It's a New Day – Will.I. AM
Apartamento dos Swan, Upper East Side, Manhattan:
Eram dez horas manhã quando Bella despertou entre os lençóis de seda brancos que envolviam seu corpo. Ela esfregou os olhos e bocejou baixo enquanto sentava na cama, observando suas roupas espalhadas pelo chão do quarto e sua cabeça latejando violentamente. O que realmente havia acontecido na noite anterior?
Seu último dia de liberdade antes das aulas começarem, a última chance de aproveitar uma noite em grande estilo com os amigos antes do ano mais importante de sua vida escolar iniciar, mas o arrependimento sempre vinha quando o sol batia em sua face a despertando. Por que ela fez aquilo novamente?
Simples; eram amigos e amigos de verdade sabiam diferencia o que era diversão e o que era para ser levado a sério, como ele gostava de dizer. Mesmo assim, a sensação de ser usada parecia não passar quando ela encarou seu reflexo no grande espelho que ficava na parede do banheiro. Mais pálida do que nunca, cabelo desgrenhado e maquiagem negra dos olhos borrada. Típico de uma ressaca física e moral.
Quando Bella bocejou mais uma vez sentiu seu maxilar travar e as mandíbulas doloridas enquanto tentava fechar a boca novamente, resquício do esforço oral que havia feito na noite anterior. Como ela odiava acordar arrependida e as dores corporais relembrarem o que havia feito com ele, mas novamente ela esqueceria tudo e seguiria em frente. Seu celular tocando alto no criado-mudo lhe informava que o último dia de Agosto seria cheio.
Futebol no Central Park com os caras, quer ir assistir? E. C.
Apenas essas palavras estavam escritas na mensagem breve que ela leu na tela, nenhum "bom dia" ou questionamento sobre como ela estava. Era assim que as coisas funcionavam entre eles. Um relacionamento estritamente amigável e ele nem imaginava sobre os sentimentos que aquela garota nutria por ele assim como todas as outras faziam. Era difícil suportar a convivência, mas Bella preferia dessa forma. Mesmo que não fosse da sua maneira, era melhor do que viver sem ele.
- B, está acordada? – ela escutou a voz de Jacob ecoar pelo quarto.
- No banheiro. – ela gritou, mas se arrependeu, pois deixou sua dor de cabeça pior.
Jogou água gelada em sua face tentando amenizar as linhas de expressão e o inchaço de seus olhos, limpando o restante de maquiagem que ainda estava colorindo sua pele e o suor que exalou com toda a movimentação que fez dançando, bebendo, rindo com os amigos e dando prazer a apenas um deles.
- Como foi ontem? – Jacob perguntou sentando no vaso para observá-la passar a toalha felpuda pelo rosto. – Pela sua disposição vejo que foi uma noite como aquelas.
- Foi pior porque eu não recordo muita coisa do que aconteceu. – ela respondeu dando um longo suspiro. – Mamãe está em casa?
- Acabou de sair para o pilates e depois vai almoçar com as garotas do clube. – ele respondeu dando ênfase para a palavra "garotas" a fazendo rir. – Quer ir ao cinema mais tarde?
- Talvez eu não possa. Vou a Central Park.
- Fazer? – Jacob perguntou desconfiado.
- Edward e Emmett vão jogar futebol, vou dar uma passada para vê-los jogando.
- Bella, por favor. – ele pediu revirando os olhos e suspirando. – Vai bancar a groupie dele novamente?
Não sei do que você está falando... – ela disse se fazendo de desentendida.
- Pare com essa tentativa de chamar a atenção dele de uma maneira diferente, está ficando cada vez mais claro.
- Ele é o único que não percebe... – ela sussurrou de modo inaudível abaixando a cabeça.
- Para ele você é apenas uma amiga, a única garota que ele não transa e que consegue pensar em coisas além de compras e festas.
- Eu não vou ser a única que vai lá. – Bella disse tentando se defender.
- Você e todas as outras garotas que são apaixonadas por ele. Caía na real, Bella. Vocês se conhecem desde sempre e desde sempre você é apaixonada por Edward.
- Eu não vou continuar discutindo isso com você, Jake. – Bella disse puxando o irmão pelo braço até retirá-lo do banheiro. – Preciso tomar um banho e comer algo.
