"Hyuuga Hinata...

Hyuuga Hinata era uma garota normal. Normal até de mais, se fosse para caracterizá-la melhormente. Mas esse normal, relacionado a seu caráter, é mais algo como anormal, porque, se fosse para descrevê-la, não seria adequada ao tanto de meninas de sua idade, comparando a personalidade delas com a sua.

Sua personalidade normal se baseia na normalidade do anormal. Chega a ser assustador, até, notar que ainda exista pessoa como ela nesse mundo. Tímida, recatada, inteligente, bonita, sincera e humilde... Talvez seja apenas ela, talvez não... Nunca se saberia ao certo. Uma integridade e um caráter sem igual, além de possuir grande renome escolar por seu esforço e bem feitoria de atividades voluntárias prestadas para a instituição. O normal seria mais algo como... Algo como o certo, porque, na sociedade, o certo é o normal e o errado o anormal. O certo é a garota tímida, recatada, inteligente, bonita, sincera e humilde, por isso o normal. Mas é anormal que exista pessoas assim no mundo de hoje, onde se encontra apenas a ambição e a máscara do normal nas pessoas, que reprimem tudo o que se é apenas para se adequar. Esse, além de um fato, é o pensamento coerente e coeso da jovem Hinata. Simplesmente, uma garota perfeita.

Ah, uma garota perfeita!

Cheia de amigos, adorada por todos, dona do coração dos garotos que a olhavam por apenas uma vez. Nunca invejada, mas, sim, adorada. Nunca temida, e,sim, amada. Essa era ela. Hyuuga Hinata, a garota perfeita! A garota que muitas queriam ser, e que muitos queriam ter. A garota que não existe e que, no final das contas, acaba se igualando com o restante das pessoas a sua volta. A garota que sonha que é, mas que não pode ser."

Ah, eu sei!

Não dá pra entender uma coisa dessas!

Mas, tentando explicar um pouquinho as coisas, aquela Hyuuga Hinata, a menina perfeita citada entre aspas, não existe! É, apenas, um sonho ao qual eu queria viver. Não que tudo que eu tenha escrito logo acima seja mentira, muito pelo contrário, minha personalidade é aquilo mesmo (exceto pelo "bonita"), demonstrando o quão sem sal eu sou. O fato que muda tudo, que me tira do pedestal criado por mim, no pequeno texto acima, é a bendita da aceitação. Eu queria ser perfeita, pelo menos uma vez na vida .Eu queria ser a normal anormal, ser cheia de amigos, amada por todos, por minha família, ser aceita do jeito que sou. Queria não ser ignorada nem desprezada, porque, acredite, é a pior coisa que se existe no mundo ser tratada como se não existisse.

Ah, pode até parecer clichê tudo isso, mas é a mais pura verdade, além de, na maioria das vezes, ser algo inevitável.

Agora, cá estou eu, fazendo essa psicologia estranha e desnecessária, ao qual meu pai – que vem reclamando de minha timidez exacerbada – me mandou na maior. E eu, como sempre fui uma boa filha, aceitei numa boa, sem levantar a voz e dizer um "a" sequer. Esse lance de terapia não tem nada haver comigo, ainda mais que, se eu não me sinto bem me abrindo para a Ino, minha melhor amiga desde sempre, pois sou muito insegura e tímida para isso, como é que me abriria para um desconhecido? Até aí, para mim, essa de ir em psicólogos era algo que estava fadado ao fracasso, porém quem sou eu para impor minha opinião perante a do meu pai? Ninguém, oras!

Mas, daí, quando cheguei lá na sala da psicóloga, que, por mais que eu quisesse negar, foi muito legal e educada comigo, ela pareceu meio que entender a minha situação e minha trava perante ela. Sentei no sofá confortável que ela me indicou, eu super tímida, e ela me encarando com curiosidade. Daí, do nada, ela revirou sua bolsa, e me entregou você, meu mais novo meio de psicologia estranha: um diário...

