AN: Eu nem tenho como agradecer todos os reviews que recebi pelo último capítulo! Depois de quase 5 meses sem postar nenhum capítulo, vocês me dão o grande presente de 22 reviews! Muito obrigada mesmo!
E agora estão sendo recompensados! Uma atualização rápida! :D
Espero que gostem...
Por Toda a Eternidade
Capítulo 21 – Acontecimentos Inesperados
"Welcome to the fallout
Welcome to resistance
The tension is here
The tension is here
Between who you are and who you could be
Between how it is and how it should be "
Switchfoot - "Dare You To Move"
James POV
Saio com o Sirius pelo retrato do meu dormitório, na direção do Salão Principal, depois de vestir o uniforme de Hogwarts.
"Achei que você só quisesse ser acordado na hora do almoço." Eu falo.
"Eu queria." Ele fala, completamente mal humorado. "Mas o Aluado achou que seria muito engraçado colocar a merda do gato que você resolveu dar para a Lily no seu quarto."
"Juro que eu estou me arrependendo de ter dado aquele gato para ela."
"Eu te disse que era uma má idéia. Mas você não ouviu. Ninguém nunca me ouve..."
"Devia ter ouvido mesmo..."
"Mas até que eu tenho agradecer ao gato..." Ele diz, soltando a risada alta dele. "Se não fosse por ele eu não perderia aquela cena cômica!"
"Vai a merda, Sirius."
Ele continua rindo alto e diz, "Quem diria que você pararia seja lá o que estivesse fazendo naquele quarto, para mexer uma poção."
Eu não falo nada e ele continua. "Se fosse eu, cara, a poção estragava!"
"Tá louco!? Lily me esganava se a poção estragasse! Eu só mexi aquela droga para tentar continuar..." Mas eu não consegui porque abri a minha boca grande sobre algumas das minhas atividades antes de namorar com ela. Pelo menos eu tenho o Sirius para culpar.
"Afinal, o que vocês estavam fazendo naquele quarto trancados?"
"Não é da sua conta!"
"Não preciso ser adivinho para saber mesmo. Quem diria que a Ruiva é assim... Se eu já tinha me surpreendido com ela quando peguei vocês dois naquele dia, e vocês estavam sozinhos, agora então, que fizeram o que eu acho que vocês fizeram com dois dos seus melhores amigos do lado de fora... Ela realmente me surpreendeu!"
"A gente não fez nada, Sirius!"
"Já que você não vai me contar o que aconteceu, eu vou ter que acreditar no que eu acho que aconteceu levando em consideração os fatos que eu tenho. Você saindo daquele quarto, naquelas condições, para mexer uma poção." E ele ri mais.
"Almofadinhas..."
"Eu duvido muito que vocês estivessem se beijando somente... No mínimo vocês estavam na mesma situação daquele dia que eu peguei vocês... Provavelmente além disso."
Eu decido parar com os pensamentos sórdidos do Sirius com a minha namorada e digo, "Ainda não fizemos sexo, se é isso que você está pensando."
"Jura?" Ele pára e olha estático para mim.
Eu simplesmente concordo balançando a cabeça, mas continuo a andar.
"Vocês estão juntos já a todo esses tempo, tem um dormitório exclusivo só para vocês dois, mas não transaram ainda?" Ele volta a andar, ficando ao meu lado.
Eu nego, balançando o rosto.
"Cara, eu acho que não agüentaria! Mas a Ruiva não me parece ser do tipo que quer esperar casar para só então fazer amor." Ele fala a última parte sarcasticamente.
"Ela não quer esperar. Mas ela não quer engravidar. E eu também não quero que ela engravide."
"Mas isso é fácil... é só ela ir na Madame Pomfrey e pedir uma poção anticoncepcional."
"Sério?" Eu fico surpreso que a enfermeira da escola distribua uma poção dessa tão facilmente assim.
"Claro! Pontas, estamos em uma escola cheia de adolescentes, todos dividindo o mesmo teto. Tudo bem que, teoricamente, os garotos não possam subir a escada para o dormitório feminino. Mas as meninas podem subir as escadas para o dormitório masculino, como você mesmo sabe, e muito bem até. A escola prefere entregar uma poção anticoncepcional para algumas alunas, do que ter várias alunas grávidas em suas salas de aula."
Isso me faz lembrar do ataque de ciúmes da Lily a poucos minutos. "Almofadinhas, não comenta com a Lily que eu sei muito bem que as garotas podem subir para o dormitório masculino."
Ele ri novamente e diz, "Por quê? Ela acha que você ainda é virgem?"
"Eu não sei o que ela acha..."
Mas depois da demonstração de ciúmes dela a poucos minutos, eu prefiro que ela não fique sabendo das garotas que já estiveram no meu quarto, principalmente no quinto ano.
"Você acha que ela é?"
"Não sei."
"Você nunca perguntou?"
"Não."
"Você não tem curiosidade em saber?"
"Não." Grande mentira... É claro que eu tenho curiosidade de saber se ela é virgem.
"Provavelmente você tem medo da resposta dela."
Eu não respondo nada, já que ele está certo... Por mais que eu tenha curiosidade em saber se ela é virgem ou não, eu tenho medo da minha reação dependendo da resposta dela. E se ela não for virgem? E se eu descobrir que alguém chegou tão perto na Lily quanto eu já cheguei. Ou pior ainda, que alguém foi mais longe com ela do que eu fui. Vai ser difícil eu me controlar para não azarar o cara.
"Com certeza você tem medo da resposta dela." Ele continua e eu continuo ignorando ele.
Ainda bem que chegamos no Salão Principal e a boca do Sirius fica ocupada demais comendo, para continuar a me encher o saco. Mas isso não me impede de continuar a pensar no assunto. Será que a Lily não é virgem? Ela parece ser virgem. Ela já saiu com alguns caras em alguns passeios a Hogsmeade, mas felizmente nenhum deles foi sério. Pelo menos não pareceu que nenhum dos relacionamentos anteriores dela foi sério. Será que ela também manteve em segredo outros relacionamentos, como vem fazendo comigo? Será que eu deveria perguntar para ela se ela é virgem? Afinal, para uma garota virgem a primeira vez é sempre dolorosa, e eu tenho que saber para me controlar na hora e não causar mais dor ainda para ela.
Mas eu não sei se quero saber... Vai que ela não é virgem... Pode ser um pensamento bem machista, mas eu gostaria de ser o primeiro cara dela...
"Pontas," Sirius fala, olhando para a mesa da Lufa-lufa, me tirando do meus pensamentos. "É impressão minha ou aquelas garotas são as malucas de ontem, quando chegamos de Londres?"
Eu me viro e olho para trás, para ver de quem ele está falando, e vejo três das quatro garotas que se desmancharam pelo Merlin ontem a noite. Só que agora, uma delas está em prantos, olhando para o Sirius enquanto as outras duas olham para ele de cara feia.
"São..." Eu falo, sem entender nada e me viro de volta para o Sirius, "Você fez alguma coisa com essa garota?"
"Não que eu saiba... Nunca saí com ela..."
Olho de novo para trás e vejo que a garota está com o rosto abaixado na mesa, enquanto chora sem parar, e uma das garotas passa as mãos pelas costas dela, enquanto continua a olhar com raiva para o Sirius.
"Parece que você terminou com ela, e feio!"
"Eu nunca saí com ela!" Ele repete.
"Ok..."
"Essas mulheres são loucas..."
E para comprovar o que ele acabou de falar, uma das garotas furiosas aparece ao nosso lado, e diz, "Nós já sabemos do seu segredo!"
Eu arregalo os olhos na mesma hora. Descobriram tão rápido assim que Lily e eu estamos juntos? Será que ela vai ficar muito furiosa em perder a aposta?
"Lily praticamente disse tudo hoje de manhã!" Ela continua.
"Como é?" Eu pergunto, me virando para olhara para a garota. Por que a Lily não me disse que contou para outros alunos que nós dois estamos juntos?
