Discleimer: Inuyasha e Cia não me pertence uma lastima p/ qualquer um.

Diários do vampiro ou The Vampire Diaries também não me pertence é usado p/ fazer esta ADAPTAÇAO. PS: Algumas coisas vão ter q ser mudadas.

Texto original: Lisa Jane Smith.

Adaptação: Dreime.

Capitulo quinze

Kagome contemplou Sesshoumaru com mudo pavor. Conhecia muito bem aquele sorriso inquietante. Mas ao mesmo tempo em que sua alma caía aos pés, sua mente lhe lançou uma pergunta divertida. "E que diferença faz?" Inuyasha e ela iam morrer de qualquer forma. Era totalmente sensato que Sesshoumaru preferisse se salva. E era um erro esperar que ele fosse contra sua natureza.

Observou aquele lindo e caprichoso sorriso com um sentimento de pena pelo que Sesshoumaru poderia ter sido.

Kikyou devolveu o sorriso, encantada.

- Seremos muito felizes juntos. Quando eles estiverem mortos, libertarei você. Não era minha intenção machucá-lo, não na verdade. Simplesmente, me irritei – estendeu uma mão delgada e acariciou a bochecha dele. – Sinto muito.

- Kikyou. – disse ele, e continuava sorrindo.

- Sim. – ela se inclinou mais até ele.

- Kikyou...

- Sim, Sesshoumaru?

- Vá para o inferno!

Kagome estremeceu ante o que aconteceu depois, inclusive antes acontecesse, sentindo a violenta pausa de poder malévolo e desatado. Gritou ao ver a mudança em Kikyou. Aquele rosto precioso se retorcia, se transformando em algo que não era nem humano nem animal. Uma luz vermelha queimou nos olhos de Kikyou enquanto ela se jogava sobre Sesshoumaru, afundando as presas em sua garganta.

Das pontas dos dedos brotaram garras que arranharam o já sangrento peito dele, arrancando a carne enquanto fluía o sangue. Kagome continuou gritando, notando vagamente que a dor em seus braços se devia ao esforço com a cordas que as seguravam. Ouviu Inuyasha gritar também, mas em acima de tudo ouviu a gritaria ensurdecedora da voz mental de Kikyou.

Agora sim você vai se arrepender! Agora vou fazer que se arrependa! Eu vou matar você! Vou matar você! Vou matar você! Vou matar você!

As palavras feriam como se fossem adagas perfurando a mente de Kagome. Seu terrível poder a atordoava, a balançava contra as barras de ferro. Mas não havia uma forma de fugir dele. Parecia ressoar por todas as partes, martelando seu cérebro.

Vou matar você! Vou matar você! Vou matar você!

Kagome perdeu a consciência.

DdoV

Sango, agachada junto à tia Kaede na lavanderia, mudou de lado o peso do corpo, se esforçando para interpretar os sons que ouviam do outro lado da porta. Os cachorros haviam conseguido entrar no sótão; não estava certa de como, mas a julgar pelos focinhos ensangüentados de alguns deles, imaginou que tinham entrado através das janelas situadas nos rodapés. Agora os animais estavam fora da lavanderia, mas Sango não sabia o que faziam. Estava silencioso demais do lado de fora.

Souta, acolhido no peito de Myouga, choramingou:

- Silêncio. – murmurou Myouga. – Não está acontecendo nada, querido. Vai ficar tudo bem.

Sango travou o olhar com os assustados e decididos olhos dele por cima da cabeça do menininho. Quase demos a você a medalha de outro do Outro Poder, pensou. Mas naquele instante não havia tempo para se lamentar.

- Onde está Kagome? Kagome disse que cuidaria de mim – disse Souta, os olhos muito abertos e solenes. – Disse que se ocuparia de mim.

Tia Kaede levou uma mão à boca.

- Ela está cuidando de você. – sussurrou Sango. – Na verdade, ela me enviou para fazer isso. E é verdade. – acrescentou com ferocidade, e viu que o olhar de reprovação de Myouga se transformara em perplexidade.
Do lado de fora, o silêncio havia dado lugar a ruídos de arranhões e dentes roendo. Os cachorros estavam trabalhando na porta.