Eu sempre, na minha vida inteira, quis ter um. Otou-san chegou a comprar vários para mim, porém, Hanabi, minha irmã mais nova, sempre, os achando muito bonitinhos, acabava por pegá-los e, depois disso, eu nunca mais os via. Mas agora sinto que dará certo. Tanto que não posso negar sentir maior seguridade ao me abrir com um diário, além do conforto, pois, agora, poderei escrever e conversar com você tudo que me aflige e que sonho. Meus pensamentos mais profundos e o modo como me sinto. Expor isso, de alguma forma, talvez me ajude realmente.

Certo, chega dessa enrolação, não é mesmo? Já expus um pouco do que sou, mas a apresentação formal e sensata ainda não fiz. Então... Ah! Antes de tudo, não serei muito convencional com você, já vou logo avisando. Não lhe darei um nome, porque isso é estranho demais. Tipo, você já é O diário e ponto. Não é um bichinho de estimação ao qual tenho que dar o nome, nem mesmo um ser vivo que esteja em minha posse. Apenas um objeto de psicologia estranha, cujo considero um amigo imaginário ao qual já estimo bastante. Não é certo dar nome aos amigos, apelidos carinhos até que sim, porém isso só mais para frente, quando formos bem íntimos. Então, continuando com a minha apresentação... Ah, é tão estranho escrever algo sobre mim, mas vamos lá!

Sou Hyuuga Hinata, prazer em conhecê-lo. Tenho dezessete anos, e apesar da idade, não sou como a maioria dos adolescentes de minha idade. Sei lá, nunca consegui me socializar muito bem, não sei se por estar consideravelmente bem sendo uma antissocial mesmo, ou por ser tão tímida assim como meu pai me julga ser. Ah, também tem o fato da "exclusão". É! Sou uma excluída, desde a primeira vez que fui à escola e nem sei ao certo o motivo. A única pessoa que já tentou aproximação comigo e que, desde então, tornou-se a pessoa mais próxima que já tive de "amiga" é a Ino-chan que, apesar dos pesares, é uma amiga para todas as horas e que sabe te animar como nenhuma outra pessoa poderia. Outra hora conto como que nossa amizade começou.

Ino, minha melhor amiga, como disse antes, é aquele tipo de garota que sempre quis ser. Confiante, linda, sedutora, comunicativa, admirada por todos, divertida... Mas não sinto inveja dela, se é o que está pensando. Apenas uma admiração sem igual, como a minha admiração por Naruto-kun (um dos garotos mais lindos da escola, não posso negar) que, depois de muito lutar, conseguiu ser reconhecido do jeito que queria. Conhecer Ino fez meu mundo, e principalmente de Neji, meu primo, mudar drasticamente. Ah, é até engraçado ver esses dois juntos, não têm nada haver, mas, mesmo assim, se gostam. Neji-nii-san pode até negar, mas o conheço bastante para saber que algo ele sente por ela. Agora, Ino, essa já é um livro aberto pra mim, diferente de mim que não costumo contar nada para ela – Essa minha insegurança é horrível, eu sei! –, e desde a primeira vez que o viu foi amor à primeira vista. Porém a loira acredita não ser recíproco, além de viver falando pra mim que Neji-nii-san nutre um sentimento além do fraternal, algo que acho um extremo absurdo, por mim. É certo que ele é extremamente preocupado comigo – a única pessoa da família que demonstra algum tipo de consideração comigo, mesmo que não muito explícito – e que, de certa forma, ás vezes chega a ser até mesmo... Sufocante, porém não passa de amor de irmão. Eu sei que estou certa nisso!

Minha família se resume a mim, Hanabi, Neji, e meu pai, Hyuuga Hiashi, a pessoa mais fria e sem coração que já conheci na vida. É meu pai e tudo o mais, porém a convivência está muito difícil entre nós ha muito tempo, desde quando minha mãe faleceu. Papai não trabalha para viver, e, sim, vive para trabalhar. Coloca sempre suas responsabilidades para com a empresa acima de tudo, esquecendo-se, muitas vezes, que tem uma família que precisa dele. Além disso, para ele, nunca fui digna de sua atenção, por ser demasiadamente emotiva e não fria como ele. Mas o que posso fazer se nasci dessa forma? Juro que já tentei ser igual a ele, fria e calculista, inteligente como o nii-san e segura de si como Hanabi-chan, porém não consegui. E, por isso, acabo sendo o fracasso da família.

