com certeza também vai estar.

"Não, eu quero continuar. Não vai ser menos apavorante da próxima vez. Melhor eu fazer enquanto estou afinada. Só…"

"O quê?"

"Nada. Esquece."

"Não, me diga, o que foi? O que você ia dizer?"

"Eu ia fazer um pedido bobo, que iria acabar com toda a finalidade do exercício…"

James espera ela terminar…

"Eu ia dizer para você, só… não me machucar."

É óbvio que ele não quer machucar ela, mas ele tem que jogar algumas maldições difíceis nela, em prol da educação dela.

"Se você se vai se machucar ou não, só depende de você." Ele disse. Isso pareceu tão frio para ela, quanto pareceu para ele?

"Eu estou pronta." Ela disse com frieza, decidida e determinada.

O primeiro feitiço que ele jogou para ela, ela bloqueou, mas acidentalmente, falou o contra feitiço em voz alta, ao invés de executá-lo em silêncio. Ela bate na cabeça dela com a mão dela.

"Não, está tudo bem." James diz para ela.

"Quantos pontos você deduziria, por isso, no exame?"

"Não se preocupe com isso agora. Ok, o mesmo novamente."

Dessa vez ela conseguiu bloqueá-lo sem pronunciar nenhuma palavra.

"Muito bom, Srta. Evans, muito bom." Se todos da turma fossem tão bons quanto ela, ele seria o professor mais feliz de Hogwarts. Mas muito depende somente da pessoa, não só do professor. Mas ele tinha uma turma muito boa, muito determinada, a maior parte Grifinórios e alguns Corvinais.

"Ok, esse vai ser o último, e o mais difícil. Se você conseguir bloqueá-lo, você está pronta… Está a postos?"

"Sim." Ela diz, um pouco mais alto do que um sussurro. Ele suspira internamente. Ele realmente não queria fazer isso com ela, ou com qualquer um, mas ele tem que fazer isso, ele se afirma.

Ele joga o último feitiço para ela. Os olhos dele estão presos aos dela, e ele vê o medo neles, e então, tudo escurece.

"Professor! Professor! Por favor, Potter, acorda..."

"Evans?" Ele diz de forma instável, sem ter certeza do que está acontecendo.

"Ai, obrigada Merlin! Eu estava com medo que eu tivesse… ai, obrigada Merlin!" Ela diz, dando um meio abraço nele. Foi um meio abraço porque ele estava deitado de costas, então ela realmente não podia colocar os braços dela em torno dele, mas ela coloca a cabeça dela no peito dele, e aperta os ombros dele.

Ele se senta, e ajusta os seus óculos. "O que aconteceu?"

"Eu… não sei ao certo. Você jogou aquele último feitiço para mim, e eu entrei em pânico."

"Pânico? Qual foi o contra feitiço que você utilizou?"

"Aí que está, eu não sei. Eu acho que eu o criei. A minha mente ficou completamente branca, e tudo o que eu podia pensar era que eu não queria que o feitiço me tocasse. O seu feitiço ricocheteou em algum lugar, enquanto você voou pela sala, e aterrissou aqui. Ai, me desculpa Professor, eu não tive a intenção." Ela se desculpa. Ele percebe que têm algumas lágrimas escorrendo pelas bochechas dela. Ele batalha o impulso de limpá-las.

"Eu estou bem. Mágica acidental é uma coisa perfeitamente natural. Acontece com vários bruxos e bruxas."

"Sim, quando eles têm 8 anos de idade! Eu achei que já havia passado dessa fase. Eu achei que eu tivesse controle…" Ela diz, aparentando estar envergonhada e angustiada, como se mágica acidental fosse o equivalente mágico de fazer xixi na cama.

"Nem toda a mágica acidental é ruim. Está certo em não ter o controle algumas vezes. Imagine se eu fosse um Comensal da Morte… e tivesse acabado de jogar um feitiço ainda pior em você. Esse tipo de mágica acidental seria muito conveniente. Foi não verbal, e foi muito eficiente. Se isso fosse durante os exames, eu seria forçado a te dar a nota máxima." Ele diz, tentando animá-la.

