N/A: Dianna Agron esta com 24 anos e no auge de sua carreira. Ela vive em um apartamento no centro de Nova York sozinha e está muito satisfeita com o rumo de sua vida. Algumas portas distantes dela vive Lea Michele, uma mulher de 21 anos totalmente perdida. A morena sofre de vários problemas pscicológicos e vive sozinha na cidade. O que poderia acontecer com a vida da morena quando um anjo loiro resolve intervir nesses problemas?
Ps: Baseado em fatos reais
"My way
My face
My heart
My race
I'm such a disgrace.
You're perfectly flawed
You're perfectly incomplete
Like cracks in the glass
and faded photographs."
ACHELE
AVISO: Repostando a história aqui... Como vocês já devem ter percebido, deletaram minha história lá no outro site. E eu realmente ODEIO postar histórias aqui... Acho os gráficos desse site terríveis e é bem chatinho de usar, mas lá no outro site não tem conversa (eu tentei), então fazer o que, estão perdendo uma autora.
-x-
Dianna abriu a porta de seu apartamento com um suspiro. As gravações de Glee junto com o filme que ela estrelava ao lado de Alex Pettyfer estavam acabando com suas horas de descanso. Ela passava horas ensaiando números de dança e no estúdio gravando músicas e logo depois seguia para as gravações de "I'm number four". Nunca que ela poderia ter imaginado que Glee traria tantas oportunidades para ela. A série se tornou uma febre, um das preferidas das crianças, adolescentes e até mesmo adultos do mundo todo. Ela já havia recebido tweets de muitos cantores, atores e produtores que declararam seu amor pela série e a loira achava isso mais do que fantástico. Além da fama, ela tem que admitir que o salário não era nada mal, nada mal MESMO. Ela tinha um dos salários mais altos por ser uma das principais, junto com Naya e Cory.
Além de tudo isso, diretores como Tim Burton e James Cameron demonstraram um imenso interesse na garota, apostando nela como um dos próximos talentos do cinema.
Ela jogou sua bolsa em um canto qualquer da sala e foi até a cozinha. Abriu a geladeira em busca de uma garrafa de água. Logo depois foi se arrastando até a sala e se jogou no sofá, esticando as pernas e soltando um leve gemido de dor. Ryan tinha escrito quatro cenas que possuíam passos de dança para o próximo episódio, todos tiveram que ensaiar hoje para poderem gravar amanhã. Pelo menos ela era uma boa dançarina, já que fazia aulas de balé desde pequena. Ela se pegou pensando em Cory. Coitado, ele teria que ensaiar durante um mês para poder deixar a coreografia perfeita. A loira riu com aquele pensamento e buscou o controle para ligar a televisão, seu olhar passou por toda a sala, não avistando o que ela queria, o que fez ela soltar mais um gemido, mas dessa vez de frustração. Ela mal tinha tempo de arrumar seu apartamento, as coisas estavam sumindo e ela percebeu que precisava de uma empregada.
A loira já havia tomado banho no set de gravação de Glee porque teria que seguir para o outro set logo depois, então agora ela se encontrava num moletom confortável e sem maquiagem.
Como provavelmente não encontraria o controle ela decidiu ir até o terraço do prédio. Era um dos seus lugares preferidos da cidade. Talvez pelo fato de ninguém ir lá, talvez porque a vista era linda. O vento era forte e ela ainda se lembrava muito bem que o motivo dela ter comprado o apartamento, além de ser grande e aconchegante, foi a vista e o acesso livre ao terraço.
Assim que ela alcançou o topo da escada pode sentir seus cabelos voando furiosamente para todos os lados. O sol estava se pondo e era provavelmente a imagem que Dianna mais amava, mesmo sendo algo simples, as cores eram perfeitas juntas.
