N/A: Espero recuperar meus reviews ):
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Naya avistou Dianna sentada em um sofá que tinha feito parte da cena anterior. Elas estavam em horário de almoço e as duas não tinham se falado ainda porque não teriam nenhuma cena juntas nesse episódio. A latina se aproximou silenciosamente para descobrir porque Dianna encarava o notebook com tanta concentração e ergueu as sobrancelhas ao ver um site nada comum aberto.
– Ooook, olhando um site de distúrbios alimentares, devo me preocupar com isso? – ela apoiou o corpo sobre o sofá e encostou a cabeça perto do ombro da loira.
– É claro que não Nay, que pergunta idiota. – ela nem tirou os olhos do computador.
– Algum motivo em especial para você estar lendo isso? – Naya se desencostou e se jogou ao lado de Dianna no sofá, puxando o notebook para ela poder ver também.
– Eu conheci uma garota... – Naya ficou observando, esperando mais detalhes. A loira finalmente pareceu perceber – e ela tem alguns... problemas.
– E é claro que você, a senhora salvadora dos pobres oprimidos quer se intrometer! – Naya sorriu de um jeito sarcástico.
– Nay, eu...
– Di, se essa garota tiver algum distúrbio alimentar, ela...
– Ela tem bulimia. – dianna desviou o olhar do notebook para encarar a amiga com um olhar típico de "Eu tenho que ajudar ela!".
– Não há nada que você possa fazer se ELA não quiser se ajudar.
– Como assim? – Dianna deixou o notebook de lado para encarar Naya de frente.
– Olha Di... Essas coisas são complicadas. Você não pode simplesmente achar que vai entrar na vida dela e mudar tudo, porque não vai.
– Você fala como se entendesse do assunto. – Dianna torceu o nariz, ela queria ajudar e ela ia!
– Eu entendo. – Dianna a encarou confusa. – Eu tenho uma prima que tem bulimia e é triste Di. Ela já foi internada em uma clinica duas vezes e mês passado ela voltou pra lá pela terceira vez. E ela tem só 17 anos! Se você visse como ela está... Eu tentei de todas as formas ajudar, conversei tanto com ela, mas mesmo assim, é como uma pessoa viciada em drogas, sempre tem o risco de a doença voltar.
– Eu quero ajudar Nay, não posso simplesmente fingir que nada aconteceu, depois do que eu vi ontem... Não tem como fechar os olhos pra algo assim, não seria eu.
Naya balançou a cabeça afirmativamente e disse:
– Ela é magra?
– Sim, não é normal que ela seja magra com uma doença dessas?
– Depende. Eu me lembro de que fui ao psicólogo com minha prima algumas vezes. No caso da bulimia, existem dois tipos de pessoas: aquelas que comem exageradamente e aquelas pessoas que comem normalmente ou bem menos que o normal. - Dianna acenou silenciosamente. - O primeiro tipo tem o peso normal ou acima do normal, já o segundo tipo é magro.
– Ela é bem magra... – Dianna mordeu o lábio inferior.
– É basicamente tudo que eu sei... Mas, algum motivo especial para você estar tão interessada nos problemas dessa garota que mal conhece? – Naya a olhava como se suspeitasse de algo e a loira fingiu não ouvir.
– Ela tem depressão e se corta também. – Dianna suspirou.
– Isso é normal no caso dela Di. Uma pessoa que entra nesse tipo de doença não está muito bem consigo mesma né?
– Você tem razão, obrigada Nay, você me ajudou muito mais que a internet... – A loira abraçou a latina e sorriu.
– Cuidado para não se machucar Di – Nay a apertou antes de se levantar e deixar uma Dianna confusa com aquela última frase.
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Dianna estava voltando do set de Glee, não iria participar de nenhuma cena de "I'm number four" hoje e foi liberada das gravações. Ela estacionou o carro na rua assim que viu uma silhueta familiar. Desceu do carro e apressou o passo para alcançar a morena.
– Ei, Lea! – Ela correu um pouco só para poder ficar ao lado dela. A morena parecia distraída com algo. – Lea! – Ela chegou mais perto e cutucou o braço da outra mulher. Ela deu um pequeno pulinho e Dianna sorriu brilhantemente para ela.
– Dianna, er, oi – A mais baixa tirou um dos fones de ouvido e parou sem saber muito bem o que dizer. A loira olhou para frente, onde as mãos de Lea seguravam várias coleiras.
– Wow! Esses cachorros são todos seus? – A loira se agachou no meio de 5 cachorros que começaram a lamber ela inteira. Dianna ria e se divertia. Lea ficou a observando com um sorriso contido.
– Nã-Não. Eu estou levando eles para passearem em troca de dinheiro, são de pessoas aqui do condomínio.
