Demorou, mas saiu. Mais um outtake para todo mundo matar a saudade de Baby, Prince, Tommy e Claire. Estava com saudade dessa família também.

Em breve teremos o último outtake postado.

Show me the love

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A inspiração vem nas piores horas e é às vezes é tão teimosa que você só relaxa quando a obedece. Quando eu tinha um insight só sossegava quando sentava em frente ao computador e escrevia até meu cérebro arder e nada mais interessante saísse. Com o excesso de trabalho no jornal e o turno dobrado em casa com duas crianças de idades próximas a inspiração andava meio quietinha, escondida para de uma hora pra outra aparecer e me atormentar. E foi isso que ocorrer naquela madrugada de sábado quando Edward foi dormir após "muito sexo para extravasar o que acumulamos durante a semana" - como ele gostava de denominar nossas transas de final de semana - e eu fiquei revirando na cama sem sono. Estranhamente eu andava pensando muito em René nos últimos dias, talvez por causa dos e-mails que Charlie me mandava informando como suas pesquisas andavam e onde ele estava.

Haiti, ele disse na mensagem enviada há dois dias. Eu conhecia o Haiti, estive lá quando ainda era criança e me lembrava de pouca coisa do país pobre, apenas de minha adorável mãe me colocando para brincar com as crianças pobres e fotografando nossa interação. Criança não liga para cor de pele, situação financeira, não se importa com todos os aspectos visuais e econômicos que os adultos buscam para fazer uma amizade, então eu fiz vários amiguinhos e René teve suas fotos em que eu estava suja de terra dos pés à cabeça, meus cachinhos cor de chocolate que Claire herdou bagunçados e um sorriso falhado na face. Pensar naquela época me deixou acordada por quase duas horas e eu resolvi levantar para tomar um leite e tentar dormir depois.

No caminho para a cozinha o texto foi surgindo em minha mente, meu eu de sete anos narrando a experiência em um país devastado pela pobreza e pela guerra, a visão de uma criança sobre tudo aquilo e como meus pais me ajudaram a ter outra cabeça. Com doze anos eu já tentava fazer arrecadação de comida nos acampamentos de arqueologia para mais tarde doar a alguma família carente que René iria conhecer e fotografar, desde cedo fui muito "politicamente correta" e madura para minha idade e tudo isso graças a criação louca que meus pais deram. Se eu tivesse sido criada em uma cidadezinha comum talvez crescesse com uma cabeça diferente e eu fiquei pensando nisso enquanto esperava a xícara de leite esquentar no microondas. Para estimular minha inspiração eu lembrei que tinha esquecido meu computador ligado e sentei no escritório "só um minutinho" para escrever "só um pouquinho". Quando eu percebi eram quatro horas da manhã e Edward estava parado na porta do escritório me encarando com uma mamadeira na mão e uma expressão de quem não estava entendendo nada.

- São 4h da manhã. O que você está fazendo? - ele perguntou se arrastando para perto de mim.

- Surgiu uma coisa em minha mente e eu não me controlei. Tive que escrever. - respondi sem tirar os olhos da tela e digitando rápido.

- Você deve estar muito concentrada porque Claire fez um escândalo querendo mamar e foi assim que eu notei que você não estava na cama.

- Desculpa, era minha vez de cuidar das crianças de madrugada... Eu perdi a noção do tempo.

- Tudo bem, eu já preparei a mamadeira dela. - Edward disse beijando o topo de minha cabeça e se arrastando de volta. - Espero que tenha sido inspiração para um conto pornô que colocaremos em prática depois...

- Vou tentar pensar em algo mais tarde.

Quando eu finalizei o trecho que surgiu em minha mente foram quase quarenta páginas de World contando minha primeira experiência convivendo com crianças de minha idade, mas que tinham a vida completamente diferente. Contei em detalhes tudo o que eu me recordava sentir ao dividir minha boneca de pano com uma menininha, o que eu levei desse convívio de algumas semanas no Haiti e sobre como meus pais me mostravam o mundo de verdade através do trabalho deles. René fotografava a realidade enquanto Charlie me mostrava o passado através dos objetos encontrados debaixo de toneladas de areia e pedras. Revivi um pouco de minha vida nômade escrevendo aquele pedaço de minha história e quando deitei na cama para dormir - às 6h da manhã, o sol já nascendo - Edward acordou brevemente com meu movimento ao seu lado e notou o sorriso de satisfação em meu rosto.