"Nenhum desconto por deixar o professor inconsciente?" Ela diz, com a sua boca finalmente virando para um sorriso.

"Talvez uma detenção, mas isso não afetaria a sua nota."

Ela ri.

"Você quer tentar mais uma última vez?"

"Sim, eu quero."

Dessa vez ela obteve sucesso, com muita habilidade, sem qualquer tipo de problemas.

"Muito bom, Srta. Evans. Agora, é claro que você não vai saber com antecedência quais os feitiços que eles vão utilizar…"

"Você vai me atacar silenciosamente agora?"

"Não, ainda não. Eu simplesmente vou misturá-los, não vou em ordem dessa vez… Pronta?"

"Sim." Ela diz, com determinação.

Ela bloqueia todos os feitiços com facilidade, até mesmo os mais perigosos.

"Você acha que está pronta para um ataque silencioso?"

"Se você acha que eu estou pronta, eu estou."

"Eu acho que você está pronta."

"Certo, então. Vamos lá."

Foi interessante ver como o método dela mudou quando ele atacou utilizando essa abordagem. Ela não o olhou nos olhos, mas para a varinha dele, percebendo cada movimento. Ele sabia que a Lily era excelente na aula de Feitiços, com excelentes movimentos da varinha e do pulso. Ela podia dizer o ataque dele, pelo jeito que ele movia a varinha dele. Na verdade, ele achou que ela é até melhor desse jeito. Decidindo testá-la, ele utiliza um feitiço que não havia usado antes.

Dessa vez ele estava preparado para qualquer "uso de magia acidental", e quando ele viu o olhar branco e assustado novamente nos olhos dela, ele imediatamente fez um feitiço de proteção em torno dele. Obviamente, a azaração leve dele ricocheteou nela, e algo veio na direção dele. Era tão poderoso, que mesmo com o feitiço do escudo, ele foi jogado para trás, somente que dessa vez ele ainda estava consciente.

"Me desculpa, eu fiz de novo. Eu estou feliz que você não esteja machucado."

"Eu também."

"Qual foi essa última azaração? Me pareceu familiar, mas eu não consegui identificar..."

"Rictusempra." Ele diz, enquanto simultaneamente atingindo-a com a azaração. Ela gira com uma risada agradável. Então, um minuto depois, ela pára, abruptamente, e o olha de cara feia.

"Como você fez isso?" Ele pergunta, espantado que ela conseguiu retirar o feitiço dela mesma.

"Bem, eu imaginei que, já que eu posso usar defesa não verbal, por que não posso usar contra feitiços não verbais… eu não poderia falar, não é? Eu não tinha escolha a não ser removê-lo silenciosamente."

"Muito inteligente."

"Não mesmo."

"Não, eu acho que não… não realmente. Mas foi a primeira vez que eu vi alguém fazer isso. Eu me lembro no sexto ano quando eu coloquei essa azaração no Sirius para acordá-lo em uma manhã, e ele estava rindo para caral… eu quero dizer, ele estava rindo muito por meia hora… ele ficou espumando de raiva comigo depois. Ele teve que ir a Madame Pomfrey porque ele ficou muito mal. Eu acho que ele até deslocou alguns músculos."

"Você não retirou dele depois de meia hora?"

"Na verdade quem retirou foi o Remus. Ele voltou do café-da-manhã e ficou com pena dele. Ahhh… aquela foi uma boa manhã."

"Eu aposto que o Sirius se vingou."

"Ele com certeza se vingou…"

"Você vai me dizer o que ele fez?"

"Não."

"Por que não?"

"Você é muito jovem."

"Com certeza eu não sou mais jovem do que você e o Sirius eram na época…"

Ele considerou isso, aceitou que era verdade, mas mesmo assim não podia contar para ela.

"Isso… não… vem ao caso."

"É uma memória tão dolorosa?"

"É uma memória inadequada. Eu não poderia em sã consciência compartilhá-la com um aluno."

"Ahh… é uma daquelas histórias…"

"O que você quer dizer?"

"Eu acho que você sabe o que eu quero dizer."

"Explique-se."

"Com certeza não. Eu não poderia conversar sobre um assunto tão inadequado com um professor."

