Olá de novo! Mais um extra porque vocês são lindas!


A parte chata de ser a herdeira de um trono era ter que ir a eventos formais em diversos países, só para cumprir protocolo. Consegui evitar ao máximo ter que ir a todos que papai era convidado, mas ao completar 21 anos e minha responsabilidade como herdeira aumentar, eu não tive mais escapatória. Semanalmente, eu recebi um e-mail de Juliet com minha agenda para os próximos dias e tinha que conciliar os eventos com a faculdade e com Edward, claro.

Eu sabia que ele não gostava nem um pouco de ter que me acompanhar nessas ocasiões, especialmente as que exigiam que viajássemos de avião no meio da noite só para estar em alguma cidade distante no dia seguinte. Queria mantê-lo preservado dessa parte chato, mas com o tempo as pessoas começaram a especular demais por eu sempre aparecer sozinha e por uma necessidade de manter minha imagem, Edward teve que me acompanhar em alguns. E obriga-lo a fazer qualquer coisa era o causava brigas entre nós dois.

Quando Juliet me informou que naquele final de semana ocorreria o jantar do Prêmio Nobel e eu estava convidada, já imaginei que fosse ser uma das noites em que discutiria muito com Edward até convencê-lo a ir comigo. Mas em um jantar desse porte, eu precisava estar acompanhada para evitar qualquer fofoca no dia seguinte, que tirasse o foco do que ele representava para mim. Não iriamos apenas dividir uma mesa com alguns dos vencedores e beber a noite toda enquanto discutíamos sobre a importância de cada um deles. Alianças seriam reafirmadas e contatos novos seriam feitos. Mas antes, eu precisava ser diplomática com o homem deitado em minha cama assistindo futebol.

- Cucciolo mio. - falei deitando ao seu lado e pousando a mão em sua barriga desnuda.

- Oi. - ele retrucou com os olhos na tela.

- Você me ama não é?

- Amo, mas estou desconfiado. - Edward comentou me olhando de canto de olho. - O que eu vou precisar fazer para provar esse amor?

- É que esse final de semana terá um evento muito importante e eu preciso que você vá comigo.

- Que tipo de evento?

- É só um jantar do Prêmio Nobel...

- Prêmio Nobel? – ele bradou assustado com o peso do evento.

- Mas não é apenas um jantar, tem toda a relação entre os países envolvidos e todos os anos as flores que decoram o Salão Azul são da Itália.

- E por que eu preciso ir com você?

- Porque eu gosto quando você me acompanha nos eventos, fica mais divertido pra mim.

- Mas você sabe que eu não gosto de passar a noite toda de gravata em meio a todo aquele povo rico e...

- E o que, Edward? – perguntei já esperando seu discurso sobre as desigualdades do mundo.

- E nada. – ele limitou-se a me responder. – Eu só não gosto de usar gravata. E o Prêmio Nobel é algo muito importante, não é o tipo de evento adequado para eu ir.

- Do que adianta eu ter um namorado se ele não me acompanha em nenhum lugar? – retruquei irritada com aquela discursão que nunca tinha fim entre nós dois.

- Então eu só sirvo para você exibir em eventos sociais? – ele quis saber, fazendo o clássico drama.

- Claro que não, Edward. Mas você não quis fazer parte de minha vida? Essa é minha vida! Eu preciso frequentar esse tipo de ambiente, de eventos, e você como meu namorado às vezes precisa deixar de lado todo seu ódio pelas monarquias e me acompanhar.

- Você sempre acha que eu odeio as monarquias.

- E você não odeia?

- Claro que não!

- Então por que diabos é tão avesso a esse tipo de evento?

- Porque eu não sei me comportar nesses jantares cheios de frescura e protocolos. E eu não quero que no dia seguinte todo mundo fique comentando como o namorado da herdeira de San Marino não sabe nem usar os garfos disponíveis.

- Edward... – murmurei sentando na cama e o encarando com seriedade. – Eu não me importo se as pessoas vão falar sobre seu comportamento no jantar, de verdade. Eu quero ter sua companhia nesse momento tão importante, principalmente por ser o primeiro que eu vou representando sozinha San Marino.

- Você nunca foi a esse jantar?

- Já, mas sempre com papai e mamãe. Agora que eu sou "adulta", posso ir representando meu país sem precisar que meus pais me acompanhem. Então eu seria eternamente grata se você fosse meu convidado para prestigiar os vencedores desse ano.

- Impossível te negar qualquer coisa quando você faz essa cara de princesa desprotegia. – ele resmungou cruzando os braços sobre o peito.

