Fic: Crying Days.

Plot: Bella estava cansada da vida, dos problemas, do casamento, de fingir, até exausta de Nessie, ela estava. Mas com 37 anos você ainda tem muita vida pela frente para desistir e se dar por vencida.

Second Act: New Lives.

-"There's always gonna be an uphill battle and sometimes I'm gonna have to lose" –

O carro de Jake ia bem rápido para o ponto de encontro combinado com Bella.

Tudo minha culpa! - Jacob gritava internamente - Eu não deveria ter aceitado aquele beijo.

Embora soubesse que era tarde demais para se lamentar agora, ele lamuriava. Reclamava porque estava preocupadíssimo. Estava desesperando-se e nem sabia o motivo. Não podia ser verdade, afinal, o que ela lhe dissera.

-Bella! – eles tinham combinado de se encontrar perto do beco onde sempre achavam Renesmee.

Ele tinha um sorriso plantado no rosto que sumiu quando viu Edward descer do ônibus também. O reconheceu de imediato, era o homem que tinha a garota que ele tanto gostava. Depois de consegui-la estaria Edward tentando tirar Bella de novo dele?

-Edward.

-Jacob.

Eles cumprimentaram-se sacudindo as mãos firmemente, Isabella não reparou, mas houve uma breve luta ali. Mediram os apertos, competiram até soltar as palmas.

-Ela não está aqui, Bells.

-Tudo bem, Jake. Continuaremos a procurar, agora, com um carro é mais fácil.

-O que ele está fazendo aqui? – Jacob apontou para o ruivo, que embora não tivesse seus músculos, já era bem definido.

-Veio se responsabilizar pelo que é dele.

-Antes tarde do que nunca, não é? – Edward não riu da piada – Bella, venha cá. Eu preciso te contar uma coisa.

-Por favor, fale aqui Jacob, Edward faz parte disso tudo de certa forma.

Calado ele observava as feições retorcidas do rosto de Jacob e via seu desconforto.

-É culpa minha, Bella. Ela fugiu, porque eu sou um idiota – ela estava confusa e não escondia isso – Eu sou nojento.

Num minuto Jacob estava de pé, no outro caído no chão com sangue sendo cuspido de sua boca. Ele limpou e se ergueu, olhou descontente para Edward que acariciava a mão usada para socá-lo. Aparentemente ele era mais duro do que calculara.

-Isso é por tocar na minha filha e isso... – deu outro soco, mais fraco dessa vez -... Por que quer mais que tenha feito.

-Quem é você para dizer isso? E não venha me responder o pai. Porque isso você nunca foi e não é por levantar a bunda agora para correr atrás dela que será - ele limpou um filete de sangue que escorreu do nariz.

-Ah! Está falando o padrasto molestador.

-Molestador? Eu nunca encostei um dedo naquela menina, ela que é doida!

-Não fale assim dela! Posso não conhecê-la, mas é e sempre será minha filha, e se eu não estive presente antes recompensarei de agora em diante.

Bella entrou no meio dos dois. Colocou a mão sobre seus peitos e ouvindo as batidas dos corações dos dois pediu que parassem. Implorou que se concentrassem no que importava: achar Nessie.

-Jacob, depois você me conta o que acontesseu – Bella falou depois que eles baixaram os ânimos e quando já iam para o carro – Mesmo que eu tenha um ótimo palpite; a Nessie é bem transparente.

Dentro do carro a pressão colocada num frasco menor os asfixiava, aquele ambiente não era suficientemente grande para todos eles. Não havia espaço para todas aquelas paradoxos e vontades reprimidas, talvez isso fora o que motivara Jacob a falar:

-Um beijo.

Os dois olharam para Jake e entenderam.

-Não vou dizer que não sabia, porque ela não cansava de repetir o quanto me amava. Mas convenhamos, Bella. Como eu poderia pensar que não era outra coisa senão uma fase?

-Engraçado – Bella bufou – Meu marido me traiu com minha filha.

-Bella, eu não!