"Você pode estar achando que é algo pior do que realmente é…"

"Talvez eu esteja, mas não tem outro jeito de saber a não ser que você me conte."

"Ou você me conte."

"Eu não vou contar."

"Nem eu."

"Então aparentemente estamos em um impasse."

"Aparentemente estamos sim."

"Eu não me importo. Eu não estou em uma situação pior por imaginar algo que pode ou não ser verdade sobre você. É somente a sua própria ciência, e orgulho, que estão em jogo."

"Como que o meu orgulho está em jogo?"

"Se você soubesse o cenário embaraçoso que eu tenho na minha mente…"

"Me diga!"

"Não. Eu prefiro guardar comigo mesma, é mais engraçado dessa forma." E então, ela começa a rir.

"O que, porque você está rindo?"

"Eu só estava… imaginando você…" mas ela não terminou, porque ela está rindo sem parar.

"Não foi nada desse tipo!" Ele diz, escandalizado.

"Não foi?"

"Bem, não envolveu..."

"Envolveu o quê?"

"Não foi engraçado…"

"Bem, talvez não tenha sido engraçado para você, mas eu aposto que o Sirius achou muito divertido."

"Quer saber de uma coisa? Nós deveríamos mudar de assunto."

"Muito bem, então, que tal… Rictusempra!"

Agora foi a vez do James. Ele estava rolando no chão rindo desenfreadamente. Entre as risadas, ele diz, "Tira… isso!"

"Tira você mesmo!"

"Eu… não… consigo… Evans… por… favor…" Ele estava rugindo com as risadas, e as lágrimas estavam escorrendo pelo rosto dele. Ela fica com pena dele, e remove a azaração.

Ofegante, ele se levanta. "Eu não sabia o quanto seria difícil. Eu realmente não consegui removê-la sozinho."

"Você só precisa se focalizar mais."

"Eu não conseguia! Eu estava muito ocupado rindo."

"Eu também estava."

"Como você conseguiu?"

"Eu… eu não tenho certeza. Tenta de novo, eu quero ver se eu consigo retirá-la dessa vez, agora que eu estou de bom humor pode ser mais difícil conseguir parar de rir."

"Rictusempra."

A Lily começa a rir sem parar, mas como da outra vez, ela aponta a varinha dela para ela mesma e, enquanto ri, ela remove a azaração.

"Humm… eu somente penso nisso, e eu paro."

"Podemos tentar uma coisa?"

"O quê?"

"Eu quero ver se você consegue fazer isso sem a varinha."

"O quê?"

"Magia sem varinha. Eu quero ver se você pode fazer isso."

"Você acha que eu consigo?"

"Eu acho que talvez você consiga. Me dá a sua varinha." Ela entrega, relutantemente, pensando que isso pode ser um truque dele para pegá-la sem varinha.

"Certo, mas sendo ou não sendo o meu Professor, se você me deixar rindo por 30 minutos, a minha vingança vai ser tão severa que vai humilhar a do Sirius…"

James engole em seco. Ele havia pensado em fazer isso no momento em que ela lhe entregou a varinha dela… mas talvez seja melhor ele não fazer isso.

"RICTUSEMPRA!"

Berros de risadas preenchem o ar. A Lily ri tão forte que parece que ela vai morrer sem oxigênio.

"Pára! Por favor!" Ela consegue emitir.

"Você pare! Pense! Concentre-se! Retire a azaração você mesma!"

Ela grita com a risada, lágrimas escorrendo pelo rosto dela, enquanto ela cai no chão.

"Você pode fazer isso. Vamos. Retire a azaração você mesma." Ele instrui.

"Potter! Srta. Evans!" Veio a voz chocada, e rígida, da Professora McGonagall. "O que está acontecendo aqui!"

A Lily para de rir. Ela permanece deitada no chão por um instante, tomando fôlego, e então se levanta, e limpa as lágrimas que cobriam as bochechas dela.

"Srta. Evans, você está bem? O que aconteceu?"

"Professor Potter, você fez isso ou fui eu?"

"Eu com certeza não fiz, então deve ter sido você."

"Alguém por favor me explique o que está acontecendo aqui!" Ordena a Professora McGonagall.

