Discleimer: Inuyasha e Cia não me pertence uma lastima p/ qualquer um.
Diários do vampiro ou The Vampire Diaries também não me pertence é usado p/ fazer esta ADAPTAÇAO. PS: Algumas coisas vão ter q ser mudadas.
Texto original: Lisa Jane Smith.
Adaptação: Dreime.
Capitulo 15
Naraku gritou um grito que lembrou a Rin o grito dos antigos predadores, de um dente de sabre e de um mamute macho. Espuma ensangüentada saia de sua boca junto ao grito, tornando o lindo rosto em uma máscara distorcida pela fúria.
Suas mãos arranhavam nas suas costas, tentando pegar a estaca de madeira branca e arrancá-la. Mas estava muito profunda. O lançamento tinha sido muito bom.
- Sesshoumaru – sussurrou Rin.
Ele estava de pé na borda do claro, emoldurado pelas árvores de carvalho. Quando ela olhou, deu um passo até Naraku, e logo outro; ágil, se aproximando, passos cheios de propósitos mortais.
E ele estava zangado. Rin teria corrido do olhar do rosto dele se os músculos dela não estivessem congelados. Ela nunca tinha visto tanta ameaça contida.
- Se... Afaste... De meu irmão – disse ele, quase respirando isso, com os olhos fixos em Naraku deu outro passo.
Naraku gritou de novo, mas suas mãos deixaram pararam com a frenética tentativa de arrancar a estaca.
- Idiota! Nós não temos que brigar por isso! Eu disse a você na casa! Nós podemos ignorar os outros.
A voz de Sesshoumaru não era mais alta que antes.
- Se afaste do meu irmão.
Rin podia senti-lo dentro dele, um crescimento de Poder como um tsunami. Ele continuou tão suavemente que Rin tinha que se esforçar para ouvi-lo.
- Antes que eu arranque seu coração.
Rin podia se mover. Ela foi para trás.
- Eu disse a você! – gritou Naraku, espumando. Sesshoumaru não reconheceu as palavras de qualquer forma. Tudo nele parecia se concentrar na garganta de Naraku, em seu peito e no coração que ia arrancar.
Naraku pegou a lança inquebrável e se apressou sobre ele.
Apesar de todo o sangue, o homem parecia ter força o suficiente. A corrida foi repentina, violenta e quase inaudível. Rin o viu empurrar a lança em Sesshoumaru e fechou os olhos involuntariamente, então os abriu um instante mais tarde e ouviu um bater de asas.
DdoV
Naraku tinha arremessado para o lugar onde Sesshoumaru tinha estado, e um corvo negro estava voando para cima enquanto uma só pena flutuou, caindo. Quando Rin olhou fixamente, Naraku foi depressa para a escuridão além do claro e desapareceu.
O silêncio morreu na madeira.
A paralisia de Rin se rompeu lentamente, e ela deu o primeiro passo, e então correu para onde Inuyasha estava. Ele não abriu os olhos quando ela se aproximou; parecia inconsciente.
Ela se ajoelhou ao seu lado. E então ela sentiu um tipo de calma horrível se arrastando por cima dela, como alguém que tivesse estado nadando em água gelada e por fim tivesse sentido o primeiro sinal inegável de hipotermia. Se ela não tivesse tido tanto sustos sucessivos, ela podia ter gritado, gritado ou podia ter ficado histérica. Mas, isso simplesmente era o último passo, o último deslizar fora da realidade. No mundo do não poder ser, mas era.
Porque isso era ruim. Muito ruim. Tão ruim quanto podia ser.
Ela nunca tinha visto ninguém tão ferido assim. Nem o Sr. Tanner, e ele tinha morrido das feridas. Nada que Abi tivesse tido podia ajudar a solucionar esse problema. Mesmo se eles tivessem Inuyasha deitado, fora da sala de operações, isso não poderia ter sido pior. Nesse estado de terrível calma ela olhou para o borrão do bater de asas e o brilho da luz da lua. Sesshoumaru estava de pé ao seu lado, e ela falou bastante calma e racional.