- Deve ter sido um excelente conto pornô. - ele murmurou fechando os olhos e eu me encolhi contra seu corpo rindo.

O trecho ficou em meu computador por quase um mês sem que eu mexesse ou tivesse a intenção de mostrar a alguém, mas resolvi arriscar escutar a opinião de alguém quando estava limpando o HD e encontrei o arquivo. Anexei ao e-mail de uma colega de trabalho que gostava de escutar minhas histórias de vida e resumi o que o arquivo que eu estava mandando significava para mim. Não comentei nada quando a encontrei no dia seguinte no trabalho, mas Karen me abordou durante o almoço com aquela expressão de excitação.

- Eu li o que você me mandou quase sem parar para respirar.

- Sério? E aí?

- Excelente, Bella. Ótimo material para um livro. Você nunca pensou em escrever sobre a vida de seus pais e como você viveu de país em país durante todos esses anos?

- Não. Eu escrevi esse trecho por impulso, sem pretensão alguma. Você achou bom mesmo?

- Tão bom que enviei para um amigo que trabalha em uma editora pedindo que ele analisasse o material. É exatamente o que ele estava procurando.

- Karen!

- Desculpa, mas eu tive que fazer isso. Mas relaxe que ele é meu amigo desde a faculdade, irá analisar seu texto sem pressão e certamente entrará em contato com você quando terminar.

- Eu não sei se te mato ou me mato depois disso.

- Só dedique a mim quando for lançá-lo.

Escrever e publicar um livro era algo bastante complicado e demorado, por isso eu nunca tive a idéia de escrever sobre minha experiência viajando para os países mais improváveis e tudo que absorvi disso. Mas quando Karen comentou sobre o amigo da editora eu não deixei de pensar sobre isso e continuei pensando quando cheguei do trabalho no começo da noite. Edward estava na cozinha preparando o jantar já que era sua noite de folga e eu o beijei rapidamente nos lábios antes de me dirigir a Claire no cadeirão esperando para comer também. A carreguei no colo e perguntei como seu dia com o papa tinha sido mesmo que não esperasse um diálogo muito elaborado de uma bebê de 1 ano e dois meses.

- E como foi o seu dia? - Edward perguntou tirando os pãezinhos do forno e xingando baixo quando se queimou, como sempre.

- O mesmo de sempre. Entrevistas para agendar, cds para escutar. E os dois se comportaram?

- Claire se comportou como um anjo, mas Thomas... Ah, esse está impossível de controlar.

- O que ele aprontou hoje? - perguntei já imaginando o que ele tinha destruído.

- Chutou a bola naquele vaso que mamãe nos deus, que ela trouxe da última viagem à Veneza com papai, lembra? Eu disse a Emmett que era uma péssima idéia dar outra bola de futebol a ele.

- Emmett ainda não é pai, logo não sabe o que uma criança pode brincar. Segure Claire enquanto eu vou confiscar a bola outra vez.

Depois de um papo sério sobre como chutar a bola nas coisas e quebrá-las era errado, dei um beijo em Thomas e o mandei lavar as mãos para jantar. Edward sentava na cabeceira, Tom sentava à sua direita e eu sentava à sua esquerda com o cadeirão de Claire ao meu lado para alimentá-la enquanto me alimentava e tentava fazer Thomas não brincar com a comida e aquela era mais uma noite em família na nossa casa. Exceto que eu toquei em um assunto que estava me deixando ansiosa o dia inteiro.

- Sabe a Karen que trabalha comigo? - perguntei a Edward enquanto limpava a boca de Claire suja de papinha.

- A ruiva baixinha? - ele retrucou tomando um gole da cerveja.