"Eu consegui, Professora!" Explica a Lily, excitadamente, para a McGonagall. "Mágica não verbal e sem varinha! O Professor Potter e eu estávamos tendo uma sessão de treinamento em feitiços de defesa não verbais. Eu consegui retirar o Rictusempra de mim mesma, sem falar nenhum palavra. E então o Professor Potter sugeriu que eu tentasse sem a varinha. Foi muito mais difícil, e levou muito mais tempo, mas eu consegui!"

"Isso… é… muito… bem especial, com certeza." Ela diz. Ela começa a frase como se fosse repreendê-la, mas depois que o significado penetrou nela, ela ficou devidamente impressionada.

"E não foi só isso que ela fez, Professora McGonagall." O Potter intervém. "Ela tem algum tipo de feitiço de escudo protetor, que ela mesmo inventou, mas que não consegue deixar de usar quando entra em pânico. Eu o vi duas vezes. Na primeira vez me deixou inconsciente, na segunda vez eu mesmo produzi um feitiço de escudo, mas o feitiço que ela mesma criou, o retirou. Isso foi realmente bem extraordinário. Eu acho que não seja exatamente o tipo de "mágica acidental", e sim um tipo de feitiço de auto preservação, que ela utiliza automaticamente. Eu gostaria de conversar com o Dumbledore sobre isso."

"Muito bem, Potter, eu quero dizer, Professor Potter. Eu acho, que já que não há nada de errado aqui, eu vou embora. No futuro, por favor, tentem manter o volume baixo." Ela disse, se virando para ir embora.

"Desculpa Professora, não vai acontecer de novo." A Lily se desculpou.

"Sim, bem… Boa noite, Srta. Evans."

Ela foi embora. James olha para o seu relógio, "Bem, isso é tudo por hoje, Evans. Você parece ter um conhecimento muito bom nesse conceito, e eu estou confiante que você está bem preparada para o exame prático da prático da próxima quinta-feira."

"Obrigado, Professor, mas…"

"Sim?"

"Bem, eu estava pensando se eu poderia continuar a ter aulas particulares com você. Você me ajudou a fazer mágica sem o uso da varinha hoje. Eu realmente iria apreciar uma orientação mais detalhada..."

"Eu não sou especialista em magia sem varinha, mas eu vou conversar com o Dumbledore. Talvez ele conheça alguém melhor para te auxiliar nisso. Quem sabe, talvez até o próprio Dumbledore possa te ajudar."

"Ah…" Isso foi um tom de decepção? Ou ele somente imaginou isso…


Naquela noite, no escritório do Dumbledore, o James explicou tudo.

"Parece que a Srta. Evans tem um dom natural especial." O diretor declara, de forma divertida.

"Sim, e ele está entusiasmada para aperfeiçoá-lo. Professor, será que você poderia ensiná-la? Ela é realmente uma garota muito inteligente, e eu acho que ela poderia se beneficiar muito tendo você para ensiná-la. E, eu não diria isso tão facilmente, mas eu acho que ela seria uma pupila merecedora dos seus ensinamentos."

"Você não deseja continuar a ensiná-la você mesmo?"

"Com certeza você é muito mais adequado. Eu quero dizer, eu já te vi fazer magia sem varinha antes. Eu não consigo fazer, então como que eu poderia ensiná-la?"

"Você conseguiu ensiná-la essa tarde, não foi? Foi você quem sugeriu a idéia, você que a orientou para conseguir ter sucesso."

"Sim, mas você sabe muito mais sobre esse assunto. Com certeza você seria capaz de explicar melhor as coisas para ela."

"Não há nada para ser explicado. Magia sem varinha é simplesmente fazer magias sem utilizar uma varinha. Não existe nenhum truque especial para fazer, você simplesmente faz. É algo que varia de pessoa para pessoa. O que pode funcionar para um, pode não funcionar para o outro. A Srta. Evans somente precisa achar o próprio método dela. E você seria um tutor tão bom quanto qualquer outro. Ela precisa de encorajamento e assistência, duas coisas que eu tenho certeza, Professor, que você é capaz de fonecer."

