Disclaimer: Os personagens da série Twilight não me pertencem, e essa fanfic é somente para uso de entretenimento e sem qualquer fim lucrativo. Os direitos dos personagens pertencem a Tia Steph e ao pessoal dela lá.

Meio a Meio

Por: Tataya Black

Beta: Thay

NOTA: Contém spoiler de todos os livros da série Twilight.

Capítulo I – O primeiro dia

Aquele era um dia em que o céu estava repleto de nuvens cinza, não havia por onde você olhar que pudesse se ver um rastro de azul no céu. Eu normalmente amo os dias nublados. Desde pequena ao ver o céu todo cinza uma alegria invadia meu coração, porque naquele dia ninguém da minha família precisava se esconder, todos pareciam mais felizes em dias assim.

Mas hoje eu ansiava desesperadamente para que o sol estivesse raiando quando acordei. Porém a natureza não ouviu minhas preces, e seria demasiado irônico se ela o houvesse feito. Se a natureza tivesse um tipo de pessoa preferida, eu com certeza não estaria dentre elas. Não é que eu seja um tipo de gente caçada pelo Greenpeace, mas isso também pode se dever ao fato de que esse grupo não saiba que tipo de coisa eu sou.

Hoje era o meu primeiro dia de aula na Blaine High School. E eu estava muito ansiosa. Finalmente consegui convencer minha família de que estava pronta para freqüentar uma escola. Eu nasci em Forks, uma pequena cidade chuvosa, como minha mãe sempre gosta de lembrar, aqui mesmo em Washington. Mas nunca convivi com ninguém que não fosse da minha família ou que não conhecesse o nosso segredo.

Meu nome é Nessie, bem é assim que eu gosto que me chamem, meu nome mesmo é Renesmee Carlie Cullen. Minha mãe não é uma pessoa boa para escolher nomes. Reneesme seria a junção dos nomes das minhas avós materna e paterna, e Carlie a junção do nome dos meus avôs. Isso não foi justo com um bebê que acabara de nascer, ainda bem que ganhei um apelido.

Nós, os Cullens, passamos a maior parte da nossa existência tentando esconder do mundo o simples fato de sermos vampiros. Meu avô Carlisle foi o primeiro de nossa família, e depois vieram meu pai Edward, minha avó Esme e minha dinda Rosalie que foram criados, por assim dizer, pelo vovô. Minha madrinha criou meu tio Emmet. E depois meu tio Jasper e minha tia Alice vieram se juntar a família por conta própria. Já a minha mãe é outra história, ela se apaixonou pelo meu pai quando ela ainda era humana, e se casou com ele. Sou eu o motivo para ela ter se tornado uma vampira.

Minha mãe diz que de qualquer forma ela teria se tornado uma vampira para viver a eternidade com meu pai, mas eu sinto um certo desconforto, por parte do meu pai, toda vez que eu tento levantar esse assunto. Então eu sempre acabo deixando pra lá. É claro que meu pai sabe o que eu estou querendo saber, uma vez que ele consegue ler mentes, "dom" que ele desenvolveu quando se tornou vampiro cerca de um século atrás. Logo, se ele quisesse conversar comigo sobre isso já o teria feito. O fato é que minha mãe não conseguiria sobreviver, enquanto humana, a um parto de um bebê meio vampiro que iria sair destruindo tudo que estivesse pela frente.

Então eu estou no meio de toda essa coisa de vampiros e humanos. Talvez eu tenha o melhor dos dois. Ou talvez o pior. Ainda não me decidi sobre isso. Mas essa sou eu. Eu sou mais forte do que qualquer humano, mas sou mais fraca que os vampiros, sou rápida, mas nem sou páreo para o meu pai, tenho um olfato afiado, mas qualquer um dos meus tios pode encontrar um cervo mais rápido do que eu, tenho batimentos cardíacos e tudo que se espera de um ser humano, fisiologicamente eu digo, mas me alimento de sangue. Porque comida humana é horrível.

