Oi Gente!

Cá estou com maus uma fanfiction para vocês!

Desculpem a sumida, é que eu andei meio desanimada com algumas coisas, mas estou de volta com uma história épica dessa vez. Espero que gostem!

Sobre A Cerejeira e o Lobo estou escrevendo o capítulo final, me perdoem pela demora, mas quero que seja um final a altura dos meus leitores! ^^

Com relação a Awakening of love, será um romance de duas partes, logo vocês vão perceber o que quero dizer. Sakura é filha de um casal de condes mortos que vai morar com a tia e seus dois filhos em Londres. Tomoyo sua prima de sangue que almeja um casamento por amor e que leva o nome de Madison Lilles nessa história e Syaoran, filho do primeiro casamento do pai dos mesmos que leva o título de Duque Lilgen e também Edward Lilles. Agora resta a Sakura e Tomoyo as armadilhas da sociedade. Será que elas estão preparadas para o Despertar do amor?

Sobre o esquema da fic, resolvi usar as linhas como passagem de tempo. Uma linha significa pouco tempo (alguns minutos ou horas), duas linhas (dias, semanas ou meses).

Boa leitura, por favor, mandem-me reviews a respeito da história!

Kissus!

Awakening love

Londres, séc. XIX.

Uma chuva fina caia naquela manhã deixando a viagem um tanto aborrecida para a jovem de olhos verdes. Estava cansada de uma longa viagem e não via à hora de tirar aquelas roupas molhadas e se aquecer junto ao fogo. Encarou os belos palacetes e o grande movimento nas ruas do Mayfar e temeu imaginar como seria morar em um país novo, com gente nova e costumes diferentes. Voltou-se para a tia que dormia placidamente e a dama de companhia que relutava em ficar acordada, baixou a vista fitando o pequeno pingente de esmeralda que levava consigo.

"Por que tinha que ser assim?" Uma lágrima escorreu solitária.


"Vamos Mary, precisamos deixar tudo organizado. Minha prima chega em breve." Tomoyo sorriu excitada, o belo e delicado sorriso contrastava com os olhos azuis turquesa da jovem deixando-a encantadora.

"Sim senhorita. Vejo que está muito ansiosa pela chegada de milady"A mulher sorriu.

"Sim, faz muito tempo que não a vejo minha prima, deve estar lindíssima!" A jovem riu encantada.

"Lady Madison..." a mulher a advertiu risonha.

"Me chame por Tomoyo, quando estivermos em casa, sim?" Tomoyo riu travessa.

"Sim senhorita, como quiser, mas... porque Lady Avalon só veio agora para Londres?"

"... Minha tia Nadeshico sempre acreditou que Robert voltaria para casa, mas depois de sua morte e em respeito à ela Sakura ficou em Viena esperando pelo irmão para tomar o título, mas depois de quase dez meses Sakura perdeu as esperanças e mamãe a acolheu aqui em Londres." Tomoyo baixou a vista triste.

"Meu Deus, pobrezinha!"

"Todos nós sentimos por Sakura, meus tios eram boas pessoas" Tomoyo murmurou.

"Eu sinto muito querida!" a mulher pegou a mão da jovem entre as suas em sinal de apoio.

"Obrigada Senhora Mary." As duas sorriram.


Deixaram o quarto de hospedes e Tomoyo dirigiu-se para o salão para tomar o café da manhã. O aposento era um lugar riquíssimo, com um lustre de cristal que pendia sobre a mesa, janelas altas davam vista para o belo jardim, o que tornava as refeições um tanto prazerosas.

"Syaoran ainda não desceu, Wei?" Tomoyo perguntou para o mordomo. Ele era um homem extremamente elegante, alto e esbelto que aparentava ter bem menos idade do que possuía, usava um fino óculos redondo que contrastavam com o bigode grisalho deixando o homem sempre com um sorriso felino nos lábios. O senhor sorriu para Tomoyo.