Ela sorriu e ele viu que era só brincadeira, porém Edward continuava com os dentes trincados e com punhos fechados. Mas foi unânime a decisão de manter a boca fechada, todos se calaram para poder serem sufocados em silêncio.

Rodaram a cidade toda, percorreram cada rua e beco. Nada dela. Resolveram quando já escurecia ir para casa. Edward foi com eles ainda perturbado, não com a idéia de Jacob com sua filha – não que isso o alegrasse -, mas sim com o fato de Bella não ligar. E ele sentia que Jacob também se sentia incomodado com isso.

O telefone tocou. Não era bom o telefone tocar naquela casa, não tinham muitos amigos, nos últimos tempos, ou era do hospital ou da delegacia. Dessa vez, foi do segundo lugar.

Depois de correr a cidade toda atrás da garota nenhum deles estava cansado o bastante para não acompanhar os outros até a delegacia. Foram no carro de Jacob, o único disponível e não se demoraram a chegar. Levaram muito tempo para atendê-los, isso sim.

Quando finalmente o fizeram, chamaram apenas os pais, uma vez que eles disseram que a garota não respondia por si, entre outras coisas e pediram para que os de fora aguardassem com a menina. Edward era o estrangeiro ali, nem ele poderia se considerar pai, e Bella dera um jeito de por o nome de Jacob, não o de Edward na certidão de Renesmee.

Ele se perguntava extamente como ela conseguira na hora em que Nessie chegou e sentou-se quieta a seu lado.

-Oi, Renesmee.

-Olá – ela o olhou e sorriu.

-Muito prazer, Edward Cullen, seu pai. Pelo menos o biológico – ele riu sem jeito e ela achou uma graça ele não saber como agir diante dela.

-Bem, você já sabe meu nome, não é? Edward, posso te fazer uma perguntinha? – ela quase encostou o indicador e o polegar na forma de uma pinça.

-É claro. Vai perguntar o porquê? – ela acenou que sim com a cabeça – Meu Deus, você parece tão novinha, mas já tá na casa dos vinte! Acho que eu te devo explicações. Sabe, hoje mesmo tentei explicar isso para sua mãe, só que não sei se consigo para você.

-Tente. Mas primeiro me diga uma outra coisa coisa, você ama a minha mãe, certo? – ele foi pego de surpresa pela pergunta, mas baixou e ergueu a cabeça num sinal positivo – Achei que amava. E só para você saber: A mamãe não ama o Jacob. E ele não a ama.

-Ah, eu sei – ele suspirou de verdade – Mas mesmo assim eu tenho medo da Bella não me aceitar de volta. Eu a abandonei, o único momento em que ela realmente precisou, eu não estava lá. Por medo. A idéia de uma criança roubando meu futuro me tirava o sono.

-Eu agora acho que realmente roubei futuros.

Ela deitou-se apoiando a cabeça nas pernas do pai recém adiquirido e se esticando pelas outras cadeiras anexadas a sua. Ela encarava o teto com lágrimas nos olhos. Um idoso chegou e ela comprimiu as pernas que ocupavam lugar demais e cedeu-lhe espaço. Agarrou na gola da blusa de Edward e deixou as gotas presas nos cantos dos olhos rolarem.

-Prometo que vou recompensar, nunca mais farei isso com ninguém. Prometo.

Edward curvou-se para beijar-lhe a testa. Queria dizer que nada do que ela falava fazia sentido, mas não sabia se tinha a moral.

-Sabe qual é o problema? Por mais que você se culpe ninguém te culpa. Olhe para eles, na cabecinha deles os únicos culpados são eles - ele achou algumas palavras encolhidas no fundo de sua garganta, fugindo de sua língüa.

-Não! Como a culpa poderia ser deles?

-Eu não faço idéia. A culpa é toda minha.

Renesmee estava pronta para retrucar, dizer que ele estava errado e era culpa exclusivamente dela, mas ouviu a mãe chamar.

Nem Isabella, muito menos Jacob, tinha uma expressão feliz, mas sorriram forçadamente para ela.