Myouga acolheu a cabeça de Souta para mais perto de seu peito.

DdoV

Rin não sabia quanto tempo levavam trabalhando. Horas, na verdade. Uma eternidade parecia. Os cachorros haviam entrado pela cozinha e as velhas portas laterais de madeira. Até o momento, só uma dúzia, aproximadamente, tinha conseguido desimpedir as fogueiras acendidas em barricadas na frente das aberturas. E os homens que tinham armas se ocuparam da maioria delas.

Mas o Sr. Smallwood e seus amigos seguravam rifles carregados naquele momento. E eles estavam ficando sem coisas para queimar.

Kaguya tinha ficado histérica há alguns instantes, gritando e segurando a cabeça como se algo lhe estivesse machucando. Já tinha tentado várias formas de freiá-la até que por fim, ela perdeu a consciência.

Rin se aproximou de Kouga, que olhava por cima do fogo através da porta lateral derrubada. Não procurava a presença de cachorros, ela sabia, mas sim algo que estava muito mais longe. Algo que não podiam ver dali.

- Tinha que ir, Kouga. – disse. – Não podia fazer mais nada.

Ele não respondeu nem virou a cabeça.

- Já está quase amanhecendo. – disse ela. – Talvez quando amanhecer, os cachorros vão – mas mesmo enquanto dizia aquilo, ela sabia que não era certo.

Kouga não respondeu. Rin tocou seu ombro.

- Inuyasha está com ela. Inuyasha está lá.

Por fim, Kouga teve alguma reação. Assentiu.

- Inuyasha está lá. – disse.

Enfurecida, uma figura de cor marrom avançou na escuridão.

DdoV

Muito mais tarde quando Kagome recobrou, paulatinamente, a consciência soube porque podia ver não só devido ao punhado de velas que Kikyou havia acendo, mas sim também pela fria penumbra cinzenta que se infiltrava do chão a abertura da cripta.

Pôde ver Sesshoumaru também. Jazia no chão, as ligaduras cortadas com a roupas. Havia luz o suficiente para ver tudo ao alcance de suas feridas, e Kagome se perguntou se continuava vivo. Estava imóvel o suficiente para estar morto.

Sesshoumaru? Pensou. Até que tivesse feito não reparou que não havia pronunciado a palavra. De algum modo, os gritos de Kikyou tinham fechado um circuito em sua mente, ou melhor, tinham despertado algo que estava adormecido. E o sangue de Kouga sem dúvidas tinha ajudado lhe proporcionado, a energia para encontrar finalmente sua voz mental.

Virou a cabeça para o outro lado.

Inuyasha?

Ele tinha o rosto marcado pela dor, mas estava consciente. Muito consciente. Kagome quase desejou que estivesse tão insensível como Sesshoumaru ao que lhes tinha acontecido.

Kagome, respondeu ele.

Onde ela está? – perguntou Kagome, passando os olhos lentamente pelo lugar.

Inuyasha olhou em direção a abertura da cripta.

Subiu por ali faz um instante. Talvez para comprovar como os cachorros estavam indo.

Kagome acreditou ter chegado no limite. Medo e pavor, mas não era verdade. Não tinha pensado nos demais até então.

Kagome sinto muito. O rosto de Inuyasha estava embargado de algo que não podia se expressar com palavras.

Não é culpa sua, Inuyasha. Você não fez isso. Ela mesma fez isso. Ou... Simplesmente aconteceu devido ao que ela é. A que somos. Discorrendo por baixo dos pensamentos de Kagome estava a lembrança do modo como tinha atacado Inuyasha no bosque, e como tinha se sentido quando corria até o Sr. Smallwood, planejando sua vingança. Podia ter sido eu, disse.

Não! Você jamais se tornaria isso.

Kagome não respondeu. Se possuísse o Poder naquele momento, o que faria a Kikyou? O que não lhe faria? Mas sabia que falar disso só transtornaria mais Inuyasha.

Pensei que Sesshoumaru fosse nos trair, disse.