"Senhor, eu estou tendo a impressão que você quer que eu ensine ela."

"Eu quero."

"Por quê? Por que eu? Por que não outra pessoa?"

"Você não quer?"

"Eu só estou pensando, Professor, se tem algum motivo em particular do porque deveria ser eu, em vez de você, ou qualquer outro dos Professores."

"Bem, James" O Dumbledore começa, "Você tem um dom natural para entender os alunos. Você tem um jeito de fazer com que eles trabalhem arduamente, porque eles queiram trabalhar arduamente. Você os motiva. Isso é uma qualidade mágica em um professor… E eu acho que a Srta. Evans estaria muito mais confortável, e progrediria muito mais rápido com uma pessoa jovem e entusiasmada, a incentivando. Mas, se você não deseja isso, eu vou ao Professor Slughorn. Eu tenho certeza que ele vai ficar feliz em poder ajudar."

"Slughorn?" James cospe. "O que ele pode fazer? Ele conhece ingredientes, não intuição, e teoria de feitiços."

"Então, você aceita ensinar a Srta. Evans?"

"Eu… suponho que sim."

"Por que a resistência?"

"Eu não quero decepcioná-la. Ela tem tanto potencial…"

"Eu tenho fé em você, James."

"Obrigado, Professor."

"E, falando em ajudar a Srta. Evans, você deve estar na sala comunal dela em mais ou menos 20 minutos."

"Sim, senhor." James levanta da sua cadeira. "Boa noite, Professor."

Dumbledore o responde com um aceno de cabeça, e um sorriso misterioso.


A Lily estava em seu dormitório esperando, e pensando. Por que ela ficou desapontada que o Professor Potter iria conseguir um tutor diferente para ela? Mas, ela decide que é melhor não responder essa pergunta em particular.

Os pensamentos dela foram interrompidos por uma batida na porta do dormitório dela. Ela abre a porta.

"Boa noite, Professor Potter."

"Você está pronta?"

"Parece que você me fez essa pergunta umas cinqüenta vezes hoje, mas sim, eu estou pronta."

Os dois caminharam para a casa do Hagrid.

"Você conversou com o Dumbledore?" Ela pergunta, hesitantemente.

"Sim. Ele ficou impressionado, e concorda que um treinamento extra seria adequado."

"Quem ele decidiu que vai ser o meu tutor?"

James não responde imediatamente, ele estava um pouco envergonhado.

"Eu."

"Mas, você não sabe nada sobre magia sem varinha."

"Eu sei disso, e eu também disse a mesma coisa para o Dumbledore." Ele diz, defensivamente. "Mas, aparentemente, ninguém sabe, então depende do bruxo ou bruxa que tem a aptidão para tal, descobrir sozinho."

"Isso faz completo sentido. Se alguém me perguntasse como fazer, eu não teria a mínima idéia de como começar a explicar…"

"O Dumbledore disse que era uma escolha entre eu e o Slughorn."

"Slughorn?"

"Foi exatamente o que eu disse." Ele ri. A Lily ri fracamente.

"Eu peço desculpas, Professor Potter. Parece que, de uma vez só, eu coloquei tantos fardos extras em você. Primeiro, você tem que vir comigo todo dia para ver o unicórnio, e agora, as aulas extras… Eu me sinto como se estivesse me impondo no seu planejamento, e eu sinto muito…"

"Você não pediu que isso acontecesse. Eu ficaria ligado a cuidar do unicórnio de qualquer jeito. Eu estou sempre ajudando o Hagrid com as suas novas… aquisições bichanas. E, quanto às aulas, bem, eu sou um professor, e esse é o motivo pelo qual eu estou aqui."

"Eu gostaria de ter alguma maneira para te repor..." Ela diz, enquanto eles alcançam a cabana do Hagrid. As luzes ainda estão acesas dentro da casa, e fumaça está escorrendo pela chaminé. "Ah, parece que ele ainda está acordado." Ela bate na porta. "Hagrid?" Ela pergunta, com doçura.

"Só um minuto." Diz o Hagrid. Depois de alguns barulhos estridentes, e um palavrão abafado, a porta da frente se abre, e o Hagrid aparece, chupando o seu dedo indicador.