Ela colocou o capuz do moletom e começou a andar até o parapeito do prédio para poder olhar os carros que passavam ali. Era uma rua movimentada, não importava a hora que ela fosse ali, teria carros passando. Ela estreitou os olhos ao perceber uma figura sentada na ponta do parapeito, as duas mãos apoiadas na parte plana do parapeito, uma de cada lado. Por um momento Dianna achou que estava vendo coisas. Ela não pode deixar de imaginar que talvez, mas só talvez, fosse um espírito. Ok, isso soava estúpido, mas a garota sempre acreditou nessas coisas, alienígenas, espíritos. Ela se considerava uma pessoa muito espirituosa e no fundo de sua mente ela esperava algum dia poder provar que ela estava certa. A loira mordeu o lábio e piscou várias vezes para ter certeza que não estava vendo coisas. A garota era baixa, bem magra e tinha os cabelos bem negros. Era tudo que Dianna conseguia ver, considerando que a garota estava virada para o lado da rua. Ela arrumou seu capuz e deu mais alguns passos para frente, tentando ser o mais silenciosa possível para não assustar a morena e acabar matando a menina. Ela parecia ser baixa, então Dianna chegou à conclusão de que provavelmente era uma adolescente. Dianna deu mais alguns passos para frente, e com uma distância que ela considerava possível para a outra ouvir disse calmamente:
– Você pretende se jogar? - E antes mesmo de terminar ela torceu para que a garota não se assustasse e ela fosse a responsável pela morte de alguém.
A morena não respondeu imediatamente, e ela estava começando a duvidar que ela iria. Mas ela não podia desistir e deixar a garota ali. Era contra todos os seus princípios. Dianna tinha essa mania de querer abraçar o mundo com os braços e muitas vezes isso fazia com que ela levasse um chute no estômago como recompensa, ou seja, querer ajudar todos e levar um fora. Mas nem isso a fazia desistir, todos seus amigos a conheciam dessa maneira. Era uma mulher doce e amável com todos.
A loira ficou ali, segurando seu capuz com as mãos, praticamente sendo empurrada pelo vento enquanto ela se balançava nos pés.
– Talvez.
A morena finalmente respondeu, sem se mover um milímetro, foi mais como um sussurro e Dianna teve que se esforçar muito para ouvir.
– Uhn. Você é muito corajosa – mais dois passos para frente.
A morena riu sarcasticamente – O que você esta falando? Eu sou uma covarde.
Ela finalmente se aproximou do parapeito em uma distância que era possível ela observar o movimento lá em baixo.
– Você está prestes a se jogar de um prédio que tem 25 andares. Eu diria que isso vai dar uns... 50 metros de altura? – Ela ergueu uma sobrancelha – Acredite, isso vai doer.
– 50 metros? – A garota finalmente desviou o rosto da rua e finalmente olhou para Dianna. Já era um início, a loira pensou. Ela não podia negar que estava um pouco curiosa e ficou feliz ao encontrar dois olhos castanhos. Definitivamente ela não era americana. E nem uma adolescente.
– Aham. Eu diria que você vai morrer antes mesmo de alcançar o chão. Então não se preocupe com a dor que iria sentir se caísse no chão ainda acordada.
A morena recuou um pouco da ponta do parapeito e Dianna bateu um high five mentalmente com ela mesma. Os olhos castanhos nunca encontravam os verdes da loira e ela achava aquilo um pouco frustrante.
Como a morena não disse mais nada, ela resolveu continuar – Não faça isso... sabe...se matar.
– Vo-Você não entende ok? – a morena se mexeu perigosamente no parapeito e o coração de Dianna saltou.
– Você poderia conversar comigo, dizem que conversar com estranhos é sempre mais fácil do que com pessoas que você conhece a muito tempo. – O olhar da morena continuava encarando o nariz de Dianna e ela parecia estar recuando. Isso era bom.
– Eu n-nã-não quero co-conversar. – a morena pigarreou.
Dianna não podia deixar de achar um pouco fofo a forma como a morena gaguejava enquanto falava.
– Ok. Você não precisa conversar, só saia daí para que eu possa te levar até seu apartamento, por favor.
Ela desviou o olhar para as ruas novamente e Dianna já estava se preparando para agarrar a mulher a sua frente se ela se mexesse mais uma vez. Ela rezava mentalmente para que não ter que fazer isso, não queria morrer tão jovem e antes de trabalhar com Tim Burton.
– Não é como se alguém fosse se importar. – agora que ela não tinha mais o olhar voltado para a loira, falava sem gaguejar.
– Eu duvido, todo mundo tem alguém que se importe. Eu não me perdoaria pelo resto da minha vida se você morresse bem aqui na minha frente.
– Por que você se importa? Você nem me conhece.
– Ok. Digamos que eu não sou um motivo para você continuar viva... Mas e seus pais? Eu duvido que eles não vão sentir falta de você. Seus amigos, seu... namorado?
A morena riu sarcasticamente novamente.
– Namorado? Sério?
– Ok. Esqueça essa parte. Mas e seus pais?