Sirius ri sem parar, mas pára instantaneamente quando a garota diz, olhando para o Sirius mas apontando para mim, "Você escondeu isso até do seu melhor amigo! Inacreditável! Você realmente não presta, Black!"
Sirius pára de rir e pergunta, claramente confuso, "Do que você está falando?"
"De você e Lily Evans! Óbvio!"
"Como?" Eu pergunto, completamente surpreso. Por que a Lily diria que está saindo com o Sirius?
"Pois é, James! Seu melhor amigo e a monitora chefe estão namorando escondidos!"
Sirius ri sem parar de novo e eu continuo com essa cara de panaca olhando para a garota.
"Calma, calma." Sirius diz, tentando parar de rir. "Lily, Lily Evans, disse hoje no café da manhã que está namorando comigo? A garota ruiva de olhos verdes?"
"É o que eu estou dizendo!" A garota fala, mais furiosa ainda e bate o pé. Eu juro que odeio quando essas garotas batem o pé.
"Isso é demais!" Sirius diz, sorrindo. "Ouviu isso, Pontas. Lily Evans, a Monitora Chefe, e eu, estamos namorando."
"Agora todo mundo sabe!" A garota fala e aponta para a amiga dela em prantos. "Isso é jeito de tratar a minha amiga? E o pior! Você escondeu isso até do seu melhor amigo!? Você é impossível, Black! Todo mundo em Hogwarts sabe que ele gosta dela." Sirius continua a rir e a garota pega o meu copo de suco de abóbora e joga no Sirius e sai enfurecida.
Eu me levanto da mesa, decidindo perguntar para a Lily no que ela estava pensando quando resolveu dizer essa mentira para todo mundo, deixando um Sirius perplexo na mesa da Grifinória.
Mas enquanto subo as escadas na direção do meu dormitório ouço o Sirius gritando atrás de mim, "Pontas! Pontas, espera, cara!"
Mas eu não respondo o meu amigo. Ele me alcança no segundo andar, mas eu continuo subindo as escadas. Quando entro no meu dormitório, Lily está estudando na mesa, e leva um susto quando olha para o estado do Sirius e para a minha cara e tom de voz, quando eu digo, "Você pode me explicar o que está acontecendo?"
Ela olha para mim confusa e pergunta, "Do que você está falando?"
"Aparentemente, Ruiva," Almofadinhas pára ao lado dela, colocando uma mão melada de suco de abóbora no ombro dela, que ela retira na mesma hora. "Nós dois estamos transando."
"Como é? Quem disse isso?" Ela se levanta e parece estar bem surpresa com a notícia.
"Uma aluna da Lufa-lufa disse que você contou para ela quando foi tomar café da manhã." Eu respondo.
Se é que é possível, ela parece ficar mais surpresa ainda, "Eu não falei nada com aquelas garotas. Elas só roubaram o Merlin de mim e eu peguei ele de volta! Essas garotas são loucas!"
Almofadinhas ri sem parar, dizendo, "Isso é demais..."
"Só você mesmo para achar que é demais estar tudo sujo de suco de abóbora." Aluado diz, enquanto ri da aparência do Sirius.
Eu ignoro os dois e pergunto para a Lily, "O que você disse para elas?"
"Nada! Só disse que o Merlin é meu!" Aí ela pára por alguns instantes, pensativa e depois continua, com o tom de voz um pouco mais baixo, "Mas elas acharam que era do Sirius... Não sei porque elas acharam que era do Sirius. Por que elas achariam que o meu gato é do Sirius? Isso não faz sentido... Você que me deu," ela aponta para mim, "não o Sirius."
Mas isso faz com que Almofadinhas ria mais ainda, e ele fala entre as risadas, "Elas... achavam... que o gato era meu... e acharam... que eu te dei... porque nós dois estamos juntos..." Ele limpa as lágrimas que escorrem dos olhos dele. "Isso é realmente demais." E se senta no sofá.
"O quê?" Lily continua completamente confusa, mas eu finalmente começo a entender a mente daquelas garotas.
"Elas te viram ontem com o gato quando chegamos de Londres..." Eu falo.
"... E acharam que o gato era meu!" Almofadinhas conclui.
"E acharam que você deu para a Lily porque estão juntos..." Eu me sento no sofá, ao lado do meu amigo e digo, "A mente feminina com certeza é algo difícil de entender."
"Então essas garotas acham que Sirius e eu estamos namorando escondido?" Lily pergunta, se sentando no sofá que eu conjurei.
"Isso pode ser uma coisa boa." Remus diz, e a Lily e eu olhamos para ele como se ele tivesse enlouquecido. "Calma! Pode ser uma coisa boa para vocês dois manterem o segredo que realmente existe. Todo mundo vai achar que a Lily está saindo com o Almofadinhas, enquanto na verdade ela está saindo com você, Pontas."
"Duvido que o Pontas vá concordar com isso!" Almofadinhas diz, rindo sem parar as minhas custas pela milésima vez. "Deixar que a escola toda ache que eu esteja pegando a Ruiva dele! Duvido!"
Eu concordo plenamente com ele. Como eu estou arrependido de ter sugerido a Lily de mantermos a nossa relação em segredo...
"O que você acha, Lily?" Eu pergunto, querendo saber se ela pretende continuar com o segredo ou que todos saibam que estamos juntos...
"O que o Remus falou faz sentido... Vai fazer com que a gente consiga manter o nosso segredo... se todos acharem que eu e o Sirius estamos juntos..." Ela fala isso olhando para o chão. É bem claro que ela odeia essa idéia tanto quanto eu.
Eu saio do lado do Sirius e me sento ao lado da Lily, colocando meu braço sobre o ombro dela, puxando-a para mim e acaricio o cabelo dela. "Se você quiser, Lily, a gente manda esse segredo para o espaço. Você não precisa fingir que é namorada desse aí." E indico o Sirius com o rosto.
Ela morde os lábios, pensativa, mas não fala nada.
"Vocês não precisa agarrar o Sirius na frente de Hogwarts." Aluado diz, olhando para a Lily. "É só não negar os boatos. Continuar como se estivessem namorando em segredo... Mesmo não estando..."
"Só tem um problema nessa história toda." Almofadinhas diz, "Quem disse que eu concordo fingir que namoro com a Ruiva?"
"Você estava se divertindo com essa história toda, por que não ajudaria?" Aluado pergunta.
"Porque eu vou me divertir mais ainda se vocês perderem a aposta. Se eu negar, eles vão a público e eu ganho a aposta. É muito melhor assim."
"Sirius..." Lily diz, "Por favor... A gente faz como o Remus sugeriu..."
"Sinceramente, Ruiva, eu não entendo o porque de tanto segredo. Se vocês estão juntos, então por que não colocar isso a público?"
Concordo plenamente com o Almofadinhas...
"Porque é muita pressão, Sirius! Além de ser perigoso!" Ela se levanta e fica andando para lá e para cá na nossa frente, "Nós dois já somos os Monitores Chefes, então seriam os dois Monitores Chefes juntos, e todo mundo já daria palpite no nosso relacionamento por esse motivo. Mas alem disso, James é capitão do time de quadribol, então eu seria odiada por todas as menininhas fanáticas por ele, só porque ele fica bem em cima de uma vassoura," Eu rio ao ouvir isso, "Mas, principalmente, acima de tudo, tem o fato que ele é um puro-sangue e eu sou uma sangue-ruim."
Na mesma hora eu paro de rir e me levanto e a reprimo, "Lily!" Remus e Sirius também gritam o nome dela.
"O quê?" Ela diz, olhando para mim e depois para os meus amigos. "É verdade! Com aquele louco solto por aí e as idéias dele de supremacia do sangue-puro, eu duvido que muitos alunos não concordem com ele. Eu já sou um alvo por ser sangue ruim, e não vou deixar que você também seja um alvo."
"LILY!" Eu grito com ela. "Pára de se chamar assim!"
"É só uma palavra, James!"
"Ruiva, você querendo ou não, James já é um alvo." Almofadinhas comenta.