Eu completo sete anos de idade no próximo sábado, mas já cresci tudo o que deveria, quero dizer se é possível considerar o meu um metro e sessenta como tudo que deveria. E o meu intelecto também se desenvolveu rapidamente. Por causa do óbvio eu não freqüentei nenhuma escola, então fui educada por meus pais em casa.

Esse ano nós nos mudamos de Forks, para Blaine uma pequena cidade no Condado de Whatcom, quase fronteira com o Canadá. Meu avô Carlisle dizia que devíamos ter nos mudado antes, mas minha mãe insistiu para ficarmos por mais tempo próximos ao meu avô Charlie, pai da mamãe, que é humano.

Blaine tem pouco mais de quatro mil habitantes, meu avô parece que gosta de morar em cidades pequenas. Eu sempre pensei que em uma cidade grande seria muito mais fácil nos misturarmos, mas parece que eu sempre sou voto vencido nessa casa mesmo.

E depois de muita reclamação e discussão, eu consegui enfim carta branca para freqüentar uma escola secundária. O único problema é: meus pais se matricularam na escola também. Então hoje é o meu primeiro dia de aula, e dos meus pais e tios também.

Minha família toda aparenta ser muito jovem. Claro, eles não envelhecem! Ninguém acredita que meu avô pode ser pai de tantos adolescentes, então para todos, o jovem Doutor Cullen e sua esposa são pessoas bondosas que tem filhos adolescentes adotivos. Agora aos olhos do mundo, eu sou a irmã mais nova do meu pai, nossa semelhança é notável de longe e seria ridículo tentar esconder o parentesco. Meu tio Emmet e a tia Rosalie não se matricularam na escola, pelo menos a minha dinda me entende. Eles vão morar próximos de nós como um casal de recém casados.

Minha mãe e minha tia Alice vão ser irmãs e o tio Jasper irmão da tia Rosalie. Esse mosaico familiar muito louco vai fazer com que eu e minha tia Alice estejamos no mesmo ano da escola, meu pai e minha mãe um ano à frente e tio Jasper no último ano. Isso não vai nos fazer ficar em Blaine por muito tempo, mas vai me dar a oportunidade de concluir o ensino médio pela primeira vez. Então, aqui em Blaine, eu tenho agora quinze anos.

Por que hoje não podia simplesmente ter saído um sol deslumbrante? Eu sei que é quase desumano da minha parte, tudo bem uma vez que não sou humana não totalmente pelo menos, mas eu gostaria de passar por essa parte da minha vida sozinha. Ninguém quer seus pais estudando na mesma escola que você, ainda mais se o seu pai pode ler a mente de todas as pessoas ao seu redor. Eu amo a minha família, mas eu queria um pouquinho de privacidade.

Privacidade. Foi exatamente a palavra que eu pensei quando meu pai olhou para mim pelo espelho retrovisor.

- Não adianta ficar emburrada. – ele disse ainda me olhando.

- Só vou deixar de ficar emburrada quando você sair da minha cabeça! – eu falei irritada.

- Nessie não brigue com seu pai! – minha mãe falou do banco da frente.

- Isso não é justo! E vocês todos sabem disso. – ninguém falou nada sobre o meu comentário. Claro, ninguém tinha mais o que falar, já havíamos tido essa discussão um milhão de vezes só no último verão.

Percebi minha mãe falando para o meu pai parar de me espionar. Mas todos nós sabemos que ali de tão perto, todos no mesmo carro, seria impossível ele não escutar o menor espirro mental.

Olhei pela janela vendo as casas e as árvores passarem como um raio a minha volta. Meu pai dirige como se estivesse fugindo da inquisição, mas seu rosto está sempre sereno como se estivéssemos dando uma volta tranqüila de bicicleta.

Quando chegamos à Blaine High School, meus olhos brilharam de excitação. Eu tinha comprado um monte de DVDs de filmes adolescentes tentando me preparar para o que viria a seguir na minha vida. Eu nunca conheci adolescentes de verdade. Estava animada.