- Obrigada! – disse enchendo seu rosto de beijos e finalizando com um abraço. – E podemos ficar mais um pouco para você conhecer a Suécia direito.

- Suécia? – Edward gritou me encarando sem acreditar no que eu falava. – Você não me disse que iríamos viajar.

- Você achou que o jantar era onde? Aqui em Oxford, por acaso?

- Você sabe que eu odeio viajar de avião, Bella.

- Eu prometo que faço um felacio em você durante o voo para te relaxar. – sussurrei de modo sedutor, beijando seu pescoço.

- Até parece. – ele retrucou revirando os olhos. – Você sempre promete isso e até hoje estou esperando esse boquete nas alturas. Mas eu vou, não se preocupe.

- Obrigada, de verdade. Não tenho nem como agradecer.

- Felacio em terra firme mesmo? – ele sugeriu, me fazendo rir.

Passado todo o drama de convencer Edward a me acompanhar, não tivemos muito tempo antes de embarcamos no jatinho a caminho de Estocolmo. Juliet estava providenciando toda a parte burocrática, inclusive o vestido que eu iria usar no jantar e o smoking de Edward também, então só precisei preparar minha mala para o restante do final de semana. Vincent já resmungava assim que eu colocava a mala sobre a cama, deitando dentro dela para em atrapalhar colocar as roupas. Toda vez que eu viajava, ele ficava com Alice e quando eu voltava, levava pelo menos dois dias até conseguir me aproximar dele sem receber ameaças de suas garrinhas afiadas. Eu preferia ficar em Oxford com meu gato, minha cama confortável e a certeza que Edward não iria reclamar a cada dez minutos durante o voo, mas eu tinha minhas obrigações e não dava mais para bancar a princesa que não se envolvia.

Estocolmo estava coberta por neve quando nós chegamos naquela manhã de Dezembro. Fomos direto para o Grand Hotel Estocolmo, onde Juliet já me esperava para eu experimentar o vestido do estilista local e Edward o smoking, para caso necessário fazer alguns ajustes antes da festa. Ele tinha a maior cara de insatisfação enquanto o alfaiate prendia os alfinetes no terno e eu tentava relaxá-lo dando um sorriso discreto enquanto o observava parado com os braços abertos. Assim que ficamos sozinhos no quarto, eu deitei na cama ao seu lado e abracei seu tronco.

- Obrigada de novo por ter vindo. – murmurei levantando meu rosto para encará-lo.

- De nada, minha querida. – ele disse depositando um beijo em minha testa. – Desculpe por ser um chato às vezes.

- Tudo bem, eu sei que é pedir demais que você saia de seu mundo e venha para o meu.

- Eu tenho que me acostumar, não é? Um dia vai ser meu mundo também.

O assunto "casamento" ainda não era amplamente discutido por nós dois, apesar da imprensa sanmarinense estar sempre no meu pé saber quando eu iria circular por aí com um anel de noivado. Mas eventualmente, Edward fazia comentários desse tipo, dando a entender que nosso relacionamento caminhava para algo mais sério. Eu não estava com ele achando que um dia iríamos terminar, até porque acreditava que quando se estava em um relacionamento, era porque você queria que desse certo. Diariamente eu fazia alguma coisa para nosso relacionamento dar certo, e Edward também. Fazer cada vez mais parte do meu mundo era sua maneira de dizer que também estava se esforçando.

Queria muito dormir a tarde toda, mas sabia que não podia ficar com o rosto inchado porque nem a maquiagem mais poderosa do mundo iria me deixar bonita. Convenci Edward a passear um pouco ela cidade, o levando para conhecer o Museu Nórdico antes de morremos de tédio e pedir a Laurent e James que nos levassem de volta ao hotel. Quando vimos, já estava escuro e o cabelereiro e maquiador estavam batendo na porta para começar a me arrumar. Só restou a Edward a ficar assistindo TV e me esperando terminar a maquiagem para então ele começar a se arrumar também.

- Alteza. – Juliet disse parando em minha frente enquanto terminavam meu penteado. – O senhor Cullen já começou a se arrumar também?

- Creio que não. – respondi fazendo uma careta quando o cabelereiro enfiou um grampinho em meu cabelo, quase me furando. – Por quê?

- Esse jantar é muito importante para vossa imagem, então eu queria saber se o senhor Cullen estaria disposto a fazer a barba.

- O que a barba de Edward tem a ver com isso, Juliet? O Príncipe Carlos Filipe tem barba e ninguém fala nada.