Também pensei, respondeu Inuyasha com um tom estranho. Olhava seu irmão com uma expressão peculiar.

Ainda o odeia?

O olhar de Inuyasha se ensombreceu.

Não, disse com a voz pausada. Não o odeio mais.

Kagome assentiu. Era importante, de algum modo. Então piscou, com os nervos totalmente alertas, quando algo escureceu a entrada da cripta. Inuyasha também ficou tenso.

Lá vem ela, Kagome...

Eu amo você, Inuyasha, disse ela com desespero enquanto a nebulosa forma branca descia a toda velocidade.

Kikyou se materializou ante eles.

- Não sei o que está acontecendo. – disse com expressão modesta. – Está impedindo o aceso a meu túnel. – voltou a observar por trás de Kagome para a tumba destroçada e o buraco na parede. – Isso é o que uso para sair daqui – disse, ao parecer alheia a presença do corpo de Sesshoumaru a seus pés. – Passa por baixo do rio. Assim não tenho que cruzar a água corrente, sabe. No lugar disso, cruzo por baixo – os olhou como se desejasse sua apreciação do gracejo.

A propósito, pensou Kagome, como pode ser tão estúpida? Sesshoumaru passou conosco sobre o rio no carro de Miroku. Cruzou uma corrente de água e provavelmente várias outras vezes. Não podia ter sido o Outro Poder.

Era estranho o modo em que era capaz de pensar apesar de estar tão assustada. Era como se uma parte de sua mente observasse de longe.

- Vou matá-los agora – disse Kikyou em tom coloquial. – Então passarei por baixo do rio para matar seus amigos. Não acho que os cachorros já tenham feito. Mas me ocuparei disso eu mesma.

- Deixe Kagome ir. – pediu Inuyasha; a voz soou apagada, mas imperiosa de toda forma.

- Não decide como fazer isso – disse Kikyou, sem prestar atenção. – Podia assá-los. Já tem quase luz suficiente para isso agora. E tenho estas coisas – introduziu a mão na parte dianteira do vestido e a tirou fechada. – Um... Dois... Três! – disse, deixando cair dois anéis de prata e um de ouro no chão.

As pedras brilhavam azuis como os olhos de Kikyou, azuis como a pedra no colar que rodeava a garganta de Kikyou.

As mãos de Kagome se retorceram freneticamente e percebeu a lisa nudez no dedo anelar. Era certo. Jamais pensou que se sentiria nua sem aquele aro de metal. Era necessário para sua vida, para sua sobrevivência. Sem ele...

- Sem estes anéis morreram – disse Kikyou, roçando despreocupadamente os anéis coma ponta de um pé. – Mas não sei se isso será bastante lento.

Retrocedeu até alcançar quase a parede oposta da cripta, o vestido prateado reluzindo baixo a tênue luz.

Foi então que Kagome teve uma idéia.

Podia mover as mãos o suficiente para tocar uma à outra, o suficiente para saber que não estavam impedidas. As cordas estavam mais frouxas.

Mas Kikyou era forte. Incrivelmente forte. E também mais rápida que Kagome. Inclusive se Kagome se soltasse, só teria tempo para uma única ação veloz.

Girou um pulso, sentindo como as cordas cediam.

- Existem outros modos – disse Kikyou. – Podia fazê-los cortes e contemplar como sangram. Eu gostaria de olhar isso.

Rangeu os dentes, Kagome exerceu pressão sobre a corda. A mão estava dobrada em um ângulo cruel, mas continuou pressionando e sentiu a queimadura da corda ao deslizar.

- Ou ratos – continuava dizendo Kikyou, meditando. – Ratos podiam ser divertidos. Podia dizê-los quando começar e quando parar.

Liberar a outra mão foi muito mais fácil. Kagome tentou não dar mostras do que acontecia atrás de suas costas. Teria gostado de chamar Inuyasha mentalmente, mas não se atreveu. Não se existia alguma possibilidade de que Kikyou pudesse ouvi-lo.

O vagueio de Kikyou a tinha levado até Inuyasha.