- Essa. Eu mandei pra ela algumas páginas de uma história de infância que eu passei no Haiti e ela disse que eu deveria escrever um livro.

- Um livro sobre sua infância? Você tem boas histórias de infância...

- Mais ou menos. Eu pensei sobre o assunto durante todo o dia e até que me deu vontade de escrever sobre minha vida viajando com meus pais, todos esses anos que passei de país em país.

- É uma idéia interessante, sabe? Porque poucas pessoas tiveram a chance de conhecer tantos países com pouca idade. Seu passaporte de criança tem mais carimbo que o de um adulto. Você deveria escrever, Bella.

A idéia realmente era interessante, pois iria misturar turismo, cultura, histórias de minha vida, fotografia, arqueologia, todas essas coisas que fizeram parte de minha vida até a adolescência. Mas o que mais me deixou animada para escrever esse livro foi rever fotos com René e Charlie, lembrar todas nossas histórias e momentos que faziam falta em minha vida. O livro nem precisava ser publicado, eu só queria ter esse registro para um dia Thomas e Claire soubessem como minha infância foi diferente da deles e ver realmente como as coisas funcionavam no mundo. Eu queria ensinar esses valores a meus filhos e nada melhor do que através da leitura e das experiências da própria mãe, então minha missão era escrever aquele livro.

No final da mesma semana recebi o telefonema do amigo de Karen querendo almoçar comigo para falar sobre o texto enviado e eu aceitei mesmo que me coração estivesse na boca de nervosismo. Joe trabalhava em uma pequena editora que publicava guias turísticos e foi bastante simpático quando o encontrei na semana seguinte e escutei seus comentários sobre o "capítulo".

- Eu achei muito interessante seu texto, bem estruturado e escrito. Exatamente o que nós estávamos procurando para um dos lançamentos de final de ano.

- Final de ano? - perguntei quase engasgando com a água.

- Queremos lançar alguns livros que tenha a ver com turismo, mas não sejam necessariamente guias, sabe? Minha proposta é a seguinte; escreva um livro sobre sua vida viajando com seus pais pelo mundo todo dando ênfase também aos aspectos turísticos do local, mas de um modo alternativo. Locais que os turistas geralmente não vão, mas que são interessantes e que você esteve. Como um parque meio underground que tenha flores exóticas, uma feira com comida diferente... Essas coisas, entendeu?

- Entendi, mas você disse final do ano... Lançar um livro não demora? A parte de edição e tal.

- Se você aceitar o trabalho e fechar o contrato com nossa editora o livro tem que estar pronto até Julho.

- Julho? Isso me dá... três meses!

- Será uma oportunidade muito boa se você quiser ser escritora, Bella. E Karen me disse que você realmente é apaixonada por escrever e por suas histórias.

- Eu... Eu acho que aceito.

- Acha ou aceita mesmo?

- Aceito, claro!

- Negócio fechado? - ele perguntou esticando a mão sobre a mesa e eu a apertei sorrindo.

- Fechado!

Três meses para escrever um livro de quase 300 páginas, era um grande desafio. Depois de assinar o contrato com a editora de Joe eu tive que conversar com eu chefe para diminuir meu turno no jornal e com os shows no final de semana, mas tudo por uma boa causa, deixei bem claro isso. Meu turno diminui para somente a tarde, porém, meu salário também foi reduzido nesse período em que escreveria o livro e aceitei na hora. Por mais que eu gostasse de ser independente financeiramente, para realizar aquele projeto que estava me deixando muito ansiosa eu tive que deixar Edward assumir as despesas da casa até que o livro me desse lucros. Por três meses eu me tornei a pessoa mais ocupada do mundo.

