Estou de volta com mais dois capítulos fresquinhos para vocês XD
Espero que gostem desses também...
Não tenho muito o que falar hoje, mais torçam pra que eu não morra, pequei uma chuva do cão hoje, quem mora no Rio de Janeiro sabe do que eu estou falando, cheguei em casa totalmente encharcada T.T
Mas vamos a fic ^^
Inuyasha e sua turma não me pertencem, são de Rumiko Takahashi
Essa história também não me pertence, é de Pedro Bandeira.
3 — Um domingo de espera
Como eu fui idiota! Como eu sou idiota, fiquei escondida naquele jardim, como uma idiota, imaginando, como uma idiota, que Kouga estava dançando com a Ayame a festa inteira.
Pobrezinho, vai ver ficou o tempo todo me procurando... até me encontrar no jardim, bêbada como uma idiota!
— Idiota... — xingou o inimigo rachado. — E se ele ficou mesmo com Ayame a festa
inteira?
— Cale-se! E por que ele foi me procurar no jardim? Por que me beijou? Ah, eu posso morrer agora, mas aquele beijo ninguém vai tirar de mim!
Aquele beijo... Kagome ainda sentia os lábios queimando e as narinas embriagadas com aquele cheiro de sonho.
Tia Mizuki tinha se incumbido de levá-la para casa e Kagome acordara, naquele domingo, com enjôo de ressaca e gosto de Kouga na boca.
A manhã começou mal, naturalmente, com a mãe piorando da enxaqueca e lamentando-se pelo que diriam os vizinhos ao ver sua filha — uma fedelha! — chegar em casa bêbada como uma porca.
— Ah, se seu pai fosse vivo, você ia ver o que ia lhe acontecer!
— Mas papai está vivo!
— Não. Para mim, ele está morto. Com aquela sujeitinha, para mim ele está morto!
— Mortos não mandam cheques, mamãe...
Tudo, afinal, tinha passado, menos a lembrança daquele beijo. Menos a lembrança de Kouga. Pensou em telefonar para ele mas, se telefonasse, o que iria dizer? Na certa acabaria nervosa, fazendo alguma de suas gozações, e estragaria tudo. Não, tudo não. Não havia o que pudesse estragar o que tinha começado com aquele beijo. Aquele beijo fora um compromisso.
Não por ter sido um beijo. Mas por ter sido um beijo como aquele.
Kagome tinha pressa. É claro que tinha pressa. Era preciso reencontrar Kouga para não o largar nunca mais. Mas era domingo, dia-de-sair-com-papai. Esta era outra razão para esperar mais um dia, o dia que separava a descoberta do seu sonho e o reinicio das aulas. O início de uma nova vida. Uma vida com Kouga.
Pensou em escrever. Uma carta. Ou mais. Um texto onde ela poria de tudo, desde versos nascidos da paixão até pequenas confissões, como se ela quisesse pôr-se a limpo, exibir sua alma nua, preencher um passaporte para que Kouga a tomasse, levasse embora e nunca mais a deixasse partir.
Escrever, ela sabia. No colégio, ninguém podia disputar com ela na hora de falar e de escrever. Ah, se pudesse, ela usaria aquele domingo apenas para pensar, para repassar cada momento daquele encontro estonteante, daquela felicidade imensa.
Os domingos, porém, não eram de Kagome, nem para escrever, nem para pensar.
Os domingos eram de papai.
Quando a buzina soou, Kagome deu uma última olhada para o inimigo, mostrou-lhe a língua e foi ao encontro do pai de todos os domingos.
O0o0o0o0o0o0o0o0o
— Papai, você me acha linda?
O restaurante estava lotado, como acontece com os restaurantes aos domingos. Há quantos domingos, em quantos restaurantes Kagome já almoçara com o pai, desde que a "sujeitinha" o havia arrancado de casa? Talvez esse número não tivesse tanta importância, agora que a menina observava que, a cada domingo, caía a qualidade do restaurante.
Mas ainda era em dinheiro que o pai lhe falava todos os domingos, e era em dinheiro que ele estava falando quando foi surpreendido pela pergunta da filha.
— Hein? É claro que eu acho. Você é a princesa do papai. A garotinha mais linda do mundo!