- Acho que começarei com você – disse, aproximando o rosto ao dele. – Eu estou faminta de novo. E você é tão doce, Inuyasha. Eu tinha esquecido o quão doce você é.

Havia uma retangular luz cinzenta no chão. Luz baixa. Estava vindo da cripta aberta. Kikyou já tinha estado fora, na luz. Mas...

Kikyou sorriu de repente, seus olhos azuis brilhavam.

- Eu sei! Eu vou beber você quase todo e fazer você ver enquanto eu mato ela! Eu vou deixar você forte o suficiente para vê-la morrer antes de você morrer. Isso não é um bom plano? – bateu palmas alegremente e voltou a fazer uma pirueta, se afastando com passos de valsa.

Só um passo mais, disse Kagome. Viu como Kikyou se aproximava do retângulo de luz. Só mais um passo...

Kikyou deu aquele passo.

- É isso, então! – começou a dar a volta. – Que bom...

AGORA!

Tirando de uma vez os braços adormecidos das últimas laçadas da corda, Kagome se balançou sobre ela. Foi como uma investida de um gato caçando. Uma desesperada correria para alcançar à presa. Uma possibilidade. Uma esperança.

Golpeou Kikyou com todo seu peso, e o impacto as derrubou dentro do retângulo de luz. Sentiu como a cabeça de Kikyou se chocava contra o chão de pedra.

E sentiu a dor abrasadora, como se tivessem submergido seu corpo em veneno. Era uma sensação parecida à ardente secura da fome, só que mais potente. Mil vez mais forte. Era insuportável.

- Kagome! – gritou Inuyasha, com a mente e com a voz.

Inuyasha, pensou ela. Debaixo de seu corpo se levantou uma onda de Poder quando os olhos atordoados de Kikyou se clarearam. A boca dela se retorcia de raiva e as presas estavam para fora. Eram tão longos que se cravavam no lábio inferior. A deformada boca se abriu um uivo.

A torpe mão de Kagome tateou a garganta de Kikyou. Os dedos se fecharam sobre o frio metal de cor azul dela e, com todas suas forças, ela tirou e notou como a corrente cedia. Tentou segura-lo, mas os dedos careciam de tato e coordenação, e a mão de Kikyou agarrava desesperadamente. A jóia saiu desimpedida até o interior das sombras.

- Kagome! – voltou a gritar Inuyasha com aquela voz tão espantosa.

A jovem sentiu como se seu corpo estivesse inundado de luz. Com se fosse transparente. Só que a luz era dolorosa. Abaixo dela, o rosto contorcido de Kikyou olhava diretamente para cima, para o céu invernal, e no lugar de uivo, se escutava um grito agudo que aumentava e aumentava.

Kagome tentou se levantar, mas não tinha forças. O rosto de Kikyou se rachava se quebrava. Linhas de fogo apareciam nele. Os gritos alcançaram um ponto culminante; os cabelos de Kikyou ardiam, a pele se enegrecia. Kagome sentiu o fogo tanto de cima quanto de baixo.

Então notou que algo a agarrava, segurava seus ombros e a arrancava dali. A frieza das sombras foi como água gelada. Algo lhe dava a volta, a embalava.

Viu os braços de Inuyasha, vermelhos onde tinham estados expostos ao sol e sangrando no lugar onde tinha arrancado das cordas. Viu seu rosto, viu o inquietante horror e aflição. Então seus olhos se enublaram e não viu mais nada.

DdoV

Sango e Myouga, que golpeavam focinhos empapados em sangue que apareciam pelo buraco da porta, se detiveram atordoados. Os dentes tinham deixado de morder e puxar. Um focinho deu uma sacudida e se esgueirou para fora. Se aproximando lentamente de costas para olhar o outro, Sango viu que os olhos do cachorro estavam vidrados e leitosos. Não se moviam. Olhou para Myouga, que se levantou ofegante.

Não escutava ruído no sótão. Tudo estava em silêncio. Mas não se atreveram a ter esperanças.