"Mas seria mais ainda se soubessem que ele está saindo comigo!"
"E acharem que você está saindo com um Black seria melhor?" eu pergunto, alterado.
"Sirius já é tido como traidor e mesmo assim não ousariam atacar ele. Ele mesmo disse isso ontem. Sair ou não com uma sangue-ruim não vai fazer diferença nenhuma para ele."
Eu seguro as mãos dela com uma das mãos, para que ela pare de andar sem parar pela Sala Comunal, e seguro o queixo dela, erguendo o rosto dela para encarar o meu, forçando que ela me olhe direto nos olhos. "Pára de se chamar assim!"
"Mas..." E então eu vejo que os olhos dela estão cheios de lágrima que ela não permite que caiam.
"Eu não me importo com o que os outros pensam! Eu não me importo se vou ser um alvo maior para o Voldemort por estar com você!"
"Mas eu me importo, James! Eu não quero te arruinar porque você está comigo." Eu passo os meus dedos pelos olhos dela, para tirar as lágrimas que saíram de lá.
"Você não vai me arruinar, meu anjo." Eu abraço ela apertado por alguns instantes e quando solto eu a guio até o meu quarto. Por mais que eu goste dos meus amigos como se fossem meus irmãos, existem coisas que tem que ser discutidas em privacidade.
Eu fecho a porta do quarto e coloco a Lily sentada na minha cama, enquanto me ajoelho no chão em frente a ela.
Ela não fala nada. Só fica de cabeça baixa acariciando o gato. Eu tiro o cabelo da frente dos olhos dela, colocando-os atrás da orelha dela, enquanto pergunto, "É por isso que você não quis que ficassem sabendo da gente?"
"Ia ser ruim para você... ser visto comigo..."
"Lily..."
"James, eu não sou burra. Eu sei o quanto o mundo bruxo está racista. Racista contra bruxos do meu tipo. A maioria dos bruxos que discordam dele não colocariam a segurança deles e da família deles, por alguém como eu."
"Isso não é verdade, Lils. Os Aurores lutam contra ele!"
"James, você sabe tão bem quanto eu que o número de Aurores vem diminuindo sem parar. Ou eles são mortos..." Ela dá uma pausa... Mortos como o meu pai... Eu respiro fundo... "Ou eles desistem de lutar. Poucos continuam na ativa, realmente contra o Voldemort."
"Não é bem assim, Lily. Tem outros bruxos contra ele. Prof. Dumbledore! Ele continua aceitando bruxos nascidos trouxas como se nada estivesse acontecendo lá fora, dando uma proteção para eles dentro do castelo que eles não teriam do lado de fora."
"Sim, mas até o Prof. Dumbledore só me escolheu como Monitora Chefe para atiçar os puro-sangue extremistas."
"Isso não é verdade! Você é uma ótima aluna!Você mereceu esse cargo!"
Ela balança o rosto e diz, "Mas não importa se eu mereci ou não. Você acha que os filhos de comensais da morte que estudam aqui gostam de ter uma monitora chefe nascida trouxa? Eu posso até ter merecido isso, mas com certeza o fator que mais pesou foi que ele estaria deixando muitos bruxos enfurecidos com essa decisão."
"Lily -" Eu tento argumentar mas ela me corta.
"Eu não tenho futuro, James. Quando eu sair de Hogwarts, ninguém vai querer me contratar. Não vai importar nada se eu fui a melhor aluna do ano, ou se eu só tirei O nos NIEMs, se eu fui membro do Slug Club. A única coisa que vai importar é a minha descendência, e ninguém vai ficar contra o Voldemort contratando uma sang-"
Eu a corto na mesma hora, antes que ela possa se chamar dessa forma horrível mais uma vez. "Eu já disse para você parar com isso!"
Ela me olha com um olhar triste que me parte o coração. "É só uma palavra, James. Isso não me afeta. Se os puro-sangue acham que isso me afeta, deixa eles. Eu já estou acostumada a ouvir isso. Eu ouço isso a sete anos."
Eu duvido muito que isso não a afete.
"Lily..." Eu falo, acariciando o rosto dela. "Eu não me importo se você é nascida trouxa ou não."
"Mas eu me importo, James! Quando eu sair da proteção dos muros do castelo, eu vou ser perseguida. Eu sei disso. Nós vemos isso diariamente no Profeta Diário."
O meu sangue ferve em pensar que pode acontecer com a Lily. No que aqueles maníacos possam fazer com ela.
"Eu não vou deixar! Eu não vou deixar que nada de ruim aconteça com você."
"Você não tem como ter certeza disso, James. Eu não quero que você se prejudique, que você também seja perseguido, só por causa de mim." As lágrimas dela caem sem parar nesse ponto. "É melhor para todo mundo se o nosso relacionamento não for a público."
"Não, não é. Eu amo você. Eu não tenho vergonha de você. Eu não me importo se esses fanáticos vão me odiar mais porque eu estou com você. Eu só sugeri que mantivéssemos o nosso relacionamento em segredo porque eu achei que você não quisesse que dessem palpite, que fizessem fofoca. Se eu soubesse dos seus motivos verdadeiros, eu jamais teria sugerido isso, Lily. Eu não tenho vergonha de estar com você." Ela balança o rosto sem parar e eu continuo. "E esse segredo vai acabar hoje mesmo."
"Não, não, não."
"Sim, eu já te disse que eu não me importo!"
"E eu já te disse que eu me importo. Mas eu estou errada. O melhor... não seria se o nosso relacionamento não fosse a público..." As lágrimas escorrem mais rapidamente no rosto dela.
Eu não estou gostando nada disso.
Ela soluça e diz, "O melhor seria... se nós... não estivéssemos em um relacionamento..."
Eu não consigo acreditar no que estou ouvindo. "Não, Lily..." Eu coloco os meus dedos no cabelo dela e dou um beijo nela. "Não diz isso."
"Mas é verdade..." Ela continua, entre lágrimas. "Seria muito melhor para você se nós dois terminarmos..."
"Não seria, Lily! Como que ficar longe de você seria melhor para mim?"
"Você estaria mais seguro, James. Não podemos ir a público..."
Ela não pode terminar comigo, eu não vou deixar ela terminar comigo. Eu prefiro ficar com ela em segredo, do que sem ela.
"A gente pode manter o segredo se você preferir, Lils. Mas não faz isso."
E dou outro beijo nos lábios dela.
Entre os soluços dela, eu ouço o maldito sino tocar. Foda-se a poção.
"A gente estava tão bem a poucas horas atrás... não faz isso, Lily."
O silêncio dela está me deixando nervoso.
Depois de alguns segundos que se arrastam, ela felizmente fala algo, "Eu não quero fazer isso. Eu não quero manter esse segredo. Eu não quero terminar com você. Mas eu não quero colocar você em perigo. Eu amo muito você para te colocar em perigo."
"Você não está me colocando em perigo, amor. Você mesmo disse que nós estamos seguros aqui dentro dos muros do castelo. Você não precisa se preocupar agora. Ninguém vai fazer nada aqui dentro do castelo. Todos sabem que o único bruxo que o Voldemort tem medo é o Prof. Dumbledore. Voldemort não se arriscaria a atacar o castelo, não sobre a vigilância do Prof. Dumbledore."
Ela olha para mim duvidosa e eu continuo, "E quem sabe até sairmos de Hogwarts alguém já não tenha destruído esse fanático? Você pode estar se preocupando por nada..."
Ela balança o rosto sem parar, "Isso é muito difícil de acontecer, James."
"Difícil mas não é impossível. Mas mesmo que não tenham destruído ele quando nos formarmos, Lily, eu já vou ser um alvo. Estando com você ou não. Eu quero ser um Auror, e todos os aurores são alvos. Você sabe disso."
Depois de um tempo, ela finalmente concorda comigo, "É... você tem razão."
Tentando animá-la um pouco eu falo, "Claro que eu tenho razão. Eu sempre tenho razão. Afinal, eu sou James Potter!" e sorrio para ela.