Dianna se levantou, ficando próxima de Lea e a analisando – Você trabalha Lea?
– Sim, acabei de te falar que passeio com os cachorros. – A morena voltou sua atenção para os cachorros que estavam eufóricos.
– Estou perguntando se você tem um trabalho de verdade. – A loira continuou próxima, esperando que a morena a olhasse.
– Está dizendo que só porque passeio com cachorros não é um trabalho de verdade? – Ela parecia ofendida e Dianna riu baixinho.
– Você gosta de cachorros, hun.
– Isso é um problema? – Lea estava tentando se desembolar das coleiras, já que os cachorros resolveram girar em volta dela.
– Claro que não, você tem que conhecer o Arthur!
– Arthur? – Lea bufou ao perceber que estava se prendendo mais ainda entre os cachorros.
– Sim, meu cachorro. Eu vou levar ele hoje, pode ser? – Dianna começou a rir ao perceber que estava prestes a presenciar uma cena de desenhos, onde a pessoa era arrastada pelos cachorros.
– Claro, eu adoraria... – Dianna se aproximou de novo e delicadamente tirou os dedos de Lea das coleiras, para poder segurar. Ela sussurrou um "obrigado" e finalmente conseguiu sair do meio dos cães.
As duas começaram a andar silenciosamente e mil coisas passavam pela cabeça de Lea naquele momento. Ela não queria se aproximar de alguém. Ainda mais alguém que tinha acabado de descobrir seus segredos. Era fácil agir normalmente com as pessoas, ninguém nunca tinha desconfiado e muito dificilmente Dianna teria percebido se ela tivesse mantido a boca fechada. A presença da loira aumentava todas as suas inseguranças. Sua aparência, seu corpo. Elas eram totalmente opostas e o tipo de pessoa que Lea ficaria longe.
– O que você tanto pensa? – Dianna interrompeu a garota. Ela nem havia percebido que já estavam subindo o elevador e dianna a observava de perto e um pouco atrapalhada para segurar todos os cães.
– Em você... – ela pigarreou – Quer dizer, que as coisas poderiam ser diferentes se você não soubesse de nada. – Lea soltou sem pensar direito.
– Bom, eu fico feliz de ter sido a primeira a saber. – Dianna sorriu e Lea a observou por poucos segundos antes de desviar o rosto novamente.
Lea abriu a boca para responder, mas um aviso de que o elevador tinha parado a distraiu. Ela puxou duas das coleiras da mão de Dianna e foi devolver os cães.
– Segure a porta por favor.
Dianna assentiu silenciosamente. Ela estava um pouco envergonhada perto da morena, por motivos que nem ela mesma sabia. Talvez fosse porque Lea não dava abertura alguma para ela se aproximar... A morena estava usando um vestido branco e liso, com uma leve maquiagem e Dianna se perdeu um pouco, analisando Lea. Olhando assim ela nunca suspeitaria de nada. Lea agia normalmente e não tinha mais os traços cansados e tristes do dia anterior.
A loira foi interrompida quando Lea entrou novamente e apertou o botão do sexto andar. As duas continuaram em silêncio até o elevador parar novamente e Lea saltar para fora segurando as três coleiras, e sendo um pouco arrastada. Dianna sorriu para aquilo e segurou a porta sem precisar de um aviso dessa vez.
Alguns minutos se passaram e quando Lea voltou, ela viu dianna falando com o porteiro no interfone.
– Sim. Ela acabou de chegar, eu sinto muito. – Dianna colocou o interfone no lugar e suas bochechas estavam coradas. – Acho que acabei de levar uma bronca do porteiro por estar segurando o elevador. – Dianna riu e Lea suspirou um pouco com aquele som.
Lea sorriu de volta – Desculpe. Eu parei na senhora Dompson e ela realmente gosta de falar.
– Então quer dizer que com ela você fala? – Lea congelou um pouco mas logo relaxou ao perceber o tom de brincadeira de Dianna. – Sabe, eu estava pensando... Eu não tenho nada para fazer agora, e eu acredito que você vá comprar as coisas para fazer hoje, certo? - Lea assentiu. - Talvez eu pudesse ir com você...
Lea sorriu timidamente – Sim, se você quiser. – Ela apertou o botão do térreo. – Nós podemos ir agora?
– Se não for te incomodar, eu adoraria. Sabe, faz um bom tempo que eu não cozinho, ou como alguma coisa que não seja congelada. Pra falar a verdade eu não como nada além de cereal a um bom tempo. – Dianna franziu o nariz, fazendo Lea rir. – Então é bom você me surpreender senhorita Lea. – Lea continuou rindo enquanto as duas iam para o carro. O coração de Dianna se apertava cada vez que a morena ria, sorria ou demonstrava qualquer tipo de felicidade perto dela. Ela gostava daquilo, e já tinha sido um progresso, certo?