- Ajudaria dar sangue a ele?
Ele não parecia ouvi-la. Seus olhos estavam negros, e amáveis. Aqueles que apenas liberavam a violência, esse sentimento de feroz energia retida, se fora. Ajoelhou-se e tocou a cabeça escura na terra.
- Inuyasha?
Rin fechou os olhos.
Sesshoumaru está assustado, pensou. Sesshoumaru está assustado - Sesshoumaru! – e oh, Deus, eu não sei o que fazer. Não há nada o que fazer, tudo acabou e estamos perdidos e Sesshoumaru está assustado por Inuyasha. Ele não vai cuidar das coisas que não tem solução e alguém tem que arrumar isso. Oh, Deus, por favor, me ajude porque estou assustada e Inuyasha está morrendo e Sango e Kouga estão feridos e Naraku vai voltar.
Ela abriu seus olhos para olhar para Sesshoumaru. Ele estava branco, seu rosto aprecia muito jovem nesse momento, com os olhos negros dilatados.
- Naraku vai voltar – disse Rin calmamente. Ela não teve medo dele. Era um caçador de séculos de idade e uma garota humana de dezessete anos sentados na beirada do mundo. Eram simplesmente duas pessoas, Sesshoumaru e Rin que tinham que fazer o melhor que pudessem.
- Eu sei – disse Sesshoumaru. Ele estava segurando a mão de Inuyasha, parecia completamente envergonhado sobre isso, e isso parecia bastante lógico e sensato. Rin podia sentir que ele enviava Poder a Inuyasha, também podia sentir que não era o bastante.
- Sangue poderia ajudá-lo?
- Não muito. Um pouco, talvez.
- Temos que tentar qualquer coisa que o ajude.
Inuyasha sussurrou:
- Não.
Rin se surpreendeu. Ela pensou que ele estava inconsciente. Mas seus olhos estavam abertos, com alarme e ardendo sem a chama verde. Eles eram a única coisa viva nele.
- Não seja estúpido – disse Sesshoumaru, endurecendo a voz. Ainda com as mãos de Inuyasha, moveu-as até os nós dos dedos esbranquiçados dele. – Você está muito ferido.
- Eu não vou quebrar minha promessa – essa obstinação imóvel estava na voz de Inuyasha, no seu rosto pálido. E quando Sesshoumaru abriu sua boca de novo, para dizer que, sem dúvida, Inuyasha quebraria isso e como ou ele quebraria seu pescoço, Inuyasha adicionou:- Especialmente quando isso não adiantaria nada.
Houve um silêncio enquanto Rin lutou com a crua verdade disso. Onde eles estavam agora, naquele terrível lugar além de todas as coisas extraordinárias, fingir ou falsificar uma reafirmação parecia errado.
Só a verdade valia. E Inuyasha estava dizendo a verdade.
Ele ainda olhava para seu irmão, quem estava olhando para trás, com toda fúria, com uma furiosa atenção em Inuyasha como antes focava Naraku. Como se de algum modo isso ajudasse.
- Eu estou muito ferido, eu estou morto – disse Inuyasha brutalmente, seus olhos focaram Sesshoumaru. A última e grande luta deles como testamento, pensou Rin. – E você tem que tirar Rin e os outros daqui.
- Nós não vamos deixar você – interveio Rin. Essa era a verdade; ela podia dizer isso.
- Vocês devem! – Inuyasha não desviou o olhar de seu irmão. – Sesshoumaru, você sabe que eu tenho razão. Naraku voltará a qualquer momento. Não jogue sua vida fora. Não jogue a vida deles fora.
- Eu não dou a mínima para a vida deles – sibilou Sesshoumaru. A verdade, pensou Rin, curiosamente inofensível. Havia só uma vida que preocupava Sesshoumaru, e não era a sua.
- Sim, você se importa – Inuyasha sinalou para suas costas queimadas. Ele estava segurando a mão de Sesshoumaru com um aperto feroz, como se fosse uma resposta e ele pudesse forçar Sesshoumaru a seguir esse caminho. – Kagome tinha um último pedido; bem, ele também será o meu. Você tem Poder, Sesshoumaru. Eu quero que use para ajudá-los.
