"São Precisos Dois para Praticar."
By Rogue in Rouge também conhecida como Silver Nitteiz
N/A: Eu sempre amei a ideia da Vampira e do Gambit juntos, ainda que eu nunca tenha lido muito dos gibis. Reconheço que eu não vi muito do X-Men Evolution também, embora eu tenha conseguido ver o infame beijo e "Tempero Picante" (Eu não acredito que foi apenas um episódio) – e depois de uma considerável leitura do mundo das fanfictions e uma hesitação pessoal, aqui estou eu com minha própria história.
Essa história começará em grande parte com drama & romance com angústia (é Vampira e Gambit afinal), para apenas depois começar com ação & aventura. Sim, haverá um vilão, etc. Estou considerando uma seqüência, mas isso é ainda discutível, então as "pontas soltas" deverão ser mínimas.
Aviso: eu fiz uma exploração das conexões entre sexualidade e intimidade, como elas acontecem entre Vampira e Remy, o estágio pré-sexo versus sexo propriamente dito. NÃO será pornô ou será excessivamente gráfico – peripécias sexuais NÃO são o principal foco. Isso dito, dado o assunto em questão, ainda assim haverá algo gráfico. Você foi avisado.
A história ocorre pós-Apocalipse, ignorando os eventos de "Tempero Picante" infelizmente – Eu precisava que eles não tivessem qualquer tipo de relação especial; eu também tomarei algumas liberdades com o andamento da relação de Remy com o Clã dos Ladrões.
Nota: Eu combinei os capítulos um e dois para se encaixar melhor com o resto da história
Título: São Precisos Dois Para Praticar.
Capítulo 1: Fazendo a Aposta
Autora: Rogue in Rouge. Profile: ht*tp:* /w*ww.*fanfiction.*net /u/ 558994/*Rogue_in_Rouge
Disclaimer 1: não possuo as HQs do X-Men, desenhos, filmes ou qualquer outra franquia relacionada – isso parece chocante.
Disclaimer 2: Eu, que estou traduzindo, não possuo as HQs do X-Men, desenhos, filmes ou qualquer outra franquia relacionada E ESSA HISTÓRIA, quero deixar claro. =P
Paciência não era uma virtude natural para Vampira.
Tinha sido forçada nela, como tantas outras coisas vindas com a ativação da sua mutação. Prudência tinha se tornado sua segunda natureza. Ditava o que ela vestia, onde ela ia, como ela se movia, quem eram seus amigos e redefiniu todo o conceito de comportamento "de risco". Era preciso vigilância, autocontrole, cautela com cada movimento seu e dos outros – havia sempre uma distância imposta e ela forçava a si mesma a esperar. Esperar pela esperança que Xavier tinha colocado em seu caminho há muito tempo.
Esperar pelo dia em que ela pudesse controlar.
Esperar pelo dia em que ela pudesse tocar.
Esperar pelo dia em que ela também pudesse aproveitar as coisas mais simples, que os outros tinham como garantidas: vestir um biquíni, brincar de lutinha com seu irmão, não precisar usar luvas, beijar – qualquer um.
E havia alguma grande surpresa no fato de que ela estava impaciente por estar tão perto?
Vampira encostou-se à lateral da escada, pernas aninhadas sua borda, testa descansando nas ripas que sustentavam o corrimão. Ela estava esperando, mais uma vez. E inevitavelmente, suas mãos começaram a mexer com suas luvas "improvisadas" – abertas nos dedos. Luvas desse tipo eram o máximo que ela ousaria, poderia, se permitiria; um compromisso mais com ela mesma do que com Xavier. Ele tinha avisado-a de que ela precisava de mais tempo para praticar seu controle. Naquele momento, ela ainda estava dominando toque intencional, feito por ela ou pelos outros. Toque não-intencional ou acidental estava além do seu escopo, por isso havia a contínua necessidade de estar coberta. Mas ela queria – não – ela precisava experimentar alguns sinais de progresso, algum sinal de que ela estava finalmente obtendo o que ela ansiava, depois de anos.
Assim, essas luvas, ainda que cobrissem muito para a proteção dos outros – e dos seus próprios medos - permitiam que ela pudesse tocar. E praticar.
Prática era o que ela precisava, agora que Xavier tinha finalmente achado a chave.
"Você quer dizer que descobriu como desligar meus poderes?" Depois de dez minutos de hesitação ao lado de Xavier, ela chegou a essa conclusão. Ainda que isso não parecesse possível.