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– O que exatamente seria lasagne verdi? – Dianna empurrava o carrinho, sempre observando o que Lea pegava nas prateleiras. Ela tinha uma das sobrancelhas erguidas e encarava Lea.
– É só lasanha de massa verde... Eu não quero te assustar no primeiro jantar ou algo do tipo. – Lea riu baixinho.
Primeiro jantar, isso soava bem huh? – O segundo jantar já é uma boa hora pra me assustar? - Dianna sorriu de lado.
Lea a olhou nos olhos tão rápido que a loira nem conseguiu a encarar de volta.
– Eu – Eu... – Dianna observou a garota corando.
– Qual é o próximo ingrediente? – Ela falou calmamente, como se nada tivesse acontecido.
– Próxi- No próximo corredor.
Dianna apoiou o peso no carrinho e atravessou o corredor correndo e esperando que Lea a acompanhasse. Ela virou o carrinho para o próximo corredor com um olhar desafiador no rosto enquanto Lea estava a apenas alguns passos distantes dela, sorrindo e ainda com um tom rosado na pele da bochecha.
Meia hora depois, elas se encontravam na fila, esperando a vez de pagar. As duas tinham começado uma conversa sobre cachorros. Dianna iniciou a conversa, já que parecia ser um assunto que interessava a garota.
– Eu amo bulldogs! Eu sempre quis ter um mas meus pais não deixavam. – Lea fez um bico adorável. Dianna saiu de seu transe assim que alguém a cutucou. Uma garotinha puxava a barra de sua blusa, sorrindo envergonhada.
– Oi querida – Dianna agachou e mexeu no cabelo da garotinha.
– Você pode tirar uma foto comigo? – Ela tinha apele bem clara e cabelos escuros, a observando com admiração.
A mãe da menina apareceu logo atrás – Oh, me desculpe! Ela estava insistindo que tinha visto você andando aqui e fugiu de perto de mim só para poder ter certeza. – A mãe puxou a garota para perto de si. – Você me assustou filha!
– Mamãe, eu vou tirar uma foto com a Quinn! – A garotinha tinha os olhos brilhando em direção a Dianna e Lea observava tudo com os olhos igualmente brilhantes.
– Não atrapalhe a garota querida, ela está ocupada.
– Mas mãe...
Dianna resolveu interromper – Com licença, não tem problema algum ela querer tirar uma foto. É um prazer. – Ela voltou a agachar perto da garota. – Qual é o seu nome, linda?
– Mariana.
– Uh, que nome bonito. Você tem uma câmera pra gente poder tirar a foto? – A garotinha fez que sim com a cabeça e apontou para a mão da mãe que já estava ligando a câmera e apontando na direção das duas. Algumas fotos foram batidas enquanto dianna abraçava a cintura da garotinha, que tinha um sorriso de orelha a orelha estampado no rosto. Dianna pegou um pedaço de papel e uma caneta promocional de glee. Ela assinou o papel:
"Com muito amor, para uma garotinha muito especial.
Quinn fabray "
E entregou para a menina, junto com a caneta. A garotinha tinha lágrimas nos olhos e já estava prestes a sair de lá quando seu olhar parou em Lea.
– Quem é você? – a menina a encarava.
– Eu? Eu... Eu... – Lea olhava para os pés, sem saber o que falar.
– Ela é uma garota muito especial também – Dianna olhava em direção a Lea que corava furiosamente ao ouvir isso.
– Eu posso tirar uma foto com você também? – Mariana sorriu gentilmente para a morena.
– Cla- Claro. – Lea sorriu e se agachou perto da menina para tirar uma foto.
A mãe da garota agradeceu as duas e Mariana saiu dali saltitante, logo após abraçar mais uma vez Dianna.
As duas voltaram a atenção para as compras e pouco tempo depois, já estavam a caminho de volta para preparar o jantar.
– Você não deveria ter pagado tudo, eu que te chamei para jantar. – Lea encarava os carros lá fora, encostada na janela.
– Eu já te falei que não foi incomodo nenhum ter pagado.
– Eu posso não ser uma atriz famosa, mas eu tenho dinheiro suficiente para pagar as coisas. – Lea falou num tom duro.
– Lea... Não foi isso que eu quis dizer... Eu – Dianna ergueu sua mão em direção ao braço da morena mas recuou, sem saber se tinha essa permissão de se aproximar. A loira era uma garota muito amorosa, então era difícil conviver com uma pessoa e não mostrar seu apoio, amizade ou qualquer outro sentimento através de gestos.