- Inuyasha... – sussurrou Rin desesperançosa.
- Me prometa – disse Inuyasha a Sesshoumaru, e então um espasmo de dor torceu seu rosto. Por incontáveis segundos Sesshoumaru simplesmente olhou para baixo. Então disse:
- Eu prometo – rápido e de repente como o golpe de uma adaga. Ele soltou a mão de Inuyasha e se levantou. Ele se virou para Rin – Vamos.
- Não podemos deixá-lo...
- Sim, nós podemos – não havia nada jovem agora sobre o rosto de Sesshoumaru. Nada vulnerável. – Você e seus amigos sairão daqui, para sempre. Eu vou logo depois.
Rin balançou sua cabeça. Ela soube tenuamente, Sesshoumaru não estava traindo Inuyasha, em todo o caso, Sesshoumaru estava colocando os ideais de Inuyasha acima da vida de Inuyasha, mas isso era tudo tão obtuso e incompreensível. Ela não o entendeu e não queria entendê-lo. Tudo o que sabia era que Inuyasha estava ali e não podia deixá-lo.
- Venha agora – disse Sesshoumaru, alcançando-a, o anel de aço em sua voz.
Rin se preparou para lutar, e então ocorreu algo que fez todos os seus sentidos se debaterem. Houve um estalido como se um gigante tivesse batido em algo e um flash como a luz do dia, e Rin estava deslumbrada. Quando pôde ver através da imagem, seus olhos voaram para as chamas que estavam lambendo do recém buraco negro até a base de uma árvore.
Naraku tinha retornado. Com o relâmpago.
O olho de Rin foi para próximo dele, como a única outra coisa que em movimento no claro. Ele estava ondeando a estava de madeira branca sangrenta que tinha tirado de seu próprio corpo como um troféu.
Pára-raios pensou Rin ilogicamente, e então houve outro acidente.
Caindo do céu vazio, em uma enorme bifurcação azul e branco que incendiava tudo como o sol do meio-dia. Rin olhou assistiu como uma árvore e depois outra foi atingida, uma mais perto do que a anterior. As chamas lambiam as folhas com fome como duendes vermelhos.
Duas árvores, em ambos os lados de Rin, explodiram, com um estalido tão barulhento que ela sentiu mais do que ouviu, com uma dor penetrante em seus tímpanos. Sesshoumaru, cujos olhos eram mais sensíveis, levantou uma mão para protegê-los.
Então gritou:
-Naraku! – e saltou para o homem. Ele não estava se aproximando furtivamente agora; esse era um ataque mortal. A explosão de velocidade da matança da caça de um gato ou um lobo.
O relâmpago iminente o alcançou.
Rin gritou quando o viu, saltando a seus pés. Houve um flash azul gases super quentes e um cheiro de queimado, e Sesshoumaru caído, seu rosto jazendo sem movimento. Rin podia ver pequenos tufos de fumaça vindos dele, justamente como ele fizera com as árvores.
Muda pelo horror, ela olhava Naraku.
Ele estava comemorando através do claro, segurando sua estaca ensangüentada como em um clube de golf. Ele se inclinou sobre Sesshoumaru quando passou, e sorriu. Rin quis gritar de novo, mas não tinha respiração. Não parecia ter nenhum ar para respirar.
- Me ocuparei de você depois – disse Naraku ao inconsciente Sesshoumaru. Ele virou seu rosto para Rin.
- Você – ele disse.– Eu vou cuidar de você agora.
Tardou um momento para compreender que ele estava olhando para Inuyasha, e não para ela. Os olhos azuis estavam fixos no rosto de Inuyasha. Eles se moviam para o Inuyasha ensangüentado.
- Eu vou comer você agora, Salvatore.
Rin estava só. A única que estava de pé. Ela teve medo.
Mas soube o que tinha que fazer.
Ela permitiu que seus joelhos se dobrassem de novo, se deixando cair na terra ao lado de Inuyasha.