Ela olha para mim, dá um sorriso leve e diz, "Convencido..."
Eu me sento ao lado dela na cama e a puxo para o meu colo, a abraçando forte. Depois de um tempo, eu continuo a falar, tentando dar um fim a essa idéia louca dela, "Então vamos parar com essa sua idéia de que eu estaria melhor sem você, ok? Porque não é verdade." Eu coloco a mão no queixo dela, erguendo o rosto dela, e a beijo mais uma vez, para afirmar o que eu acabei de dizer.
Quando rompemos o beijo ela envolve o meu pescoço com os braços e coloca o rosto no meu ombro, encostando-o no meu pescoço e diz, "Ok."
Eu fico completamente aliviado ao ouvir isso. Sei muito bem que a Lily é muito teimosa e quando coloca alguma coisa na cabeça é muito difícil dela mudar de idéia. Ainda bem que eu consegui fazer com que ela mudasse de idéia.
"Mas..." Ela continua, "Eu também não quero que achem que eu estou com o Sirius."
"Que bom! Porque eu odiaria ter que dar um soco no meu melhor amigo se ele resolvesse levar essa mentira a sério e achasse que tinha que provar para a escola toda que vocês realmente estavam juntos."
Ela ri fraquinho, mas eu falei a mais pura verdade. Conhecendo o Almofadinhas do jeito que eu conheço, eu duvido que ele não fosse se divertir tendo que fingir ser namorado da Lily. Ele ia ver até que ponto que eu agüentaria sem demonstrar claramente para a escola toda que eu que sou o namorado dela.
"Mas você quer continuar com o segredo?" Eu pergunto para ela.
"Não sei." Ela diz, olhando para baixo, enrolando um cacho ruivo nos dedos. "Você tem razão. Eu sei que você tem razão. Todos nós somos alvos, independente de estarmos juntos ou não."
"Então qual é o problema?"
"Você vai rir..." Ela diz, com os lábios se curvando em um pequeno sorriso. Eu olho para ela confuso e ela continua, "Eu odiaria perder a aposta para o Sirius."
Eu realmente rio.
"Lily, você não sabe quantas apostas eu já perdi para o Sirius. Essa não vai ser nem a primeira e nem a última. Ele vai se gabar? Claro que vai! Muito! Sem parar! Mas por no máximo duas semanas. Então ele vem com uma nova aposta e pronto! Ele esquece dessa."
Ela sorri um pouco e eu continuo. "Mas eu quero saber de você. Você quer terminar esse segredo? Você quer que todos saibam que nós dois estamos juntos?"
"Eu quero, mas..."
"Então não tem mas. Se você quer que acabe, o segredo acaba."
Ela não fala nada e eu não a forço para falar mais alguma coisa. Simplesmente quando sairmos juntos de noite para jantarmos no Salão Principal, vai ficar bem claro que estamos juntos.
Fico com ela abraçado por alguns minutos, até que ela pergunta, "Que horas são?"
Eu coloco o óculos que eu havia apoiado ao meu lado e olho para o despertador, "Onze e vinte."
"Eu tenho que levantar!" E ela levanta do meu colo em um pulo. "A poção! O veritasserum!"
Eu balanço os ombros, indicando claramente que a poção deve estar arruinada e que todo o nosso trabalho de semanas foi jogado no lixo.
"Será que não tem como ajeitar?" Eu arrisco perguntar.
Ela não me responde, mas a cara dela diz tudo. Óbvio que não, James...
Ela abre a porta e sai correndo do quarto para ver o estado da poção, e pára em frente a ela e pergunta, claramente confusa, "Não está estragada... Como?"
"Você e o Pontas estão me devendo e muito, Ruiva!" Almofadinhas diz. "Afinal, não é qualquer amigo que ficaria aqui mexendo esse treco fedido enquanto vocês ficam trancados no quarto."
Mas ele não faz nenhuma insinuação do que estávamos fazendo no quarto. Os olhos vermelhos da Lily, assim como seu rosto borrado de lágrimas, são uma ótima indicação que não estávamos nos divertindo. Muito pelo contrário.
Ela pega a varinha dela que estava em cima da mesa e aponta para o Sirius. "Calma, Ruiva, não é para me azarar também não." ele diz, erguendo os braços, como se estivesse se rendendo.
Ela faz um feitiço nele e vai até aonde ele está no sofá e o abraça, dizendo, "Obrigada, Sirius. Muito obrigada!"
Quando ela o solta, ele inspira fundo e diz, "O que você fez?"
"Um feitiço para tirar o olfato. Você merece."
Quando ela decide voltar para a mesa e passa por mim, eu seguro o braço dela com uma mão e falo no ouvido dela, "Lava o seu rosto..."
Ela olha para mim com os olhos esmeralda completamente vermelhos e concorda. Eu a solto e ela vai para o banheiro e eu me sento no sofá, com os meus dois amigos me encarando.
"O que houve, Pontas?" Aluado pergunta. "Ela não parece estar bem."
Eu apóio meus cotovelos nos meus joelhos e tapo o meu rosto com as minhas mãos, "Ela não está bem." Apoiando o meu queixo nas minhas mãos, eu olho para os meus amigos e digo. "Eu odeio o Voldemort. Eu realmente odeio o Voldemort. Ele e esses filhos da puta que o apóiam. Eles colocaram na cabeça da Lily que ela não é boa o suficiente. Que ela nunca vai ser uma bruxa tão boa quanto uma puro-sangue."
"É complicado hoje em dia para quem não é puro-sangue." Aluado diz. Isso é um assunto que ele também entende muito bem.
Eu olho para o banheiro e vendo que a porta ainda está fechada, eu continuo, "Ela disse que não tem futuro e que se eu ficar com ela também não vou ter futuro. Ela quis terminar tudo."
Aluado olha espantado para mim, mas é o Almofadinhas quem pergunta, "Ela terminou com você?"
"Claro que não!" Eu falo e bagunço mais o cabelo. "Mas quis... Mas eu a fiz mudar de idéia..."
Nisso a porta do banheiro se abre e ela sai de lá dentro. Os olhos dela ainda estão bem avermelhados mas o rosto está bem melhor. Ela pára na mesa, em frente a poção nova que ela está fazendo ali, e fica olhando para o relógio. Quando o sino AH toca as 11h30, eu mexo a nossa poção e vejo que ela joga vários ingredientes na poção dela, e fica mexendo sem parar.
"Que poção é essa, Ruiva?" Almofadinhas pergunta o que estava na ponta da minha língua.
Vejo que as bochechas dela ficam levemente coradas e ela responde, "Nada demais. Só uma poção que eu achei que fosse ser divertido fazer."
Aluado então comenta, sorrindo, "Acho que a diversão vem depois de você tomar a poção..." e a Lily fica completamente escarlate.
"Só vocês dois mesmo para acharem que beber ou fazer uma poção nojenta pode ser considerado um ato divertido." Almofadinhas comenta, e balançando o rosto. "Vocês precisam começar a fazer atos realmente divertidos."
Se é que é possível, Lily fica mais vermelha ainda. Com certeza, quando nós dois estivermos sozinhos hoje a noite ela vai me contar que poção é essa que ela está fazendo...
"Mas falando de coisas divertidas," Almofadinhas fala, "vocês decidiram se vão deixar que achem que a Ruiva e eu estamos saindo?"
"Decidimos." Eu falo, e olho para a Lily, que continua mexendo a poção. " Não vamos deixar que pensem que vocês dois estão juntos. O segredo acabou."
"Então eu ganhei a aposta?" Almofadinhas diz sorrindo e se levanta. "Vocês três podem me pagar!"
"Eu pago você, Aluado paga o Rabicho e Lily paga a Mary." Eu falo. "Já que éramos nós sei,s assim é melhor... Certo?"
"Por mim tudo bem." Lily diz, tendo parado de mexer a poção dela e se sentando ao meu lado, com o livro de História da Magia na mão.