– Eles são o único motivo de eu ainda estar viva.
– Então pense neles, o quanto eles ficariam triste se sua filha fizesse isso! Você quer que eu ligue para eles? – ela disse, já pegando seu celular.
– Não, eles não moram em Nova York.
– Uhn, eu suponho que você não seja americana?
– Italiana.
– Legal! Você fala Italiano fluente então?
– Você não precisa fazer isso.
– Fazer o que?
– Tentar ser legal comigo para que eu não me jogue. Volto a repetir, por que você se importa?
– Eu faria isso por qualquer pessoa, não me perdoaria se simplesmente virasse as costas para alguém que está prestes a cometer o pior erro da sua vida.
– Pena... Você está com pena, como eu imaginei.
– Olha, não é iss...
– Você quer saber qual é o meu problema? – a morena cortou Dianna e se mexeu novamente no parapeito. Provavelmente quem iria acabar no hospital seria Dianna, depois de ter um ataque cardíaco causado pela mulher a sua frente.
Dianna ficou quieta, e a morena considerou isso um sim. – Eu sou o meu problema. Eu mesma. Minha mente. Meu corpo. Meu rosto. Eu sou um erro.
– Não diga isso...
– É muito fácil para você falar isso. É a garota americana perfeita. Além disso é famosa, educada e aparentemente se importa com os outros. Por isso eu volto a repetir, você não entende. Porque só quem já passou por isso sabe como é esse sentimento.
A loira não pode deixar de corar com os comentários e um pouco feliz por a morena saber quem ela era mas continuar a tratando normalmente. Até um fora ela tinha levado.
– Talvez se você me contasse eu poderia ajudar... de alguma forma.
– Eu tenho bulimia desde os 10 anos, me corto desde os 14 e depressão desde os 15. – A morena falou rapidamente deixando Dianna chocada. Ela não esperava por isso, não mesmo.
– Eu... sinto muito.
– É claro que sente. – a morena grunhiu – Eu nunca tinha falado isso em voz alta.
– E como você se sente? – a loira repousou o corpo ao lado da morena.
– Melhor. – ela suspirou.
– Será que agora você, por favor, pode sair daí? Esta me dando arrepios ver você tão perto de um quase acidente. – ela suplicou.
A morena jogou o corpo um pouco para frente e a única coisa que Dianna estava pensando era: "É isso, é agora que minha carreira acaba e eu me jogo atrás dela". Mas ela se surpreendeu, uma surpresa boa. A morena colocou uma perna de volta para a parte de dentro do terraço e logo depois colocou a outra, pulando para alcançar o chão, já que ela era baixinha, e finalmente parando em pé no terraço ao lado de Dianna.
– Feliz? – ela revirou os olhos.
– Muito. – Dianna sorriu – Eu adoraria saber seu nome, se você não se importar, claro.
– Lea, Lea Michele. – a mulher começou a andar em direção as escadas e Dianna a seguiu patetamente.
– Meu nome é Dian...
– Eu sei seu nome. – Lea desceu as escadas rapidamente sendo seguida pela loira até que as duas se encontraram no corredor de respectivos apartamentos. Lea deu mais alguns passos até parar, incomodada com a proximidade da mulher, que invadia seu espaço pessoal. Sem se virar para encara a loira mais alta, ela disse – Você já pode parar de me seguir, eu não vou me matar nem nada do tipo.
Dianna mordeu o lábio e encarou as costas de Lea. – Eu não gostaria de te deixar sozinha. Eu posso passar um tempo no seu apartamento, até você se sentir melhor. E se você não se importar, claro.
– Tanto faz – Lea voltou a andar e abriu a porta de seu apartamento que estava destrancada. Dianna brincava com os dedos da mão enquanto observava o lugar. – Fique a vontade.
– Uau... – Dianna não conseguiu segurar. Era tão organizado, e agradável e tinha tantas... coisas em volta. Ela olhou para um lado onde um mapa mundial se encontrava colado e ocupava uma parede inteira. – O que é isso? – ela apontou para um dos vários círculos vermelhos que tinham ali.
– São todos os lugares do mundo que quero ir.
– E isso? – ela apontou para alguns papéis colados em países diferentes.
– Todos os lugares que eu quero visitar nos respectivos países.
– Legal... – Dianna sorriu. Aquilo era genial, ela precisava fazer aquilo!