Mas quando coloquei os pés para fora do carro do papai senti meu estômago se afundar dentro da minha barriga. Fiquei gelada e meu coração começou a acelerar. Antes que eu pudesse piscar, meu pai estava ao meu lado segurando levemente meus ombros.

- Não precisa ter medo. – ele disse no meu ouvido.

Olhei em volta e vi minha mãe respirar aliviada, ela parecia achar que eu estava passando mal ou coisa assim. Como se alguma vez na vida eu houvesse ficado doente. Eu respirei fundo, ainda apoiada pelo meu pai e olhei em seus olhos buscando reconforto. Automaticamente me senti tranqüila e confiante, quando olhei para o lado vi meu tio Jasper me dando uma piscadela simpática com um meio sorriso. Meu tio Jasper também tem um dom, ele consegue manipular as sensações ao seu redor, e nesse momento eu tive que agradecer ao que quer que olhe por nós vampiros, se é que existe alguma força sobrenatural que nos encaixe, por ter concedido esse dom ao meu tio.

Ser a caçula da família tem suas vantagens, parece que todos sempre gostam de você. Meu pai afagou minha cabeça despenteando meu cabelo, como um irmão mais velho faz para aborrecer a irmã caçula. Eu sorri, e nós seguimos para a secretaria.

A Srta Birman nos atendeu prontamente, havíamos chegado cedo e a escola ainda não estava em polvorosa como era de se esperar no primeiro dia de aula. Tio Jasper fez a atmosfera ficar bem tranqüila enquanto meu pai jogava levemente seu charme na secretária para o nervosismo de minha mãe. Era divertido observá-los, sempre tão apaixonados, dava prazer saber que existia um amor assim. Sempre pensei que quando me apaixonasse teria que ser como meu pai e minha mãe. Os dois se completavam perfeitamente. Era lindo.

Minha primeira aula era de literatura. Minha mãe absolutamente ama essa matéria, ela me fez ler previamente alguns livros que ela disse que seriam usados durante esse ano, mas eu confesso não ser essa a minha matéria preferida.

Já havia algumas pessoas na sala, sentei-me na fileira do canto esquerdo mais ou menos no meio. Aquele era um bom lugar para se sentar, pensei. Era basicamente discreto. Em poucos minutos a sala foi se enchendo, e logo todos os lugares estavam ocupados.

O senhor Duran se deteve a explicar o programa que ele seguiria durante o ano e recomendar algumas leituras complementares que, para o horror da minha mãe, eu não tinha a menor pretensão de ler. Ao contrário dela, eu tinha coisas melhores para fazer, como dormir, por exemplo. Vampiros não dormem, mas meio-vampiros sim.

As aulas do primeiro período passaram sem maiores emoções, na álgebra o professor não gastou muito tempo com conversa, mas a matéria que iniciou eu já tinha estudado com meu pai e estava bastante por dentro. Espanhol foi normal, e biologia foi divertido, biologia era sempre divertido, meu avô Carlisle sempre gostou de passar tempo comigo me ensinando biologia e até um pouco de química. Bem, eu adoro o tempo que passo com meu avô, sob qualquer aspecto.

Quando a aula de biologia acabou, eu e minha tia Alice, que tinha essa matéria junto comigo, nos dirigimos ao refeitório. Nossa família já estava disposta em uma mesa no outro extremo do refeitório. Entramos na fila só para disfarçar, nenhum de nós comia comida. Eu podia comer, mas eu não gostava nem um pouco do sabor que essas coisas tinham. Talvez se eles servissem um belo filé sangrando eu podia até abrir uma exceção, mas duvido que tenha algo parecido com isso no menu da escola.

Tia Alice se serviu rapidamente e foi se juntar ao nosso pessoal. Eu tinha acabado de pagar meu almoço quando levei um esbarrão. Eu não era como minha família que tinha uma visão incrível e parecia perceber cada segundo, um por um, sem a menor dificuldade. Eu tinha uma boa visão, mas não o suficiente. Um garoto alto, com o cabelo castanho meio desajeitado, bateu com seu ombro em mim aparentemente sem querer. Eu pude sentir seus ombros chegando perto dos meus, mas não fui rápida o suficiente para me desviar, e nem sabia se seria capaz de fazer isso sem que alguém por perto percebesse alguma coisa errada. A minha única alternativa foi agir o mais humanamente possível. Quando ele tocou em mim, projetei meu corpo para frente e deixei minha bandeja cair no chão.