Talvez essa falta de atenção em casa, ou essa falta de carinho e autoestima baixa que tenham me levado a ser o que sou hoje, uma garota de dezessete anos sonhadora, mas que não consegue alcançar nada do que quer. Que vive apenas almejando ser a Hyuuga Hinata entre aspas, por mais que ela seja a mesma que eu, porém, com a diferença de que, lá, no mundo ao qual criei, ela é aceita por todos, do jeitinho que ela é... Que eu sou.

Mas apesar de tudo isso, de ser uma pessoa com personalidade nada valorizada pelas pessoas que me conhecem, sou uma adolescente como qualquer outra, que gosta de curtir, como todas, mas a meu modo, que têm uma paixãozinha boba, igualmente as outras... Não sei o que as pessoas veem de tão repugnante em mim. E eu me sinto triste por isso. Por ser tão excluída assim, sem nem ao menos se darem o trabalho de me conhecerem antes. Por isso decidi que devo mudar. Eu sou igual a todas as pessoas desse mundo, feita da mesma forma e com a mesma coisa que todos! Porque eles podem ser melhores do que eu? Humilharem-me da forma que o fazem? Isso não é certo! Continuarei sendo a mesma Hinata de sempre, mas, agora, com um "quê" a mais. Serei reconhecida e viverei intensamente, realizarei os meus sonhos e agirei da forma que meu ID¹ mandar. Chega de ser essa Hinata insegura e que não tem "moral" de realizar os sonhos, que são muitos.

Não sei bem por onde começar tudo isso, essa minha súbita vontade de mudança, porém sinto que amanhã seja uma excelente oportunidade, sendo que começará o segundo semestre das aulas. Sei que não é muito normal começar uma meta logo no meio do ano, porém até o final deste ano quero ter vivido intensamente e sem arrependimentos. Terei praticamente cinco meses para isso, e acho que já é mais do que o essencial. Amanhã será o meu novo começo e...

Hinata olhou para o relógio logo a sua frente e quase deu um gritinho assustado. Já passava das uma da manhã e ainda estava lá, escrevendo no diário que mal colocava fé no início. Colocou a mão no peito pelo susto que levara, logo fechando o diário de qualquer jeito e socando-o na gaveta de calcinhas – que ela sabia que ninguém mexeria – e saiu para o banheiro.

Suspirou. Mesmo que tivesse, agora, uma péssima noite de sono, ainda estava com o pressentimento de que aquele dia, ao acordar, seria algo diferente para si. Sorriu esperançosa ao acabar de escovar os dentes e rumou para a cama.

_ Até que essa terapia não é tão ruim, né Tedy-chan?! _ Disse empolgada para o ursinho que estava em sua cama, que nada fez a não ser encará-la apaticamente, pois, claro, era apenas um ursinho de pelúcia.

Gargalhou timidamente por ter ficado em pé, ao lado da cama, encarando o ursinho esperando por uma resposta. Esticou os braços e pegou a pelúcia no colo, abraçando-o com força, logo em seguida, sentando-se na cama mirando a janela aberta, mostrando a madrugada a fora, o céu escuro e a lua brilhantemente clara, destacando-se naquele breu.

_ Você acha que as coisas vão mudar, Tedy-chan? _ Estendeu o ursinho a sua frente, olhando-o ainda esperançosa. _ Acha, também, que serei capaz de realizar tudo que prometi ao nosso mais novo amigo? _ Mais uma vez encarou o urso, esperando a resposta no meio daquele silencio todo. _ Ah, é melhor parar com essa doideira, não é mesmo?! E parar de fazer perguntas para o nada, ainda mais em voz alta, assim. É muito estranho. _ Olhou para além da janela novamente, encarando a lua, o céu negro e alguma estrelas que se faziam presentes ali. Suspirou e, internamente, desejou que sua vida mudasse, que pudesse viver intensamente e ser reconhecida por seu pai.

_ Falar sozinha também é, Hinata-sama.

Hinata pulou de susto ao escutar a voz do primo ao lado de fora de seu quarto. Céus! Esperava que ele não tivesse escutado tudo, pois, quem sabe, enquanto escrevia, não tenha falado alguma coisa do que relatava em seu diário? Era típico dela fazer isso. Falar distraidamente enquanto pensava, o comumente "pensar alto". Sentiu a face ruborizar e, mais do que rápido, deitou-se na cama, puxou a coberta até seu pescoço, acomodou Tedy ao seu lado, abraçando-o logo em seguida, e sorriu.