— Ah, não. Como garotinha não, papai. Quero saber se você me acha uma mulher linda!
Kagome estava feliz como nunca, naquele domingo. Queria fazer algo de bom, algo grande, para dividir sua felicidade com alguém.
— Papai, eu quero conhecer a Lúcia.
Lúcia. A sujeitinha. Imagem de bruxa e megera inculcada em sua cabeça pelos lamentos da mãe. A mãe abandonada à sua enxaqueca e à pensão mensal que garantia à menina as refeições de todos os dias, mas que já estava comprometendo a qualidade dos almoços de domingo.
— A Lúcia? Mas você sempre se recusou a...
— Isso foi antes, papai. O antes acaba passando. Hoje eu me sinto diferente. Acho que quero fazer todas as pazes que puder. Vamos começar pela Lúcia?
O pai passou o guardanapo pelos lábios e pareceu subitamente interessado no exame do paliteiro.
— Sabe, Kagome... Eu estava esperando o momento certo para te contar... É que... eu não estou mais com a Lúcia...
"Não está mais com a sujeitinha?", pensou Kagome. "Então o serviço de informações da mamãe perdeu essa fofoca?"
— Talvez sua mãe tivesse razão... A Lúcia era... bem... Mas eu encontrei alguém realmente fora de série. O nome dela é Helena. Você vai adorar! Hoje, não é possível, porque ela foi visitar os pais, já que eu ia sair com você. Mas, no próximo domingo, eu vou...
Kagome pôs a mão sobre a mão do pai e sorriu:
— É melhor não fazer planos, papai. No domingo que vem, talvez não seja mais Helena. Pode ser Márcia, ou Cristina, ou...
— Kagome! Você não devia...
O0o0o0o0o
— Como será que papai encontrou essa Helena? E a Lúcia? E a mamãe? Será que pegou alguma delas bêbada, caída na grama de algum jardim? Será que tudo começou com um beijo?
Um beijo como o de Kouga?
À noite, abraçada ao travesseiro, um só nome ocupava todo o ser de Kagome.
— Kouga...
Não conseguia lembrar-se do primo em meio às pálidas recordações dos garotos de sua infância. Teria sido aquele que se divertia batendo nos menores? Ou seria aquele outro que teimava em tirar sua calcinha?
— Quer tirar minha calcinha agora, Kouga?
4 — A primeira marca
Oi, Kagome! Nem telefonei pra você ontem porque... — Ayame chegou na classe atrasada, como sempre. O professor já estava entrando, e Kagome só teve tempo para uma frase:
— Eu tenho uma coisa maravilhosa pra te contar, Ayame,..
— É? Eu também tenho uma novidade que vai fazer você cair dura, Kagome!
— Depois a gente fala.
Física! Uma matéria nova, como tudo deveria ser novo naquele início de curso colegial. Tinha jeito de matemática. Naquele momento, porém, o que Kagome precisava era de uma boa aula de literatura, com poemas de Inuyasha Pessoa, ou Vinícius, ou Eduardo Alves da Costa, ou João Cabral...
Kouga, naquele momento, também estaria assistindo a sua primeira aula no segundo ano, e Kagome pensou em fingir que não entendia a tal da física para, mais tarde, tomar algumas aulas particulares com ele. Sempre o primeiro da classe, não foi isso que lhe disseram? Mas não era sobre física que a menina gostaria de conversar com Kouga. Ah, não era não!
A professora procurava conquistar a classe, fazendo-se simpática e engraçada. Simpática até que ela era, mas decididamente não era engraçada.
Distraída, Kagome deixava a caneta deslizar pelo caderno. Devia tomar notas, mas as palavras que lhe entravam pelos ouvidos chegavam totalmente transformadas às pontas de seus dedos.
—...a física estuda a relação que existe...
Neste físico de um deus grego,
numa intensa relação,
eu, pálida e bêbada, tremo
e me afogo e me sufoco
entre loucura e paixão...
—... entre a matéria e a energia...
Quero fundir meu corpo
no teu corpo junto ao meu.
Nos teus braços serei cega
pra que sejas o meu guia.
Nós seremos a matéria,
nosso amor será a energia...
—... a energia afeta a matéria...