"O mestre encontra-se deitado, milady." O homem curvou-se elegantemente

"Obrigada Wei!" Ela sorriu e dirigiu-se para a governanta.

"Ora essa, já é quase hora de comer e meu irmão se encontra deitado? Sinceramente, acho que a companhia do marquês de Dure não tem sido nada benéfica a Syaoran. Chega tarde e levanta tarde, mal come, além de passar muito tempo fora de casa. Temo pela reputação de nossa família, não quero que ele se converta em um fanfarrão libertino como muitos nobres de nossa sociedade." ela colocou as mãos na cintura em sinal de desaprovação.

"Lady Lilgen, entenda que seu irmão é homem, possui um título do mais alto escalão e pode fazer o que quiser. Somos mulheres, temos que aceitar isso." A mulher se encolheu envergonhada.

"Eu entendo perfeitamente, mas conheço Syaoran e ele não se atreveria a fazer esse tipo de coisas se não for influenciado." Tomoyo fechou a cara.

"Milady entenda..."

"Sim Mary, Syaoran tem 27 anos e herdou o ducado muito cedo, eu deveria agradecê-lo por todo o zelo que tem por minha mãe e eu. Só me preocupo pelo bem estar dele." Tomoyo encolheu-se ressentida

"Se milady ouvisse a senhorita falando assim..."

"Mamãe sabe que sou geniosa, mas procuro ser uma boa filha, não quero vê-la triste e sei o meu lugar como irmã do duque, prometo ser sempre uma lady respeitável Mary."

"É realmente uma jóia Milady, tenho certeza que será muito feliz!" Ela sorriu ao ver a jovem corar.

"Mary!" a jovem cobriu o rosto com as mãos vendo a mulher sorrir.

"Bem, preciso organizar a lista de compras, deseja alguma coisa Srta?"

"Ahh sim, peça ao cozinheiro que faça uma torta de cerejas, Sakura adora."

"Sim milady" a mulher curvou-se e deixou Tomoyo pensativa. Um sorriso maroto brotou nos lábios da jovem que ergueu as saias do vestido de cetim rosa e subiu as escadas correndo.


Tomoyo bateu uma, duas, três vezes quando notou a porta aberta, entrou sorrateiramente e deparou-se com o jovem adormecido. Andou na ponta dos pés para que o salto não a delatasse e sorriu divertida, aproximou-se do jovem com um travesseiro e...

"... Não se atreva..." ele murmurou encarando-a com as grandes orbes douradas e leoninas, Tomoyo fechou a cara brava.

"Por que não disse que já estava acordado?" Ela aproximou-se da janela e abriu as cortinas violentamente, fazendo Syaoran gemer.

"Foi divertido vê-la se empenhar tanto em me acordar, sabe que não consegue!" ele endireitou-se na cama tentando acostumar-se com a luz da habitação.

"Você é um fanfarrão mesmo, só quer rir da sua pobre irmãzinha que se preocupa contigo e só quer o seu bem." Tomoyo fingiu amargura.

"Ora essa Tomoyo... o que quer?"

"Só queria que tomasse café comigo, faz tempo que não faz isso." Ela o fitou chateada.

"Sinto muito minha irmã, tenho tantas coisas para pensar e resolver que acabei esquecendo. Perdoa-me? " ele murmurou terno.

"Sabe que sempre te perdoarei, é meu irmão mais velho não? - ela sorriu divertida – A propósito onde foi ontem que chegou tão tarde?" o sorriso de Tomoyo aumentou mais ao ver o irmão constranger-se.

"Isso não é da conta de uma dama!" Ele ralhou.

Tomoyo colocou as mãos na cintura em sinal de desaprovação.

"Sabe o que acho do Marquês de Ashlock te levar a esses lugares... se o vir diga que tem a minha total desaprovação com relação a isso." Ela virou-se de nariz empinado e fechou a porta. Syaoran riu.