- Ohh desculpe-me! – ele disse, e quando eu voltei meus olhos para ele o garoto estava coçando a nuca e desajeitando ainda mais o cabelo. – Eu não te vi. – ele se abaixou para pegar a minha bandeja. – Acho que não sobrou nada do seu almoço.

- É o que parece – eu disse olhando para ele abaixado perto da bandeja. Levantei meus olhos para a mesa da minha família, meu pai estava de pé, e os outros olhavam atentos para a cena que eu estava protagonizando. Aparentemente, ninguém mais prestava tanta atenção em mim assim, apenas algumas pessoas que viam toda aquela comida no chão olhavam meio de lado e mais nada. Voltei minha atenção ao garoto – Bem, deixa para lá.

- Não, que isso! – ele se levantou, segurando a bandeja vazia – Eu vou pagar outro almoço para você.

- Realmente não é necessário, eu nem estou com fome mesmo. – então ele olhou rapidamente para o chão, e depois voltou seu olhar para mim. Seus olhos azuis pareciam espertos.

- Toda essa comida e você estava sem fome? – ele perguntou apontando para o chão.

- É que eu sou um pouco indecisa. – eu disse e depois apertei os lábios um pouco insegura. Esse garoto podia pelo menos me deixar ir embora simplesmente. Podia ser mal educado. Mas de todas as pessoas que podiam esbarrar em mim no primeiro dia de aula, tinha que ser logo ele?

- Tudo bem Srta. Indecisa, - ele disse sorrindo – acho que mesmo assim eu lhe devo um almoço.

Ele insistiu tanto que eu voltei para a fila com ele. Rapidamente uma das pessoas responsáveis pela limpeza da escola apareceu para limpar toda aquela bagunça e saiu depressa, mas não sem antes nos jogar um olhar bastante significativo. Dessa vez me servi de menos coisas, só um hambúrguer e um refrigerante.

- Acho que não me apresentei. – ele disse se servindo de um pedaço de pizza – Meu nome é William Maker, mas pode me chamar de Will. – ele estendeu a mão para mim.

- Ah! Eu sou Nessie Cullen. – eu apoiei minha bandeja num abraço só e apertei a mão dele.

- Acho que conheço esse nome, você é parente do Dr. Cullen? – ele perguntou e eu podia sentir a curiosidade nas palavras dele. Curiosidade pura mesmo, não aquela do tipo fofoca.

- Ele é meu pai. – eu disse como havia sido instruída a fazer, mas ainda era estranho chamar meu avô de pai. Esperei que ele fosse perguntar mais alguma coisa, ou fazer qualquer tipo de comentário, mas ele não fez. Will apenas me convidou para se sentar com ele na mesa de seus amigos.

Olhei instintivamente para a mesa da minha família antes de responder ao convite. Meu pai não estava mais em pé, mas mantinha uma atenção ferrenha em mim, eu sabia que ele estava ouvindo absolutamente tudo que nós conversávamos e fiquei furiosa e envergonhada com isso. Eu não tinha nenhum motivo para ter vergonha, minha conversa com Will foi absolutamente normal como qualquer outra, mas senti minhas bochechas ficando rosadas. Olhei na direção dos olhos do meu pai e pensei insolente, o mais alto que pude: Vou fazer o que me der na telha!

Ele ouviu é claro e fechou a cara de modo feroz. Eu desviei meus olhos o mais rápido que pude, e sorri gentil a Will aceitando o convite dele.

Sentei ao lado de Will na mesa, e fui apresentada a meia dúzia de pessoas que não consegui me lembrar o nome dez minutos depois. Só conversei com Will e eventualmente com uma menina loira que estava a minha frente. Cinco minutos depois percebi que não deveria ter me sentado ali.