Lea foi até a cozinha e depois de observar uma parede com vários desenhos diferentes que ela acreditou ser criação da morena, ela deu passos longos para chegar até a cozinha também.
Ela encontrou a morena segurando um copo de água, encostada no balcão da pia. Dianna se sentou na cadeira da mesa de jantar e sussurrou um 'obrigado' ao receber uma xícara de café de Lea. Ela ainda ficou encaixando os acontecimentos anteriores em sua mente. Ela tinha tantas coisas para perguntar, mas tinha que tomar cuidado.
– Você disse que seus pais não moram aqui, eu suponho que eles estejam na Itália? – O celular de Dianna apitou, ela olhou a mensagem de Naya, as duas tinham combinado de sair.
– Sim. – Lea percebeu o olhar da loira – você pode ir embora se tiver que ir. Não se importe comigo.
– Não... Não, eu não preciso ir. – Ela digitou uma rápida resposta: "Nay, hoje não vai dar. Depois te explico. Desculpe." - E é certo... quer dizer, eles acham certo te deixar, sabe, aqui. – Ela pigarreou ,sem certeza se tinha a liberdade de pronunciar as palavras em voz alta. Ela tinha que confessar que nunca lidou com alguém com distúrbios alimentares, ou automutilação. A quem ela queria enganar? Nem com depressão. Ela nunca tinha lidado com alguém tão destruído.
– O que você está querendo dizer é: Você não acha errado eles deixarem uma garota nojenta como eu sozinha?
– Lea, eu não disse isso. – Dianna ficou irritada, sem saber porque. Era triste ver alguém falar de si próprio dessa forma.
– Mas foi exatamente o que você pensou. – Ela desencostou do balcão e virou de costas para a loira. Dianna queria que ela a olhasse nos olhos, mas o máximo que conseguiu foi o olhar da morena na altura de seu nariz. – Mas, respondendo sua pergunta. Eles não sabem sobre tudo. Eles sabem sobre a depressão, mas acham que eu tenho tudo sobre controle. Fiz quatro anos de terapia e aprendi a mentir muito bem. Acho que eu sou uma boa atriz, afinal. – ela riu amargamente.
– Quer dizer que eles não sabem sobre a. bulimia e a automutilação? – a loira engasgou com as palavras.
– Soa ainda mais deprimente quando sai da sua boca.
– Me desculpe, eu não quis...
– Não, eles não sabem. Ninguém sabe, e você também não deveria saber. Foi um erro. Eu espero que você esqueça que eu te contei isso, porque eu vou esquecer.
Dianna se levantou abruptamente – Você não espera MESMO que eu esqueça, certo? Porque Lea, eu...
– Eu não sou um brinquedo que você acha que pode concertar ok? Você me conhece a menos de duas horas! Eu sei o quanto o que eu acabei de te falar é nojento, eu tenho nojo de mim. E eu sei que você também tem Dianna. As pessoas mal sabem lidar com alguém que tem depressão, imagine lidar com alguém que não pode fazer uma refeição fora de casa sem suar frio, que não pode sair de casa sem estar com uma blusa de manga comprida. Então não tente me ajudar, não se atreva a sentir pena de mim, porque eu não preciso disso! Eu não preciso de ninguém! – Lea resolveu parar por ai, ela sentiu seus olhos arderem e as lagrimas se aproximarem. Ela não ia chorar na frente de uma desconhecida, não mesmo. Ela não pode deixar de se sentir um pouco mal. Ela estava um lixo, e estava descontando isso em alguém que ela mal conhecia.
– Será que você podia me olhar nos olhos, por favor? – Dianna finalmente se pronunciou, ignorando as palavras maldosas da morena.
– Não.
Longos minutos se passaram, Lea continuava de costas e Dianna terminou seu café antes de voltar a falar – Você fez aqueles desenhos da parede?
– Talvez. – A morena se virou e colocou o copo na pia, depois, olhando para o chão, pegou a xícara de Dianna e fez o mesmo.
Mais uma vez Lea saiu sem falar nada e Dianna levantou, se atrapalhando um pouco e quase caindo de cara na geladeira. Depois de se recompor ela seguiu os passos da mais baixa e a encontrou dentro do que ela pensou ser seu quarto. – Posso entrar?
– Sim. – A morena buscava algo dentro de seu guarda-roupa e Dianna não pode deixar de notar um microfone em cima de sua cama.
– Você canta?
– Talvez. – Dianna revirou os olhos.
– Será que você vai parar de falar talvez em algum momento?