_ Boa noite, nii-san! _ Gritou.

Não esperou resposta e nem mesmo soube se veio, pois, assim que fechou os olhos, o sono veio e a levou para o mundo dos sonhos. Ah, uma pena que Neji tenha estragado aquele momento de seu pedido. Por mais um segundo ela teria visto algo que, além de acreditar, poderia fazer toda a diferença na sua vida. Uma estrela cadente... Típico. Mas, será que, aquela, seria a chance de Hinata? Uma supersticiosa estrela cadente? Bom, para todos os efeitos, qualquer possibilidade era tida como algo concreto, mesmo que, no final, fosse apenas uma mera coincidência.

...

ID¹: parte do inconsciente que é movido pelos instintos, promovido pela filosofia de Freud, a psicanálise. (N/A: depois que estudei isso, nunca mais olhei os bebês da mesma forma...)


Respondendo aos reviews:

Sazy Cherry: Ah! Oie! Bom, fico feliz que tenha gostado do trailer. MinaHina vem me atormentando há muito tempo, ainda mais que só tem fanfic desse casal em inglês e como eu não tenho muita paciência para lê-las, acabei por escrever uma. Espero que goste desse primeiro capítulo! Não sei se ficou muito bom, mas espero que, ao menos, seja aceitável! Bjs e muito obrigada por comentar, linda! Ja ne ^.~

Miya-chan: Kami-sama! Sério que amou? Ahhh, fico muito feliz em saber! Bem, saber que minha fic, de alguma forma, possa lhe ajudar só Kami sabe o quão empolgada fico, além do mais, minha fic é algo realístico! \o/ Ah, obrigada pela review linda, querida! Bjs, e espero que goste desse capítulo^-^ Ja ne ^.~

Hayde Winchester: Oie! Ahhhh, sério mesmo que amou? Tô muito feliz em saber! Sério, fico toda saltitante quando recebo review assim, como o qual você me mandou^^ Também gosto da Hina ousada, só que, por enquanto, ela ainda não será muito assim! Só mais pra frente! Naruto, esse vai dar muito o que falar, só que não posso dizer agora porque senão estraga o suspense da fic^^ Espero que goste desse capítulo também! Bjs e obrigada por comentar! Ja ne ^.~

Gisele Cruz: Ahhh, gomen por ter demorar a postar o primeiro capítulo, mas é como eu disse nas notas iniciais, antes tava péssimo e eu sem inspiração! Esse capítulo saiu de ultima hora, e oolha que tá melhor que o qual eu ia postar! Bjs e obrigada por ter me cobrado quanto a atualização! Isso só mostra o quanto você gostou do trailer! Ja ne ^.~

MrsChukles: Yo! Ahhhhh, sério, estou toda empolgada aqui! Saber que gostou do trailer... - suspiro alegre (existe isso?Oo) - Fez-me uma pessoa mais feliz! Ah, eu escrevo bem! Uhul^^ Valeu por achar!Espero que esse capítulo tenha ficado bom também! Bjs e muito mesmo obrigada por comentar! Ja ne ^.~

Peoples, os próximos review(tomara que eu receba^_^) responderei por MP, apenas os anônimos que responderei aqui!

N/A:Gostaram? Ahh, tomara!
Bem, não teve muita coisa nesse capítulo, e acho até que ficou um pouco confuso, mas o próximo, que já está quase pronto, será bem melhor! Ah, um comentário importantíssimo: não são todos os capítulos que a Hinata escreverá no diário.
O próximo capítulo aparecerão aqueles loiros lindos de Konoha, e será praticamente focado neles! Não falo mais nada, agora, senão vai perder a graça depois! Mas eu to muuuuito ansiosa!
Se eu não ganhar review... Não continuo, infelizmente! É, povo, porque, tipo, é ruim postarmos algo que não sabemos se tá bom ou não! Preciso saber de vossas opiniões^-^
Bjs minna e obrigada por todas as reviews do trailer.
Ja ne ^.~