- Ué, você não come é? – perguntou a garota loira da minha frente.

Foi uma pergunta relativamente inocente, mas não sei por que, toda a mesa resolveu me olhar esperando que eu respondesse. Eu consegui ouvir meu pai rindo lá da mesa dele, no outro extremo do refeitório, e o odiei por isso.

- Eu não estou com muita fome. – eu disse olhando a comida e fazendo uma cara meio enjoada, tentando parecer convincente.

Ao meu ver todos se convenceram, e voltaram para os seus assuntos. A garota loira me olhou estranho por um segundo e depois pareceu até se esquecer que havia me feito uma pergunta. Ela olhava Will como se ele fosse uma maravilha arquitetônica do mundo moderno. E eu tentei perceber nele o que ela estava vendo de tão surpreendente. Will se virou para mim e sorriu enquanto pegava meu refrigerante e o abria. Foi então que eu vi.

Ele era absolutamente cativante. Lindo. O cabelo despenteado o dava um ar divertido, os olhos eram penetrantes e sinceros, e o sorriso... O sorriso era arrebatador. Me peguei olhando para ele quase de forma tão abobalhada como a menina, que eu não me lembrava o nome, estava fazendo.

- Nessie? – ele me chamou, e pelo que parecia não era pela primeira vez.

- Ah, oi! – eu disse tentando focar minha visão no mundo a minha volta.

- Acho melhor você ao menos beber um refrigerante, daqui a pouco o sinal vai tocar. – ele disse me entregando a garrafa.

A garota a minha frente nos olhou como se tivéssemos duas cabeças, e depois fez um barulhinho de aborrecimento enquanto se levantava e saia. Eu olhei até ela se afastar, e depois virei minha atenção para Will que ainda exibia aquele sorriso incrível para mim.

Peguei o refrigerante que ele me estendia e fingi dar um gole. Minhas mãos tremeram levemente, eu realmente não estava acostumada a me interessar por garotos. Eu me senti estranha enquanto sentia o olhar dele pousado em mim, nunca antes eu tinha desejado ser tão exuberante quanto mamãe ou tia Rosalie. Quis ser menos humana pela primeira vez, quis poder jogar aquele charme irresistível que os vampiros tinham, igual meu pai fez hoje com a secretária da escola.

Balancei minha cabeça como se pudesse afastar os pensamentos dela. Vi Will me questionar com o olhar sobre o que eu estava fazendo, pude apenas sorrir para ele. Olhei para os lados e estávamos sozinhos na mesa, nem percebi quando os outros haviam ido embora.

- Qual a sua próxima aula? – ele me perguntou tentando não parecer interessado.

- Educação Física. – eu disse olhando meu horário que antes estava guardado no bolso da calça.

- Deixe-me ver. – ele pediu e tirou o papel delicadamente das minhas mãos. - Nós temos literatura juntos, como eu não te vi na sala? – Will perguntou, mas para si mesmo do que para mim, eu apenas balancei os ombros como quem diz "não sei". – Ah! Trigonometria também temos juntos, depois da sua aula de Educação Física. Que bom! – ele abriu aquele sorriso de novo, e eu senti que ia deslizar pela cadeira.

Então caí na besteira de olhar para cima para tentar me restabelecer e dei de cara com a minha família parada bem atrás de William. Sorri insatisfeita para eles, e William acompanhou meu olhar se virando para ver quem estava atrás de si. Meu pai o encarava como se pudesse comer a sua cabeça, o que eu não duvido que ele fizesse se não fosse tão civilizado.

- Oi gente. – eu disse desanimada – Esse é William Maker. Ele é do nosso ano Alice. – eu acrescentei, querendo parecer trivial, até parece que eu conseguiria enganar alguém.

- Ah, olá! – Alice disse divertida.

- Posso? – meu pai disse pegando o meu horário das mãos de Will que apenas olhou.

- Edward pode devolver meu horário? – eu disse irritada.