"Essa menina..."


Quando a carruagem parou Sakura deu graças a Deus. Seu estômago estava embrulhado e o cansaço era visível em seu rosto abatido, fitou a tia que acabava de acordar devido ao solavanco da carruagem e sorriu para a mulher.

"Vamos querida, esse será seu novo lar." A mulher estendeu a mão para o cocheiro que a ajudava a descer, sorriu nervosa e seguiu a tia.

A primeira impressão da Lilles Manor era realmente de assombrar, uma escadaria toda em mármore branco erguia-se em magníficas colunas entalhadas da mesma pedra, janelas altas eram distribuídas pela edificação transformando aquela residência em um sonho. Encarou emocionada a tia que seguia segurando a mão da jovem entre a sua.

"Espero que não se sinta deslocada, sei que o campo era bem diferente, mas quero que seja feliz aqui." A mulher sorriu.

"Obrigada tia Sonomi, sem a senhora em minha vida... eu não sei o que seria de mim." A jovem sorriu fracamente.

Caminhou junto à mulher e só deu-se conta quando Tomoyo já a tinha em um abraço saudoso.

"Sakura querida, que bom que chegou! Como você está? Se sente bem? " Tomoyo soltou-se da jovem e cumprimentou a mãe com um doce abraço, sorriu animadíssima para a mãe que sorria para as duas docemente.

"Fico imensamente feliz de tê-las nesse momento comigo - Algumas lágrimas teimaram nos olhos de Sonomi – Vamos meninas, Sakura precisa descansar, a viagem foi um tanto exaustiva para nós. Tomoyo importa-se de levar Sakura até o quarto dela?"

"Ficarei honrada mamãe, sabe o quanto Sakura é querida aqui. Venha Sakura vou te mostrar seus aposentos." A jovem conduziu a loira até o alto da escada que se dividia em duas alas, Sonomi sorriu ao ver a jovem loira agradecer com um delicado sorriso. Mary aproximou-se da mulher que encarava a escada pensativa.

"Milady, está tudo bem?"

"Sim Mary, só preocupada com minha sobrinha, essa menina sofreu tanto..." Sonomi baixou a vista pensativa.

"Imagino milady, perder os pais de uma forma tão trágica é um fardo pesado para uma jovenzinha carregar. A sociedade inteira comentou sobre o que houve."

"Sim Mary, temo por essa menina... apesar do título dos pais e a fuga do irmão, o que resta a ela é o mais triste que pode acorrer a qualquer mocinha de sua idade."

"Milady " Mary assombrou-se.

"Vamos Torcer Mary, para que o escândalo que envolve o Conde Ravenscar não manche a reputação da minha querida sobrinha" Sonomi fitou Mary seriamente.


As duas jovens subiram até o segundo andar pela ala leste da casa e Sakura deliciou-se com a beleza do lugar, tapeçarias e quadros de antepassados só mostravam o quanto os Lilgen eram imponentes.

Ao chegarem ao dormitório Sakura soltou uma exclamação suave. Surpreendeu-se com o quarto digno da realeza.

Tomoyo sorriu ao ver a reação da prima, era a primeira vez que via alguém tão feliz com um simples quarto. Segurou a mão da jovem entre as suas e mostrou cada detalhe do lugar.

"O tom de pêssego e dourado foi mamãe que escolheu, porém a mobília fui eu mesma, faz combinação com o meu quarto que é conjugado a este. Espero que não se importe." Tomoyo atravessou uma bonita sala e adentrou um dormitório tão bonito quanto o de Sakura. A loira sorriu encantada.

"Céus... mamãe nunca disse que tia Sonomi possuía uma mansão tão luxuosa, nossa casa no campo era confortável, mas nunca como essa..."