- Mas Vossa Altera Real Príncipe Carlos Filipe já nasceu fazendo parte da realeza, enquanto o senhor Cullen ainda precisa ser aceito pela mídia.

- Aceito? – retruquei a encarando, incrédula. – Edward não tem que ser aceito por ninguém, Juliet. Quantas vezes eu já te falei que não vou mudar a imagem de Edward só para agradar a mídia?!

- Ok, Alteza. Me perdoe, só estava tentando fazer meu trabalho.

- Então faça seu trabalho, que é cuidar da minha imagem. De ninguém mais.

Todo evento era a mesma história; Juliet insistindo para mudar algumas coisas na imagem de Edward e torna-lo mais "realeza" e eu o defendia até o último segundo. Já bastava todo mundo ter uma opinião formada sobre meu relacionamento, não queria que a imagem dele fosse questionada em momento algum. Eu me apaixonei e amava Edward independente de ele ter barba ou não, então ele iria permanecer intocável.

Assim que fui liberado pelo maquiador, entrei no quarto ainda enfurecida e o vi saindo do banheiro com a toalha enrolada na cintura. Meu vestido estava sobre a cama, ao lado de sua roupa alinhada e bem passada. O senti me abraçando pela cintura quando me inclinei para pegar o vestido, me permitindo alguns segundos de olhos fechados e sentindo sua barba roçando contra meu pescoço. Era como se ele me entendesse e soubesse que eu precisava justamente daquilo para me acalmar.

- Obrigado por defender minha barba. – ele sussurrou depositando um beijo em meu ombro que ele expos ao baixar um pouco o roupão.

- Defenderei quantas vezes for necessário. Mas agora eu preciso terminar de me arrumar.

Edward me ajudou a fechar o zíper do vestido e eu ajeitei sua gravata borboleta, sorrindo enquanto acariciava seu rosto barbudo ao ver como ele ficou lindo com o smoking. Seria um jantar longo e cheio de pompa, minha vontade sendo mínima de enfrentar o frio de Estocolmo, mas logo eu poderia voltar para aquele quarto e fazer simplesmente nada ao lado de Edward, como costumávamos sempre fazer nos finais de semana. Porém, antes eu precisava terminar de me "montar" como todos os acessórios necessários para aquela noite.

- O que é isso tudo? – Edward perguntou se aproximando da mesa com a faixa azul e a insígnia que usaria no jantar.

- É a condecoração que eu preciso usar hoje. – expliquei prendendo a faixa transpassada em seu dorso. – Essa faixa é na cor oficial de San Marino: azul mirta. E essa é a insígnia da Ordem do Escultor, de San Marino.

- Ordem do Escultor?

- Cada monarquia tem uma Ordem da cavalaria e a de San Marino é a Ordem do Escultor, criada pelo meu tetravô, o Rei Humberto I. – disse mostrando a insígnia presa na faixa. - Ele criou essa Ordem em homenagem a um escultor que o salvou de um acidente de cavalo quando ele ainda era príncipe e eu fui condecorada quando fui batizada.

- Namorar você é estar vivendo uma eterna aula de História. – ele comentou me vendo abrir a grande caixa de veludo. – E, é claro; a tiara.

- Sim, a tiara. – ri do jeito que ele se referia a tiara de bisnonna Mariella.

- Eu não vou precisar essa faixinha azul, nem nada do tipo, não é?

- Por enquanto não. – respondi ajeitando a tiara no penteado feito. – Só os membros da família real ou condecorados com alguma Ordem podem usar a faixa e as insígnias.

- Ufa, porque eu ia me sentir uma Miss Universo andando por aí de faixa.

- E como eu estou? – perguntei me virando para ele e um sorriso surgiu em seu rosto.

- Mais linda que qualquer Miss Universo, como sempre. – ele respondeu do jeito que eu queria.

Toda a imprensa internacional estava presente na Prefeitura de Estocolmo, onde o jantar era realizado no Salão Azul. Edward fez como indicado por Juliet e me esperava do lado de fora assim que James abriu a porta do carro para mim, nossos braços entrelaçados conforme caminhávamos rapidamente para entrar no local antes que eu congelasse sem o casaco. Os fotógrafos disparavam os flashes em nossa direção e eu mantinha o sorriso no rosto, sabendo que logo os flashes iriam diminuir e eu iria ficar mais aquecida. Edward olhava ao redor impressionado com a grandiosidade do lugar e do evento, talvez finalmente se tocando que estava no famoso jantar do rei da Suécia no Prêmio Nobel. Eu ficava impressionada com esse tipo de evento, quem dirá ele que nunca esteve em nada do tipo.