E então é assim que acaba, pensou. Ajoelha-se ao lado do seu cavalheiro e enfrenta o inimigo.
Ela olhou para Naraku e seu moveu escudando Inuyasha. Parecia que ele a via pela primeira vez, e franziu o cenho como se tivesse encontrado uma aranha na salada.
A luz do fogo vermelho-alaranjado flutuou em seu rosto.
- Saia do meu caminho.
- Não. E isto é começo do fim. Então, tão só, como uma palavra, e você morrendo em uma noite de verão. Uma noite de verão com a lua e estrelas brilhando e as fogueiras ardendo como quando os druidas convocavam os mortos.
- Rin, vá – disse Inuyasha dolorosamente. – Vá enquanto você pode.
- Não – disse Rin. Sinto muito, Kagome, pensou ela. Não posso salvá-lo. Isso é tudo que posso fazer.
- Fora do meu caminho – Naraku disse através de seus dentes.
- Não – ela podia esperar e deixar Inuyasha morrer dessa maneira, com os dentes de Naraku em sua garganta. Podia não parecer uma grande diferença, mas era a única coisa que podia oferecer.
- Rin... – sussurrou Inuyasha.
- Você não sabe quem eu sou, garota? Eu tenho caminhado com o diabo. Se você se mover, eu vou deixar você morrer rapidamente.
A voz de Rin se quebrou. Ela balançou sua cabeça.
Naraku jogou sua cabeça para trás e riu. Um pouco mais de sangue gotejou.
- Bem – disse ele. – Ao seu modo. Os dois vão ir juntos.
Noite de verão, pensou Rin. A véspera do solstício. Quando a linha entre os mundos é mais fina.
- Diga boa noite a seu namorado. Não há tempo para transe, não há tempo para nada. Nada exceto um apelo desesperado.
- Kagome! – Rin gritou. – Kagome! Kagome!
Naraku retrocedeu.
Por um momento, parecia como se o nome tivesse poder para alarmá-lo. Ou como se esperasse que algo respondesse ao pedido de Rin. Ele estava de pé, escutando.
Rin utilizou seus poderes, colocando tudo o que tinha neles, jogando sua necessidade e seu chamamento ao vazio.
E sentiu... Nada.
Nada perturbou a noite de verão exceto o som das chamas. Naraku virou para Rin e Inuyasha, e sorriu abertamente.
Rin então viu a névoa se arrastando pelo chão.
Não podia ser névoa. Devia ser a fumaça do incêndio. Mas não se comportava como tal. Estava rodopiando, subindo no ar como um redemoinho pequeno ou uma poeira do mal. Contida em uma forma mais ou menos do tamanho de um homem.
Havia outra a pouca distância. Então Rin viu um terceiro. O mesmo estava acontecendo em todas as partes.
A névoa estava flutuando fora da terra, entre as árvores. Porções disso, cada um separado e diferente. Rin, olhando fixamente muda, podia ver através de cada fragmento, pôde ver as chamas, os carvalhos, os ladrilhos da chaminé. Naraku tinha parado de sorrir, parou, e também estava olhando.
Rin se virou para Inuyasha, incapaz até de perguntar.
- Espíritos inquietos – sussurrou ele cansadamente, seus olhos verdes em tentativa. – O solstício.
E então Rin entendeu.
Estavam vindo. Do outro lado do rio, onde ficava o antigo cemitério laico. Do bosque onde tinham escavado inumeráveis tumbas provisórias para descarregar os corpos antes que putrificassem. Os espíritos inquietos dos soldados que tinham lutado aqui e tinham morrido durante a Guerra Civil. Um organizador sobrenatural que responde a chamada de ajuda.
Eles estavam se organizando ao redor. Havia centenas deles.
Rin podia ver o rosto deles agora. Os contornos nebulosos se enchiam com pálidas cores como aqualeras fluídas. Ela viu uma chama azul, um vislumbre cinza. União e tropas Confederadas. Rin vislumbrou o punho de uma pistola em uma cintura, o brilho de uma espada ornamentada. As bifurcações em uma luva. Uma barba escura e espessa; uma longa bem tendida barba. Uma pequena figura, do tamanho de uma criança, com buracos escuros para os olhos e um tambor, pendurado ao nível da coxa.