- Vou pedir a Natalie para preparar seu café. – ele disse antes da portar se batida em seu rosto.
Com a água quente caindo sob seu corpo, Bella pode relaxar e tentar não pensar nas verdades ditas por seu irmão. Apesar de ser dois anos mais novo que ela, Jacob às vezes – ou sempre – conseguia ser mais maduro em certos assuntos ou talvez Bella gostasse de ser cega para encarar algumas realidades que lhe eram impostas como por exemplo:
A - Edward nunca olharia para ela com outras intenções que não fosse a de amizade.
B - Ela seria eternamente sua melhor amiga de infância e o escutaria falar com Emmett sobre as garotas que conquistava.
C - Sua vida se tornaria cada vez mais um martírio se ela insistisse nessa paixão estúpida.
- Eu sou muito idiota mesmo... – ela disse a si mesma fechando o chuveiro.
Não, Bella era apenas uma garota normal de dezessete anos que deixava o coração falar mais alto que a mente e encarava os dias como se fossem os últimos. Melhor aproveitar antes de tudo termine...
Goodmornings - Central Park
Central Park, Manhattan
Após um café forte e duas torradas francesas, ela pôs-se a caminhar pelas ruas movimentadas de Manhattan balançando a bolsa Burberry e segurando um copo de Iced Caramel Macchiato da Starbucks na outra mão, distraída enquanto escutava algumas canções em seu iPod. Um sol brilhante e acolhedor iluminada aquela manhã e Bella estava mais relaxada apesar de sentir sua cabeça ainda reclamar do excesso de álcool ingerido a menos de doze horas. Poucos quarteirões a separava do imenso parque onde os amigos estariam, podendo corar sua pele extremamente branca com o final do verão.
Ela já sabia exatamente onde eles estariam e encontrou o grupo peculiar de garotos de sua idade reunidos no gramado enquanto alguns jogavam a bola para o outro. Todos eram altos e de corpo moldados, cabelos arrumados de modo delineado e vestiam roupas caras demais para uma partida de futebol americano. Sem dizer nada, Bella sentou no gramado e retirou o livro que lia naquela semana para se distrair um pouco. Nem ao menos percebeu a presença das outras garotas rindo e fofocando entre si sobre os garotos jogando e se percebesse as ignoraria automaticamente. Garotas de sua escola e Bella não eram o que podemos chamar de grandes amigas.
As palavras das páginas que lia penetravam em sua cabeça com tanta intensidade que ela só notou a presença de alguém quando Edward sentou ao seu lado e puxou o livro de sua mão, fazendo seu coração disparar com muita rapidez quando aquele par de olhos azuis sorriam para ela.
- E aí, tiny? – ele perguntou abrindo um sorriso largo. – Sobreviveu a ontem?
- Não sou tão fraca como você pensa, Edward. – Bella retrucou mal humorada puxando o livro de volta.
- Mas você estava muito fraca ontem. Três doses de Absinto foram suficientes para te fazer subir na mesa dessa vez. – ele comentou rindo.
- Então, eu subi novamente na mesa da Foxy?
- Você não se lembra de muita coisa, não é? Nem do final da noite no meu carro? – ele perguntou a provocando.
- Disso eu tenho uma idéia breve do que aconteceu. Meu maxilar dolorido não me deixa esquecer. – Bella comentou encarando a página e sentindo sua face queimar de vergonha.
- Desculpe, prometo ser mais rápido da próxima vez. – Edward disse beijando o topo de sua cabeça e levantando. – Esqueça esse livro um pouco e me assista fazer um touchdown para você, tiny.
- Como se você fosse capaz de fazer isso... – ela retrucou o fazendo gargalhar e correr ao encontro dos amigos.
Bella tentou se concentrar novamente em seu livro, mas era impossível quando as palavras de Edward ainda ressoavam em seus ouvidos e o toque de seus lábios em seu cabelo parecia queimá-la. Seu coração ainda estava estupidamente acelerado e suas bochechas mais vermelhas do que nunca ao tomar conhecimento do sentido daquelas palavras; haveria outra vez, sempre haveria. Não importava o que acontecesse, quem estivesse com um dos dois, era a ela que Edward recorria quando queria aliviar as tensões do dia – com a desculpa que ela era a melhor nesse aspecto que ele já conhecera - e Bella sempre estava pronta para ajudá-lo como uma boa amiga faria. Mesmo que quando deitasse a cabeça no travesseiro todo o sofrimento ficasse pior.