A inspiração para os textos só vinha de madrugada e no dia seguinte eu acordava quase na hora de ir trabalhar depois do almoço, sendo a mãe mais ausente e atormentada que Thomas e Claire pudessem ter. Abby me ajudou muito quando eu estava desesperada com a bagunça que os dois faziam e algumas vezes até outros membros da família viraram babás para que eu ficasse até o horário de fechar em alguma Starbucks e continuasse madrugada adentro em casa. Edward foi paciente com meu estresse em níveis altíssimos e tentava me tirar da frente do computador nos finais de semana para sair para jantar, ir ao cinema, fazer qualquer coisa fora de casa e longe das crianças. Com uma taça de vinho eu já caía no sono de tão cansada e ele me carregava para a cama como um bom marido que era. Assim meus 90 dias de prazo passaram correndo e nos últimos quinze dias eu me desesperei tanto que só dormia duas horas por dia, me levando a um colapso nervoso. Precisei de um comprimido de Xanax e dez horas seguidas de sono para voltar ao normal e terminar o livro um dia antes do prazo final.

O tempo de espera entre entregar o livro para a editora e ele ser lançado parecia uma eternidade que nunca iria passar. Ocasionalmente Joe me ligava para falar sobre o andamento da edição, tirar alguma dúvida, para confeccionar a capa do livro que era uma foto do meu passaporte de criança que eu guardava como recordação das viagens e para falar sobre a orelha escrita por Karen, pessoa ideal para falar sobre o projeto. Os meses passavam, eu voltei a me dedicar apenas ao trabalho, família e marido, a época em que o livro deveria ser lançado chegou e eu recebi a tão esperada ligação de Joe; meu "bebê" já tinha data de lançamento. 23 de Janeiro do ano seguinte, mas antes disso eu já teria em mãos o primeiro exemplar finalizado de "1000 milhas, Uma vida".

Na semana do Natal eu passei no escritório da editora e recebi meu exemplar do livro. Meus olhos encheram de lágrimas ao sentir as folhas com minhas histórias e melhores lembranças, era um sonho que eu nunca pensei que fosse se realizar e em 30 dias meu livro estaria nas livrarias de dez estados e sabe-se Deus como iria ser recebido pelo público. Não precisava ser um best-seller, eu já estava realizada por poder compartilhar com algumas pessoas os melhores momentos na estrada ao lado de meus pais. O livro e outra "surpresinha" eram os presentes que eu daria para Edward naquele Natal, mesmo que a "surpresinha" fosse mais para Thomas e Claire e ele fosse odiar por alguns minutos.

A decoração da casa foi feita de última hora, mas ainda assim tivemos uma grande árvore decorada, presentes ao seu pé, ceia feita por Abby e Edward usando um gorro de Papai-Noel para criar o clima perfeito para as crianças. Os três me esperavam na sala quando eu desci arrumada para o jantar e Edward me entregou a taça de vinho, ganhando um beijo rápido em seus lábios gelados pela cerveja que ele bebia e pegando Claire no colo. Pela primeira vez só nós quatro passamos a véspera de Natal juntos, uma decisão não muito apreciada por Esme que queria os netos reunidos em sua grande ceia, mas eu queria um momento com minha família, a família que eu, Edward, Thomas e Claire formamos, para compartilhar com eles minha alegria de ser uma escritora.

- Hora dos presentes. - anunciei deixando os pratos dentro da máquina e escutando Tom correr para sala. - Sem correria, Thomas!

Enchemos as crianças de brinquedos como no ano anterior e Edward montou o cercadinho de Claire para ela brincar com os cubinhos montáveis enquanto eu ajudava Thomas a desembrulhar sua primeira bicicleta, que duas semanas depois lhe renderia um pé torcido porque ele puxou o lado desastrado da mãe. Ganhei um colar que eu vi certa vez em uma joalheria muito cara e tinha um bonequinho de menino e outro de menina em ouro branco e diamante, mas Edward disse que meus olhos brilharam tanto de desejo que ele precisava me presentear com aquilo.

- Como você sabe, os últimos meses têm sido muito complicado financeiramente para mim por causa do livro e do meu salário reduzido, então meus presentes são mais simbólicos. - expliquei tirando uma das caixas debaixo da árvore e o entregando. - Feliz Natal, Baby.