- Oh, meu Deus – sussurrou ela. – Oh, Deus – não estava jurando. Era mais como uma oração.
Não é que ela não estivesse assustada com eles. Cada pesadelo que tinha tido sobre o cemitério era realidade. Como o primeiro sonho com Kagome, quando as coisas vinham se arrastando para fora dos buracos negros na terra; só que estas coisas não se arrastavam, estavam voando, passando levemente pelo chão e flutuando até que ficassem na forma humana. Tudo que Rin já tinha imaginado sobre cemitérios – que havia vida e era cheio de olhos observadores, que havia algum Poder espreitando e esperando na quietude – estava provando ser real. A terra de Fell's Church tinha memórias sangüentas. Os espíritos que aqui morreram, estavam caminhando de novo.
E Rin podia sentir a raiva deles. Isso a assustou, mas outra emoção a estava acordando dentro dela, suspendendo sua respiração fazendo mais pressão sobre a mão de Inuyasha.
Porque o exercito nebuloso tinha um líder.
Uma figura estava flutuando na frente dos outros, mais perto do lugar onde Naraku estava. Ele não tinha forma ou definição no momento, mas ele brilhou e cintilou como a pálida luz dourada da chama de uma vela. Então, diante os olhos de Rin, ele parecia assumir substâncias do ar, brilhando mais e mais a cada minuto com uma luz sobrenatural. Ele estava mais brilhante que o circulo de fogo. Era tão brilhante que Naraku se afastou e Rin pestanejou, mas quando ela se transformou em um som baixo, ela viu Inuyasha olhando diretamente para ela, sem medo, com os olhos muito abertos. E sorrindo, tão tolamente, como se ele estivesse contente que aquilo fosse à última coisa que ele fosse ver.
E Rin estava certa.
Naraku deixou cair à estaca. Ele tinha se afastado de Rin e Inuyasha para enfrentar o ser de luz que estava no claro como um anjo vingador. O cabelo negro para trás em um vento invisível, Kagome olhava para ele.
- Ela veio – sussurrou Rin.
- Você pediu para ela vir – murmurou Inuyasha. Sua voz se revelou uma trabalhosa respiração, mas ainda estava sorrindo. Seus olhos estavam serenos.
- Se afaste deles – disse Kagome, sua voz veio simultaneamente nos ouvidos e na mente de Rin. Isso era como o titilar de duzentos sinos, uma vez sendo distante e intima. – Isso acaba agora, Naraku.
Mas Naraku se recuperou rapidamente. Rin viu seus ombros se incharem com um sopro, notou pela primeira vez o buraco na parte de trás da impermeável cor canela onde estava à estaca de madeira branca o tinha furado. Estava manchado de vermelho escuro, e sangue novo estava fluindo agora quando Naraku levantou seus braços.
- Você acha que eu tenho medo de você – gritou. Ele andou ao redor, rindo de todas as formas pálidas. – Você acha que eu tenho medo de qualquer um de vocês? Vocês estão mortos! Poeira do vento! Vocês não podem me tocar.
- Você está errado – Kagome disse em sua voz de vento.
- Eu sou um dos Anciões! Um Original! Você sabe o que isso significa? – Naraku se virou de novo, se dirigindo a todos eles, seus olhos azuis sobrenaturais pareciam alguma coisa das luzes vermelhas do fogo. – Nunca morri. Cada um de vocês morreu galeria de fantasmas. Mas eu não. A morte não pode me tocar. Eu sou invencível!
A última palavra chegou em grito tão forte que fez um eco entre as árvores. Invencível... Invencível... Invencível. Rin a ouviu desvanecer no som faminto do fogo.
Kagome esperou até que o último eco morresse. Então disse, muito simplesmente:
- Não completamente – ela virou para olhar as formas nebulosas ao redor dela. – Ele quer derramar mais sangue aqui.
Uma nova voz falou uma voz oca que saiu como jogo de água fria na coluna de Rin.