Bella se esquecia do mundo ao seu redor quando começava a ler algo e não viu o touchdown que Edward fez, apesar de não dedicado a ela como ele prometeu. As garotas sentadas em forma de roda ao seu lado batiam palmas e riam alto quando ele conseguia avançar algumas jardas ou marcava outro touchdown, praticamente molhando suas calcinhas La Perla de excitação pela demonstração de habilidade com as mãos daqueles garotos.
- Porra, Emmett. – Edward gritou atraindo a atenção de Bella.
Esperando dar boas risadas com as brigas entre os dois, ela levantou os olhos e viu Edward sentado na grama segurando o braço esquerdo contra o peito e rodeado pelos amigos. Pela leitura de sua expressão, ela poderia dizer que ele estava sentindo dor e pelo número de palavrões que ele dizia a Emmett o amigo poderia ser culpado pelo ferimento. Bella largou o livro na grama e correu ao encontro do grupo, as outras garotas a seguindo com um desespero que soava falso demais.
- O que aconteceu? – ela perguntou se ajoelhando ao lado dele.
- Emmett tombou comigo em uma defesa e eu caí apoiando meu braço no chão. – Edward respondeu entre os dentes, olhando com raiva para o amigo.
- Foi mal, cara... – Emmett disse tentando se desculpar.
- Não, foi péssimo. – Edward o corrigiu rapidamente. – Meu braço está me matando.
- Você precisa ir a um médico. – Bella disse tocando seu braço, mas ele recuou gemendo de dor.
- Eu te levo ao Hospital Lenox Hill... – Emmett falou.
- Você já fez merda demais por hoje. Bella pode me levar. – Edward pediu olhando para amiga. – Se importa?
- Não, eu posso te levar sim. – ela respondeu o ajudando a levantar.
- A chave do carro está em minha mochila. – Edward disse indicando com a cabeça as mochilas perto de uma árvore.
- Eu vou dirigir seu carro? – Bella perguntou surpresa.
- Eu é que não posso, não é? – ele retrucou sarcasticamente.
Se havia uma coisa no mundo que Edward Cullen amava mais que a ele mesmo era seu Volvo C30 prata que ganhou quando fez dezesseis anos e tirou a carteira de motorista. Garotas podiam ir e vir, mas seu carro era fiel a ele todos os dias. Bella às vezes gostava de dizer a si mesma que ainda o destruiria na esperança de, sem o precioso carro, ele pudesse notá-la da maneira que ela queria.
O carro estava estacionado em uma das entradas do parque e Bella abriu a porta para Edward sentar no banco de couro ainda segurando o braço contra o peito. Ela estava nervosa por ser responsável por levá-lo ao hospital, por estar prestes a dirigir aquele carro potente que o dono amava demais e por estar mais uma vez dentro do veículo que tantas vezes presenciou sua fraqueza. A noite anterior era um bom exemplo disso e ela fitou o copo da Starbucks amassado no chão do carro, provavelmente ainda guardando o fluido masculino que ali foi cuspido.
- Está doendo muito? – ela perguntou quando parou em um sinal vermelho.
- Um pouco, mas não vou choramingar. – Edward respondeu fingindo seriedade, que em nada combinava com ele.
- Eu sempre disse que esse esporte é violento demais. Vocês nunca me escutam...
- É um esporte de homem, tiny. Tem que saber agüentar as conseqüências como um macho de verdade.
- Você não parecia agüentar enquanto reclamava de dor lá no parque... – ela comentou o provocando. – Aquilo eram lágrimas de dor ou eu estou imaginando coisas...
- Fiz aquilo para deixar Emmett mais culpado ainda... – Edward explicou gaguejando levemente e Bella não conseguia deixar de rir. – Cala a boca e dirige, Bella.