Xavier uniu suas mãos através das pontas dos dedos, indiscutivelmente um sinal para que ela não reagisse exageradamente – não reagir exageradamente ao fato de que ela ficaria livre das amarras dos seus poderes? Ela pode sentir algo mudando dentro de si, como se a pedra fundamental do mundo dela tivesse se movido lentamente para fora do lugar "Como eu disse antes, seus poderes são semelhantes aos poderes do Scott na medida em que ambos estão permanentemente ligados, mas uma vez que não há dano físico correspondente, eu tinha esperança de que o gatilho dos seus poderes estivesse conectado com o campo psicológico. Parece que é assim mesmo, de fato, mais precisamente no campo emotivo."
"Emotivo?" ela ecoou, confusa. "Você quer dizer que são os meus sentimentos que fazem a mutação funcionar? Porque não é como se eu geralmente quisesse que ela sequer funcionasse –"
"Eu sei," Xavier entoou calmamente. "Mas na primeira manifestação dos seus poderes, o trauma da absorção fez com que a condição de 'ligado' ficasse permanentemente definida como padrão."
"Então você não pode simplesmente desligá-los?" Vampira se sentiu tonta. Obviamente não podia ser tão fácil – e claro, Xavier franziu a testa.
"Eu temo que não seja tão simples. É muito mais provável que você vá precisar colocar a si mesma num estado emocional que irá desarmar o gatilho quando e enquanto você tiver contato," ele parou levemente, mas decidiu que precisava continuar explicando toda a situação antes de medir a reação dela. "Devido à natureza do seu trauma, um choque emocional provavelmente irá, automaticamente, rearmar o gatilho."
Vampira fechou os olhos e respirou profundamente. "Então deixa eu ver se entendi, se eu permanecer calma e focada," ela espiou com um olho para ver se a sua interpretação do estado emocional ideal estava correta. Xavier assentiu encorajando-a. "eu posso tocar, mas se algo acontecer, eu voltarei a absorver."
"Essa é a teoria." Ela olhou para o Professor, não conseguindo projetar a imagem de liberdade com limitações.
"Mas eu serei capaz de tocar?" ela sussurrou.
Xavier se inclinou e de forma reconfortante, pousou sua mão sobre a dela, protegida pela luva. Ela olhou, o pensamento de que talvez a luva não tivesse que estar ali era quase sufocante demais para entender "Sim, Vampira. Tudo que você precisa é praticar"
Vampira mordeu o lábio, balançando a cabeça para despertar. Ela esteve praticando – com Logan primeiro, uma vez que ele podia se recuperar mais rapidamente. Kitty e Kurt tinham vindo na seqüência, mais do que felizes em ajudá-la a finalmente realizar seu desejo mais cobiçado. Sua relação com Kurt ainda estava tensa após a batalha contra Apocalipse, e a bem da verdade, a relação dela com a Mansão inteira estivera tensa. Ela chegou até mesmo a considerar de forma séria, ainda que breve, se afastar por um tempo, até que o Professor jogou essa noticia bombástica.
Kurt e ela ainda tinham que realmente discutir os problemas deles, mas a intimidade que os testes requeria estava lentamente diminuindo o abismo entre eles, certamente. Ela não tinha esperado que ele se voluntariasse, mas quando as noticias se espalharam pela mansão, como inevitavelmente aconteceu, ele apareceu dizendo que queria que ela finalmente experimentasse "a bola de pêlos".
Seus lábios se curvaram, mas o sorriso morreu lentamente. Kurt, Kitty e Logan eram muito bons e ideais para praticar toques básicos, mas havia mais e ela simplesmente se sentiria absolutamente estranha pedindo para que eles a ajudassem com isso. Ela sequer considerou isso até que Kitty começou a brincar dizendo que talvez Vampira finalmente pudesse arranjar um namorado.
"Talvez agora você possa até arranjar tempo para um cara –" ela disse descaradamente, amavelmente cutucando sua melhor amiga.
Vampira respondeu alguma coisa sarcástica sobre garotas e independência de garotos idiotas. Mas o pensamento tinha ficado, pairando vagamente, provocando os limites da sua mente.
Ser capaz de beijar alguém.
Tocar alguém intimamente no modo que os livros de romance divagavam, do jeito que causava risadinhas nas garotas adolescentes e da maneira que os garotos fantasiavam quando viam uma menina bonita.