"O que aconteceu, Hagrid?"

"Eu me queimei."

"Deve ter sido um senhor fogo, eu não estava ciente que a pele de gigante se queimava tão facilmente..." Diz a Lily, com uma curiosidade travessa.

"É, bem, hum… Acidentes acontecem… Seja como for, a fórmula está ali na mesa. O Mercúrio está esperando por ela."

"Obrigada, Hagrid. Você vai lá para fora, ou você vai terminar..."

"Eu acho que eu vou limpar um pouco..." Ele responde.

"Sim, eu achei que você iria." Lily sorri, e o Hagrid não resiste, e sorri de volta. Ele vai acabar contando para ela, eventualmente.

No quintal do Hagrid, o Mercúrio estava galopando, se não graciosamente, pelo menos com vigor, a sua pele dourada brilhando no luar. No momento em que a Lily aparece, o Mercúrio vem para o lado dela, e cutuca a perna dela com o nariz dele. Ela se senta na palha, que ela fez mais cedo, e o Mercúrio imediatamente se senta ao lado dela. Ela acaricia atrás do pescoço dele, e ele faz um relincho de forma contente.

"Eu acredito que você esteja com fome, não está? Aqui está, bom menino… bom menino." Ela começa a cantar a canção de ninar novamente, e a canta de modo tranqüilizante, enquanto o bebê se alimenta. É uma doce cena, o James admite para si próprio, a linda ruiva e o lindo bebê unicórnio, e uma canção de ninar à meia-noite.

O Hagrid aparece quando a Lily acaba de alimentá-lo.

"Quer uma bebida noturna, James?"

"Eu acho que o Professor já bebeu o suficiente por uma noite, Hagrid. E, além do que, eu preciso voltar para o castelo."

"Ah, certo, tem aula de manhã… vocês dois..."

"Sim, eu tenho Transfiguração as 9h, então DCAT as 11h, mas não se esqueça que você tem que estar lá no amanhecer amanhã, Hagrid."

"Eu sei, eu não vou esquecer."

"Certo, boa noite Hagrid."

"Noite, Lily, James."

No retorno para o castelo, o estômago da Lily fez um alto ronco…

"Eu acho que o meu estômago está quase que digerindo a si próprio… a única coisa que eu tive para comer o dia inteiro foi um pedaço de torrada nessa manhã, no café-da-manhã…" Ela diz para o James. "O que eu não daria por uma galinha assada e um pão, ou sopa, ou massa, ou qualquer coisa… Eu deveria parar de falar sobre comida, ou vou começar a babar daqui a pouco. Eu acho que vou ter que me contentar com um sapo de chocolate, e uma pena de açúcar."

"Eu tenho uma idéia melhor, eu também estou bem faminto." Em invés de subirem as escadas, na direção do dormitório da Monitora Chefe, eles seguiram na direção oposta.

"Professor?"

"Você vai ver." Ele diz. "Os meus amigos e eu costumávamos vir aqui o tempo todo, quando estávamos na escola." Ele também costumava trazer as meninas em encontros para aquele lugar, mas ele não conta isso para ela. "Faz cócegas na pêra."

"O quê?"

"Faz cócegas na pêra." Ele repete.

Se sentindo um pouco boba, ela estica a mão e arranha inocentemente o retrato de uma cesta de frutas. Uma maçaneta aparece, e sem pensar duas vezes, ela imediatamente gira a maçaneta, e entra no aposento.

"James Potter! Podemos te dar alguma coisa?" Um elfo chia alegremente.

"Sim… que tal um pedaço, ou dois, de galinha assada, alguns pedaços de pão, talvez uma tigela de sopa e… uma torta de limão."

"É claro!" E ele sai apressado. A Lily olha em volta da cozinha em admiração e, poucos minutos depois, vários elfos retornam para eles, com a comida.

"Maravilha..." Lily suspira alegremente. James sorri.

"Bom apetite."

De alguma forma, Lily Evans consegue aparentar graciosa, mesmo quando devorando a comida.

"Está bom?" James pergunta com um sorriso maroto.

"Delicioso, deleitável, até divino."

Os elfos domésticos que os observavam iluminam de alegria, com esse elogio.