- Já houve mortes o suficiente – era um soldado da União com uma fila dupla de botões em sua jaqueta.
- Mais do que suficiente – disse outra voz, como o longe estampido de um tambor. Um Confederado que segurava uma baioneta.
- É hora de parar – disse um homem velho com o tecido do uniforme gasto.
- Não podemos permitir isso – disse o garoto do tambor com os buracos negros no lugar dos olhos.
- Não haverá mais sangue derramado – várias vozes o seguiram. – Não haverá mais mortes!
O lamento passou de um para outro até que a onda de sons era mais forte que o rugido do fogo.
- Não haverá mais sangue!
- Vocês não podem me tocar! Vocês não podem me matar!
- Vamos pegá-lo, garotos!
Rin nunca soube quem deu essa última ordem. Mas foi obedecida por todos, Soldados da União e Confederados. Eles estavam subindo, fluindo, dissolvendo-se na névoa, de novo, uma névoa escura com cem mãos. Eles se balançaram sobre Naraku como uma onda do oceano, o golpeando e o rodando. Cada mão o pegou, e ainda que Naraku estivesse lutando e brigando com braços e pernas, eles eram muitos para ele. Em segundos foi escurecido por eles, tragado pela névoa escura. Ele subiu girando como um tornado de gritos que só se ouvia ligeiramente.
- Vocês não podem me matar! Eu sou imortal!
O tornado varreu a escuridão além da vista de Rin. Seguido por um rastro de fantasmas como rabo de um cometa, disparado para o céu noturno.
- Para onde o levaram? – Rin não quis dizer alto; ela apenas disse bruscamente, sem pensar. Mas Kagome escutou.
- Onde ele não machucará ninguém -disse, e o olhar em seu rosto deteve Rin de fazer qualquer outra pergunta.
Houve um guincho, um forte som do outro lado do claro. Rin se virou e viu Bankotsu, em sua terrível forma parte humana, parte animal, sem pés. Não havia necessidade para o clube de Ayame. Ele estava olhando fixamente Kagome e as poucas figuras fantasmagóricas.
- Não deixe que me levem! Não deixe que me levem também!
Antes que Kagome pudesse falar, ele tinha olhado ao redor. Ele considerou que o fogo estava mais alto que a sua cabeça, por um instante, e então entrou direto através dele, embrenhando-se mais além do bosque. Através de uma fenda entre as chamas, Rin o viu cair na terra, envolto em chamas, depois se levantou e correu de novo. Então o fogo se espalhou e ela não pôde ver mais nada.
Mas ela tinha se lembrado de algo: Sango e Kouga. Sango apoiava sua cabeça no colo de Ayame, assistindo. Kouga estava atrás. Ferido, mas não tão ferido como Inuyasha.
- Kagome – disse Rin, capturando a atenção da figura luminosa, e então ela simplesmente olhou para ele.
O brilho se aproximou. Inuyasha não pestanejou. Ele olhou para dentro do coração da luz e sorriu.
- Ele foi derrotado. Graças a você.
- Foi Rin quem nos chamou. E ela não podia ter feito no lugar correto e no momento correto sem você e os outros.
- Eu tentei manter minha promessa.
- Eu sei Inuyasha. Rin não gostou nada de como isso soava. Parecia muito com uma despedida permanente. Suas próprias palavras afloraram de novo: Ele poderia ir a outro lugar ou... Ou simplesmente ir embora.
E ela não queria que Inuyasha fosse a lugar nenhum. Certamente qualquer um que parecesse tanto um anjo...
- Kagome? – disse. – Você não pode fazer algo? Não pode ajudá-lo? – sua voz era agitada. E a expressão de Kagome quando se virou para olhar Rin era suave, mas tão triste, estava desolada. Isso a lembrou alguém, e então ela lembrou. Honoria Fell. Os olhos de Honoria eram parecidos, como se ela estivesse olhando todos os males inescapáveis do mundo. Toda a injustiça, todas as coisas que não deveriam ter acontecido, mas aconteceram.