Liberdade para estar com alguém e desfrutar de um milhão de pequenas carícias descuidadas dos amantes...
Vampira suspirou profundamente e voltou a se encostar contra o corrimão. Ela apenas começara a obter o controle e agora ela queria mais. Ela queria repreender a si mesma por ser gananciosa, mas droga, estava cansada de esperar e de se perguntar como é.
"–ainda que possa ser um pouquinho difícil se concentrar perto dele."
Ela podia obter aquele tipo de controle também, mas isso demandaria um treino diferente. Um parceiro diferente, até. Alguém que fosse acessível, portanto, que estivesse na mansão. Alguém que fosse imprudente o suficiente para arriscar, sensível o suficiente para recuar quando necessário e casual o bastante para apenas praticar e não se envolver...
"Ah, partindo tão cedo, petite? Remy está decepcionado," sua voz estava lenta e suave, como a lama do pântano do qual, sem dúvida, ele tinha saído rastejando. Houve uma risadinha feminina e ela mentalmente revirou os olhos.
Infelizmente para ela, quase todos os caras da mansão eram ou muito velhos ou muito jovens, envolvidos com outra pessoa ou pelo menos interessados em alguém. Ou então Kitty tinha uma quedinha por eles...
Gambit estava na faixa etária certa e era mulherengo o suficiente para que o interesse não fosse um problema, vindo de qualquer uma. Ainda assim, o caráter dele não foi a única razão pela qual ela o escolheu. Absorver a capacidade de explodir objetos com energia cinética poderia ser problemático, mas ele admitiu à contra gosto poderes menores relacionados com habilidades empáticas quando chegara à mansão três meses atrás, caminhando calmamente com Colossus como se eles fossem ser recebidos de braços abertos. Xavier tinha agido assim realmente, mas outros não foram tão amigáveis, mais precisamente Scott. Ela não tinha se interessado muito por ele também, a lembrança da vez que quase tivera sua mão arrancada no meio de uma batalha ainda vívida na sua mente. Mas ele estava aqui e -
"Essa coisa toda de sans touche, é tão vergonhosa," ele sorriu maliciosamente quando ela parou, franzindo a sobrancelha para ele e ignorando o leve formigamento que percorreu sua espinha sob o brilho daqueles estranhos olhos rubi. "mas sabe, Remy nunca recusa a chance de ser creatif"
Naquela vez, ela tinha dado uma resposta desagradável. Ela deu de ombros e se levantou. Parecia que deveria ter engolido aquelas palavras, por mais repugnante que isso fosse para ela.
Era agora ou nunca; naquele momento não havia ninguém dividindo o quarto com ela, uma vez que Kitty tinha quebrado a perna e se mudado para um quarto no andar de baixo por conveniência. (Por mais irônico que fosse, a adolescente do Centro-Oeste tinha, embaraçosamente, adquirido a lesão numa queda durante o banho. O resto da Mansão ainda tinha problemas em não gargalhar quando ela adentrava numa sala).
Ainda assim, Vampira não podia deixar de hesitar.
"Veja, se não é ma chérie." Ela não foi capaz de começar. Gambit estava se encostando ao corrimão, sorrindo maliciosamente naquela irritante postura relaxada que apenas a fazia querer bater nele. Como não era o caso, ela teve que reprimir a vontade de repreendê-lo – ela queria que ele concordasse em praticar com ela, afinal
Ela deu uma elevação artificial aos cantos dos seus lábios. "Gam-, Remy" se corrigiu rapidamente. Ele levantou uma sobrancelha. "Eu estava procurando por você." Seu sotaque soou forçado e ela tremeu mentalmente, mas começou a descer as escadas.
"Ah é?" Ele observou-a descer as escadas, constrangida. "Tem algo que Remy pode fazer por você?" Seus dedos se flexionaram e seu sorriso malicioso se aprofundou. "Ou para você?"
Ela não pode reprimir um sorriso irônico enquanto se inclinava para frente e cutucava firmemente o peito dele. "Na verdade cher, tem sim."
-Fazendo a Aposta (anteriormente, capítulo 2)-
Gambit não ficava sem fala freqüentemente e Vampira se deleitou naquele momento. A exata expressão de surpresa e confusão na face dele era impagável.
Os lábios dela formaram um sorriso cínico. "Você tem algum problema com isso, gatinho?" A doçura no seu tom de voz poderia ter deixado o Dentes-de-Sabre com cáries.