Nessie estava presa por porte de substância ilegal, poderiam recorrer para que ela respondesse e aguardasse ao julgamento em liberdade, mas era inafiançável e ela teria de ser julgada. Concordaram em deixá-la em cárcere privado.

Recorreram, ganharam e Renesmee esperou.

Esperou quatro meses e doze dias em parcial liberdade. Restrita a algumas atividades ela aproveitou para se internar, ou ao menos, aproveitaram para interná-la. Quatro meses e cinco dias numa clínica de reabilitação. Provavelmente não o suficiente, mas já era um começo.

Durante esse tempo, Bella visitava Edward todos os dias. Não voltou a ocorrer nada físico entre os dois, ela ia, tomava um café na casa suja e fedida e voltava para casa. Não conversou com Jacob sobre o assunto, quase não conversaram na realidade, mas estavam reaproximados como amigos. Eram companheiros na solidão e no vazio, consolavam-se mutuamente e um ouvia os arrependimentos silenciosos do outro.

Com Edward ela sorria, mas é claro que também chorava, quando tinha notícias da filha ia lá só para contar a ele, mesmo sabendo que a clínica tinha o telefone do pai e também falava com ele. Foi feliz e descansou mais nesse período que em anos.

Foram avisados da data do julgamento quinze dias antes. Renesmee decidiu autonomamente que remanesceria por mais tempo no centro. Voltou para casa a dois dias da data marcada.

Era tarde quando ela chegou, entrou e chamou. Por ele primeiro, depois por sua mãe. Só que ninguém respondeu. Ela correu para os quartos para ver se realmente não havia ninguém, mas se surpreendeu ao achar Jacob dormindo.

Nessie suspirou. Ele parecia tão calmo, não tinha as marcas usuais de cansaço - as mesmas de sua mãe -, não tinha a expressão séria e aguerrida de sempre. Tremendo de ansiedade ela foi se colocando ao lado dele na cama, repousando a cabeça no travesseiro ao lado e tentando tocá-lo para fazer carinho. Mas claro que ele acordou com seu toque frio e deu um salto.

-Renesmee! Chegou faz tempo? - ele já havia sentado na cama e estava esgarçado com os olhos vermelhos.

-Acabei de chegar - ele deitara com a roupa social do trabalho e ela ajeitava sua gravata, constrangido ele pegou na mão dela para afastá-la, pena que não conseguiu largar o pequeno membro.

-É você mesmo... - ele encostou as costas da mão que ele ainda segurava na bochecha quente.

Ela riu. Empurrou-o e sorriu ainda mais. Depois o abraçou.

-Diga que sentiu minha falta.

-Eu senti sua falta.

Durante minutos ela ficou contando para ele, enquanto inda sentados naquela cama, sobre as pessoas do lugar. Os médicos e os psiquiatras. Comentou sobre como não queria voltar, e prometeu que visitaria encontros casuais para não voltar àquilo que destruíra, segundo ela, a vida de todos a sua volta.

-Agora responda: Por que não deixa minha mãe ser feliz com quem ela ama? Você não a ama, não mais, não há muito tempo. Até arriscaria dizer que quando se casaram você já não a amava - eles conversaram muito por telefone, mas vê-la novamente ali, na sua frente, era pura alegria.

-Eu amo ela, só não como ela ama o Edward - talvez Renesmee tenha se aborrecido por ele não usar o amor que sentia por ela mesma como exemplo - Eu me iludi. Quando reencontrei sua mãe achei que era um milagre. Estava tão convencido de que algo maior me enviara de volta o amor da minha vida que não percebi que não a amava mais. Não percebi que com treze anos por mais que eu estivesse certo de que o amor que eu sentia seria eterno, eu só tinha treze anos.

-Por que você não a deixa livre. Você sabe como ela é. Ela nunca pediria o divorcio pensando na felicidade dela se achasse que isso te machucaria. Por que pelo menos não deixa claro que isso não te machucaria? - Ainda os dois sentados na cama, Nessie o chacoalhava.

