Quando a enorme limusine deteve-se no pátio, fez se um silêncio mortal no saguão do prédio em que os executivos esperavam. O novo proprietário da Devlin Systems, o multimilionário grego James Potter, acabara de chegar. Sua reputação de implacável o precedera e o clima de tensão era eletrizante. Todos esperavam que uma enorme rodada de demissões fosse acontecer no final do mês.
Lily Evans, a ruiva esbelta da recepção, estava pálida como a morte. Sua concentração estava inteiramente centralizada nos portões da entrada, que se abriam naquele momento. Em alguns segundos ela o veria, pela primeira vez depois de quatorze longos e infindáveis meses.
Sua colega de trabalho, Jayne, uma loira muito falante, sussurrou:
– Aposto que ele não é tão atraente como aparece nas fotos publicitárias!
Lily sentiu a respiração vacilar e torceu as mãos.
Do instante em que James Potter tinha acrescentado a Devlin Systems a seu império global de empresas, ninguém mais estava interessado em conversar sobre qualquer outro assunto.
Tentar calcular desvairadamente como evitar ser vista por James quando tinha o azar de trabalhar na mesa da recepção deixou os nervos de Lily em frangalhos.
– Na verdade eu aposto que, do pescoço pra baixo, nosso James é atarracado, redondo como um barril e tão sexy como uma máquina de lavar! – declarou Jayne pesarosa.
Contradizendo essa previsão, entra, caminhando com segurança, um homem com quase dois metros de ombros largos, quadris enxutos e pernas vigorosas,com o físico de um atleta.
Do topo de sua imponente cabeleira negra até as solas de seus sapatos fabricados à mão, ele era, sob qualquer critério de julgamento, espetacular.
– Acabei de morrer e entrar no céu... – disse Jayne.
Os executivos se engalfinhavam diante de James Potter, desesperados para causar uma boa primeira impressão.
– Sensacional, deslumbrante e podre de rico! – Continuou Jayne.
– Sim... – balbuciou Lily. Parecia incapaz de despregar os olhos daquelas feições bronzeadas e daquele semblante audacioso. Ela ficou desconcertada por sentir um desejo que a pelas recordações, ao mesmo tempo doces e amargas,da última noite que passara nos braços de James.
Agora, essas lembranças ressurgiam trazendo uma culpa secreta.
Enquanto James aparentava estar bem ocupado, Lily deixou a mesa da recepção e rumou para o banheiro, onde tinha a intenção de permanecer até que o perigo tivesse passado.
– Lily...
Em estado de choque, ela congelou a meio caminho.
Quase morreu, naquela mesma hora, ante a surpreendente intervenção daquela voz melodiosa e inebriante, em uma pergunta perfeitamente audível e terrivelmente inesperada. Voltou-se devagar. A multidão de homens em volta de James tinha se repartido como o mar Vermelho.
O coração batia tão rápido que Lily receou desfalecer. Seus olhos foram ao encontro daqueles olhos castanhos-esverdeados, emoldurados por cílios negros. James caminhou até ela, parou e, com um gesto autoritário, indicou com a mão que ela deveria se aproximar. O rosto magro e decidido dele sustentava uma expressão dura como granito.
– Você trabalha aqui? – perguntou James com ar severo.
Dolorosamente consciente de que eles eram o foco da atenção de todos os olhares atônitos e de que estavam circundados por um silêncio mortal, Lily confirmou.
– Em qual departamento? – Sua estrutura óssea era esguia. Os olhos de longos cílios a examinavam com cuidado, como pedaços cortantes de gelo.
– Na recepção – Lily praticamente sussurrou.
Ele passou os dedos pelo maxilar agressivo. Com um gélido gesto de despedida, James afastou-se dela.
Outra vez.
N/A: Essa historia é bem curtinha! E eu a adoro! Digo só mais uma vez... Lynne Graham é DIVA!
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