Leiam Changing Plans para entender alguns detalhes essa fic, mas não é obrigatório ler a fic para entender tudo na história.


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Papa Don't Preach – Madonna

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- Sorria, senhora Cullen. – Edward disse em meu ouvido.

- Sorria, pai do ano. – eu o provoquei com um sorriso satisfeito no rosto.

Click!

O flash daquela câmera me cegava e mesmo após alguns segundos eu ainda enxergava estrelas em minha frente. Por isso que eu odiava tirar fotos, sempre ficava tonta e enjoada com flashes muito fortes, agora mais ainda com aquele enjôo da gravidez me deixando um lixo toda a manhã.

- Brincadeira de péssimo gosto, Prince. – Edward disse enquanto eu piscava seguidamente para enxergar melhor. – Eu ainda estou em pânico com a gravidez e você fica fazendo esse tipo de piada?

- O quê? – escutei meu pai gritar.

Minha visão voltou ao normal e na minha frente estava Charlie, o rosto muito vermelho e seu bigode tremendo discretamente enquanto ele respirava fundo diversas vezes. O olhar que estava expresso em seu rosto só significava uma coisa; Edward havia dito demais.

- Isabella Marie Swan. – ele disse dando um passo em minha direção com o punho cerrado e eu recuei. – Eu espero não ter escutado o que eu escutei...

- Pai... – eu tentei dizer, mas congelei de medo.

- Bella! – ele falou me recriminando com o olhar.

Eu não podia mais esconder que estava esperando um filho, mas também logo eu iria me casar e nós poderíamos fingir que eu havia engravidado na lua-de-mel, sei lá. Mas, eu conhecia meu pai o suficiente para saber que quando ele colocava uma coisa na cabeça e desconfiava de mim era melhor dizer a verdade.

- Olha, você precisa ter calma antes de tudo. – eu pedi segurando sua mão.

- É verdade? – ele sussurrou fechando os olhos de modo dramático.

- É... – respondi forçando um sorriso. – Eu estou grávida.

Primeiro ele abriu os olhos para me encarar por alguns segundos me lançando o tipo de olhar que eu não queria; espanto. Depois ele engoliu seco fechando novamente os olhos para depois abri-los. Então ele olhou para Edward. Eu tremi com o modo que ele olhou para Edward, indicava que nada estava bem.

- Eu. Vou. Te. Matar! – Charlie disse avançando sob ele.

- Pai! – eu gritei antes dele agarrar o colarinho de Edward, mas foi tarde demais.

Charlie o segurou com força e levantou um pouco seu corpo, os nós dos dedos brancos com a força que ele apertava o colarinho contra o pescoço de Edward. Eu via o pânico passando nos olhos de Edward enquanto meu pai o estrangulava, fiquei em choque, pois nunca vi meu pai tão violento daquela forma. Nem mesmo quando ele descobriu o nome do menino que me deu um beijo quando eu tinha onze anos, nem mesmo quando minha mãe perdia seus pinceis de escavação na mala, mas saber que sua filha de apenas vinte e quatro anos estava esperando um filho o irritou de verdade.

- Eu confiava em você. – Charlie disse sacudindo Edward, que fechou os olhos temendo levar um soco. – Você não podia ter feito isso comigo...

- Charlie... – Edward tentava dizer engasgado.

- Eu vou arrancar isso que você tem dentro da calça pra você aprender a nunca mais usar sem responsabilidade, moleque.

- Pai, solte Edward, por favor. – eu pedi tentando puxar sua mão, mas ele me lançou um olhar feroz que me deu medo.

- Não se meta, Bella. Isso é assunto entre ele e eu. – ele disse encarando Edward. – Você é apenas vítima desse moleque aproveitador...

- Pelo amor de Deus, pai. – falei indignada. – Eu também estava presente quando a fecundação ocorreu, não é mesmo? Foi meu óvulo que se junto com o... nadador dele, sei lá como explicar isso.

- Você não pode fazer sexo, Bella. – ele disse com um tom choroso na voz, afrouxando o aperto um pouco e fazendo os pés de Edward encontrarem o chão novamente. – Não antes dos trinta anos...

- Sinceramente, Charlie. Você não acha que nesses quatro anos de relacionamento nada aconteceu? – perguntei cruzando os braços. – Você não é tão ingênuo assim.

- Eu tinha esperanças... – ele respondeu esquecendo completamente de tentar estrangular meu namorado, futuro marido e pai do meu filho. – Eu achava que ele era meio lerdo para isso...

Edward abriu a boca espantando sem que Charlie visse e fez menção de retrucar aquela difamação, mas meu olhar de reprovação o fez parar rapidamente. Não precisava mais que sua língua grande demais para segurar um comentário atrapalhasse enquanto eu tentava explicar a meu pai que não era tão ruim assim estar grávida tão nova. Eu mesma não conseguia ver esse tal lado bom, mas tentava ser positiva.

- Posso falar agora? – pedi séria. – Você não vai mais tentar matar Edward?

- Não sei... – ele respondeu virando o rosto para olhar Edward arrumar a gravata, mas parou quando viu meu olhar. – Desculpe, pode falar.