-Orgulho, talvez. Pense. Quando eu tinha treze anos era apaixonada por essa garota de dezessete que já tinha um alguém especial. Tivemos um caso, mas ela se encarregou de esquecer-se de mim rápido o suficiente. Eu morri de inveja por muito tempo daquele cara. Edward Cullen, seu pai. Quando ele engravidou sua mãe e sumiu eu achei que seria a chance perfeita para mim, mas ela também deu um jeito de desaparecer. Reencontrei ela só cinco anos depois, você era uma gracinha e ela estava precisando muito de alguém. Compadeci-me, achei que estava tendo ali minha oportunidade de ter o que não tive, o que me foi tirado. Não pensei, me casei com ela. E agora, aqui estamos.

-Então você é só muito egoísta? - ela parecia ingênua quando falava assim.

-Pode-se dizer que sim. Eu só tive vontade de pagar na mesma moeda o que ele me fez sofrer. Mas agora vejo que estou sendo infantil demais, né? - ele coçou a cabeça encabulado e Renesmee achou lindo o modo como o fez - Sua mãe nem mesmo se importa com o que aconteceu entre nós, ela estava ocupada sendo feliz por reencontrar seu único e verdadeiro amor.

-Eu fico em dúvida se, de algum modo fiz algo bom, ou se fui uma completa idiota. De certa forma reuni meus pais de novo, por outro lado, estou fazendo a pessoa que eu amo sofrer.

-Eu estaria sofrendo mais num casamento em que fingimos que estamos felizes o tempo todo, quando na verdade queremos estar em outro lugar com outras pessoas. Gastei vinte anos da minha vida para descobrir isso e foi você que me mostrou esta verdade, você essa garotinha que tem exatamente esses vinte anos. Não estou dizendo que seu vício tenha sido uma benção ou coisa parecida, mas aparentemente veio a calhar. - os dois riram - Vou falar com sua mãe sobre o divórcio.

-Bom garoto. - ela realmente o acariciou como a um cachorro.

Ele fingiu estar bravo e virou a cara, quando ela aproximou-se para pedir desculpas Jacob agarrou-a e a colocou por debaixo dele sobre cama. Riram, muito, até perceber a posição em que estavam. Ela ficou vermelha e molhou os lábios com a língua enquanto escondia o rosto. Uma das mãos que ele usava para segurar os braços dela serviu para erguer o rosto que ela escondera com o cabelo um pouco mais crescido. Saiu de cima dela, levantou da cama e ajudou-a a se levantar também. Ela não queria ouvir o próximo fora.

Mas a rejeição na veio. Ela sentiu-se envolvida por braços acolhedores e quentes. Derreteu enquanto era moldada por aqueles músculos. Ele aproximou a boca do pescoço dela e com uma respiração pesada trilhou o caminho até sua orelha.

-Você engordou - ele de repente apertava os lados de Nessie.

Ela bateu nele, esperneou e quase chorou de raiva. Ele havia feito de propósito, sabia o que estava causando nela. Tinha de reconciliar-se agora. Sentou-se na cama enquanto ela rodava o quarto gritando brava.

-Eu te amo - foi quase um sussurro.

-O quê? - ela correu para perto dele, tinha ouvido; esse tipo de coisa a gente finge que não ouviu.

-Eu te amo. Percebi enquanto você não estava perto de mim.

Sentado na cama ele puxou a mão dela para seu peito para ela sentir as batidas aceleradas. Ela fez o mesmo e o coração dela estava disparado até o máximo e ele sabia que não era por causa da cena que fizera por causa do comentário dele. Ela se inclinou e ele levantou a cabeça. Suas bocas se encontraram de leve.

Jacob a puxava pela cintura e ela o empurrava pelo peito, Renesmee colocou uma das pernas dobradas sobre a cama. Cada vez se inclinavam mais, até deitar-se totalmente. Não se beijavam mais tão delicadamente e as mãos dele não se fixavam só na cintura. Usando a coxa dela como apoio inverteu as posições e se colocou por cima dela. Deu três beijos espalhados: um na clavícula, um na concavidade entre a orelha e o pescoço e o último nos lábios. Depois levantou-se e viu uma visivelmente desapontada Renesmee ainda jogava na cama.