Ainda assim, Gambit não era tão facilmente acuado, e sem dificuldades ele se recompôs. Segurando no pulso dela de modo fácil e torcendo-o levemente, ele a puxou ainda mais para perto. Os músculos dela enrijeceram por reflexo e o sorriso cínico mais uma vez trocou de rosto.
"Na verdade chérie, não tenho. Mas é engraçado, Remy pensou que era o último homme com quem a Vampira gostaria de brincar." Seus dedos, vestidos com aquelas estranhas meias-luvas, seguravam o pulso dela enquanto os olhos deles literalmente brilharam. "Se é isso que a chérie está sugerindo…"
"Eu preciso praticar," ela disse entre dentes, se perguntando se retirar o seu braço seria considerado hostil. Ela decidiu que seria. Sua decisão, obviamente, não tinha nada a ver com os pequenos arrepios que o aperto dele estava enviando por toda a sua coluna.
"Praticar," ele repetiu. "Praticar com Wolvie e o garoto azul, até com o resto dos X-Men, não te ajudaria com…" Ele parecia extremamente satisfeito com as conclusões que ele estava chegando e ela ruborizou.
"Não encare isso tão pessoalmente, Gambit," ela retrucou, seu acento ficando defensivamente mais forte. "Você é o maior mulherengo por aqui e eu sei que você pode manter isso entre nós. Não é como se a gente fosse começar a sair"
Ele levantou uma sobrancelha e tarde demais ela se lembrou de que estava tentando ser legal. Ela não estava acostumada a ficar bajulando as pessoas. Não ajudou o fato de que Gambit, de todas as pessoas, parecia fazê-la ficar irritada sem maiores esforços. Para a surpresa dela, entretanto, ele pareceu ignorar completamente a acidez da sua reposta.
"O quê exatamente essa prática incluiria, chérie?" Ele sorriu diante da hesitação dela. "Gambit precisa conhecer os termos antes de aceitar a aposta." Sem aviso, ele libertou o braço dela e ela ficou surpresa com o quão intensamente havia sentido a perda do calor dele. Resistindo a tentação de recuar, ela respondeu cautelosamente.
"Tudo." Isso foi dito com mais convicção do que ela realmente sentia.
Ele pareceu ponderar as palavras por um momento, deixando seus olhos passearem por todo o corpo dela, de baixo para cima. Ela sentiu aquele olhar como um toque físico e teve que se perguntar o quão diferente aquela onda de calor seria na realidade. Ela não pôde evitar o rubor que a atingiu espontaneamente.
"Tudo?" ele soou cético e ela engoliu em seco, antes de levantar o queixo com firmeza.
"Tudo." Ele inclinou sua cabeça, a intensidade do seu olhar permanecendo constante; ela então falou, mais para convencer a si mesma de que aquilo não era o maior erro que ela poderia cometer. "Se eu for ter um namorado, eu quero ser capaz de," ela se atrapalhou, se sentindo uma completa idiota. "de fazer tudo o que os casais geralmente fazem."
"E você quer a ajuda do Remy." Agora ela tinha certeza de que ele estava apenas esfregando o fato na cara dela.
"Eu acho que nós já discutimos isso." Embaraçada, ela cruzou os braços e quase que imediatamente se arrependeu quando os olhos deles passearam preguiçosamente sobre ela, admirando como o gesto dela tinha melhorado o cenário.
"Tentador," ele disse com a voz arrastada e ela quase pulou para se afastar da pele da mão direita dele, a qual ela tinha absoluta certeza de que não tinha percebido chegar tão perto, ousando traçar a curva do seu quadril com a delicadeza do vento. A onda desconfortável de calor era tão intensa que ela quase checou para ter certeza de que ele não tinha acidentalmente energizado as calças dela. "Mas eu não acho que a chère está pronta."
Ela piscou. Levou um momento para registrar que ele estava dizendo não, especialmente depois da proximidade física. Ela tinha previsto uma possível resposta negativa e não iria aceitá-la tão facilmente. "Eu estou!" Ele ergueu uma cética sobrancelha e ela sabia que sua própria tensão estava traindo seu argumento. Ela levantou o queixo. "Eu estou pronta."