"Por mim tudo bem também." Aluado diz. "Rabicho já estava me devendo uma grana mesmo."
"Falando nisso," Lily fala, "Cadê o Peter?"
"Provavelmente ainda está dormindo." Sirius responde. "Se tivesse acordado, já estaria aqui."
"É capaz de encontrarmos ele no almoço." Eu falo. "Acho difícil que o Rabicho perca o almoço."
E quando Almofadinhas e eu descemos para o almoço, depois da volta do almoço do Remus e de uma Lily, que retornou furiosa ao nosso dormitório, porque todo mundo ficou perguntando se era verdade se ela e o Sirius Black estavam namorando as escondidas, eu encontro o Peter na mesa da Grifinória.
"Rabicho." Eu digo, me sentando e pegando um monte de batata cozida.
"Aonde vocês estavam?" Ele pergunta.
"Cuidando da poção fedorenta." Almofadinhas responde.
"De novo?" Ele pergunta, surpreso. Será que nenhum de nós comentou com ele que ficaríamos tomando conta da poção durante outro domingo? Ou será que ele que não se lembra? Bom, eu não lembro se comentei ou não...
"É." Eu respondo, e continuo depois que engulo a galinha que eu estava mastigando, "Mas a Lily conseguiu um feitiço de tirar o olfato, então não está tão ruim."
"Hmm..." Peter diz. "Falando na Lily, vocês estão sabendo que a escola toda está achando que ela está saindo com o Almofadinhas?"
"Ainda estão achando isso?" Eu pergunto. "Achei que a Lily tivesse dito quando veio almoçar que não era verdade."
"Se ela disse, eu acho que ninguém acreditou nela."
"Então eu vou ter que provar para todo mundo que eles estão errados." E eu vou me divertir muito provando o quanto eles estão errados.
"Então acabou o segredo?" Ele pergunta com uma cara sorridente. "Eu ganhei a aposta?"
"Aham." Sirius diz, com um sorriso. "Você sempre ganha quando aposta a mesma coisa que eu."
"Mas você perdeu a aposta de quando Lily e eu ficaríamos juntos." Eu comento e ouço uma voz nos cumprimentando.
"Oi, garotos!"
"Garotos não!" Sirius diz, como se estivesse explicando algo para uma criança de 5 anos de idade. "Marotos, Mary! Marotos!"
"Oi Mary." Eu falo, tentando ser cordial. Nunca fui muito de conversar com ela, mas agora que estou com a Lily parece que as duas são um pacote. Mas como a Lily não reclama de ter que lidar toda hora com os Marotos, eu também não vou reclamar...
"Lily já almoçou?"
"Aham."
"Ótimo!" Ela diz, se sentando ao lado do Rabicho.
Ok, isso é algo estranho de se ouvir da melhor amiga da sua namorada...
"Ela vai enlouquecer quando ouvir a fofoca que está rolando por Hogwarts!"
"Nós já sabemos." Eu falo.
"Ela pirou?"
"Aham."
"Sabia..." Ela diz, balançando o rosto, e se levanta. "Bom, minha amiga precisa de mim. Vou no dormitório de vocês. Se eu conheço bem a Lily, ela vai acabar fazendo alguma besteira."
Pois é, Lily quase fez uma grande besteira...
"Além do que," ela continua, "eu tenho que contar todas as versões que eu fiquei sabendo, antes que ela saiba por outros e esgane alguém."
"Versões?" Sirius pergunta, mas ela não responde. Só sai correndo do Salão Principal sem tocar na comida dela. "Que versões serão essas?" Ele pergunta para mim.
Eu balanço os ombros. Nem sei se eu gostaria de saber dessas versões. Conhecendo os alunos de Hogwarts, muitas delas devem envolver a Lily e o Sirius em posições comprometedoras, e isso é algo que eu jamais gostaria de visualizar.
Quando voltamos do almoço, passando antes pela Torre da Grifinória para o Rabicho pegar o livro dele de História da Magia, Lily está trancada no quarto dela com a amiga, mas a poção que a Lily está fazendo continua aqui na mesa da Sala Comunal.
Sirius e eu começamos a jogar uma partida de xadrez e quando paramos para mexer a poção, ou melhor, ou quando eu paro mexer na minha poção, já que Aluado é o único mexendo a poção deles, Remus comenta, "Vocês dois não vão fazer os deveres que temos que entregar amanhã não?"
Almofadinhas ri e diz, "Você nos conhece a quantos anos mesmo, Aluado?"
"Ainda temos muito tempo..." Eu digo, olhando para o relógio. Ainda são três horas da tarde. Ainda temos mais cinco horas de tortura presos aqui cuidando da poção. Eu preferiria muito mais estar lá fora, em um treino de Quadribol ou trancado no quarto da Lily com ela, em vez da amiga dela. "Transfiguração é só treinar..." Como se eu precisasse treinar transfiguração...
"Mas e Feitiços e DCAT?"
"Ainda tem tempo..." Eu falo e continuo a jogar com o Sirius.
Um pouco antes do sino tocar novamente, Lily e Mary saem do quarto, com as duas rindo sem parar.
"Tchau garotos..." Mary diz, se despedindo.
Almofadinhas parece novamente ultrajado. "Garotos, não! Marotos!"
Mas ela não se conserta e sai pelo retrato.
"Mas a gente não faz nada a muito tempo..." Almofadinhas diz, pensativo. "Tem muito tempo que não pregamos uma peça nos Sonserinos... Nós temos uma reputação a manter, Pontas!" E ele pega um pedaço de pergaminho e começa a anotar todas as novas peças que podemos fazer nos Sonserinos e especialmente no Ranhoso.
"Eu ganhei o jogo por sua desistência então?" Eu falo, zoando ele.
Ele olha para o tabuleiro, mexe o cavalo dele e diz, "Xeque-mate." e volta a escrever no pergaminho.
"Merda..."
Eu não quero fazer o dever, mas Lily está mexendo a poção, e eu duvido que ela vá parar para me dar atenção, e Aluado e Rabicho estão estudando. É melhor eu me juntar a eles então... Entro no meu quarto, pego o livro de DCAT e volto para a Sala Comunal, me sentando ao lado da Lily na mesa.
Alguns minutos depois, quando ela pára de mexer a poção, ela vem para atrás de mim, e começa a massagear os meus ombros, e olha para o pergaminho que eu estou escrevendo. "DCAT?"
"Aham..."
"Eu já terminei esse dever-"
"Que coisa feia, Lily." Eu resolvo brincar com ela, para manter o bom humor que parece que a amiga dela deixou nela. "Se gabando assim. Você é muito convencida, sabia?" Eu me viro e sorrio para ela.
Ela mostra a língua para mim e eu não resisto e aproximo o meu rosto do dela, e a beijo. Depois de nos separarmos, ela diz, "Se você me deixar terminar de falar, eu ia dizer que já terminei, então eu posso te ajudar. E depois você me ajuda em Transfiguração. Eu realmente tenho que treinar... Eu treinei um pouco ontem com a Mary, Michael e o Tyler..."
Eu respiro fundo, não querendo deixar esse ciúme que eu tenho por ela tomar conta. Tentando não ficar curioso em saber o que ela fez no dia de ontem, enquanto eu estava em Londres com o Sirius. Tento não pensar no Tyler ajudando a Lily em Transfiguração do mesmo jeito que eu a ajudei no domingo passado.
Eu tento não pensar nisso, mas realmente não consigo...
Eu sei que eu posso confiar na Lily. Mas eu realmente não confio nesses caras que ficam dando em cima dela. Realmente vai ser muito melhor terminar com esse segredo todo hoje a noite e ver esses babacas se afastarem dela. Afinal, eles não são burros de mexer com uma namorada do líder dos Marotos.
"James, você está me ouvindo?"
"É... desculpa, você pode repetir?"
"Ai... Eu estava dizendo que treinei com a Mary, Michael e Tyler ontem, mas não adiantou de muita coisa... Não que eu achasse que fosse ser diferente." Ela abaixa o rosto no meu ouvido e fala baixinho, "Afinal, eles não explicam tão bem como você. Então, você pode me ajudar?"