-Faremos isso direito.

Ela compreendeu e sorriu.

Como sempre faziam desde que Nessie tinha sido internada, Bella e Edward estavam sentados na cozinha, bebendo o café forte de coador que ele fazia.

-Bella? - ela olhou para ele - Pede o divórcio.

Apesar da certeza contida em sua voz, ela sabia que ele estava fazendo um pedido humilde. Ponderou, mas balançou a cabeça.

-Eu não posso, Edward - ela baixou cabeça.

-Por quê? vai machucar seu amiguinho? Vamos Bella, por favor, eu te amo! E você já disse que me ama também.

-Eu disse, mas agora quem está com medo sou eu. Eu não tenho certezas com você. Você pode dizer que me ama e eu que te amo, é verdade, sabemos que é, mas isso não quer dizer que você não vá me abandonar de novo. Que não vai fugir na primeira dificuldade que aparecer, porque elas vão aparecer! Edward, nossa filha ainda não se recuperou.

-Eu não sou tão burro pra cometer o mesmo erro duas vezes. - ele ergueu-se violentamente e quase chutou a mesa para tirá-la do seu caminho.

-Que garantias eu tenho? Sua palavra? A mesma que você me deu quando me pediu em namoro e disse que me amaria e cuidaria de mim pra sempre? Foram vinte anos! Vinte anos pensando em como eu fui burra por me apaixonar por você. Vinte anos pensando em como o meu amor era imutável. Eu te amo Edward, mas eu sou fraca demais para viver sem um alicerce que está bem fincado no chão. Eu o derrubaria.

-Acredite, Bella. Está vendo tudo isso a sua volta? São vinte anos de frustração. Durante todo esse tempo tudo o que eu fazia incrivelmente lembrava-me da minha estupidez! Não há explicação nesse mundo que justifique o que eu fiz, mas eu sei que você me perdoa, Bella. Sei ainda que o problema é que você queria poder não me perdoar. Por quê? - ele se inclinava por cima dela ameaçadoramente.

-Seria mais fácil. Deixar como estava e tudo mais. E, sim, eu sei que agora não dá mais para voltar atrás, só que isso não me impede de me achar inconveniente por te procurar.

-Não foi inconveniente, foi um alívio. Eu era muito covarde para te procurar.

-Você é um covarde para tudo, heim? - ela riu, sincera e abertamente.

Edward aproveitou-se mais uma vez da brecha dela e colou seus lábios. Ela não se preocupou em se esquivar. Correspondeu.

-Eu vou pedir o divórcio quando essa confusão com a Renesmee terminar. E eu vou ficar com você, mas juro que se dessa vez você me decepcionar eu não quero nunca mais te ver – se ela não tinha certeza se estava rindo ou chorando, imagine Edward.

Bella pegou a bolsa de couro que trouxera e partiu deixando-o ainda abalado na cozinha, jurando que nunca mais deixaria nem aquela mulher muito menos sua filha para trás. Não importasse o motivo ele estaria ao lado delas.

-Mãe! - Renesmee gritou quando viu a porta se abrindo.

-Ah! Meu Deus! Nessie! - ela largou a porta aberta para correr e abraçar a filha - Que saudades!

Os dois dias com Renesmee foram tranqüilos e Bella não foi visitar Edwrad nesses dias. Evitou também Jacob, mas a poucas horas do julgamento ela teve de enfrentá-lo.

Estavam as sós na cozinha e Bella decidiu que talvez fosse sua úncia chance.

-Jacob, eu queria falar com você... - ela estava lavando os pratos do almoço.

-Eu também, fale primeiro.

-É meio constrangedor.

-O meu também.

-Quer escrever num papel e mostrar ao mesmo tempo? - eles faziam muito isso quando eram adolescentes amigos que trocavam pequenas confidencias.

-Claro - ele riu.

Ela largou os pratos e pegou as folhas e as canetas. Sentaram-se à mesa. Escreveram e sorriram ao olhar um para o outro.