"Depois que papai faleceu, mamãe trocou toda a decoração da casa. Edward custeou tudo sem reclamar e ela se esforçou ao máximo para deixar a Lilles Manor no estado em que está. Às vezes acredito que estou em um castelo de contos de fadas." Tomoyo sorriu envergonhada, Sakura riu.

"Mas você é quase uma princesa Tomoyo, é irmã de um duque." As palavras de Sakura saíram mais animadas que o habitual.

"Edward é um rapaz normal, às vezes é meio austero e muito sério, mas tem um bom coração e uma beleza divina. É um homem muito cobiçado entre as jovens casamenteiras, mas ele... parece que não se interessou em nenhuma jovem ainda. Diz que todas são frívolas." Tomoyo sorriu

"Isso é o habitual em um homem, meu pai dizia o mesmo..." Sakura murmurou.

"Mas tia Nadeshico sempre desejou que fosse educada como uma dama. Não entendo esse motivo estranho do conde Ravenscar tê-las mantido no campo durante tanto tempo..." Tomoyo a fitou pensativa enquanto via a prima baixar a vista.

"Meu pai sempre foi um homem muito severo, não aceitava que eu e mamãe vivêssemos de forma frívola e leviana na corte ou freqüentando bailes, por isso nos mantinha na casa de campo... às vezes mamãe se aborrecia, mas..."

"Vamos, não deve recordar-se do passado, o importante é desfrutar do presente." Tomoyo apertou delicadamente o braço de Sakura em sinal de apoio, Sakura sorriu.

"Obrigada Tomoyo."

"Bem, vou deixá-la descansar, Kath vira te ajudar com o banho - a jovem sorriu travessa – descanse bastante, pois jantaremos com o Duque!"

"Com o duque? - Sakura exclamou atordoada – "Mas eu nunca estive na presença de um duque antes.." o desespero era evidente nos olhos verdes da jovem.

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"Não se preocupe Sakura querida... ele é tão mortal quanto nós..." Tomoyo acenou divertida para a jovem apavorada.


"Vocês viram a nossa visitante? Parece uma princesa de tão bonita. Quem dera se eu fosse um nobre, com certeza não perderia tempo em cortejá-la" Mark comentou com Mary e Fantine, as duas preparavam o chá concentradas.

"Ora essa Mark deixe a menina em paz. Ela acabou de perder os pais e não vai querer um relacionamento agora. A pobrezinha está sozinha no mundo." Mary comentou enquanto Fantine que tirava a torta do forno retrucou.

" Você acredita nisso Mary, se eu fosse essa menina já começava a pensar em um casamento com algum aristocrata o mais rápido possível. Será preferível a ser um peso para o Duque Lilgen."

"Fantine você é tão insensível às vezes, tenho certeza que o mestre não se incomodará com a menina. Eles são a única família que ela tem." Mary encarou a francesa brava.

"Muito bem, sabe o que acho e ao menos que essa menina me faça mudar de idéia vou continuar achando isso." A mulher encarou Mary.

"Esse seu gênio..." Mary retrucou pegando a bandeja com o chá dirigindo-se até a sala de estar.


Sonomi e Sakura passaram a sesta inteira descansando da viagem, porém no horário do chá Sonomi preferiu recolher-se ao seu dormitório e ali desfrutar do mesmo, enquanto as duas jovens o faziam na pequena saleta amarela reservada para a recepção dos convidados.

"Como se sente Sakura?"

"Obrigada Tomoyo, me sinto muito melhor sim. Aquele banho foi revigorante." Ela sorriu fracamente, nisso ouviram batidas na porta.

"Entre Mary, por favor?" Tomoyo exclamou.

Mary entrou e pode ver a jovenzinha, seu cabelo era de um castanho quase dourado de onde algumas mechas teimavam em segurar-se no coque baixo formando uma moldura delicada para o rosto juvenil, lábios delicados faziam o jogo perfeito para o pequeno e arrebitado nariz, o que valorizava-lhe ainda mais a beleza, porém o mais marcante era a intensidade das orbes da moça que reluziam feito esmeraldas cintilantes. Uma ninfa ou um anjo seria pouco para aquela jovem. Sorriu ao aproximar da moça.