Ele ainda sustentava seu olhar mortal para Will quando entregou o papel nas minhas mãos. Eu quase podia ver fogo saindo dos olhos dele. Ter pai ciumento que lê mentes definitivamente não é uma coisa saudável para sua vida social.

- Acho melhor você se apressar Nessie, ou vai chegar atrasada na aula. – meu pai disse ainda olhando Will, e saiu depois.

Minha mãe que estava olhando a cena uns dois passos atrás do meu pai quase riu do comportamento dele. Depois que ele se afastou, ela chegou próxima a mesa e sorriu para nós dois.

- Não ligue para o Edward, ele é apenas um irmão ciumento. – ela disse com aquele sorriso que faz com que qualquer um faça o que ela quer. E depois se retirou também.

Para a minha surpresa Will não ficou babando enquanto minha mãe se afastava como acontecia com qualquer pessoa quando a conhecia. Ele a ouviu, sorriu para ela em troca e depois voltou sua atenção completamente para mim. Eu pude sentir um balão de otimismo se inflando dentro do meu peito.

- Essa é a minha família. – eu disse fazendo um gesto largo para a porta por onde eles estavam saindo naquele exato momento.

Nós dois nos levantamos quase ao mesmo tempo e seguimos para fora do refeitório juntos. Ele não disse nada até que chegamos ao ginásio onde ele me deixou. Antes que eu pudesse entrar para aula, Will segurou levemente meu braço me fazendo esperar.

- A gente se vê depois né? – ele perguntou com um sorriso.

- Claro. – eu disse sorrindo e ele se foi.

Eu precisei morder meus lábios para tirar o sorriso bobo que ficou preso ali quando o senhor Corwell, professor de Educação Física, perguntou se eu ia entrar ou ficar segurando a porta o dia inteiro.

Quando as aulas do período da tarde terminaram, eu era uma "pessoa sorriso". Cheguei ao carro do meu pai com um humor tão bom que ninguém poderia atrapalhá-lo, eu tinha certeza que até o tio Jasper podia ser contagiado pelo meu estado de ânimo. Sentei no meu lugar perto da janela e me deixei devanear sobre o meu dia. Eu podia sentir o olhar do meu pai sobre mim, mas fingi nem ligar. Bem, na verdade eu não estava ligando mesmo.

Chegamos em casa rapidamente. Eu pretendia ser rápida o suficiente para me enfiar no meu quarto antes que alguém conseguisse dizer "Renesmee". Mas os meus planos não surtiram o efeito desejado. Assim que eu cruzei a porta senti o braço do meu pai pegando o meu cotovelo para me levar ao escritório.

- Ué, podemos conversar aqui mesmo, todo mundo vai ouvir de qualquer forma! – eu disse abusada.

- Tudo bem, nós vamos ter uma conversa muito séria Renesmee. – meu pai disse carrancudo e minha mãe ao lado dele parecia concordar de uma maneira apreensiva.

- Você vai me contar o que o William estava pensando? – eu desafiei.

- Claro que não.

- Então, não temos nada para conversar!

Eu disse isso e saí correndo para o meu quarto, por mais rápida que eu pudesse ser, meu pai me alcançaria em menos de meio segundo se ele quisesse, mas aparentemente ele não se deu o trabalho, e eu pude deitar na minha cama agarrada ao meu travesseiro e me sentir feliz por enfim ser uma adolescente normal, pelo menos por aquele dia.

Continua...

N/A: Bem, estreando a minha primeira fic de Twilight. Estou bastante insegura, mas acho que está ficando legal! Amo a Nessie, e acho que deixá-la sem futuro é realmente uma maldade da Tia Steph! Hehe! Ah, quem é team Jacob não precisa me sacrificar, vai ter sim Jake na história, e ele não vai ser nenhum bobão apesar deeunãogostardele. Ta parei! Então é isso, se alguém estiver lendo isso, por favor não deixe de mandar uma review para dizer o que achou, mesmo que seja: Q bela porcaria! Volte pro D/G q eh seu lugar! Ou qualquer coisa do tipo.

Bjin

Tataya Black