- Eu estou grávida, ok? – falei gesticulando nervosa. – Não é exatamente como eu imaginei que minha vida seria agora, mas aconteceu, sei lá. Nós não podemos fazer nada... quer dizer, podemos, mas eu sou contra aborto e jamais faria algo do gênero, então você precisa aceitar que vai ser avô daqui a seis meses.

- Seis meses? – ele perguntou espantado. – Isso significa que você já está com três meses. Você escondeu isso de mim tanto tempo assim?

- Eu também descobri agora! – respondi gritando no mesmo tom.

- Como? As mulheres não sentem umas coisas estranhas quando estão grávidas, sei lá... – ele tentava dizer muito envergonhado.

- Minha menstruação sempre foi louca demais, eu só desconfiei quando ela não veio nesses últimos meses, aí eu fiz o teste. Eu estou muito assustada e a última coisa que eu preciso é você gritando comigo, entendeu?

A gravidez me deixava muito emotiva e dizer aquilo me fez os olhos molharem antes mesmo que eu pudesse impedir. Não queria usar do choro para convencer Charlie, mas pareceu funcionar com o modo dele me olhar limpar as lágrimas querendo descer.

- Oh Bells, desculpe.

Charlie encostou minha cabeça contra seu peito e me abraçou, já estava completamente derretido depois do meu desespero. Eu estava assustada desde que aquele maldito X apareceu no bastão do teste há duas semanas, eu realmente não precisava de um sermão sobre responsabilidade e tudo que aconteceria comigo daqui pra frente. Eu já tinha uma idéia básica e isso me assustava de verdade.

- Bells, eu não posso ser avô. – ele disse quando eu o encarei. – Eu viajo demais, eu não vou poder te ajudar, quase não vou ver essa criança. Já imaginou se ela não reconhecer o próprio avô? E seu eu estiver do outro lado do mundo quando você entrar em trabalho de parto? Não pode ser dessa forma...

- Pai, nós vamos resolver esses problemas. – eu o acalmei começando a rir de seu desespero. – Mas você já entendeu que eu estou feliz porque vou ser mãe?

- Mais ou menos. Ainda não digeri essa bomba completamente.

- Obrigada por não ter me dado um sermão. – falei o abraçando forte.

- E você... – meu pai disse apontando para Edward. – Não conhece uma coisinha chamada "camisinha" não?

- E-eu... – Edward gaguejou nervoso.

- Pai! – pedi revirando os olhos. Lá iríamos nós novamente com aquela discussão.

- Eu vou ficar de olho em você, entendeu? – Charlie disse cutucando o peito de Edward de modo furioso. – Você é responsável por minha filha e meu neto agora. Se pisar um centímetro fora da linha eu venho de qualquer lugar do mundo só pra quebrar sua cara, entendido?

- Sim... senhor. – foi a única coisa que Edward conseguiu dizer.

- Agora venha me dá um abraço de parabéns. – ele disse abrindo os braços e Edward olhou sem entender. – Eu vou ser avô.

Não consegui controlar minha risada quando vi Edward ser envolvido pelos braços de Charlie, me olhando com desespero e medo por achar que aquela era uma estratégia para espancá-lo de verdade dessa vez. Eu conhecia meu pai bem e sabia que agora, entendendo que eu estava bem e feliz, ele não iria mais culpar Edward. Ele aceitava contanto que eu fosse feliz com aquela situação.

- Ele ainda vai tentar me matar hoje? – Edward me perguntou baixo quando nós caminhávamos para o estacionamento. – Porque eu preciso me preparar, sabe?

- Acho que você está fora de perigo por agora. – respondi analisando meu pai em nossa frente conversando com o fotógrafo. – Mas acho melhor você pensar muito antes de fazer qualquer coisa que ele julgue ser errado.

- Eu não sou louco de fazer nada de errado depois dessa tentativa de homicídio. – ele respondeu com claro desespero na voz me fazendo rir.

- Bobinho... – falei o beijando delicadamente. – Ele é pai, baby. Tem todo o direito de ser ciumento com a filhinha.

- Espero sinceramente que nosso filho não seja menina. Acho que vou ser pior que Charlie em relação a garotos.

Fiquei mais encantada ainda por ele quando Edward disse aquilo. Ele já estava pensando como um pai, só me provava que ele era o homem perfeito para constituir uma família ao meu lado. Já consegui escutar os sinos da igreja e o choro de bebê me causando mais felicidade do que desespero.

- Esqueci de falar uma coisa. – Charlie disse virando rapidamente e nos pegando de surpresa. – Vocês vão se casar daqui a três semanas.

- O quê? – perguntamos uníssonos.

- Pai, é muito pouco tempo. – eu disse cautelosa. – Não dá para organizar um casamento rápido assim.

- Você já está grávida e eu aceitei, mas não quero ver minha filha entrando em uma igreja com a barriga de nove meses. – ele explicou como se aquilo não fosse um absurdo. – Então meu prazo é de um mês.

- Mas isso eu loucura... – continuei dizendo indignada.

- Nós vamos resolver isso, mas, por favor, não irrite esse homem. – Edward pediu. – Pelo amor que você tem aos nossos futuros filhos.

Relaxar era a última coisa que eu conseguiria fazer naquele mês seguinte. Eu precisava arrumar um emprego, procurar uma casa para morar com Edward, consultar um ginecologista para fazer meu acompanhamento e organizar meu casamento. Como eu queria poder fumar naqueles dias estressantes que eu passei...

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