"Sakura, quero que conheça a minha governanta Mary Hamilton, ela foi minha preceptora desde pequena e agora cuida da casa junto com Wei, nosso mordomo. Se precisar de qualquer coisa pode pedir a eles sim?" Tomoyo disse meiga enquanto via a jovem levantar-se e ir em direção a mulher.

"Prazer em conhecê-la Sra Hamilton, sou Emerald Sakura Avalon. Espero não ter dado muito trabalho a senhora." A jovem sorriu pegando as mãos da mulher gentilmente entre as suas, Mary a fitou admirada.

"Milady, não precisa se incomodar eu estou aqui justamente para isso." Ela sorriu docemente.

"Obrigada" a jovem sorriu.

"Mais alguma coisa milady?"

"Obrigada Mary!"

"Se precisarem de algo é só chamar." A mulher reverenciou as duas e saiu.

Sakura voltou-se para o lugar onde estava e viu Tomoyo servir-lhe um delicioso pedaço de torta de cerejas, um sorriso encantador brotou de seus lábios.

"Oh, Tomoyo você ainda se lembra?" Ela sorriu saboreando a iguaria.

"Claro que sim, pois eu também adoro - as duas puseram-se a rir - A propósito como estavam as coisas em Viena?" Tomoyo mostrou bastante interesse.

"Bem, não sei te dizer muita coisa sobre a alta sociedade de lá. Quase não fui aos bailes que havia e mamãe me contava muito pouco sobre a Imperatriz, dizia que eu não tinha idade suficiente para me informar sobre a política de lá. Seria apresentada esse ano aqui em Londres como meu pai queria..." Sakura baixou o olhar.

"Vamos Sakura, ainda é jovem... tem muito tempo para pensar nisso. E também... seus pais estão em um lugar muito melhor que esse." Tomoyo ajoelhou-se diante da jovem que estava prestes a chorar.

"Eu sei Tomoyo, mas ainda doe lembrar-se que perdi o ser que mais amava... até Touya me abandonou em um momento como esses... " Sakura voltou a chorar.

"Sei que difícil, mas precisa lutar... sua mãe não ia querer vê-la tão triste dessa forma, se me lembro bem ela queria que sempre sorrisse." Ela enxugou as lágrimas da jovem.

"Como posso esquecer isso, minha mãe sempre foi uma pessoa generosa e nunca foi capaz de fazer nada errado, porém o conde Ravenscar a humilhou de uma forma horrível. A fez sofrer durante três anos e naquela maldita nevasca a fez acompanhá-lo para se encontrar com aquela odiosa lady Laurentz. Só soube o que havia acontecido quando um viajante bateu na porta com minha mãe nos braços. Eu deveria ter impedido que ela fosse com meu pai naquela noite..." Sakura silenciou ao ver o olhar de assombro de Tomoyo, baixou a vista segurando as lágrimas que teimavam em seus olhos.

"Céus..." Tomoyo exclamou perplexa. Sakura ajoelhou-se diante da jovem.

"Por favor Tomoyo, jure que não vai contar a ninguém que meu pai foi um cafajeste..." as grossas lágrimas rolaram pelo rosto bonito.

"Mas todos precisam saber o que houve... praticamente seu pai assassinou sua mãe" Tomoyo estava pálida.

."Eu ainda não sei... se alguém souber o que ele fez... minha reputação estará arruinada..." Sakura baixou a vista segurando um soluço, enquanto Tomoyo a acudia em um abraço amigo.


Àquela hora da tarde o clube ainda estava vazio, Syaoran estava sentado na sua habitual poltrona enquanto o visconde Ashlock caminhava de um lado para o outro.