– Talvez. – ela disse, provocando.
Dianna ficou feliz, já que a garota parecia um pouco melhor. Ela ficou observando a morena. O corpo tinha a aparência fraca. Magra, as pernas eram finas e o rosto parecia cansado. Ela não sabia como agir com uma pessoa assim, e esperava que estivesse agindo do modo certo.
Lea finalmente achou o que queria e dianna desviou os olhos do corpo da morena rapidamente. Não queria fazer ela se sentir mal, considerando o quanto complexada ela já deveria ser.
– Ess-Esses são os meus... pais. – Ela esticou o braço para mostrar a foto para Dianna. A loira não deixou de notar alguns machucados em suas mãos. Ela encarava um ponto atrás do rosto da loira. Lea sorria, abraçada com sua mãe e seu pai. Eles pareciam felizes. Ela ficou feliz novamente porque finalmente pode analisar o rosto da morena, os olhos. Ela era atraente.
– Vocês parecem felizes. – ela sorriu, devolvendo a foto.
– É.
Um silêncio constrangedor fez o ar ficar pesado. A realidade das palavras de Lea teimavam em voltar para sua mente. Ela não deveria ter contado. Era seu segredo. Só seu.
Dianna analisava cada parte do quarto e avistou um pequeno certificado na estante, novamente uma foto de Lea, mas apenas com seu pai, o sorriso era de orelha a orelha. – O que é isso? – Ela apontou.
– Oh, meu pai é dono de um restaurante. Ele ficou em primeiro lugar em um concurso de culinária e eu fiquei tão feliz porque com o dinheiro que ele ganhou foi a forma dele abrir seu restaurante.
– Impressionante – A loira sorriu mais ainda. – Aposto que a comida dele deve ser muito boa.
Lea tentou ignorar a tensão, comida não era lá um de seus assuntos favoritos. – Sim, somos os melhores da região. Ele me ensinou a cozinhar muitas coisas.
– Sério? Eu adoraria experimentar um de seus pratos qualquer dia, quando você estiver disponível, claro.
Lea continuava encarando um ponto atrás de Dianna. Ela não entendia porque a mulher continuava ali. Ela arrastou seus olhos para o nariz da loira – Vo-Você pode... uh...é. Se você qui- quiser
– Lea? Respire ok?
– Ok. Se você qui-quiser jantar comigo qualqu- quer dizer, amanhã... – Lea nem lembrava mais qual tinha sido o começo de sua frase. Ela não sabia lidar com pessoas.
– Eu adoraria jantar com você amanhã Lea. – Dianna esticou uma mão para apertar o braço de Lea, ela se encolheu com o toque.
– Sério? – Ela parecia mais do que surpresa. – Por quê?
– Por que o que?
– Por que você – Por que você quer... uh... jantar comigo?
Dianna ignorou aquele comentário e continuou – Eu adoraria jantar com você, mas com uma condição.
Lea franziu o rosto – O que?
– Você vai comer comigo e não vai... botar pra fora tudo que comer.
– Do jeito que você fala até parece algo bonito – ela estava encarando o chão novamente. – Eu sei o quanto isso é nojento.
– Esqueça isso Lea. Você é normal, ok? Como qualquer outra pessoa. Por favor, você me promete que vai tentar?
– Dianna... – ela suspirou.
– Por favor?
– talvez.
– Ótimo, eu vou encarar isso como um sim. Você está bem o suficiente para ficar sozinha? Eu preciso resolver algumas coisas pela cidade.
– Você não precisa se preocupar com alguém que acabou de conhecer Dianna, você já deveria ter ido embora faz tempo.
– Ok. Vamos ter que aprender a melhorar essa teimosia – ela sorriu – mas eu vou indo agora.
Lea brincou com os dedos da mão e saiu do quarto indo até a sala, abriu a porta para a loira e abaixou a cabeça.
– Até amanhã – dianna sorriu alegremente.
– É.
Dianna sorriu mais ainda. Lea era tão... acuada. Ela se inclinou e beijou a bochecha da morena o que fez ela abaixar ainda mais a cabeça e deixar o cabelo cair no rosto. Ela já estava se virando para ir embora quando ouviu Lea sussurrar um "obrigado" que ela mal ouviu. Sorriu mais ainda e foi em direção ao elevador se sentindo bem. Tinha salvado uma vida hoje, e aos poucos ela esperava salvar uma pessoa.