DdoV

Os enlouquecidos uivos de Kaguya cessaram como se os tivessem cortado com uma faca. O cachorro, que tinha afundado os dentes no músculo de Kouga, ficou rígido e estremeceu violentamente; então, as mandíbulas o soltaram. Respirando com dificuldade Rin girou para olhar mais além da moribunda fogueira e viu os corpos dos outros cachorros jazendo onde tinha caído.

Kouga e ela se encostaram um ao outro, olhando ao seu redor, perplexos.

DdoV

Pouco a pouco, Kagome abriu os olhos.

Tudo estava muito limpo e tranqüilo.

A alegrou que os uivos tivessem finalizado. Aquilo tinha sido horrível; tinha doído. Agora, nada doída. Sentia como se seu corpo voltasse a estar inundado de luz, mas agora não havia dor. Era como se flutuasse muito alta e com facilidade, sobre rafádas de ar. Sentia-se quase como se precisasse de corpo.

Sorriu.

Girar a cabeça não produzia dor, ainda que aumentasse a vaga sensação de flutuar. Viu, na longa luz pálida do chão, os restos fumegantes de um vestido prateado. A mentira de Kikyou de quinhentos anos atrás tinha se transformado em realidade.

Isso era tudo, então. Kagome afastou o olhar. Já não desejava mal a ninguém, e não queria perder tempo com Kikyou. Haviam coisas muito mais importantes.

- Inuyasha – disse, e suspirou e sorriu. Ora, aquilo era agradável... Assim devia ser se sentir como um pássaro. - Não era minha intenção que as coisas terminassem assim – disse docemente pesarosa.

Os olhos verdes de Inuyasha que estavam úmidos voltaram a se encher de lágrimas, mas lhe devolveu o sorriso.

- Eu sei – disse. – Eu sei Kagome.

Ele compreendia. Estava certo; isso era importante. Agora ficava fácil ver as coisas que eram realmente importantes. E a compreensão de Inuyasha significava muito mais para ela que o mundo inteiro.

Parecia que tinha transcorrido muito tempo desde que realmente o tinha visto. Desde que tinha tomado o tempo necessário para apreciar o quanto ele era lindo, com seu cabelo escuro e seus olhos tão verdes como folhas de carvalho. Mas agora o via, e via sua alma brilhando através daqueles olhos. Valia à pena, disse. Eu não queria morrer, não quero morrer agora. Mas faria tudo de novo se fosse necessário.

- Eu amo você. – murmurou.

- Eu amo você. – disse ele, apertando suas mãos entrelaçadas. A estranha e lânguida leveza a embalava com suavidade. Apenas sentia Inuyasha a segurando.

Tinha pensando que se sentiria aterrorizada; mas não estava, não enquanto Inuyasha estivesse ali.

- As pessoas do baile... Estarão bem agora, não é? – perguntou.

- Estarão bem. – murmurou ele. – Você as salvou.

- Não pude dizer adeus a Rin e a Sango. Nem a tia Kaede. Terá que dizer que as amo.

- Eu direi. – disse Inuyasha.

- Pode dizer você mesma. – disse outra voz rouca e que soava diferente.

Sesshoumaru tinha se arrastado pelo chão até estar atrás de Inuyasha. O rosto estava destruído, manchado de sangue, mas os olhos escuros a olhavam ardentemente.

- Use sua vontade, Kagome. Agüente. Você tem força para isso...

Ela sorriu para ele vacilante. Sabia a verdade. O que acontecera só pusera fim ao que tinha começado há duas semanas. Tinha tido treze dias para arrumar as coisas, para se desculpar com Kouga e dizer adeus a Souta. Para dizer a Inuyasha que o amava. Mas o período de graça tinha acabado.

Contudo, não tinha porque ferir Sesshoumaru. Também amava ele.

- Eu tentarei – prometeu.

- Vamos levá-la para casa – disse.

- Mas ainda não. – disse com doçura. – Esperemos um pouquinho mais.

Algo aconteceu nos insondáveis olhos escuros, e a faísca flamejante se apagou. Então compreendeu que Sesshoumaru também sabia.

- Não tenho medo – disse. – Bom... Só um pouco.