"Edward está sendo inconseqüente fazendo essas coisas, o que a Srta Madison diria se soubesse que está envolvido em tal coisa?"

"Meu caro Eriol, sabe bem que minha irmã não se atreveria a imaginar tal coisa. E ninguém mais conhece meu passado." Syaoran lançou um meio sorriso para o jovem a sua frente.

Eriol Lancaster era um rapaz de 29 anos, filho mais velho do conde de Dure e visconde de Ashlock, possuía bastante prestígio apesar de ser considerado libertino e mulherengo. Era um rapaz de beleza rara e encantava a qualquer moça da alta sociedade com seus olhos azuis e longos cabelos escuros. Era da altura de Syaoran e os dois juntos eram o alvo das mães e suas filhas casadouras nos bailes da temporada.

O jovem olhou inconformado para o jovem de olhos âmbares.

"A Scotland Yard já está nesse caso faz tempo. Você deveria ficar em casa cuidando da sua irmã e madrasta." Eriol rebateu. "É óbvio que não! - Syaoran o encarou sério - Prometi a Jack que investigaria esses crimes. Sei que faz muito tempo desde aquela época, mas não posso negar um favor a um amigo." Syaoran fuzilou o amigo. "A vida é sua, se deve algo ao senhor Smith não é problema meu. - o jovem sorveu a bebida que levava a mão - A propósito, vai visitar Madame Sophie hoje?" Eriol aproximou-se do bar pegando um copo com brandy para Syaoran. "Não, a prima de minha irmã chegou hoje de Viena, preciso recebê-la." O jovem disse sem muito ânimo. "E ela é bonita?" Eriol mostrou-se bem interessado oferecendo a bebida para o jovem. "Não sei, não a vi... deve ser alguma caipira sem classe. Madison me disse o nome dela, mas eu não consigo lembrar." Ele jogou a cabeça para trás desanimado. "Se não gostar dela deixe-a para mim, saberei como tratá-la..." Eriol sorriu malicioso. "Vou pensar no seu caso." Syaoran sorriu zombeteiro. _

A tensão no estômago de Sakura tornou-se mais evidente com a aproximação do jantar e a apresentação ao Duque. Por mais que tentasse se acalmar parecia que aquilo só piorava a tensão em seu estômago. Esboçou um sorriso a Tomoyo quando adentraram a sala e dois jovens levantaram-se instantaneamente.

"Boa noite meu irmão - Tomoyo aproximou-se do jovem de cabelos castanhos e o beijou no rosto, voltou-se para o outro e ofereceu-lhe a mão - Visconde Ashlock, é um prazer recebê-lo em nossa casa." A jovem falou friamente.

"O prazer é meu milady" Eriol curvou-se beijando delicadamente a mão de Tomoyo.

"Senhores gostaria de apresentar minha prima, lady Emerald Sakura Avalon." Tomoyo sorriu em direção à porta e Sakura entrou um tanto pálida, aproximou-se de Syaoran e o reverenciou graciosamente.

"Boa noite excelência, é um prazer conhecê-lo" ela encarou o jovem e uma estranha sensação percorreu todo o seu ser.

"Milady." Ele curvou-se e elevou a mão da jovem a seus lábios sentindo uma sensação tão estranha quanto a de Sakura.

"Sakura querida esse é Eriol Lancaster, Visconde de Ashlock e é muito amigo de meu irmão Edward." A jovem encarou o irmão que fitava Sakura incomodamente.

"É um prazer excelência." A jovem mostrou tensão ao cumprimentar Eriol fazendo o jovem sorrir.

"Tem uma beleza encantadora Lady Avalon." Ele murmurou fazendo a jovem corar violentamente. Syaoran encarou os dois insipidamente.

"E como estão às coisas com sua mãe senhor Dure. Faz tempo que não a vejo?" Tomoyo aproximou-se de Sakura e a tirou dos braços de Eriol fazendo-a sentar ao seu lado, Sakura agradeceu mentalmente pela ação rápida da prima.