– Me desculpe. Eu não quis te ofender também. Acho que eu só fiquei um pouco frustrada depois daquela garotinha. – Lea desviou o olhar para o pescoço de Dianna. – Como é? Como é a sensação? – Lea mordeu o lábio.
– Que sensação? – Dianna encarava os olhos da morena, suplicando para que ela olhasse de volta.
– Como é a sensação de ter pessoas te admirando dessa forma? De ser conhecida, de ter fãs... – Dianna teve certeza de ter visto certa chama nos olhos de Lea. Sem pensar duas vezes, ela tirou uma das mãos do volante e tocou o rosto da garota para que ela a olhasse. Lea não pareceu tão relutante dessa vez e a encarou em silêncio. Dianna sorriu gentilmente, o olhar da morena era igual ao de uma adolescente, ela parecia ter uma alma jovem, escondida atrás de todos aqueles muros que ela montou ao seu redor.
– É a melhor sensação do mundo Lea. Às vezes quando você está se sentindo mal, basta entrar no twitter e ver as pessoas falando o quanto te admiram, ou sair na rua e ganhar um abraço inesperado de um fã. Alguns até mesmo choram e declaram seu amor. Alguns escrevem cartas enormes, te dão presentes. É um amor tão grande, uma energia tão boa, inexplicável... – Dianna falou, encarando os olhos de Lea e vendo as mudanças de sentimentos da morena cada vez que ela dizia algo. – É claro que tem algumas consequências, mas acho que tudo na vida tem. – Ela apontou com a cabeça para o retrovisor, onde elas podiam ver um carro de paparazzi seguindo as duas.
– Eu im-imagino. – Lea desviou o olhar do rosto de Dianna. – Eles devem ser bem insistentes.
– Nem me fale, às vezes eles enfiam essas câmeras nas nossas caras e mal podemos enxergar o caminho. Eles também fazem perguntas muito desnecessárias. Eu não me dou bem com paparazzis, mas aprendi a ignorar. Antes eu costumava gritar com alguns, mandando eles me deixarem em paz. Mas isso não vai acontecer, então eu fui obrigada a me acostumar.
– Mas vale a pena – Lea sorriu, sonhadoramente.
– Sim, vale muito a pena. Eu não me vejo trabalhando com outra coisa. – Elas haviam chegado ao condomínio e entraram no estacionamento.
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– Isso está com um cheiro maravilhoso Lea – Dianna percorria a cozinha, limpando algumas coisas que haviam ficado espalhadas na pia. A morena havia terminado o prato e agora elas esperavam sair do forno.
– Obrigado – Lea sorriu levemente – Eu vou tomar um banho rápido e trocar de roupa, você se importa de olhar a lasanha?
– Claro que não, mas você acha que dá tempo de eu ir ao meu apartamento buscar o Arthur?
Lea assentiu com a cabeça, já indo em direção ao banheiro. Dianna andou rapidamente, abrindo a porta e sendo recebida por um Arthur bem eufórico – Olá meu amor, eu também estava com saudades – Dianna ria, tentando desviar o rosto das lambidas que seu cachorro lhe dava – Você quer passear? Você vai conhecer uma pessoa e se comporte viu? – Ela o pegou no colo, depois buscou mais algumas coisas que queria e finalmente trancou a porta de seu apartamento atrás de si.
Assim que voltou para a sala de Lea, ela colocou o Arthur no chão, ele era mais pesado do que parecia, e foi para a cozinha. Sua boca praticamente foi parar no chão assim que viu a morena enrolada em uma tolha e agachada na frente do forno. Dianna soltou um gemido frustrado, o que fez Lea se assustar um pouco, desviando sua atenção para a loira ali atrás dela.
– Me desculpe! – Lea começou a falar, corando cada vez mais – Eu sai do banho e você não estava aqui e...
– Eu que me desculpo! Fui entrando como se fosse minha casa... – Dianna desviou o olhar das pernas da morena para o bem de sua sanidade mental – Deixe que eu tiro isso do forno – ela tentou passar por Lea mas as duas acabaram indo para o mesmo lado, e esse jogo continuou por mais algumas vezes até elas conseguirem se desviar uma da outra.
– Eu vou me trocar – Lea falou baixinho enquanto corria para fora dali.
Alguns minutos depois, os pratos já estavam na mesa de jantar, no centro a lasanha e uma garrafa de vinho que Dianna tinha pegado em sua casa. Ela começou a abrir a garrafa, tentando retirar a rolha, e foi quando ela olhou para cima, encontrando uma morena vestida casualmente, sua mão foi com tanta força em direção a garrafa que fez a rolha voar em uma direção qualquer. A direção errada.