A emergência do hospital não estava lotada e logo Edward foi atendido, sendo levado para uma pequena sala acompanhado de uma médica jovem e bastante atraente. Temendo que o amigo não fosse respeitar nem a médica, Bella insistiu em acompanhá-lo durante todo o processo alegando preocupação. Preocupada ela estava, mas de ser mais uma vez trocada sem que ele percebesse que aquilo a machucava seriamente.
Um mês de gesso por causa de uma pequena fratura no pulso foi o que Edward ganhou como despedida das férias. Sem condições mais ainda de dirigir, Bella o levou com o carro até sua cobertura localizada na 82nd Street, em frente ao Central Park, vizinho ao Met – Metropolitan Museum of Art – e estacionou em sua vaga na garagem vazia.
- Pronto. Entregue são e salvo. – ela disse travando o carro e guardando a chave na mochila que Edward carregava no ombro.
- Obrigado, tiny. Eu não sei o que faria sem você. – ele disse sorrindo de modo caloroso para a amiga. – Na verdade, eu nunca vou saber o que fazer sem sua ajuda.
- Não foi nada. – ela disse em um sussurro tímido. – Eu... só estava ajudando um amigo.
- Você é minha salvação em momentos de desespero, sabia? – Edward perguntou se aproximando dela e abraçando sua cintura com o braço saudável. – Muito obrigado por tudo.
- De nada... – Bella respondeu fechando os olhos e sentindo seus lábios pressionados contra sua testa.
Edward tinha uma mania irritante de sempre beijá-la no meio da testa, confirmando mais ainda que ele sentia respeito pela amiga quando o que mais Bella queria era ser desrespeitada do modo que ele fazia com todas as outras. Mesmo querendo seu amor, ela não conseguia esconder que o tesão falava muito alto – praticamente gritava – quando eles estavam juntos. Ele despertava em Bella coisas que depois ela morria de vergonha ao recordar.
- Então... vou indo. – Bella disse dando passos para trás. – Qualquer coisa me ligue, ok?
- Na verdade, eu queria te pedir só mais um favor. – Edward disse receoso. – Meus pais estão viajando e Aniela está de folga esses dias... Será que você não podia preparar alguma coisa para comer? Eu realmente estou com fome e não me acostumei com esse gesso...
- Tudo bem. – Bella disse revirando os olhos e suspirando. – Eu sou sua babá, mas só hoje!
- Obrigada de novo, tiny. – ele disse a abraçando forte.
O que Edward pedia sorrindo daquela maneira sedutora que Bella não obedecia prontamente e com muito prazer? Acho que até aquele momento, nada.
Apartamento dos Cullen, Upper East Siders, Manhattan:
Bella conhecia aquele apartamento como a palma de sua mão tamanha era a quantidade de festas que já participou ali, das noites que dormiu naquele lugar quando sua mãe estava fora, das tardes tentando forçar Edward a estudar, mesmo que ele não precisasse por causa de sua inteligência fora do comum. Ela gostava de ficar ali com o amigo, era um dos únicos locais que eles podiam agir sem temer o que as más línguas iriam dizer sobre seu relacionamento ou que ela não precisasse disputar a atenção dele com outras pessoas. Era somente os dois, mais ninguém atrapalhando seus momentos e isso dava a Bella uma sensação de poder sobre ele, apesar de ser bastante claro que Edward era o mandante na relação deles.
- Eu vou tentar tomar um banho. – ele disse deixando a mochila em cima da bancada de mármore na cozinha. – Você já conhece tudo por aqui.
- Pode deixar que eu me viro. – Bella disse abrindo a geladeira.
- E obrigada mais uma vez. – ele acrescentou sorrindo.
- Vai tomar banho e deixa de drama, Edward. – ela brincou o jogando um pedaço de papel amassado.
Conhecendo o gosto de Edward para comida, Bella preparou um sanduíche de salmão defumado com kani e fez um suco de laranja concentrado adoçado com mel. Gostava de paparicá-lo de todas as maneiras possível, pois sabia que quando o senhor e a senhora Cullen estavam viajando e a empregada Polonesa não estava, Edward literalmente passava fome por preguiça de preparar alguma coisa. Sobrevivia de fast-food e comida chinesa fria que nem esquentar ele tinha coragem.