Começava a notar uma sonolência e se sentia muito confortável, era simplesmente como se estivesse dormindo. As coisas afastavam dela.

Notou uma dor no peito. Não estava muito assustada, mas sentia pesar. Tinha tantas coisas sentiria falta, tantas coisas que queria ter feito...

- Ora. – disse com a voz pausada. – Que engraçado.

As paredes da cripta apreciam ter se derretido. Eram cinzas e nebulosas, e tinha algo parecido com uma entra ali, como a porta que dava acesso a habitação subterrânea. Só que aquela era uma entrada de luz diferente.

- Que lindo. – murmurou. – Inuyasha? Estou cansada...

- Agora pode descansar – musicou ele.

- Não me soltará?

- Não.

- Então não terei medo.

Algo brilhava no rosto de Sesshoumaru. Esticou a mão até ele, o tocou e afastou os dedos com assombro.

- Não fique triste. – disse, sentindo a fresca umidade nas pontas dos dedos.

Mas uma pulsada de preocupação a perturbou. Quem estava li para compreender Sesshoumaru agora? Quem estaria ali para abraçá-lo, para tentar ver o que havia realmente em seu interior?

- Temos que cuidar um do outro. – disse se dando conta de que um pouco de energia voltava a ela, como vela flamejante ao vento. – Inuyasha, você me promete? Você me promete que cuidaremos um dos outros?

- Eu prometo. – respondeu ele. – Kagome...

Ondas de sono apoderaram dela.

- Está bem. – disse. – Está bem, Inuyasha.

A entrada estava mais próxima, tão próxima que podia tocá-la. Perguntou-se se seus pais estariam em algum lugar do outro lado.

- É hora de ir para casa. – murmurou.

E então a escuridão e as sombras se desvaneceram e não houve outra coisa mais que luz.

Inuyasha a abraçou enquanto os olhos dela se aproximavam. E então simplesmente a segurou, enquanto as lágrimas que tinha contido caíam livremente. Era uma dor diferente a que sentiu ao tirá-la do rio. Não havia raiva nele, e tampouco ódio, mas sim um amor que parecia seguir e seguir eternamente.

Doía mais ainda.

Olhou o retângulo de luz, apenas a um passo ou dois de distância. Kagome tinha penetrado na luz. O tinha deixado só.

Não por muito tempo, pensou.

Seu anel estava no chão. Nem sequer lhe dirigiu um olhar enquanto se levantava, os olhos posto na luz solar descia até o chão.

Uma mão agarrou seu braço e o pôs para trás.

Inuyasha olhou o rosto de seu irmão.

Os olhos de Sesshoumaru eram escuros como a meia-noite, e segurava o anel de Inuyasha. Enquanto Inuyasha olhava, incapaz de se mover, lhe colocou a força o anel no dedo e o soltou.

- Agora – disse, voltando a deixar cair com gesto de dor – pode ir aonde quiser – recolheu do chão o anel que Inuyasha tinha dado a Kagome e o sustentou. – Isso é seu também. Pegue-o. Pegue-o e vá – virou seu rosto para longe.

Inuyasha olhou durante um bom momento o aro de ouro que tinha na palma da mão.
Então seus dedos se fecharam sobre ele e voltou a olhar Sesshoumaru. Os olhos de seu irmão estavam fechados, a respiração trabalhosa. Parecia esgotado e dolorido.

E Inuyasha tinha feito uma promessa a Kagome.

- Vamos – disse com suavidade, colocando o anel no bolso. – Levarei você a algum lugar onde possa descansar.

Rodeou com um braço seu irmão para ajudá-lo a se levantar. E então, por um momento, ficou assim.

N/A: Oi gente, penúltimo cap! Estou quase chorando aqui.

Respostas as Reviews:

Ayame Gawaine:

Gostou do belo for a que ele deu? Hahahahahaha. Mas também a Kikyou bateu nele não vale! ò.ó É ela parece uma criança mesmo com essa de brincar; ela precisa crescer!

A Kagome se foi... Momento de silencio em respeito dela. Mas ainda vai ter mais coisas em Reunião Sombria.

Tchauzinho até a próxima. o/