"Gambit quer acreditar em você, realmente quer –"
"Eu vou provar," a abrupta declaração saiu sem premeditação, mas quando os olhos dele brilharam com algo que ela sabia ser interesse, sua coragem aumentou. Considerando o que ela estava planejando fazer com ele, provar algo não deveria ser um grande problema. Isso só iria começar o show um pouco antes do previsto.
"Uma demonstração, petite? Eu ouvi falar dos seus," ele umedeceu os lábios e ela, em vão, disse a si mesma que não havia notado isso, "treinos, mas talvez eu deva usar o 'ver para crer', non? Ou suponho que isso seria um ensaio…"
Ela sabia que estava com uma tonalidade além do vermelho, mas honestamente, estava espantada com a habilidade dele de fazer uma simples palavra soar tão pervertida. "Você está pronto, Cajun?" Ela ajeitou sua luva, antes de se lembrar que isso era desnecessário. Ainda tinha que se acostumar com aquilo. Endireitando seus ombros, ela o olhou profundamente no olho, para disfarçar seu deslize momentâneo.
Os olhos dele brilharam subitamente de forma estranha, o que aprofundou o contraste deles e ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. "Remy sempre está pronto pra você, chère."
Ela levantou a mão até o rosto dele, deliberadamente evitando contato com seus olhos. Ela precisava se concentrar e se sentir envergonhada não a ajudava a entrar num estado mental calmo e relaxado. Ela respirou, se focando naquela simples ação, como Xavier tinha ensinado. O ato de respirar era natural, mas ainda apto a ser controlado – exatamente igual ao toque.
Seus dedos roçaram no rosto dele e ela se deixou apreciar o fato de que ele não hesitara antes de se focar completamente na bochecha dele ao invés de se concentrar nele ou no fato de que ele era a primeira pessoa fora do seu grupo que ela estava tocando desse jeito. Concentre-se!
Era áspero – não como os pêlos duros e brutos de Logan depois de retornar de uma missão sem se barbear, mas uma pequena e fina barba espinhosa. Gambit parecia manter permanentemente o aspecto de barba por fazer, e de alguma forma, ele conseguia impedir que ela se tornasse maior ou menor.
Uma vez, ela tinha lido que algumas pessoas podiam ler o caráter de alguém pelo rosto, especificamente através do toque. Tendo vivido com a cega Irene, ela considerou isso mais de uma vez, mas parecia irrelevante depois dos seus poderes terem se manifestado. Fugazmente, ela se perguntou como exatamente aquilo funcionaria. E ainda assim...
Logan tinha uma característica tão feroz nele, uma sensação de que, às vezes, ele era mais animal selvagem do que humano. Os pêlos do seu rosto não barbeado eram de tal natureza que tentavam forçar sua saída – pontiagudos e abrasivos, muito semelhantes às garras que rasgavam os nós dos seus dedos.
Gambit não era bestial. Ele era charmoso, sedutor, ladrão, trapaceiro. Ele vibrava, manipulava e então simplesmente fugia sem fazer barulho. O bad boy com um código de ética com mais forma do que conteúdo, que misturava um toque de mistério que fazia qualquer garota entrar em ebulição. Seu lado selvagem era perfeitamente moldado para roubar um beijo ou um diamante de alguma socialite derretida de amor, sempre com aquela barba por fazer.
Um vampiro, no sentindo mais verdadeiro da palavra.
Perdida em suas ponderações, os dedos dela vagaram mais abaixo. Mandíbula forte, ela notou. Determinação. Força. Poder. Ela roçou nos lábios dele.
Ele deixou escapar uma curta e rápida respiração e o devaneio dela foi quebrado.
Ela deixou a mão cair rapidamente, perdendo o foco com uma velocidade quase surpreendente quando seus olhos se encontraram com os dele. A intensidade neles, já alta, estava agora super carregada; a íris dele era um círculo vermelho e ardente em meio ao um abismo negro. Ela engoliu em seco. Mas com exceção dos olhos inflamados, a face dele estava impassível. Isso a fez ficar nervosa, porque Gambit sempre fora fácil de ler. Fácil de ler aquilo que ele queria que você lesse. Ele era excelente em mostrar exatamente o que ele queria que as pessoas vissem – facilidade, determinação, sedução, confiança. Seu estoque de expressões tornava as ações dos outros mais previsíveis, exatamente do mesmo jeito que a inabalável atitude belicosa dela garantia um determinado tipo de resposta das pessoas.
Vê-lo sem emoção era quase tão raro quanto vê-lo demonstrar emoções verdadeiras, e isso a enervava.