Fomos orientados pela organização do evento onde nossos lugares eram e, para minha surpresa, Edward puxou a cadeira para que eu sentasse.

- Achei que fosse apropriado. – ele comentou sentando ao meu lado.

- Juliet teria um orgasmo de felicidade te vendo ser cavalheiro assim.

- Falando em orgasmo, ela está precisando de alguns, não acha?

- Edward! – o repreendi com medo de alguém nos escutar.

- Ela é chata demais, Bella. Não te deixa respirar em paz.

- Faz parte do trabalho dela manter minha imagem.

- Você já tem uma imagem maravilhosa, eu não mudaria nada. Eu amo sua imagem, minha querida.

- Obrigada, cucciolo mio.

Cumprimentei algumas pessoas conhecidas de papai enquanto o jantar não começava e tenta colocar Edward a par de tudo que acontecia, todas as etapas até comermos de verdade. Logo os trombones anunciaram a chegada da família real sueca e nós ficamos em pé, observando cada membro da monarquia entrar com um convidado de honra do prêmio.

- Quem é aquela morena de vestido rosa? – Edward sussurrou em meu ouvido.

- É Sofia Hellqvist, noiva do Príncipe Carlos Filipe. – respondi falando o mais baixo possível.

- Ela é famosa ou algo do tipo? Porque eu a conheço de algum lugar...

- Você a conhece? – retruquei desconfiada.

- Eu não sei. O rosto dela é familiar.

- Deve ser porque ela é ex-atriz pornô.

- O quê? – ele disse um pouco alto, as pessoas em nossa mesa olhando com repreensão. – Atriz pornô?

- É. Tem fotos dela de biquíni em toda a internet, provavelmente algum filme...

- Como é o nome dela mesmo?

- Não vou repetir para você ir procurar o vídeo.

- Cara, ela fazia filme pornô e vai casar com um príncipe. Depois as pessoas te crucificam por namorar um pobre aspirante a pintor.

- A família real sueca não tem o que podemos chamar de consortes exemplares. – comentei vendo a princesa Victória passar perto de nós dois e lembrando sua história. – Está vendo essa mulher de tiara e vestido verde? É a futura rainha daqui.

- É você versão sueca? – ele brincou, sem imaginar o quanto éramos parecidas.

- Ela é casada com aquele homem de óculos de grau há duas cadeiras para a esquerda, está vendo?

- Sim. – Edward respondeu esticando um pouco o pescoço para ver Daniel Westling. – Ele está usando uma faixa, é príncipe também?

- Agora é, mas antes ele era personal trainer de Victoria. Justamente na época que ela lutava contra a anorexia.

- Oh, isso só fica melhor. Um vai casar com uma ex-atriz pornô, a outra é casada com o personal... Ninguém se salvou dessa família?

- Bom, tem a princesa Madeleine. Ela casou com um empresário britânico, mas tem que cidadania americana também.

- Ele é rico, então não foi tão escandaloso assim. – Edward comentou enquanto sentávamos após toda família real se acomodar.

- O escândalo vem após o casamento. Christopher O'Neill, marido de Madeleine, não quis o título de príncipe consorte porque ele não queria deixar de ser britânico, nem a religião católica já que aqui eles são luteranos. É muito raro o marido de alguma princesa recusar um título assim.

- Então é possível se casar com uma princesa e não se tornar príncipe... – ele comentou interessado demais naquele fato.

Os trompetes foram tocados novamente para anunciar o brinde feito pelo professor Carl-Henrik Heldin em homenagem ao Rei Carl XVI Gustav e eu pedi que Edward imitasse meus gestos durante o brinde, já que até para isso tinha um protocolo. Tomamos um gole do espumante servido e assim que o rei de sentou, podemos nos sentar novamente.

- Me conte mais algum podre dessa família. – Edward pediu em meu ouvido.

- Eu não devia estar nem te falando essas coisas. Estou fazendo fofoca com a família real sueca, quando eu já fui vítima de fofoca.

- Você só está me mostrando que nenhuma família real é tão certinha assim. Eu já sabia disso com a família real britânica e toda safadeza do velho Príncipe Charles, mas a sueca é muito mais interessante. Um príncipe com uma atriz pornô!

- Não julgue o príncipe Carlos Filipe dessa forma. – pedi sentindo meu rosto esquentar só de mencionar seu nome. – Ele é um bom homem, só se apaixonou por alguém que ninguém esperava.