"Não tem como eu recusar uma proposta desse tipo!" Eu falo sorrindo.
Ela se senta ao meu lado, pega o meu pergaminho e começa a ler tudo que eu já escrevi, e faz vários comentários e correções. Quando o sino toca pela segunda vez, desde que começamos, nós terminamos.
"Transfiguração agora?" Lily pergunta.
"Claro!" Eu me levanto e me estico, espreguiçando. "Do jeito que eu conheço a McGonagall," eu falo, com a minha varinha em mãos e caminho para o centro da sala. "A próxima coisa que ela vai mandar a gente conjurar é um sofá. Então, vamos treinar com esse aqui em mente." Aponto a varinha para o sofá que o Sirius está sentado e o faço sumir. Na mesma hora, Almofadinhas cai de bunda no chão e todos rimos sem parar.
"Porra, Pontas!" Ele diz, se levantando e esfregando a bunda com a mão. "Por que você fez isso, cara?"
Eu balanço os ombros e digo, "Lily tem que treinar transfiguração."
"Ah, está tudo claro então!" Ele fala, balançando os braços. "Lily precisa treinar transfiguração! Então por que ela não pode treinar com aquele sofá, que não tinha ninguém sentado nele?" Ele aponta para o sofá que eu conjurei hoje de manhã.
"Porque é mais fácil ela visualizar um sofá que ela conhece a mais tempo do que um que ela viu tem poucas horas." Eu minto, tentando não sorrir enquanto falo isso. É porque foi muito divertido ver o Almofadinhas cair de bunda no chão.
"Tá... Tá bom..." Ele resmunga. "Vou fingir que acredito." E se senta no outro sofá, olhando para mim de cara feia, como se estivesse me ousando a sumir com aquele sofá também.
Eu aponto a varinha para o sofá, pronto para o desafio, mas a Lily coloca o braço no meu ombro e diz, enquanto abaixa a minha mão que segura a varinha com a outra mão, "Chega, James. Ele já caiu uma vez. Você já teve a sua diversão. Além do mais, eu ainda estou muito grata por ele não ter deixado a nossa poção arruinar."
"Salvo por uma mulher, Almofadinhas!" Peter diz, rindo sem parar. "Teve que se rebaixar a isso!"
"Cala a boca, Rabicho." Ele diz, voltando a escrever no pergaminho de próximas peças, "Senão você vai ser o alvo da peça número 1 daqui. E eu estava salvando essa para o Ranhoso. Vou odiar desperdiçar em você."
Peter cala a boca na mesma hora.
"A coisa certa a fazer, Sirius," Lily diz, olhando para o pergaminho do Sirius, "Seria James e eu confiscarmos isso aí. Afinal, nós somos os monitores chefes e é proibido azarar os alunos."
Ele estica o braço com o pergaminho em mãos, "Você pode pegar o papel a vontade, Ruiva. Mas não vai conseguir pegar isso aqui." Ele aponta para a cabeça dele, sorrindo sarcasticamente, e bate com o dedo indicador duas vezes na cabeça, "E todas essas peças e muitas outras estão aqui dentro. Você pode ter certeza disso."
"É verdade, Lily." Eu falo. "Pegar esse pedaço de papel não vai adiantar de nada."
"Eu não ia pegar mesmo." Lily continua. "Só estava falando que eu deveria pegar, não que eu iria pegar. Afinal, Hogwarts merece um pouco de diversão nos dias de hoje." E ela olha seriamente para o Almofadinhas, "Mas nada perigoso nem humilhante, ok?"
"Ruiva," Almofadinhas fala, balançando o rosto, "você sabe que eu jamais faria isso... Principalmente com nenhum aluno da Sonserina."
Nós três Marotos rimos enquanto Lily balança o rosto, mas ela está sorrindo.
"Vamos, Lily." Eu falo, colocando uma mão no ombro dela e apertando levemente. "Vamos treinar."
Só que para a minha tristeza, Aluado se levanta e diz, "Vou treinar com vocês também."
Acho que a minha decepção fica aparente no meu rosto, pelo jeito que Sirius ri e diz, "Acho que você vai atrapalhar o casalzinho, Aluado. Acho que nós três estamos atrapalhando. Mas eu não me importo com isso mesmo..."
"Posso começar com uma poltrona, James?" Lily pergunta, com um tom de voz que não é o característico dela. Com um sorriso que também não é característico dela. Eu diria que é um sorriso quase maroto.
Acho que estou sendo uma má influência nessa garota...
"Pode..."
"Ótimo!" Ela diz e se vira rapidamente, apontando a varinha para o Peter, e faz a poltrona aonde ele está sentado sumir. Só que ele estava segurando o pote de tinta na hora e quando cai, fica todo sujo de tinta.
"Lily!" Ele reclama, enquanto Almofadinhas, Aluado e eu rimos sem parar.
"Ops." Ela diz, com cara de arrependida. "Desculpa, Peter." Mas o meio sorriso no rosto dela mostra que ela não está nem um pouco arrependida. "Mas é isso que você recebe por falar mal das mulheres." Ela fala mais baixo.
Eu rio sem parar e o Rabicho resmunga, se levantando e faz um feitiço de Evanesco nele mesmo, se limpando da tinta. Só que como o Peter não é o bruxo mais habilidoso em Feitiços, ele acaba sumindo não só com a tinta que estava no uniforme dele, como some com o uniforme dele, e fica só de cueca.
Mais uma vez nós três Marotos rimos, e dessa vez a Lily não controla a risada e também se une a nós. Mas eu automaticamente coloco a mão na frente dos olhos da Lily, impedindo-a de ver algo que com certeza vai traumatizá-la pelo resto da vida. Peter sai correndo da sala resmungando e entra no meu quarto, fechando a porta.
Limpando as lágrimas, Lily diz, "Será que eu peguei muito pesado com ele?"
"Não, Ruiva!" Sirius diz, também entre lágrimas. "Ele já teve muito pior de nós três."
"Com certeza!" Eu falo. "Lembra no primeiro ano, quando a gente não gostava do Peter, porque ele vivia seguindo a gente para cima e para baixo e a gente fez com que ele entrasse no banheiro da Murta Que Geme, ele a deixou chateada-"
"O que não é nada difícil..." Lily comenta.
"E ela resolveu entrar em um vaso que alguém tinha cagado e não tinha puxado a descarga a muito tempo..." Eu falo, rindo sem parar.
"E ele ficou todo coberto de bosta!" Almofadinhas continua, segurando a barriga de tanto que ri.
"Que tempos bons..." Aluado continua. "Depois fizemos a mesma coisa com o Ranhoso na semana seguinte."
"Eu lembro disso!" Lily diz, olhando com os olhos arregalados para nós dois. "Severus ficou furioso com a Murta Que Geme! Foi peça de vocês três?"
"Bom," Almofadinhas explica, "Com o Peter a gente não tinha como saber que isso ia acontecer. Achamos que ele ia sair de lá molhado, mas a Murta escolheu justamente um vaso que estava cheio de merda. Isso foi destino. Mas com o Ranhoso nós tivemos o trabalho de ter a certeza que isso iria acontecer."
"Vocês são terríveis!" Lily diz, balançando o rosto.
"Ei, Lils," eu argumento, "Nós fizemos um favor a escola! No dia seguinte o cabelo do Ranhoso esteve tão limpo quanto nunca esteve em toda a vida dele!"
"Vocês realmente são terríveis." Lily afirma novamente.
O sino toca mais uma vez e Lily e Remus mexem as poções. Depois disso, começamos a treinar a conjurar a poltrona e o sofá. Remus começa direto com o sofá, mas a Lily realmente resolve começar com a poltrona. No meio tempo, Peter sai do meu quarto vestindo uma camisa e uma calça minhas. Como eu sou mais alto e mais magro que ele, é bem óbvio que não vestem ele nada bem. Na verdade, a calça comprida nem fecha. O zíper está completamente aberto.