Edward rasgou o embrulho - mesmo quando eu pedi que ele não fizesse isso - e tirou a tampa da caixa para ver pela primeira vez meu livro pronto. O máximo que ele sabia era que seria lançado em Janeiro, tinha várias fotos dos trabalhos de René e minhas quando criança e o último capítulo eu falava sobre ser mãe sem a minha mão ao meu lado e de toda a influência que ela me deu ao longo da vida. Observei com atenção ele olhar a capa, as orelhas e minha foto acima da pequena biografia e quando ele me encarou seu sorriso era de orgulho, justamente o que eu mais queria que ele sentisse por mim.

- Olhe a dedicatória. - pedi mordendo meus lábios de ansiedade.

Na terceira página do livro estava escrito:

"Para as pessoas mais importantes de minha vida; Thomas por ter despertado meu lado materno, Claire por fechar esse ciclo cheio de perfeição, René e Charlie por terem me proporcionado uma vida cheia de aventura que culminou nessa obra e, principalmente a Edward, pelo amor, devoção, apoio incondicional e por ser a cola que juntou meus fragmentos."

- Eu conheço essa frase... - ele murmurou pensativo.

- Eu te falei isso logo quando nos conhecemos, quando eu te contei a história de James. Eu era um objeto defeituoso sem conserto, mas desde que eu te conheci sinto que cada pedacinho foi colando ao passar dos anos e tudo isso por causa de você.

- Desde aquela época você já era perfeita para mim, só precisava reconhecer.

- Obrigada por me fazer reconhecer isso. - murmurei me aproximando dele e pousando uma mão em seu peito, bem perto de seu coração que eu já escutava bater a dez anos.

- Eu te amo, Prince. - Edward disse antes de me beijar por alguns minutos. - Você falou "presentes"...

- Já volto.

Corri até a garagem onde o outro presente estava "guardado" desde o começo do dia quando o peguei na loja e o tirei da caixa, ajeitando o laço vermelho e o carregando de volta a sala. Os olhos de Edward abriram surpresos conforme eu me aproximava dele com o presente nos braços e eu tentava amenizar a situação com um sorriso, mas obviamente ele não estava gostando nem um pouco da situação.

- O que é isso? - ele perguntou dando um passo para trás.

- Um cachorro. - respondi levantando o bebê chiuaua. - Não é fofo?

- Por que você comprou um cachorro? Você sabe que eu odeio cachorro, Bella.

- Você não odeia, só não cresceu com um e sabe o prazer que é chegar em casa e alguém correr em sua direção com o rabinho abanando. Eu queria que as crianças pudessem crescer amando um bichinho como aconteceu comigo e com a tia Katy.

- Não podia ser um peixinho?

- Qual a graça de ter um peixe, Edward?

- Isso nem é um cachorro, parece mais um... rato.

- Idiota... - murmurei me abaixando para colocar o cachorrinho no chão. - Thomas, você tem um cachorro!

Thomas correu até onde eu estava segurando o cachorro no chão e se ajoelhou com cuidado, como se tivesse medo de fazer alguma coisa errada. Incentivei que ele tocasse no cachorrinho e quando ele fez isso deu um sorriso de satisfação por ter conseguido. Seth - esse era o nome do bichinho - começou a andar pelo tapete e Tom acompanhava cada passo com atenção começando a aprender como era cuidar de um cachorrinho.

- Daqui a pouco você irá se acostumar com o Seth. Tio John não gostava nem um pouco de cachorro antes de ter um, mas quando o Kan morreu ele foi o que mais chorou.

Beijei seu maxilar, seu pescoço, subi para sua bochecha e finalmente cheguei aos seus lábios, mas Edward ainda estava com aquela postura rígida de tensão por causa do cachorro. Iria demorar um pouco para ele aceitar Seth e para carregá-lo no colo foi quase uma gestação, mas no final das contas ele não se importou tanto com as manchas de xixi no sofá ou quando Seth rasgava o jornal antes mesmo de ser lido. Seth fazia parte da família e como uma grande família que nós éramos tudo deu certo no final.

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