-No "já" a gente mostra, ok? - ela proclamou.

Ele abanou que sim e ela fez uma breve contagem regressiva. Eles mostraram:

"Me perdoe, mas acho que precisamos do divórcio." estava escrito no de Bella.

"Eu sou um idiota, mas sei que precisamos do divórcio." a caligrafia dele, mesmo comparada a de Bella que não era grande coisa, era um garrancho. Ela teve de contrair os olhos para entender.

Bella foi a que começou a rir primeiro, logo depois Jacob caiu na gargalhada também. Levantaram-se e de alívio se abraçaram.

-Não estava dando certo, não é? Nós nos amamos, mas não assim, certo, Jake? - falou ela enquanto já soltava-se dele.

-Talvez tivesse dado certo, se você não amasse tanto Edward e se eu não amasse Renesmee.

-Então você a ama? - Bella parecia alegre, mas ao mesmo tempo aflita - Sei como voc quanto pode fazê-la feliz. Cuide dela por todos nós, ela só cede para você.

-Eu ainda não sei como vai ser, Bells. Temos o julgamento hoje e bem, ela é sua filha... é estranho ou, no mínimo, inusitado – ele aderira ao hábito freqüente de coçar a cabeça quando nervoso.

-Não acho. Me desculpe pelo que vou dizer agora. Embora tenha sido ótimo, embora você seja o meu melhor amigo de todo o sempre, nunca consegui nos figurar juntos. Não do modo que eu me imaginava ao lado de Edward: viva, alegre. Com você era confortável: filhos, estabilidade. E é por isso que sempre achei que você era o melhor para Nessie. Ela é alguém muito insegura, cheia dos medos, uma pessoa que precisa de alguém para reconfortá-la sempre – mais do que eu. Essa pessoa leal e que nunca deixaria seu lado é você. Tudo o que eu preciso é viver, me preocupo demais com os outros, penso demais, invejo demais e quero demais. Só que quando estou com Edward me torno quem eu sempre quis ser: uma pessoa que tem tudo num único lugar.

-Você, Bella, é linda. Digo também por dentro. Preocupa-se com qualquer um mais do que com você, mas tem que parar com essa mania de achar que tudo é culpa sua, porque não é. As coisas acontecem porque tem de acontecer, você não tem como impedir sendo só você, não importa quem você seja. Eu te amo. Você foi a primeira. E nada tirará isso de mim - ele pegou a mão dela e lentamente retirou a aliança do dedo anular. Ela fez o mesmo com o anel dele.

Deram as mãos e sorrindo foram ao tribunal. Nessie abraçada na mãe.

O julgamento foi normal. Ela foi considerada inocente, afinal leis servem para serem burladas. Todos da sala saíram comovidos e impressionados, incluindo o juiz. Dele não se sabe se por parte do discurso incrível da defesa, ou do discurso igualmente incrível da mãe.

Estava a corte no momento mais tenso. O júri parecia bem inclinado depois da última apresentação do promotor. Renesmee suava na testa e nas mãos, respirava alto e entrava em desespero.

-A defesa tem mais algum testemunho a fazer?

Neste momento Bella se ergueu e pediu permissão para falar. O juiz consentiu, aparentemente só por estar curioso.

Mas não adiantou, por mais que Bella tivesse lutado e permanecido ao lado de Renesmee. O júri queria que uma pena fosse aplicada. Ela cumpriria a pena e ao mesmo tempo faria o tratamento. Um ano. Alguém realmente amava Nessie. Tanta sorte deveria ser comemorada, embora estivessem tristes por ela não sair inocentada, pelo menos iriam comemorar o pouco tempo que ela teria de cumprir e sua recuperação.

Foram chamados para a pequena comemoração as pessoas que tanto lhes faziam falta, que Bella tanto queria que sua filha conhecesse. Alice, Emmett, Rosalie e Jasper - respectivamente a irmã, o irmão, a cunhada e o cunhado de Edward -, Billy - o pai de Jacob -, Esme e Carlisle. Edward a convenceu até a chamar uma pessoa muito mais que importante e que ela não via a anos: o pai.