"Pontas!" Ele diz, apontando para o estado dele. "Uma ajuda aqui? Você pode expandir um pouco as suas roupas?"
"Claro, Rabicho, claro..." Eu falo, enquanto Sirius tem outro ataque de risos. Eu aponto a varinha primeiro para a calça, alargando-a, e enquanto ele fecha o zíper, eu acerto o tamanho da camisa. Basicamente o que eu encurto no comprimento, eu aumento na largura.
"É seguro sentar aqui?" Ele pergunta, apontando para uma das cadeiras da nossa mesa.
"Claro, Pete." Lily responde.
"Agora eu não tenho mais tinta..." Rabicho reclama, olhando para o dever dele.
"Você pode usar a minha tinta se quiser." Lily oferece, apontando para o pote de tinta dela, que está logo ao lado dele, em cima da mesa.
"Valeu, Lily."
E voltamos a treinar. Ou melhor, Lily e Remus voltam a treinar enquanto eu assisto e ajudo os dois. Mas ajudo principalmente a Lily.
Tenho que admitir que ela está muito melhor hoje do que estava na semana passada. Talvez seja devido ao fato de hoje termos companhia e eu não poder ajudá-la completamente, da forma que eu gostaria. Eu só sei que em 4 tentativas ela começa a conjurar uma poltrona perfeita e passa para o sofá, que também não demora muito para que ela conjure um perfeito.
"Não acredito que acabei!" Ela diz, se sentando no sofá que acabou de conjurar. "Todos os deveres de amanhã feitos!" Ela pega a mochila dela e tira o Semanário das Bruxas e começa a ler.
"Semanário das Bruxas, Lily?" Eu pergunto, surpreso. "Não sabia que você lia esse tipo de revista."
"Toda garota lê esse tipo de revista, Pontas." Sirius comenta, já tendo acabado de criar a lista de peças que os Marotos vão fazer até a festa de Natal, e estando deitado no sofá que eu conjurei, descansando do trabalho árduo.
"Tem algumas coisas interessantes." Ela fala, folheando a revista.
Eu começo o dever de Feitiços, e ela continua a ler. Quando estou no meio da redação, ela pergunta, olhando para a revista dela, "Quantas vezes por minuto os garotos pensam em sexo?"
"O quê?" Aluado e eu perguntamos, Rabicho fica todo vermelho e Almofadinhas começa a rir.
"É sério." Ela diz, olhando para a gente curiosa. "Aqui diz que os garotos pensam em sexo uma vez a cada trinta segundos! É verdade?"
"Lily, Lily, Lily..." Almofadinhas diz, balançando a cabeça, enquanto se levanta. Ele pega a revista da mão da Lily e começa a ler. "Não se deve acreditar em tudo que se lê, você sabia disso?"
"Não é verdade não, Lily." Aluado fala. "Não pensamos em sexo tão freqüentemente."
Eu não falo nada, mas não sei se o Aluado tem razão. Eu nunca parei para contar. Tudo bem que eu não penso em sexo quando estou dormindo, será que isso conta? Não. Isso é uma grande mentira. Até quando estou dormindo eu penso em sexo. Como no sonho que eu tive essa noite com a Lily. Com a Lily de-
É melhor eu parar de pensar nisso. Não quero que meus amigos me vejam excitado duas vezes no mesmo dia.
"Fale só por você, Aluado!" Almofadinhas fala, orgulhoso. "Eu penso em sexo mais do que uma vez a cada trinta segundos! Só tem mentira nessa revista... Olha só isso que está escrito: Os bruxos têm muito mais satisfação durante o sexo do que as bruxas. É muito mais fácil o bruxo chegar ao orgasmo do que a bruxa. Pode perguntar para todas as garotas que saíram comigo! Todas elas chegaram ao orgasmo!"
"Almofadinhas, isso é informação demais!" Aluado reclama, tirando a revista da Lily das mãos do Sirius.
"É sério! A bruxa que escreveu isso só pode ser frígida! Aonde já se viu!? Eu consigo levar qualquer mulher ao orgasmo!"
Mas eu não falo nada. Fico parado pensando se todas as garotas que eu já tive chegaram a ter um orgasmo ou não. Realmente não tenho certeza. Mas com certeza não tiveram quando elas estavam só me satisfazendo.
"Inacreditável!" Siris diz, tendo pego a revista novamente da mão do Remus.
"O que, Almofadinhas?" Peter pergunta, tendo levantado e agora está tentando ler a revista junto com o Sirius.
"Ela nem fala que as bruxas podem ter orgasmos múltiplos! Claro que os bruxos também podem, mas é muito mais fácil para as mulheres."
Nesse ponto, Lily está completamente escarlate. Com certeza está se arrependendo de ter comentado sobre esse assunto específico com o Sirius por perto.
"Múltiplos?" Peter pergunta, realmente surpreso.
"Sirius, chega." Aluado diz, tentando pegar a revista da mão do Sirius.
"Claro, Rabicho!" Ele entrega a revista para o Remus. "Toma essa merda. Não tem nada que preste aí mesmo! Nem sei porque você lê isso, Ruiva. Só tem mentiras."
Aluado entrega a revista para a Lily, que na mesma hora a guarda na mochila, e fica em silêncio até o sino tocar as 18h30, pouco depois. Mas eu que mexo a poção dessa vez, porque ela foi mais uma vez preparar a poção dela. Depois que ela pára de mexer, ela diz, caminhando para o retrato, "Vou visitar o Hagrid. Daqui a pouco eu volto."
"Lily!" Eu a chamo.
"O quê?"
"Já está escurecendo."
"Ainda está cedo."
Não acredito que depois de toda a discussão que tivemos hoje sobre o mundo não ser seguro para os nascidos trouxas, e principalmente depois dela ter sido atacada dentro da escola de noite, ela queira se arriscar desse jeito.
"Leva a capa da invisibilidade pelo menos." Ela morde o lábio inferior, pensativa, mas decide concordar, e olha em volta da sala, procurando a capa. "Está na minha mochila, no meu quarto."
Ela entra no meu quarto e logo depois sai com a capa em mãos. "Pronto, satisfeito?"
"Muito." Eu falo, enquanto ela some embaixo da capa. Logo depois vemos o retrato se abrir e fechar, indicando que ela saiu do quarto.
"Me admira muito você deixar a Ruiva sair sozinha a essa hora, Pontas." Almofadinhas diz.
"Ela sabe se cuidar. E está com a capa."
"Sim, eu sei disso. Mas não necessariamente ela vai usar a capa o tempo todo. E depois dela ter sido atacada naquela noite e do que aconteceu ontem..."
"O que aconteceu ontem?" Eu pergunto, me levantando preocupado. O que aconteceu no sábado que eu estive ausente que eu não saiba?
"Calma, James." Aluado diz. "Não aconteceu nada com a Lily."
"Então..."
"Outra garota foi atacada ontem a noite." Sirius diz.
"Mas eu fiz a patrulha com a Lily e não vi nada."
"Foi depois da sua patrulha, Pontas." Aluado esclarece. "Eu estava na Sala Comunal da Grifinória, estudando até tarde, quando a Emily-"
"Aquela garota do sexto ano, morena de olhos verdes?" Mas não são tão verdes quanto os da Lily.
"Ela mesmo." Aluado continua. "Bom... Emily chegou em um estado terrível. Machucada como a Lily ficou naquele ataque, mas com ela..." Ele pára, esfregando os olhos com as mãos. "Com ela foi pior, James. Muito pior."
Eu não preciso perguntar o quanto pior que foi. Com certeza quem a atacou tirou vantagem da garota.
"Mas como ninguém está sabendo disso?" Eu pergunto, revoltado. "Como ninguém comentou nada no almoço? A única fofoca era do Sirius com a Lily! Isso é muito mais importante! Se tem um aluno por aí atacando as garotas, temos que ficar sabendo!"
"E quem disse que é um aluno que está fazendo isso?" Almofadinhas comenta.