"Minha mãe está bem, a duquesa de Dure anda um pouco nervosa com o debute de minha irmã Anne, mas nada fora do normal. - ele fez uma pausa - E lady Lilgen não nos acompanha hoje?" Ele sorriu para a jovem, mas não desviou a atenção de Sakura.

"Mamãe está descansando, uma viagem a Viena é um tanto cansativa na idade em que ela está, pediu desculpas por não nos acompanhar hoje.." A jovem sorriu. Eriol assentiu educadamente.

"Eu imagino, será um pesar não tê-la para abrilhantar nossa velada. Lady Lilgen é uma mulher muito culta. - ele sorriu - E com relação a senhorita Avalon, imagino que tenha vindo para ser apresentada nessa temporada, não é mesmo?" Eriol encarou a jovem que parecia bem mais interessada nos sapatos do que na conversa dos dois.

"É óbvio que não! - Pela primeira vez Syaoran interveio na conversa fazendo os três estremecerem. -" Ela está em luto seu tonto, não está vendo?Syaoran ralhou com o jovem que sorriu".

"Assim o vejo Edward, sinto muito Srta Avalon, mas seria interessante ver o prestígio que conseguiria esse ano. Acredito que seria bastante cortejada por muitos admiradores como lady Madison é." Ele viu as duas jovens corarem e sorriu encantadoramente. Syaoran o fitou irônico.

"Vamos Eriol, seus galanteios não funcionam com minha irmã, e imagino que a Srta Avalon não seria tão inocente em acreditar nas bobagens que fala." Ele lançou um olhar intimidador para Sakura que encolheu-se diante da questão.

"Discordo de milord - Sakura lançou um olhar altivo para o rapaz - O visconde Ashlock é um homem muito agradável e não vejo motivos para não aceitar os galanteios dele. Se não estivesse em luto, apesar de parecer um pouco tardio eu o faria ainda nessa temporada... como minha falecida mãe desejava." Ela baixou o olhar triste. Syaoran desviou o olhar insipidamente enquanto Tomoyo lançava-lhe um olhar de reprovação.

"O jantar será servido em alguns minutos, creio ser conveniente nos acomodar à mesa, não concorda meu irmão?" Tomoyo voltou-se para Syaoran que assentiu silenciosamente.

Os dois jovens levantaram-se sendo seguidos pelas duas damas, Eriol estendeu o braço para Sakura deixando Tomoyo e Syaoran para trás. Ao afastarem-se Tomoyo encarou o irmão incomodada.

"Por que é tão arrogante?" Tomoyo ralhou.

"O quê?" Syaoran rebateu bravo.

"Poderia ter um pouco mais de respeito com ela, Nadeshico era minha única tia." Tomoyo baixou a vista magoada. Syaoran a encarou seco.

"Sinto muito minha irmã, mas sabe bem como sou... "

"Sei meu irmão... eu sei bem..." Tomoyo encarou o jovem, melancólica.


Já eram altas horas da noite e o jovem de madeixas castanhas continuava trabalhando.

Sua mente fervilhava tentando encontrar a solução para mais aquele crime. Remexia freneticamente os papéis com possíveis suspeitos e provas para descobrir o assassinato de Cecília Stanhope.

Sabia ele que a mulher tinha uma reputação duvidosa, mas era muito requisitada no círculo social e John a estimava muito.

O jovem tinha certa desconfiança que John e Cecília possuíam uma aventura, porém o que mais o intrigava era que Cecília o havia procurado algumas semanas antes de seu assassinato com a desculpa de visitar lady Lilgen.

Naquela época ele não havia percebido a tensão que a mulher demonstrava, porém agora era evidente que estava com medo e conhecia bem o passado de Syaoran.

"Preciso saber exatamente quem Lady Stanhope recebia em casa..." os olhos ambarinos brilharam intensamente.

Continua..