"Não tem como superar os elfos domésticos de Hogwarts." James concorda, começando a comer a sua Torta de Limão.

Molhando o pão com a última gota da sopa, Lily devora, com bom gosto, a última mordida, afasta a bandeja dela, e suspira.

"Eu estou estufada, eu acho que poderia muito facilmente deitar aqui mesmo, e tirar uma soneca no chão..."

O James ri. "Bem, é melhor você combater essa vontade até voltar para o seu quarto, e então você pode desmaiar."

"Infelizmente, eu não posso. Eu ainda tenho um dever para fazer."

"Sério? Qual matéria?" James pergunta, enquanto eles saem da cozinha.

"É um… projeto de transfiguração."

"Ah, transfiguração. Facilmente, era a minha melhor matéria na escola, uma pena que a Minerva me odiava. Bem, ela me amava, mas o Sirius e eu não fizemos as coisas muito fáceis para ela, enquanto nós estávamos na escola..."

"Eu achava que DCAT era a sua melhor matéria."

"Ah, era a minha favorita, com certeza, mas transfiguração vem naturalmente para mim. Qual é o projeto?"

"Ah, é… não é exatamente para a aula. É mais uma… atividade extra curricular… para o meu próprio divertimento."

"Ah, eu entendo. Só não seja pega, porque eu teria que te punir. Você já toma bastante do meu tempo desse jeito." Ele diz brincando, mas o rosto dela entristece.

"Eu realmente me sinto mal quanto a isso… talvez eu possa te recompensar por isso tudo?" Ela oferece novamente.

"Como? Não que você precise, mas eu estou curioso."

"Eu… pensei que eu poderia te ajudar a preparar as aulas… ou te ajudar com as experiências das aulas..." Ela diz, tentando sem sucesso, não formar um sorriso nos lábios dela. O rosto do James também se transforma em um sorriso maroto.

"O que você fez com aqueles arquivos? Até mesmo o Dumbledore não consegue desfazer o feitiço, e retorná-los a como eles eram antes..."

"É porque esses são novos arquivos. Eu não toquei nos arquivos originais, eles estão sãos e salvos, e estão programados a reaparecer miraculosamente na próxima quinta de noite."

"Por que na quinta?"

"Porque o Filch vai estar fora do escritório dele, com certeza, porque ele está sempre fora de 22h as 23h nas quintas."

"Aonde ele vai?"

"Eu não sei com absoluta certeza, mas ele não deixa os terrenos. Eu acho que ele vai para o terceiro andar, mas eu não tenho certeza para aonde ou porquê. Nunca me importei em seguí-lo."

"Por que não?"

"Porque espiar no zelador não é a minha idéia de diversão."

"Mas você não está curiosa?"

"Não. É o Filch, o quanto escandalosamente interessante pode ser? Ele provavelmente vai polir a sua favorita armadura toda quinta, ou algo do gênero. Como que eu poderia saber?"

"Há quanto tempo ele tem esse pequeno encontro?"

"Ah, a pelo menos três anos..."

"Bem, você está provavelmente certa. Provavelmente não vale a pena investigar."

"Então, é um sim, ou um não?" Lily pergunta para o professor dela.

"Me desculpa, mas eu não consigo me lembrar da pergunta."

"Bem, não era bem uma pergunta, e mais uma sugestão sobre te ajudar com as aulas de DCAT, em retorno pela sua ajuda, e em reparação aos arquivos do Filch."

"Ah, isso, claro, claro. Realmente seria bom ter um pouco de ajuda. Essa semana são somente aulas particulares para preparar os alunos para quinta, mas o terceiro ano está estudando animais das trevas, e eu poderia ter um pouco de ajuda com eles."

"Você vai me avisar então?"

"Sim, vou."

Eles já estavam na frente do aposento dela, e ela disse Vigilância para o retrato.

"Certo. Boa noite, Professor, eu te vejo amanhã na aula."

"Boa noite, Evans. Não trabalhe muito. Durma um pouco."

Ela sorri, e acena, enquanto o retrato se fecha, prendendo o James do lado de fora… não que ele quisesse estar lá dentro, claro que não…


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