"Um professor?" Eu pergunto, incrédulo. "Eu acho que não. Dumbledore não contrataria alguém que pudesse fazer mal a um de seus alunos!"
"Mas não podemos descartar essa possibilidade, Pontas." Sirius fala.
"Mas por que ninguém na escola está sabendo disso?" Eu pergunto, mais uma vez.
"Pelo mesmo motivo que ninguém sabe que a Lily foi atacada, James." Aluado diz. "Lily não quis contar para ninguém e a Emily não quis que eu contasse para ninguém, James. Eu era o único na Sala Comunal quando ela apareceu. Eu a ajudei, limpei os ferimentos dela e tentei convencê-la a procurar a Madame Pomfrey, quando ficou claro o que realmente haviam feito com ela. Mas ela não quis. Está muito envergonhada."
"Ela não tem o porque se sentir vergonha!" Eu explodo. "Esse animal que a atacou que tem que sentir vergonha! E se ele tivesse atacado a Lily desse jeito também?" Ninguém me responde, mas eu continuo a perguntar, "E se ele atacar outras garotas? E se ele atacar a Lily de novo, e ela não tiver tanta sorte de só sair com o ombro machucado?"
"Você tem certeza que ela só saiu com o ombro machucado, Pontas?" Almofadinhas pergunta e eu gelo no mesmo instante.
"O que você quer dizer com isso?"
"Será que não aconteceu com a Lily a mesma coisa que aconteceu com essa garota?"
Eu começo a balançar o rosto sem parar e me sento no sofá, para não desabar no chão. "Não. Não. Não aconteceu. Ela teria me dito... Não aconteceu."
"Eu não acho que aconteceu isso com a Lily não, Pontas." Aluado diz e eu olho para ele esperançoso. "Ela não estaria agindo com você como está, se tivesse sido igual. As mulheres demoram muito para confiar em outro homem depois que isso acontece. Algumas nunca mais confiam nos homens."
"Aluado tem razão nesse ponto." Almofadinhas diz.
"Mas mesmo assim..." Eu estou completamente consumido pela culpa. "Poderia ter acontecido. E pode acontecer de novo. Tem alguém atacando as garotas. Se ninguém falar nada, ele vai continuar. Pode fazer isso com outras! Pode tentar fazer com a Lily de novo!"
"Emily tem que falar com o Prof. Dumbledore, Aluado." Almofadinhas fala, sério. "Os professores tem que saber que as alunas estão sendo atacadas dentro dos muros da escola."
"Eu tentei convencê-la, mas ela não quer falar."
"Então vamos nós mesmos contar para o Prof. Dumbledore!" Peter fala.
"Não podemos, Rabicho." Aluado diz. "Ela me fez jurar que eu não contaria para nenhum professor e principalmente para o diretor. Ela que foi atacada e ela que tem que contar."
"Dane-se que você jurou, Aluado!" Peter continua. "É para um bem melhor! Você tem que contar o que você viu para o Prof. Dumbledore."
"Eu não vou quebrar a minha promessa, Peter."
"Não, claro que não." Eu falo. "Mas você tem que convencer essa menina a falar. Dumbledore tem que fazer algo!"
"Eu vou tentar, mas não tenho certeza que eu consiga fazer com que ela mude de idéia."
"Pelo menos tenta, Aluado." Almofadinhas diz.
O sino toca mais uma vez. Passaram meia hora desde que a Lily saiu. Ainda bem que eu falei para ela usar a capa da invisibilidade, senão eu já teria saído daqui e ido atrás dela.
O sino toca de novo. Uma hora desde que ela saiu. Olho o tempo todo para o retrato, como se ela fosse entrar só porque eu estou olhando. Estou começando a realmente ficar nervoso.
"Só mais meia hora para irmos jantar." Peter diz, mas eu o ignoro e pergunto para o Almofadinhas,
"Cadê o Mapa dos Marotos?"
"No nosso dormitório, Pontas."
"Pega para mim. Quero ver aonde a Lily está."
"Ela está com o Hagrid, James." Remus diz, tentando me acalmar. "Ela mesmo disse que ia para lá. E não vai acontecer nada com ela a essa hora. Tem muitos alunos nos corredores. Todos os ataques foram mais tarde."
Ele tem razão, mas eu não consigo deixar de me preocupar. Os minutos se arrastam. Maldita poção que está me deixando preso nesse dormitório. Se não fosse por ela eu já estaria do lado de fora, com o Mapa dos Marotos na mão, procurando a Lily. Eu estou de pé, com as costas apoiadas no encosto do sofá, olhando para o retrato que nunca se abre. Mas dez minutos antes do sino tocar pela última vez, o retrato abre, e uma Lily completamente visível entra por ele.
Na mesma hora eu vou até ela e a abraço forte e a beijo.
"Também senti saudade..." Ela diz, meio confusa com a minha atitude.
"Por que você não está usando a capa da invisibilidade?" Eu pergunto.
"Porque eu fui jantar logo depois de visitar o Hagrid." Ela diz sorrindo e tira a minha capa do bolso interno do uniforme dela e me entrega.
"Você já jantou?"
"Já. Eu tenho que ficar cuidando da minha poção e não vou poder jantar junto com vocês."
Que saco! Eu queria mostrar para todos na janta que nós dois estávamos juntos e agora não vou poder.
Ela olha para os outros três marotos e vê que a aparência deles, assim como a minha, não é a mesma brincalhona de quando ela saiu daqui. "O que aconteceu?" Ela pergunta.
"Atacaram outra garota, Lily." Aluado diz.
Ela olha espantada para ele e pergunta. "Quem?" e ele repete para ela a mesma história que nos contou. Quando ele termina ela diz, "Não fizeram isso comigo não. Só me atacaram."
"Mesmo?" Eu pergunto sério para ela.
"Claro, James! Eu não mentiria com uma coisa dessas!" Eu respiro aliviado ao ouvir isso e ela continua, "Mas isso não faz sentido. Me atacaram porque eu sou nascida trouxa, eu tenho certeza disso. Mas a Emily é puro-sangue. Por que a atacariam? E dessa forma, ainda por cima?"
"Ruiva," Almofadinhas diz. "Quem faz esse tipo de coisa não precisa de desculpa ou motivos."
"Coitada da Emily." Lily diz, com os olhos cheios de lágrimas de novo. "Ela deve estar devastada. Não é a toa que eu não a vi em nenhuma das refeições hoje. Mas ela precisa de apoio. Ela tem que contar para alguém. Alguém tem que ajudá-la."
"Eu vou tentar convencê-la disso, Lily." Aluado diz.
"Obrigada, Remus."
O sino toca pela última vez hoje e nós quatro decidimos sair para jantar. Mas antes de sairmos, eu vou até a Lily, que está mexendo a poção dela, e peço, "Não sai sozinha não, tá? Não com esse doente solto por aí." Ela concorda e eu a beijo, e saímos na direção do Salão Principal. Eu realmente não sei o que eu faria se alguma coisa acontecesse com ela.
Enquanto eu janto com os meus amigos eu percebo que a Emily realmente está ausente da mesa, assim como o grupo de meninas da Grifinória que sempre andam com ela. Voltamos a ouvir os boatos da Lily com o Sirius, mas agora eles não me afetam mais.
Mas quando eu volto sozinho para o meu dormitório, depois de pegar o Mapa do Maroto na Torre da Grifinória e me despedir dos meus amigos, parece que eu estou vendo o meu pior pesadelo na minha frente. Assim que o retrato se abre, eu dou de cara com a Lily caída desacordada no chão da nossa sala, com muito sangue em volta dela.
"LILY!" Eu grito, enquanto corro até o corpo dela, que está a poucos metros de mim.
Bom... o que acharam? Acho que alguns devem estar me odiando agora... Mas pretendo atualizar bem rápido, não se preocupem! Ah, e reviews continuam me fazendo atualizar mais rápido ainda... então se querem saber o que aconteceu, cliquem no botão abaixo...