- Eu posso fazer algo – disse. – Mas não sei se é o tipo de ajuda que você quer – ela se voltou para Inuyasha. – Inuyasha, eu posso curar o que Naraku fez. Esta noite eu tenho muito Poder. Mas eu não posso curar o que Katherine fez.
O cérebro entorpecido de Rin lutou com isso por um momento. O que Katherine fez?
Mas...
Inuyasha tinha se recuperado há meses da tortura de Katherine na cripta. Então ela entendeu. O que Katherine fez foi fazer de Inuyasha um vampiro.
- Já faz muito tempo – Inuyasha estava dizendo a Kagome. – Se você me curasse disso, eu seria um monte de poeira.
- Sim – Kagome não sorriu, só continuou olhando firmemente para ele. – Você que minha ajuda, Inuyasha?
- Para continuar vivendo nesse mundo das sombras... – a voz de Inuyasha era um sussurro agora, seu verde olhar estava distante. Rin quis sacudi-lo. Viva, pensou ela, mas ela não disse por medo, ela faria decidir justamente pelo contrário. Então ela pensou em algo mais.
- Para continuar tentando – disse, e os dois olharam para ela. Ela olhou para trás levantando o queixo, e viu o começo de um sorriso nos lábios luminosos de Kagome. Kagome se virou para Inuyasha, e esse pequeno sorriso passou para ele.
- Sim – disse calmamente, e depois para Kagome. – Eu quero a sua ajuda.
Ela se inclinou e o beijou.
Rin o viu o brilho fluir dela para Inuyasha, como um rido de luz brilhante, crescente. Isso o inundou mais do que a névoa escura tinha rodeado Naraku, foi como uma cascata de diamantes até que seu corpo inteiro brilhava como o de Kagome.
Por um instante, Rin imaginou que podia ver o sangue dentro dele, como se estivesse em fusão, fluindo fora de cada veia, cada tubo capilar, curando tudo o que tocava. Então, o brilho se apagava em uma aura de ouro, encharcando a pele de Inuyasha. Sua camisa estava destruída, mas embaixo dela, a carne era lisa e firme. Rin, sentindo seus próprios olhos maravilhados, não podia resistir não tocar.
E sentiu como se fosse qualquer pele. As horríveis feridas tinham desaparecido.
Ela riu alto com grande entusiasmo e, depois olhou moderadamente.
- Kagome, Sango também...
O ser luminoso que era Kagome já estava se movendo pelo claro. Procurava por Sango no colo de Ayame.
- Olá, Kagome – disse quase normalmente, só que sua voz estava muito fraca.
Kagome se inclinou e a beijou.
O brilho fluiu de novo, abarcando Sango.
E quando se foi, Sango se colocava de pé com os dois pés.
Kagome fez o mesmo com Kouga que acordou confuso, mas em alerta. Ela beijou Ayame também, e Ayame parou de se agitar e se ajeitou.
E então ela foi para Sesshoumaru.
Ele ainda estava jazendo no chão onde tinha caído. Os fantasmas tinham passado por cima dele sem notá-lo. O brilho de Kagome o cobriu como asas, uma mão brilhante tocou seu peito.
Ela se inclinou e beijou a cabeça escura no chão.
Quando a luz brilhante desvaneceu, Sesshoumaru se sentou e balançou sua cabeça. Ele viu Kagome e ainda caído, cuidou de cada movimento para se por de pés. Ele não disse nada, só olhou como Kagome voltava para Inuyasha.
Ele estava com sua silhueta contra o fogo. Rin apenas tinha notado como o esplendor vermelho crescia de maneira quase como um eclipse de ouro em Kagome. Mas agora ela viu e sentiu uma emoção alarmada.
- Meu último presente – disse Kagome, e começou a chover.
Não era uma tempestade de trovões e relâmpagos, mas uma profunda paulatina chuva que encharcava tudo – Rin incluiu – e roçou o fogo. Isso era refrescante e bom, e parecia lavar o horror das últimas horas, limpando o claro de tudo que tinha acontecido. Rin inclinou seu rosto para cima, fechando os olhos, querendo esticar os braços e abraçá-la. Por fim, controlada, ela olhou de novo para Kagome.