Charlie Swan apareceu atrasado e sem jeito. Perdera-se no caminho para o restaurante de alta classe, viera desarrumado, mas todo contente. Olhou para a filha e ao ver o sorriso dela não se segurou e deu um grito alto chamando-a.

-Pai! - os olhos de Bella encheram-se de água ao ouvir a voz grossa e calma do pai chamando-lhe.

O abraço foi forte, ele parecia que quebraria a frágil Bella. Naquele abraço foi dito tudo, os pedidos de desculpas, as saudades, o amor. O pai poderia tê-la abandonado quando soube de sua gravidez, mas que importância isso tinha agora. Esses erros já tinham sidos perdoados e esquecidos há anos.

-Tem alguém que eu preciso lhe apresentar. Renesmee este é Charlie, seu avô.

A moça cuja alegria não cabia dentro do peito por todos os últimos acontecimentos deu um abraço no avô.

-Nossa, mais um abraço desses hoje e já posso morrer feliz – comentou sobre o segundo abraço – Ah, você é linda. Mais linda do que eu jamais imaginei, Renesmee.

-Obrigada – ela respondeu sem jeito – Eu devo ser parecida com você.

Ela piscou e foi sentar-se. O avô sorriu e também caminhou para uma cadeira.

Bella conversava com Alice, elas tinham tanto para conversar. Um casamento a programar! A pequenina irmã de Edward estava toda contente. O próprio Edward falava com o irmão e os parentes com quem não conversava pessoalmente há muito tempo. Jacob apontava a Billy todas as pessoas, ele as conhecia. Conhecia muito bem toda a família de Edward e, por mais que lhe fosse difícil admitir, adorava Alice. Todos adoravam.

-E então, o que vão comer? – foi a voz incisiva de Bella falando.

Todos escolheram o que queriam. Foi uma briga interessante para ver quem parecia mais faminto. As pessoas, tão perto umas das outras ouviam as conversas alheias, mas ninguém parecia realmente entender o que era dito a sua volta. Cada um concentrado em sua própria conversa não havia outras pessoas falando para eles.

-Perdoe-me por abandoná-la, Bella. Aparentemente foi ridículo, como se já não estivesse sendo difícil suficiente para você! Com ele sumindo e essas coisas... - Charlie num tom apologético falava com Bella aos sussurros.

-Imagine, pai. Eu não posso negar que durante anos pensei em te odiar. Era para você ser o mais receptivo, meu forte! Mas você não estava lá, escolheu não estar. Com o tempo eu vi que era difícil para você também - ela entrelaçou os braços deles.

-Ainda assim foi errado. Eu me tornei igual a alguém que eu desprezava. Tivemos exatamente a mesma reação.

-Bem, sempre os achei parecidos - Bella riu.

No canto da mesa, quem conversava eram Jacob e Edward, era bem difícil vê-los falando entre si, ainda mais assim, com rostos amigáveis.

-Obrigada.

-Uhn? - Jake encarou os outros sem entender.

-Você sabe. Quem está ajudando para Bella e eu termos uma segunda chance é você - foi difícil para ele falar.

-Não fiz isso por vocês, o interesse era meu. Mas eu admito que fico feliz se a Bella estiver feliz, ela merece.

-Você também - Edward se levantou - Boa sorte com a Renesmee.

Edward estava na verdade dando espaço para ela se sentar. Nessie sorriu para Jacob que a olhava boquiaberto. Esperaram o pai dela ter se afastado bastante para começar a conversar.

-Ele está aceitando bem o fato de eu gostar de você. Incrível!

-Eu acho que é gratidão. Você cuidou bem da mamãe para ele, na realidade, ele sabe que não tem moral para reprimir nada. Ele só se manifestaria se minha mãe fosse contra - Renesmee se apoiou no ombro dele.

-Você está muito bonita. Esse vestido é novo? - ele perguntou balançando o tecido macio e verde que cobria até pouco antes dos joelhos.