Se esse amor me modifica,
me transforma, me edifica,
se ele afeta tanto a mim,
também te transformará.
A energia desse amor
afetou-nos para sempre,
e a matéria que hoje somos
outra matéria será. ,.
—... e a matéria afeta a energia...
Seremos dois novos amantes
pelo amor energizados,
transformados,
mas em quê?
Quem eras antes de mim?
Quem sou depois de você?
—... esse processo de transformação é o objetivo.
No meu seio serás meu
para o uso que eu quiser.
Nos teus braços me abandono,
ao teu lado sou mulher...
o0o0o0o0o0o
O sinal veio interromper a aula e o poema. A aula seguinte seria de inglês, e a classe se dividiria, misturando-se a grupos de outras séries, de acordo com o nível de conhecimento de cada aluno. Kagome estudava inglês há tempos e, por isso, fora selecionada para a turma mais adiantada.
Pensou em entregar o poema a Kouga. Destacou a folha do caderno e guardou-a
cuidadosamente dentro do fichário. Nem assinou. Assinar para quê? Não havia duas pessoas no mundo que pudessem dizer o que estava dito naquele papel.
Acenou para Ayame, que no inglês ficara numa turma mais fraca, e correu para a sala, pretendendo conseguir um lugar bem no fundo, onde pudesse recolher-se à sua idéia fixa. A idéia maravilhosa de Kouga.
Kouga!
Foi a primeira imagem, em carne e fascinação, que surgiu diante dos olhos de Kagome. Kouga sorriu lindo, lindo sorriso, lindo Kouga, e a menina vacilou por um momento. Pronto. Estava sentada na primeira carteira, longe de Kouga e ao alcance da respiração do professor de inglês.
Tonta! Agora nem podia olhar para Kouga sem chamar a atenção. Mas ele estaria olhando para ela. O tempo todo. Até podia sentir o calor daquele olhar em sua nuca. Cerrou os olhos e recebeu a atenção de Kouga como se fosse um beijo. Um beijo suave, longo e quente. Um beijo de Kouga.
— I think we could begin by reviewing the defective verbs. Of course, during the holidays you forgot most of your English, didn't you?
À frente de Kagome, o professor iniciou a aula, falando com aquele mesmo tom amistoso de todo início de ano letivo. Em poucos dias, ele, na certa, estaria aos gritos, pedindo silêncio em português.
Por cima do ombro de Kagome, a mão de um colega passou-lhe furtivamente um papelzinho dobrado. Com todo o cuidado, para que o professor não notasse, a menina desdobrou o papel no colo, por baixo da carteira. Foi como se um anjo tivesse surgido de camisola azul e trombeta de ouro para anunciar-lhe o paraíso.
Priminha querida, preciso muito falar com você. Onde poderemos conversar sossegados? Te adoro! Kouga.
— It's easy, isn't it? But you mustn't forget that there's no rule to help you use those verbs...
"Ele quer falar comigo... comigo!", pensou a menina, sentindo-se quase febril. Rabiscou rapidamente quatro palavras — me encontre no laboratório — em uma folha de caderno, dobrou-a e passou para o colega de trás.
— You must practise, in order to know which tense has to be emploied without the need of...
A torrente de palavras estrangeiras perdeu o sentido para Kagome, enquanto as palavras de Kouga penetravam-lhe como se fossem vírus caindo em suas veias, misturando-se ao seu sangue e indo infectar-lhe o coração.
"Neste momento, ele deve estar igualzinho a mim, pensando em mim... Vamos pensar juntos, um no outro, Kouga. Será como se estivéssemos de mãos dadas.
Num repente, Kagome baixou a cabeça e beijou o bilhete. Ao olhar novamente para aquela letra apressada, notou que uma marca redondinha tinha acabado de borrar a palavra adoro. Era a marca de uma lágrima. De felicidade.
— Eu também te adoro, meu amor... — balbuciou ela, apertando o bilhete contra o peito.
Como já disse na outra história, eu não to podendo ficar no PC tempo suficiente para responder as reviews... mais amo recebe-las do mesmo jeito XD
Logo continuem mandando okaay?
Agradecimentos à: Nandinha82, Cosette, Aya-chan e Shirlaine.
Miil beijos
Ja ne
Lory Higurashi