Kagome estava olhando para Inuyasha, e não havia nenhum sorriso em seus lábios. A dor indescritível voltava a seu rosto.
- É meia-noite – disse. – Eu tenho que ir.
Rin soube naquele instante que o som da palavra "ir" não significava por um momento. "Ir" significava para sempre. Kagome ia para algum lugar onde nenhum transe ou sonho podia chegar.
E Inuyasha também sabia disso.
- Só mais alguns minutos – disse ele, alcançando-a.
- Eu sinto muito...
- Kagome, espere... Eu preciso dizer algo a você...
- Eu não posso! – pela primeira vez a serenidade de seu rosto luminoso se desfez, mostrando não só a tristeza gentil, mas o horrível pesar. – Inuyasha, eu não posso esperar. Eu sinto muito – era como se ela se jogasse para trás, se retirando para alguma dimensão que Rin não podia ver. Talvez o mesmo lugar que Honoria foi quando sua tarefa terminou, pensou Rin. Para ficar em paz.
Mas os olhos de Kagome não pareciam que ela estivesse em paz. Eles se fixaram em Inuyasha, e ela estendeu sua mão para ele, desesperadamente. Eles não se tocaram. Onde quer que fosse Kagome estava indo para muito longe.
- Kagome... Por favor! – era a voz com a que Inuyasha a tinha chamado em seu quarto. Como se seu coração estivesse se despedaçando.
- Inuyasha – chorou ela, lhe oferecendo ambas as mãos para ele agora. Mas ela estava diminuindo, desaparecendo. Rin sentia que um soluço crescia em seu próprio peito, fechando sua garganta. Isso não era justo. Tudo o que eles tinham desejado era estar juntos. E agora o prêmio de Kagome por ajudar a cidade e terminar a tarefa, seria se separar irrevogavelmente de Inuyasha. Isso não era justo.
- Inuyasha – Kagome chamou de novo, mas sua voz veio de uma longa distância. O brilho quase já tinha ido. Então, Rin olhou fixamente através das lágrimas desesperançosa, pestanejando.
Deixando o claro silenciosamente mais uma vez. Eles todos estavam indo, os fantasmas de Fell's Church que tinham caminhado durante a noite para que não se derramasse mais sangue. O espírito luminoso que os liderava tinham desaparecido sem rastro, e inclusive a lua e as estrelas foram cobertas por nuvens.
Rin soube que a água no rosto de Inuyasha não era a chuva que imóvel salpicando. Ele estava de pé, movendo o peito com esforço, olhando o último lugar onde o brilho de Kagome tinha sido visto. E toda a saudade e dor que Rin tinha vislumbrado em seu rosto algum tempo atrás, não era nada comparado ao que ela via agora.
- Isso não é justo – sussurrou ela. Então ela gritou para o céu, sem saber a quem estava se dirigindo. – Isso não é justo!
Inuyasha estava respirando cada vez mais rapidamente. Nesse momento ele levantou seu rosto, enraivado, mas não pela dor insuportável. Seus olhos estavam investigando as nuvens como se pudesse encontrar um último rastro de luz dourada, algum fragmento de luz. Ele não pôde. Rin viu o espasmo passar por ele, como a agonia de Naraku com a estaca. E o choro que explodiu dele foi à coisa mais terrível que ela já ouviu.
- Kagome!
N/A: Oi gente estou quase chorando aqui depois de ter adaptado. O sesshy chegou na hora, mas depois não deu muito certo. Mas Kagome liderou muito bem o exército de fantasmas e curou os outros. E esse foi o maior cap. de toda a quadrilogia o último você vão gostar.
Respostas as Reviews:
Ayame Gawaine:
O Naraku não agüentou muito não, fugiu e depois voltou.
Sim muitas expectativas!
Obrigada e para você também tenha um ótimo ano.
Flor do Deserto:
Também não exagere, a Ayame poderia ter feito tudo isso, mas ela merece uma chance.
Eu também estou feliz por ele ter voltado!
Agora deu para matar a saudade? :D
Um ótimo 2011!