-É sim, mamãe me deu de presente. Amei. Não é lindo?

-Gostou? Fui eu que escolhi. Fica lindo em você.

Ela estava surpresa por ter sido ele a escolher o vestido, mas gostava da idéia, afinal agora era praticamente um casal certo? Ela beijou-lhe a bochecha em agradecimento.

-Alice? - Bella chamava pela mulher de cabelo curto e moreno.

-Eu - respondeu toda alegre e com comida na boca.

-Vai ser minha madrinha?

-Lógico, que pergunta boba - as duas riram. Edward chegou e sentou-se entre as duas - Aposto que senti mais saudades dela que você, Edward.

-Impossível.

Bella riu encabulada e deu a mão para ele segurar por baixo da mesa.

Fizeram brindes a Renesmee. Também os fizeram a Edward e Bella. A alegria contagiava todo aquele ambiente de festa. Todos sorriam.

Foi dada entrada no pedido de divórcio uma semana depois. Não haveria divisão total de bens, mas Jacob estava doando a Bella uma boa parcela do que tinha. Ficava feliz com aquilo. Quando tudo ficou pronto, assinaram os papéis e pronto, estavam livres. Não em um sentido ruim, livres para viver sua própria vida. Podiam agora reparar todos os seus erros.

Quando finalmente foi dado na lei como os dois separados saíram todos mais uma vez para celebrar. A festa foi no almoço e na volta Bella foi para a casa de Edward. De inicio Jaocb não gostou, obviamente, mas se deu conta de que não importava mais.

-Vamos para casa? - Renesmee o acordou dos pensamentos mostrando que o carro já havia sido trazido pelos manobristas.

A mente de Jake divagava no que Isabella deveria etsar fazendo, o ciúme ainda era muito grande e a sensação de derrota também. Não disse uma palavra até estacionar o carroo de frente para a casa de tijolos. Quando entraram Nessie avisou que iria fazer um café.

Ela cuou o café e colocou-o numa badeja. Achou Jacob jogado no sofá sem olhar para lugar nenhum em específico. Encarando fortemente o nada com cara de choro.

-Ah, Jacob! Você tem de deixá-la ir - ela o abraçou no sofá.

-Eu sei... mas, eu não quero imaginá-la com ele - ele respondeu mais prontamente do que ela jamais imaginaria.

-Bobo. Tome - ela serviu-lhe uma xícara do café.

Ele tomou em silêncio. Só se ouvia quando ele sugava o líquido para dentro.

-Agora que eu pensei, Nessie. Você não me chama de "Jake", não é? Porque você nunca usa o apelido? - o humor alterado de repente.

-Acho que é porque adoro o nome Jacob. Gosto de pronunciá-lo - ela riu - Jacob.

Ambos riram da explicação simplória. Quando pararam para se encarar ele estava acariciando as bochechas de Renesmee. Ela sorriu e se encarregou de encurtar a distância entre os dois. Ela estava sentada sobre o sofá com as pernas dobradas para cima e ele a envolvia com os braços.

-Esqueça ela agora, Jake - ela brincou.

-Já esqueci.

-Não, melhor, lembre-se. Foi ela que me trouxe a este mundo, só para que eu pudesse encontrar você.

-Tem razão - ele a beijou.

-E você estava neste mundo para encaminhá-la de volta a pessoa certa, para depois, enfim, poder ficar comigo.

-Menina prepotente. Amo você.

-É, eu também. Você sabe.

Oi!

Long life the Queen gente! Estou na Inglaterra! shaushauhsuahu

Quando escrevi minha primeira historia(God Save the Lover) que se passava nesta terra de homens maravilhosos não fazia idéia de como era realmente, mas quer saber, não há muito mesmo além de chuva. SHAUHSUAHSHAU

E comida e Starbucks baratos.

Além disso tem os museus e a arquitetura lindos! :D

Paris é maravilhosa, assim como a Itália.

Reviews (amo vocês que deixam reviews, os outros vão para o inferno... xD)

Beijoos.

Louise.