- Bom homem, hum? – ele retrucou com aquela expressão de ciúmes que já conhecia. – É por isso que você ficou toda vermelha assim?

- Eu não fiquei vermelha!

- Ficou sim, Bella. Tá parecendo um tomate de tão vermelha que ficou por causa desse príncipe aí. Você é amiguinha dele?

- Claro que não, Edward. Nós nos conhecemos formalmente, como qualquer família real.

- Não vou nem perguntar se você o acha bonito, porque o jeito que você ruborizou só de mencionar seu nome...

- Pelo amor de Deus, Edward! Tem anos que eu não falo com o Príncipe Carlos Filipe, não há motivo para você sentir ciúmes.

- Eu não estou com ciúmes! – ele se defendeu, mentindo muito mal porque eu sabia no tom de sua voz quando ele estava com ciúmes.

- Está sim, e sem necessidade. Eu tinha uns 14 anos quando nos conhecemos e na época eu o achei muito bonito, mas nada. Ele é uns 15 anos mais velho que eu!

- Eu não acredito que você era apaixonada por um príncipe quando era adolescente.

- Não posso fazer nada se eu só convivia com famílias reais na minha adolescência. E eu estou com você agora, assim como ele irá se casar no próximo ano, então pare com esse ciúmes idiota.

- Você também era apaixonadinha pelo Príncipe William? – ele insistiu no assunto, já me deixando irritada.

- Edward, por favor. Aqui não é lugar nem momento para discutirmos isso. Quando voltarmos para o hotel, eu posso falar sobre todos os homens que eu tive paixões platônicas na minha adolescência, mas não agora.

- Eu não quero saber dos caras de sua vida.

- Então por que você esta insistindo nesse assunto?

- Porque eu não gostei de saber que você era apaixonada por um príncipe quando era mais nova. Eu sempre achei que você não gostasse desse tipo de homem e por isso estava comigo, já que de príncipe eu tenho nada.

- Edward, me escuta de uma vez por todas. – eu pedi segurando sua mão debaixo da mesa. – Sabe qual é o meu "tipo de homem"? O que me faz feliz, que me vê além da coroa e do meu título. E você é esse tipo de homem, então não há motivo para continuar com esse assunto.

Ele ia continuar, mas foi interrompido pelo anúncio do brinde que o Rei Carl XVI Gustav faria em memória de Alfred Nobel. O jantar estava apenas começando e eu já queria ir embora só por causa daquela crise de ciúmes boba que Edward tendo. Eu realmente tive uma paixão platônica por Carlos Filipe na minha adolescência, mas nada que pudesse me fazer trocar Edward por ele hoje em dia. Nós não tínhamos nada a ver e eu estava muito feliz com o meu namorado, assim como ele estava com sua noiva de reputação nada boa. Mas vá explicar isso a um homem que, quando ficava com ciúmes de verdade, era de tirar qualquer uma do sério?

Até a segunda entrada ser servida, Edward e eu não trocamos muitas palavras e nos mantivemos ocupados com os outros convidados em nossa mesa. Uma senhora conversava com ele sobre a comida e um senhor se interessou bastante por minha insígnia, perguntando tudo sobre San Marino quando eu expliquei que era herdeira do trono. Eu ainda estava chateada com sua insegurança e provavelmente ele ainda estava achando que eu iria pular nos braços de Carlos Filipe a qualquer segundo, por isso o silêncio entre nos dois.

- Desculpe. – ele murmurou pousando a mão sobre a minha na mesa. – Eu fui um idiota por achar que você iria me trocar pelo príncipe.

- Foi mesmo. – respondi sem ceder ao seu olhar de cachorro abandonado.

- Não vou mais implicar com os príncipes que você era apaixonada, prometo.

- Obrigada. – agradeci o beijando de maneira discreta. – Agora, podemos curtir o jantar em paz?

- Sim, minha querida.

Durante as horas restantes do jantar, em que os pratos eram servidos, apresentações de dança contemporânea foram feitas e os ganhadores daquele ano deram breves discursos, eu não poderia estar em melhor companhia. Com papai e mamãe, o jantar seria o mais político possível e eu teria que executar o papel de herdeira do trono todo o tempo. Mas na companhia de Edward, pude me divertir lhe contando fofocas sobre algumas pessoas presentes e introduzi-lo cada vez mais em meu mundo.

Não poderia existir companhia mais perfeita para mim naquele evento. Sendo ele príncipe ou não.