Ela estava terminando de colocar o restante do kani no congelador quando Edward apareceu na cozinha enxugando o cabelo bagunçado e trajando apenas um short de um time de basquete, o elástico da cueca Calvin Klein aparecendo sorrateiramente. Bella tentou disfarçar, mas seus olhos insistiam em analisar aquele corpo forte que a deixava doida, as lembranças das inúmeras vezes que dormiu abraçada com ele mesmo que nada tivesse acontecido vindo com força. Era uma tortura vê-lo daquela maneira, tão pronto e tão impossível ao mesmo tempo.
- Não acredito que você ainda lembra-se desse sanduíche. – ele comentou deixando a toalha em cima do mármore e sentando em sua frente. – Faz anos que eu não como.
- Porque faz anos que sua empregada chilena foi demitida. – Bella respondeu o observando dá uma mordida no sanduíche e revirar os olhos de prazer. – Está igual ao que Lucia fazia?
- Está melhor. – ele respondeu com a boca cheia. – Você tem talento para sanduíches, tiny.
- Talvez eu siga essa carreira. – ela comentou rindo.
Edward comeu calado e Bella apenas o observava atentamente, como uma mãe zelando por seu filho na hora da refeição. Talvez fosse esse um dos motivos que Edward só via Bella como uma amiga; ela o tratava como se fosse um filho, uma pessoal que dependia dela o tempo inteiro, e nunca mostrava seu lado mulher que despertasse outros sentimentos dentro dele. Ela ficava tão boba ao seu lado que nem pensava direito sobre seus atos, era apenas impulsos, tudo involuntário demais.
- Estava muito bom. – ele disse quando finalmente terminou de comer e tomou um gole do suco. – Muito obrigado.
- Você precisa de mais alguma coisa? – Bella perguntou o vendo levantar do banco e caminhar até ela. - Algo que eu possa fazer por seu pulso?
- Na verdade, tem sim... – ele respondeu sorrindo com os lábios retorcidos para o lado direito e piscando.
Bella conhecia aquele jeito dele a olhar e respirou fundo quando Edward inclinou o rosto para beijar seu pescoço várias vezes. Lá iria ela mais uma vez tentar se controlar e não ceder ao charme do amigo a pedindo por seus favores.
- Edward, você está com o braço quebrado. – ela disse engolindo seco quando ele utilizou a mão saudável para acariciar sua cintura e subir em suas costas dentro de sua blusa.
- Eu não pretendo utilizar as mãos... – Edward retrucou mordendo a pele branca do pescoço de Bella. – Vai ser rápido, tiny. Eu estou com dor e preciso relaxar um pouco.
- Não acho certo... – Bella tentou dizer quando ele encostou seu corpo ao dela e pôde sentir a ereção de Edward contra sua barriga.
- Por favor? – ele pediu a beijando apenas com os lábios por poucos segundos.
Lovage – Book of the Month
Ela simplesmente não conseguia resistir e se manter em pé quando Edward a pedia daquela maneira, utilizando de seu poder de sedução como persuasão. Mais uma vez, Bella ficou de joelhos em sua frente e abaixou o short do amigo junto com a cueca. Agarrou seu membro rígido com uma mão para abocanhá-lo com vontade até onde sua garganta suportava, sentindo a única mão utilizável dele agarrando seu cabelo na parte de trás.
- Caralho, Bella! – ele gemeu alto, sentindo aqueles lábios deslizando por seu membro lentamente e agarrou seu cabelo com mais força. – Que bo... – ele travou sentindo a língua em sua extremidade. - Chupe... Assim... com vontade... Isso.
Bella levantou os olhos sem deixar de engoli-lo, vendo o peito de Edward subindo e descendo com sua respiração se tornando cada vez mais pesada. As costas do amigo começavam a molhar do suor exalando por seus poros e ele puxava sua cabeça para frente e para trás ditando a velocidade que ela deveria chupá-lo. Seus olhos apertaram com a dor que os puxões em seu cabelo causavam, mas Bella não parava de forçar cada vez mais o membro em sua boca atingindo o fundo de sua garganta e impregnando sua saliva.
Não conseguiu sentir o mínimo de prazer todas as vezes que fez aquilo como um favor a Edward, seu corpo se protegia do abuso a tornando uma garota frígida e seca, impossibilitada de aproveitar um envolvimento sexual sem compromisso. Após três anos de atividade oral exclusiva ao amigo, Bella sentiu que seu vício era mais que carnal; era quase uma necessidade estúpida de dar prazer a aquele amigo em particular para ele jamais deixá-la.