"Não vai ser nada sério, só treino a noite. E se algo acontecer, nós podemos simplesmente parar, sem amarras ou, ou qualquer coisa." Ela se sentiu como uma idiota gaguejando, mas ele não fez nada para diminuir o embaraço dela. "Eu só preciso de alguém que eu possa tocar, sem significar nada mais."
"Treino," ele murmurou, finalmente dando um sinal de vida. Vampira olhou para ele de um jeito meio engraçado, mas assentiu. Então, num movimento que ela não conseguiu acompanhar completamente, ele tirou um baralho da embalagem e estava embaralhando-o com a facilidade de um profissional de Las Vegas. Os olhos dela, capturados por aquele movimento estranhamente fluído, foram pegos de surpresa pela pergunta dele. "Então, nada do Remy vai ficar passeando na cabeça da chérie, non?"
Ela piscou. "Ah, não. Eu te disse, eu posso controlar." Percebendo o que ele quisera dizer, ela se defendeu com mais força, apenas para vê-lo concordar distraidamente. Isso a deixou com mais raiva, mas ela não pôde deixar de se perguntar: era esse a intenção dele? Fazer com que a fúria dela obscurecesse a real preocupação dele, o verdadeiro problema?
Ele estava com medo do que ela poderia absorver dele?
Na verdade, aquele tinha sido o maior obstáculo que ela tinha previsto que enfrentaria para que ele concordasse com seu plano. De novo, ele e Wolverine eram similares. Com passados cobertos com mais sombras do que essência. Com a diferença de que o passado do Gambit era obscuro por sua própria escolha. A única razão pela qual eles sequer sabiam que ele tinha sido, ou era, um ladrão, se devia ao Mesmero. E ela teve que se perguntar – o que mais havia ali?
Não que ela estivesse com medo. Já tinha absorvido Logan, Mística e Magneto em vários momentos. Gambit não tinha nada que ela não tivesse visto.
O embaralhar de cartas cessou e com um cuidado exagerado, Gambit retirou uma carta. Ele a ofereceu com a face para baixo. Vampira pegou e a virou para cima. Rainha de Copas.
"Minha dama da sorte," ele murmurou, com olhos fixos nela. O olhar de Vampira se levantou rapidamente, acompanhando os olhos dele. "Ela é sua agora. Seu quarto, hoje à noite?"
Ele estava dizendo sim. Ela sentiu algo dentro dela, que antes estivera tenso, relaxar antes de se estabilizar satisfatoriamente. Ele estava dizendo sim. "Sim," ela disse, esforçando-se em parecer casual.
Ele passou por ela, rumo às escadas e ela percebeu o rosto queimar quando sentiu as pontas dos dedos dele roçando-a enquanto ele guardava seu baralho. Ela ficou ali por alguns minutos depois que ele se fora.
"Sim, eu estarei lá."
Tradução Francês para o Português:
Creatif: criativo
Cher: caro
Homme: homem
Chérie/chère : querida
Non: não
Petite: Pequena
Sans touche: sem toque
N/T: Vamos ao detalhes desagradáveis: O fato é que me irrita, me incomoda e me deixa triste fazer isso sem o consentimento da autora. Mandei mensagens para ela pedindo a permissão há meses, e não obtive respostas em nenhuma delas. Mandei outra para explicar que ia postar o que eu já tinha traduzido (mesmo que, mais uma vez, não ache isso uma das atitudes mais nobres), e nada também. Ou seja, eu adotei ao meu favor a política de veracidade duvidosa do "quem cala, consente", mas se ela aparecer e disser que não quer que eu publique mais (isso se não me denunciar primeiro) eu vou ter que tirar do ar e dar toda razão a ela. História dela, regras dela.
Então você se pergunta, se te incomoda, porque faz então? Boa pergunta. Eu estou traduzindo porque acho um pecado que as pessoas que só falem português sejam privadas de histórias maravilhosas e que valem muito a pena serem lidas, para quem gosta de ROMY, nesse caso. O que nos leva ao segundo ponto: Se eu não souber que tem gente lendo, não tem sentido eu continuar a história e eu não terei nenhum argumento para apelar para a bondade da autora, tipo "você tem pessoas lendo e gostando da sua historia no Brasil, me deixe continuar". Por isso preciso de reviews para que eu possa traduzir pro inglês e mandar para ela. Eu me comprometi a fazer isso.