Sem avisar, Edward gozou apertando seu cabelo com um último puxão forte e preenchendo sua boca com aquele líquido. Era nesse momento que a dor na consciência machucava Bella; quando ela levantava e procurava um lugar para cuspir a secreção do amigo fingindo que nada havia ocorrido. Sejamos francos, nada realmente novo havia acontecido. Aquela era a rotina que Bella submeteu-se para ser a única garota capaz de fazer Edward Cullen gozar como outra não conseguia. Tantas vezes ele fez questão de dizer isso a amiga, de informá-la que seus lábios e sua língua eram os responsáveis por tirá-lo da realidade por alguns segundos e fazer seu corpo se render por completo. Bella queria apenas ter a capacidade de dominar o coração do amigo e esquecer que um dia foi seu capacho.
A água da pia escorria pelo ralo abaixo junto com aquele líquido quando ela escutou o elástico da cueca batendo contra a pele suada dele, o som mais angustiante de sua vida; um abuso concedido mais uma vez. Isso deixava seu estômago revirado instantaneamente e diversas vezes Bella vomitou após fazer aquilo com nojo dela mesma e sofrendo com a ansiedade crescendo em seu peito. Já fora diagnosticada com bulimia nervosa quando as crises de vômitos se tornaram diárias, mais ou menos na mesma época que Edward engatou um relacionamento sério com Molly Bradwood, uma loirinha que mudara para o Canadá há quatros anos e pôs um fim ao namoro com ele, mas Bella não fazia um tratamento adequado para superar aquelas crises de ansiedade. Esperava paciente que o tempo curasse sua dor.
- Obrigado. – Edward disse respirando fundo e arrumando seu membro dentro da cueca de um modo que deixava Bella sentindo o vômito se formar em seu esôfago. – Eu estava precisando disso para relaxar.
Ela pegou a bolsa em cima do balcão e jogou no ombro direito, engolindo seco enquanto o observava bagunçar o cabelo em tom dourado sorrindo para ela. Não conseguia disfarçar o olhar triste dominando sua face e os fios em sua nuca arrepiaram quando Edward segurou seu queixo e levantou sua face para analisá-la daquela maneira que deixava Bella mais apreensiva ainda.
- Preciso ir... – Bella disse quase em um sussurro.
- Não quer que eu peça para o motorista te levar? – ele perguntou a fazendo levantar os olhos para ele.
- Eu moro a duas quadras daqui, Edward. Posso muito bem ir andando... – ela explicou sentindo seu estômago doer de arrependimento.
- Certo então. Obrigado mais uma vez por tudo. – Edward disse abraçando a amiga forte e acariciando suas costas.
Bella assentiu sem conseguir dizer mais nada e pôs-se a sair da cozinha em direção da sala bem decorada e iluminada pelas grandes janelas que rodeava o cômodo e dava uma vista exemplar para o Central Park. Edward a acompanhou até o elevador também em silêncio e a esperou apertar o botão para dizer:
- Nos vemos amanhã na Starbucks da 75th com a 76th? – ele perguntou colocando o braço engessado na tipóia. – Antes da aula?
- Tudo bem... – Bella respondeu dando de ombros e a porta do elevador fechando.
Assim que o elevador começou a descer pelos vinte andares, Bella encostou a cabeça na parede e respirou fundo tentando afastar as lágrimas de seus olhos. Não estava mais suportando a situação que vivia de completo abuso de sua vontade e inocência, apesar de saber muito bem que aquilo só ocorria porque ela era idiota demais para negar qualquer pedido de Edward. Precisava mudar, ser mais independente da amizade dele para viver sua vida sem amarras pela primeira vez em dezessete anos, mas seu amor por ele era mais forte que qualquer razão.
No dia seguinte ela iria caminhar até aquela loja de café às 7h30m da manhã para encontrá-lo antes do primeiro dia do último ano da escola começar como faziam em todos os 1º de Setembro desde os doze anos. Uma tradição que os dois gostavam de manter e Bella não sabia até quando suportaria aquilo tudo.
[...]